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feitas pelos soferins por causa de sua superstição relacionada com o nome divino, e, conforme afirmavam, para evitar antropomorfismos, isto é, atribuir a Deus atributos humanos. (Veja JEOVÁ [A superstição oculta o nome].) Os massoretas, nome pelo qual os copistas vieram a ser conhecidos séculos depois dos dias em que Jesus esteve na terra, notaram as alterações feitas pelos anteriores soferins, registrando-as na margem do texto hebraico. Estas notas marginais vieram a ser conhecidas como “Massorá”. A Massorá alistava os quinze pontos extraordinários dos soferins, a saber, quinze palavras ou frases no texto hebraico que tinham sido marcadas por pontos acima e embaixo. Discute-se o significado destes pontos extraordinários. Os soferins também fizeram outras emendas ou mudanças.
ESCRIBAS COMO INSTRUTORES DA LEI
De início, os sacerdotes serviam como escribas. (Esd. 7:1-6) Mas dava-se muita ênfase a que todo judeu tivesse conhecimento da Lei. Por conseguinte, aqueles que estudavam e adquiriam grande conhecimento eram muito admirados, e estes peritos por fim formaram um grupo independente, muitos não sendo da tribo sacerdotal. No tempo em que Jesus veio à terra, a palavra “escribas”, portanto, designava uma classe de homens eruditos na Lei. Faziam um estudo sistemático da Lei, e sua explanação era a profissão deles. Achavam-se, evidentemente, entre os instrutores da Lei, os versados na Lei. (Luc. 5:17; 11:45) Estavam geralmente associados com a seita religiosa dos fariseus, pois este grupo reconhecia as interpretações ou “tradições” dos escribas, que se tornara, no decurso do tempo, terrível emaranhado de regulamentos minuciosos e técnicos. A expressão “escribas dos fariseus” aparece diversas vezes nas Escrituras. (Mar. 2:16; Luc. 5:30; Atos 23:9) Isto pode indicar que alguns escribas eram saduceus, que só criam na Lei escrita. Os escribas dos fariseus defendiam zelosamente a Lei, mas, adicionalmente, sustentavam as tradições que se desenvolveram e dominavam as idéias do povo em um grau ainda maior do que os sacerdotes. Primariamente, os escribas se localizavam em Jerusalém, mas, também podiam ser encontrados por toda a Palestina, e em outras terras, entre os judeus da Dispersão. — Mat. 15:1; Mar. 3:22; compare com Lucas 5:17; veja RABI.
COPISTAS DAS ESCRITURAS GREGAS CRISTÃS
Na carta do apóstolo Paulo aos colossenses, ele ordena que tal carta seja lida na congregação dos laodicenses, em troca da carta enviada à Laodicéia. (Col. 4:16) Sem dúvida, todas as congregações desejavam ler todas as cartas congregacionais dos apóstolos e de seus companheiros no Corpo Governante cristão, e, assim, fizeram-se cópias para consulta posterior, e para que tivessem maior circulação. As antigas coleções de cartas de Paulo (cópias dos originais) constituem evidência de que eram muitíssimo copiadas e divulgadas.
Os copistas cristãos amiúde não eram profissionais, mas, sentindo respeito e tendo em alta conta o valor dos escritos cristãos inspirados, copiavam-nos cuidadosamente. Típico do bom trabalho destes primitivos copistas cristãos é o fragmento mais antigo, ainda existente, de qualquer parte das Escrituras Gregas Cristãs, o Papiro Grego Rylands N.° 457. Escrito em ambos os lados, consiste em cerca de cem letras (caracteres) gregas, e tem sido datado já do início do segundo século E.C. Ao passo que goza de informalidade, e não tem pretensões a ser uma escrita excelente, tem sido classificado como “cuidadoso trabalho”. É interessante que este fragmento provém dum códice de uns 20 cm de cada lado, e que, mui provavelmente, continha todo o Evangelho de João, ou umas sessenta e seis folhas, cerca de 132 páginas ao todo. — Veja MANUSCRITOS DA BÍBLIA.
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(a terra).” Tal registro, como é patente, não é autêntico.
De acordo com a cronologia da Bíblia, o dilúvio global dos dias de Noé ocorreu em 2370 A.E.C. Os arqueólogos têm atribuído datas anteriores a esta a numerosas tabuinhas de argila que escavaram. Mas, estas tabuinhas de argila não são documentos datados. Por isso, as datas que lhes têm sido atribuídas são meramente conjecturais e não fornecem nenhuma base sólida para se estabelecer uma relação de tempo com o dilúvio bíblico. Nenhum dos artefatos que foram escavados, segundo se sabe, datam definitivamente dos tempos pré-diluvianos. Os arqueólogos que classificaram certos itens como sendo pré-diluvianos têm feito isto à base de descobertas que, na melhor das hipóteses, só podem ser interpretadas como suprindo evidência de uma grande enchente local.
ESCRITA APÓS O DILÚVIO
Após a confusão da língua original do homem em Babel, vieram a existir vários sistemas de escrita. Os babilônios, os assírios e outros povos usavam a escrita cuneiforme (em forma de cunha), que se imagina ter sido criada pelos sumérios, a partir de sua escrita pictográfica. Há evidência de que se usava mais de um sistema de escrita ao mesmo tempo. Para exemplificar: Uma antiga pintura mural assíria representa dois escribas, um fazendo impressões cuneiformes numa tabuinha com um estilo (provavelmente em acadiano), e o outro usando um pincel sobre um pedaço de pele ou de papiro (possivelmente em aramaico). A escrita hieroglífica egípcia consistia em distintas representações pictóricas e formas geométricas. Embora a escrita hieroglífica continuasse a ser utilizada para inscrições em monumentos e pinturas murais, duas outras formas de escrita (primeiro a hierática, e então a demótica) vieram a ser usadas. Em sistemas não-alfabéticos, uma representação pictórica (ou sua forma posterior, linear ou cursiva, amiúde irreconhecível) podia representar o objeto ilustrado, uma idéia transmitida pelo objeto, ou outra palavra ou sílaba que tivesse a mesma pronúncia. À guisa de ilustração, um desenho simples dum olho podia ser usado para designar um “olho”, o pronome pessoal “eu”, o verbo “ver”, o substantivo “mar”, ou a sílaba inicial de “estação”, etc.
O sistema alfabético utilizado pelos israelitas era fonético, cada símbolo consonantal escrito representando determinado som consonantal. Os sons vocálicos, contudo, tinham de ser supridos pelo leitor, o contexto determinando a palavra tencionada no caso de termos que tinham a mesma grafia, mas diferente combinação de sons vocálicos. Que a ausência de sons vocálicos não representava nenhum problema real é evidente de que as modernas revistas, jornais e livros hebraicos omitem quase que inteiramente os pontos vocálicos.
ALFABETIZAÇÃO ENTRE OS ISRAELITAS
Não só os sacerdotes de Israel (Núm. 5:23), as pessoas de destaque, como Moisés (Êxo. 24:4), Josué (Jos. 24:26), Samuel (1 Sam. 10:25), Davi (2 Sam. 11:14, 15), e Jeú (2 Reis 10:1, 6), sabiam escrever, mas o povo em geral, com algumas exceções, era alfabetizado. (Compare com Juízes 8:14; Isaías 10:19; 29:12.) Embora a ordem para que os israelitas escrevessem nos umbrais de suas casas fosse, pelo que parece, figurada, ela dá a entender que eles eram alfabetizados. (Deut. 6:8, 9) E a Lei exigia que o rei, ao assumir o trono, escrevesse para si mesmo uma cópia da Lei e a lesse diariamente. — Deut. 17:18, 19; veja ESCRIBA; LIVRO.
Embora o material escrito em hebraico fosse evidentemente comum, só se encontraram poucas inscrições israelitas. Provavelmente isso se deve a que os israelitas não erigiram muitos monumentos para exaltar suas consecuções. A maior parte da escrita, inclusive os livros da Bíblia, era sem dúvida feita a tinta, sobre papiro
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