Cada um de nós prestará contas de si mesmo
“Nós todos ficaremos postados diante da cadeira de juiz de Deus. Assim, pois, cada um de nós prestará contas de si mesmo a Deus.” — Rom. 14:10, 12.
1, 2. A quem todos nós temos de prestar contas? Sobre o quê e por quê?
NINGUÉM pode escapar de prestar contas a Deus. O grande Juiz, assegura-se-nos, “fará uma prestação de contas na terra”. Não importa onde vivamos ou que religião professemos, “não há criação que não esteja manifesta à sua vista, mas todas as coisas estão nuas e abertamente expostas aos olhos daquele com quem temos uma prestação de contas”. — Rom. 9:28; Heb. 4:13.
2 Quer tenham sido praticadas em público quer às escondidas, prestaremos contas pelas nossas ações. Tudo o que fazemos está ‘abertamente exposto aos olhos’ do Juiz do universo. Deveremos prestar contas quanto a quão bem obedecemos aos mandamentos de Deus: “A conclusão do assunto, tudo tendo sido ouvido, é: Teme o verdadeiro Deus e guarda seus mandamentos. Pois esta é toda a obrigação do homem. Pois o verdadeiro Deus é quem levará toda sorte de obra a juízo, em relação com toda coisa escondida, quanto a se é boa ou se é má.” — Ecl. 12:13, 14.
3. O que mostra a Bíblia quanto a serem responsáveis os filhos?
3 As próprias crianças não estão inteiramente livres de prestar contas a Deus. É verdade que perante Deus os pais são os principais responsáveis pelos filhos; por isso é que se um dos pais for adorador de Jeová, os filhos que nascem de tal união são santos aos olhos de Deus. (1 Cor. 7:14) Mas é bom que se mantenha em mente que o registro bíblico mostra que Deus não fecha os olhos aos malfeitos dos filhos. Certa vez Jeová, usando duas ursas, executou uma turma sarcástica de quarenta e dois rapazinhos, porque aqueles delinqüentes demonstraram desrespeito pelo seu profeta. — 2 Reis 2:23, 24.
4. Em face do que se diz nas Escrituras, como devem os pais instruir os filhos?
4 Então, os pais fazem bem instruir a seus filhos que estes são tidos por responsáveis perante Deus, assim como eles mesmos têm de prestar contas a Deus. No antigo Israel, os filhos que se tornassem delinqüentes incorrigíveis sofriam segundo a vontade de Deus, sendo executados: “Se alguém tiver um filho contumaz e rebelde, que não obedece à voz de seu pai e à de sua mãe, e, ainda castigado, não lhes dá ouvidos, pegarão nele seu pai e sua mãe e o levarão aos anciãos da cidade, à sua porta, e lhes dirão: Este nosso filho é rebelde e contumaz, não dá ouvidos à nossa voz: é dissoluto e beberrão. Então todos os homens da sua cidade o apedrejarão, até que morra; assim eliminarás o mal do meio de ti.” (Deu. 21:18-21, ALA) Atualmente, Deus tem os filhos por responsáveis em ser obedientes aos pais “em união com o Senhor”, segundo Efésios 6:1-3 mostra: “Filhos, sede obedientes aos vossos pais em união com o Senhor, pois isto é justo: ‘Honra a teu pai e a tua mãe’; que é o primeiro mandado com promessa: ‘Para que te vá bem e perdures por longo tempo na terra.’”
RESPONSÁVEIS PELA DISCIPLINA DE JEOVÁ
5. Pelo que são os pais responsáveis perante Deus e que pergunta surge?
5 Depois de mostrar que os filhos não estão livres de prestar contas, o apóstolo Paulo prosseguiu frisando a obrigação dos pais perante Deus: “E vós, pais, não estejais irritando os vossos filhos, mas prossegui em criá-los na disciplina e no conselho de autoridade de Jeová.” (Efé. 6:4) Note que os pais são responsáveis perante Deus a criar seus filhos, não somente no conselho autorizado de Jeová, mas também na disciplina de Jeová. É nesta questão de disciplina que os pais às vezes são negligentes. Embora cuidem deles e lhes dêem atenção amorosa, embora os ensinem na Palavra de Deus, os pais talvez falhem em pôr em vigor as leis de Jeová. Visto que os pais prestarão contas pelo modo em que criam seus filhos, surge a pergunta: O que é a disciplina de Jeová?
6. Com o que começa a disciplina de Jeová, e por que é isto tão importante?
6 A disciplina de Jeová não começa necessariamente com a vara literal. Começa com o exemplo correto dos pais. Jeová dá exemplo perfeito, assim também o seu Filho amado. Devemos imitá-los, tornando-nos discípulos do Senhor Jesus Cristo. A própria palavra “disciplina” vem da mesma raiz que a palavra “discípulo”. Um discípulo é alguém que segue o exemplo de um líder. Então, a disciplina tem muito a ver com discipular, pois os filhos devem imitar seus pais cristãos e tornar-se discípulos de bons líderes. Dando exemplo correto, os pais ajudam os filhos a se tornarem discípulos do Senhor Jesus; então, o exemplo é o meio pelo qual se aplica a disciplina de Jeová. Os pais podem ensinar a seus filhos o que é correto aos olhos de Deus, mas dificilmente podem esperar que seus filhos sejam melhores do que o exemplo que os pais dão em casa e em outros lugares. Os pais não devem praticar coisas erradas aos olhos de Deus e então esperar que os filhos façam todas as coisas certas. Isto quer dizer que às vezes os pais têm de disciplinar a si mesmos, certificando-se de que a vida deles se harmonize em todos os sentidos com as normas justas da Santa Palavra de Jeová. Então, os garotinhos, não somente receberão a instrução dos pais, mas também verão pelo exemplo deles qual é a vereda certa a seguir.
7. (a) Como deve ser aplicada a disciplina de Jeová? (b) Por que não devem os pais exasperar os filhos e como isto pode ser evitado?
7 Para os pais apresentarem boas contas perante Deus com relação ao modo de criarem seus filhos, eles precisam aplicar a disciplina de Jeová com amor e firmeza. Isto exige disciplina positiva, não a do tipo preguiçoso em que os pais subornam seus filhos para procederem bem. Disciplina firme quer dizer que não haverá transigência da parte dos pais. A criança precisa saber o que os pais defendem e que eles não abandonam os princípios de Jeová por nenhuma quantidade de argumento, de imploração nem de choro. Embora firme, a disciplina de Jeová é aplicada com amor, de modo que seja coerente, razoável e justa. Os pais amorosos compreendem que os filhos não são perfeitos e que cometerão erros. Se os filhos forem perseguidos por ameaças de punição por toda pequena imperfeição, pequeno engano ou acidente, então ficarão irritados. Disse Paulo: “Não estejais exasperando os vossos filhos, para que não fiquem desanimados.” (Col. 3:21) Se os filhos forem exasperados pelos pais, ficarão com os nervos desarranjados e não poderão tirar proveito da repreensão. Portanto, os pais amorosos, embora firmes, são razoáveis. A criança pode apreciar a racionabilidade. Dêem explicação à mente infantil. Então a criança poderá acompanhar, sabendo que está sendo dirigida para o lado que Jeová Deus orienta.
8. Segundo indicado pela Palavra de Jeová, que espécie de disciplina se requer às vezes e qual será o seu benefício?
8 Todos os filhos de Adão precisam correção e às vezes a disciplina firme requer vara para produzir dor. “A tolice se prende ao coração dum menino, mas a vara da disciplina é a que a removerá dele.” (Pro. 22:15) Então, a disciplina de Jeová não é uma disciplina aguada, tipo da aconselhada por algumas autoridades mundanas, que sempre retêm a vara. Mas a vara literal é o que basicamente quer dizer Provérbios 23:13, 14: “Não retenhas a disciplina dum mero menino. Caso o bateres com a vara, ele não morrerá. Tu mesmo deves bater nele com a vara, a fim de livrares a sua alma do próprio Seol.” Às vezes, então, um pai precisa falar com o filho mediante causar-lhe dor. Esta dor, assegura-nos a Palavra de Deus, não matará a criança; mas tem efeito benéfico, efeito protetor sobre o filho, protegendo sua “alma do próprio Seol”.
EVITANDO OS PAIS A DOR
9. Como é que a disciplina de Jeová é protetora de dois modos?
9 A disciplina de Jeová é protetora de dois modos: (1) Para a própria criança e (2) para os próprios pais. O filho indisciplinado pode continuar na vereda que desagrada a Jeová e perder a vida no novo mundo de Deus. O filho indisciplinado pode ser a dor dos pais por causa de sua conduta delinqüente. Não se deve esperar que a criança possa imaginar intelectualmente a angústia e a dor que ela tem o poder de causar aos pais mediante seu mal comportamento. Algo deve ser feito, pois; senão a criança trará muito sofrimento aos pais, tanto ao coração como mentalmente. “O filho estulto é tristeza para o pai, e o pai do insensato não se alegra. O filho insensato é tristeza para o pai, e amargura para quem o deu à luz.” “A vara e a disciplina são sabedoria, mas a criança entregue a si mesma vem a envergonhar a sua mãe.” — Pro. 17:21, 25; 29:15, ALA.
10, 11. (a) Como podem os pais evitar de sofrer dor? (b) Além da vara literal, o que mais pode ser usado na aplicação da disciplina de Jeová?
10 Ora, o que poupará aos pais toda esta vergonha, preocupação, mágoa e tristeza? Ora, a disciplina de Jeová. Visto que a delinqüência é o resultado lógico das ações desenfreadas de uma criança, “a vara e a disciplina” são necessárias. Para evitarem os pais de sofrer amargura e dor, o filho deve sofrer dor. “Corrige o teu filho, e te dará descanso, dará delícias à tua alma.” “O que retém a vara aborrece a seu filho, mas o que o ama, cedo o disciplina.” “Castiga a teu filho, enquanto há esperança.” (Pro. 29:17; 13:24; 19:18, ALA) Às vezes os pais relutam em falar aos filhos deste modo, contudo, são responsáveis perante Deus para disciplinar seus filhos do modo que Jeová requer.
11 Nem sempre, naturalmente, a necessidade da disciplina de Jeová envolve o uso da vara literal. Pode haver uma reprovação e humilhação mediante palavras verbais, sendo estas usadas para efeitos semelhantes aos da vara. Que os lábios podem ser usados de tal modo é evidente das palavras de Paulo aos coríntios: “Hei de ir ter convosco com uma vara?” Ao passo que crescem os filhos, vara verbal e o privar de privilégios podem muito bem constituir boa parte da disciplina. — 1 Cor. 4:21.
12. O que deve ser feito para que a disciplina seja de “Jeová”?
12 Quer seja por uma vara literal ou uma verbal deixe que a disciplina seja administrada de tal modo que seja o de Jeová. Os jovens precisam entender de quem é a disciplina que os pais estão pondo em prática e que os pais não estão meramente agradando a si mesmos. A criança ou o rapaz precisam saber que os pais são responsáveis perante Deus para pôr em prática a disciplina da parte Dele. Lembrem-se, é a “vara e a disciplina”. Deve haver sempre uma explicação clara referente ao por quê a vara é administrada. A criança deve saber qual o mandamento de Jeová que foi violado, de modo que a disciplina será realmente de Jeová.
A PRESTAÇÃO DE CONTAS
13, 14. (a) O que é ainda mais sério para os pais do que a tristeza que trazem os filhos indisciplinados? (b) Como é ilustrada no caso de Eli a responsabilidade pela aplicação da disciplina de Deus?
13 Sem disciplina, os atos do delinqüente trarão tristeza e reprovação aos pais, mas, mais sério ainda, os pais negligentes prestarão contas a Deus. Ilustrando que os pais, bem como os que ocupam posição de responsabilidade na organização de Deus, são tidos como responsáveis perante Deus pela aplicação da disciplina de Jeová está o caso do sumo sacerdote Eli.
14 Sendo pai, sumo sacerdote e juiz em Israel, Eli negligenciou a aplicação da disciplina de Jeová. Seus dois filhos, Hofni e Finéias, eram sacerdotes oficiantes, devendo ser exemplos em conduta. Mas não eram: “Os filhos de Eli eram homens que não valiam nada; não reconheciam a Jeová.” O registro bíblico prossegue dizendo como estes filhos que serviam quais sacerdotes não se contentavam com a porção que a lei de Deus lhes conferia. Estes filhos cobiçosos também serviam a si mesmos antes de a Jeová. Antes de satisfazer seus próprios apetites, eles deviam oferecer a gordura sobre o altar de Jeová; mas se colocavam na frente de Jeová. O pai deles e sumo sacerdote, aparentemente não os repreendia, de modo que Jeová disse a Eli: “Continuas a honrar teus filhos mais do que a mim.” Na sua velhice Eli repreendeu brandamente a seus filhos, mas só quando a conduta deles se tornara ainda mais abominável e escandalosa. “Ele tinha ouvido sobre tudo quanto seus filhos continuavam fazendo em todo Israel e sobre como eles se deitavam com as mulheres que serviam na entrada da tenda da reunião.” Os filhos de Eli mereciam a morte sob a lei de Deus e mesmo assim ele não aplicou a disciplina de Jeová, visto que não tirou aqueles ímpios dos seus postos. Por isso Jeová anunciou que a influência da casa de Eli seria destruída e que seus dois filhos morreriam no mesmo dia. Mesmo assim Eli não tomou ação disciplinar contra seus filhos, mas os deixou ficar nos seus postos. Por fim, mediante o profeta Samuel, Jeová declarou: “Deves dizer-lhe que eu julgo a sua casa por tempo indefinido pelo erro de que ele tem conhecimento, porque seus filhos invocam o mal sobre Deus e ele não os repreende.” Parece que Eli foi indulgente para com seus filhos ou os mimou desde a infância; e quando a delinqüência dos seus filhos se tornou notória, ele, então já velho, advertiu brandamente, quando devia ter tomado ação disciplinar. Todavia, nem até como pai nem como sumo sacerdote e juiz de Israel ele aplicou a disciplina de Jeová. Por esta falha Deus teve Eli por responsável. “O erro da casa de Eli não será levado a uma isenção de punição.” — 1 Sam. 2:12-3:14.
15. Como pode influir nos pais cristãos hoje a falha de aplicar a disciplina de Jeová e como Deus considera a questão?
15 Tão responsáveis são os pais aos olhos de Deus quanto a aplicarem a disciplina de Jeová, que o apóstolo cristão, falando sobre as qualificações de um superintendente na congregação, escreveu: “O superintendente, portanto, deve ser . . . homem que presida de maneira excelente à sua própria família, tendo os filhos em sujeição com toda a seriedade; (deveras, se um homem não souber presidir à sua própria família, como tomará conta da congregação de Deus?).” Portanto, não se trata de coisa insignificante aos olhos de Deus, o pai ser negligente em criar seus filhos na disciplina de Jeová. — 1 Tim. 3:2, 4, 5.
16. Segundo indicado por um jornal, quais são os excelentes resultados em criar filhos do modo de Jeová?
16 Quando os filhos são criados na “disciplina e no conselho de autoridade de Jeová”, tendo o conhecimento de que tanto eles como seus pais são tidos por responsáveis perante Deus, os excelentes resultados não podem ficar em segredo. Quando um repórter visitou a Assembléia de Distrito “Adoradores Unidos” das Testemunhas de Jeová no Estádio Ianque, Nova Iorque, em 1961, ele observou os muitos jovens presentes e escreveu um artigo que apareceu na primeira página do Post de Queens County em 2 de agosto de 1961, que disse:
“Hoje em dia, quando se vê tanta delinqüência juvenil, tantas crianças indisciplinadas, tão pouco respeito dos jovens para com os adultos, tanto aumento no crime, ano após ano, entre os de vinte anos para baixo, imediatamente pára-se ao ver uma grande organização constituída de centenas de milhares de famílias que não têm os problemas da delinqüência juvenil. Naturalmente se admira por quê. . . . Tratando-se de seus filhos, as Testemunhas de Jeová obtêm conselho do mesmo livro em que buscam conselho para todas as outras fases da vida — a Bíblia Sagrada. . . . As Testemunhas de Jeová crêem que o melhor modo de lutar contra a delinqüência é preveni-la. Fica-se pronto a concordar quando se vê o grande número de Testemunhas de Jeová jovens que se empenham no ministério em vez de em travessuras, testemunhando em vez de vadiando e pregando em vez de vagabundando. Percebe-se que os jovens aqui no Estádio Ianque não representam a Reanimação da Juventude feita uma vez por ano, mas um modo de viver o ano inteiro. As condições do mundo, que fazem alguns jovens ser buscadores despropositados de emoção, com uma atitude de ‘comamos, bebamos e nos alegremos, pois amanhã morreremos’, dão às jovens Testemunhas um senso de responsabilidade. Eles têm uma expectação segura de algo melhor e um desejo de querer compartilhá-la com seus semelhantes. Eles têm um propósito bem real na vida, e a importância deste dá-lhes um sentimento de utilidade que tanto falta à juventude moderna.”
O TEMPO QUE RESTA PARA FAZER A VONTADE DE DEUS
17. (a) Quanto à responsabilidade, o que mostram as Escrituras referente à grande massa da humanidade que recusa viver segundo a Palavra de Jeová? (b) A menos que mudem, qual será o fim dos desobedientes a Deus?
17 Nem todas as pessoas, naturalmente, são adoradores dedicados de Jeová Deus; todavia, todas têm de se confrontar com uma prestação de contas. Sendo que os verdadeiros adoradores de Deus têm de prestar contas, o que dizer da grande massa da humanidade que recusa fazer a vontade divina, continuando a fazer a vontade das nações? O apóstolo Pedro declarou: “Pois é o tempo designado para o julgamento principiar com a casa de Deus. Ora, se primeiro começa conosco, qual será o fim daqueles que não são obedientes às boas novas de Deus? ‘E se o justo está sendo salvo com dificuldade, onde aparecerá o ímpio e o pecador?’ A menos que mudem seu proceder, “o fim daqueles que não são obedientes às boas novas de Deus” será “por ocasião da revelação do Senhor Jesus desde o céu, com os seus anjos poderosos, em fogo chamejante, ao trazer vingança sobre os que não conhecem a Deus e os que não obedecem às boas novas acerca de nosso Senhor Jesus. Estes mesmos serão submetidos à punição judicial da destruição eterna”. — 1 Ped. 4:17, 18; 2 Tes. 1:7-9.
18. O que deve a pessoa deixar de fazer, se desejar escapar da “punição judicial” e a quem prestarão contas os ímpios?
18 Hoje em dia, a maioria da humanidade participa num festim selvagem de mundanidade; mas se nós quisermos escapar da “punição judicial” que ela brevemente terá no Armagedon, então, quer sejamos jovens ou idosos, não podemos entregar-nos ao luxo de gastar mais tempo na prática de coisas tais como as que o apóstolo Pedro descreve: “Já basta o tempo decorrido para terdes feito a vontade das nações, quando procedestes em ações de conduta desenfreada, em concupiscências, em excessos com vinho, em festanças, em competições no beber e em idolatrias ilegais. Visto que não continuais a correr com eles neste proceder para o mesmo antro vil de devassidão, ficam intrigados e falam de vós de modo ultrajante. Mas, estas pessoas prestarão contas àquele que está pronto para julgar os viventes e os mortos.” Então, os ímpios e os que falam mal de alguém que faz a vontade de Deus, “prestarão contas” a Jesus Cristo, o Juiz de Deus, àquele “decretado por Deus para ser juiz dos vivos e dos mortos”. — 1 Ped. 4:3-5; Atos 10:42.
19. Como deve sentir-se o cristão quanto ao emprego do tempo e por que não há necessidade de desespero? Mas o que deve ser feito?
19 Para o cristão, o tempo de sua vida que passou fazendo a vontade das nações já foi o bastante, foi até demais; mas ele não teve a culpa, tendo nascido neste sistema de coisas e não conhecendo a verdade de Deus. Mas tendo aprendido a verdade da Bíblia Sagrada, chegou a hora da mudança, de dar meia volta e de viver segundo as leis de Deus. Embora alguém possa chorar o tempo que anteriormente gastou fazendo a vontade do mundo, a força e a energia gastas em comezainice mundana, não há motivo para desespero. Ainda há tempo à nossa frente. Mas não muito. Pedro prosseguiu, dizendo: “Tem-se aproximado o fim de todas as coisas.” Vendo que já não resta muito tempo para este mundo, queremos usar sabiamente o tempo que resta, devotando-o todinho a Jeová Deus, fazendo a vontade dele. — 1 Ped. 4:7.
O JULGAMENTO JÁ EM OPERAÇÃO
20, 21. (a) Como e em que ocasião indicou Jesus que o julgamento estaria em andamento nos dias atuais? (b) Em que base estão atualmente em julgamento pelo Rei os povos de todas as nações, e qual é a decisão judicial referente aos cabritos e às ovelhas respectivamente?
20 Jesus Cristo, o Juiz de Jeová, já está agindo; e quer saibam quer não, os povos de todas as nações estão no processo de prestarem contas. Prevendo os nossos dias, Jesus narrou uma parábola acerca das ovelhas e dos cabritos, apresentando esta ilustração depois que os seus discípulos lhe tinham perguntado: “Quando sucederão estas coisas e qual será o sinal da tua presença e da terminação do sistema de coisas?” Jesus vaticinou então a sua grande profecia referente à “terminação do sistema de coisas”; e a parábola das ovelhas e dos cabritos constitui as palavras conclusivas e o clímax desta profecia. — Mat. 24:3.
21 Como é que os povos das nações são julgados pelo Rei, no tocante a serem ovelhas ou cabritos? Pela atitude deles para com as boas novas do reino estabelecido de Deus, boas novas estas que estão sendo “pregadas em toda a terra habitada, em testemunho a todas as nações; e então virá o fim”. (Mat. 24:14) Que a obra de julgamento seria feita enquanto as nações do mundo ainda estivessem cuidando dos seus negócios, vê-se nas palavras de Jesus: “Quando o Filho do homem chegar na sua glória . . . diante dele serão ajuntadas todas as nações, e ele separará uns dos outros, assim como o pastor separa as ovelhas dos cabritos.” (Mat. 25:31, 32) Os semelhantes a cabritos não demonstram bondade para com as testemunhas do Rei na terra. Os semelhantes a cabritos e adversários do Reino prestam contas à esquerda do Rei, e a sentença é: “Estes partirão para o decepamento eterno.” Mas os semelhantes a ovelhas, os que são a favor do Reino, não somente tratam com bondade as testemunhas do Reino, mas também aceitam as boas novas do Reino, pregando-as eles mesmos e dando de coração o apoio ao reino de Deus. Os semelhantes a ovelhas prestam contas à destra do Rei, e a decisão é: “Vinde, vós os que tendes a bênção de meu Pai, herdai o reino preparado para vós desde a fundação do mundo.” Estes herdam a vida eterna na terra sob o reino do céu. — Mat. 25:46, 34.
22. Por que estão os verdadeiros cristãos sob prestação de contas especial hoje em dia?
22 Visto que a vida das pessoas está em jogo, o verdadeiro adorador de Deus está hoje sob prestação de contas especial. Como assim? Quanto a se ele dá aviso aos que fazem a vontade das nações, para que se convertam e façam a vontade de Deus, servindo aos interesses do Seu reino. O princípio é que a pessoa que não dá aviso ao ímpio prestará contas a Deus. — Eze. 3:17, 18.
23. (a) Considerando o tempo que resta e o julgamento em operação, o que devem fazer todos os que buscam a vida? (b) O que devemos ter em mente, ao passo que esperamos que bênção final?
23 Tendo tão pouco tempo de resto e já estando o julgamento em operação, por que deixar de fazer a vontade de Deus? Filhos, obedeçam aos seus pais cristãos. Pais, criem seus filhos “na disciplina e no conselho de autoridade de Jeová”. E os que acabam de aprender a verdade, usem sabiamente o tempo que resta e se voltem da mundanidade para o serviço de Deus. E os que são ministros de Deus, sejam fiéis ao seu ministério. Visto que Deus “levará toda sorte de obra a juízo”, tenhamos em mente que a nossa prestação de contas final não é a homem nem ao governo do país em que vivermos. “Porque nós todos ficaremos postados diante da cadeira de juiz de Deus. Assim, pois, cada um de nós prestará contas de si mesmo a Deus.” (Rom. 14:10, 12) Que o “decretado por Deus para ser juiz dos vivos e dos mortos” tenha o prazer de encontrar bom o nosso registro e de nos confiar privilégios e interesses depois do Armagedon, juntamente com a dádiva da vida eterna.