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  • A SABEDORIA DIVINA
  • “A sabedoria de Deus em segredo sagrado”
  • A SABEDORIA HUMANA — AMPLA OU LIMITADA, CARNAL OU ESPIRITUAL
  • Homens sábios da antiguidade
  • A qualidade vã de grande parte da sabedoria humana
  • ”A sabedoria do mundo” versus a sabedoria do segredo sagrado de Deus
  • Travar a guerra espiritual
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SABEDORIA

Os termos básicos que significam sabedoria são o hebraico hhokhmáh (verbo, hhakhám) e o grego sophía, com suas formas relacionadas. Há também o termo hebraico tushiyáh, que pode ser traduzido “trabalho eficiente” ou “sabedoria prática”, e os termos gregos phrónimos e phrónesis (de phren, a “mente”), relacionados com “sensatez”, “discrição” ou “sabedoria prática”.

Para o vocábulo hhokhmáh, os Commentaries on the Old Testament (Comentários Sobre o Velho Testamento; O Cântico dos Cânticos, Eclesiastes, p. 230), de Keil e Delitzsch, fornecem o sentido básico de “solidez, compactação”, e descrevem-no como “conhecimento sólido do que é verdadeiro e certo”. O sentido bíblico de sabedoria, quer expresso pelo termo hebraico hhokhmáh, quer pelo grego sophía, dá ênfase ao são julgamento, baseado em conhecimento e entendimento; à capacidade de utilizar com êxito o conhecimento e o entendimento para equacionar problemas, evitar ou afastar perigos, atingir certos alvos ou aconselhar outros a fazê-lo. “A sabedoria é provada justa [“justificada”] por todos os seus filhos [ou, pelas suas obras].” (Luc. 7:35; Mat. 11:19, Int) É o oposto de tolice, estupidez e loucura, com as quais é amiúde contrastada. — Deut. 32:6; Pro. 11:29; Ecl. 6:8.

A sabedoria subentende assim uma amplitude de conhecimento, e uma profundeza de entendimento, estas suprindo a solidez e a clareza de julgamento características da sabedoria. O sábio ‘entesoura conhecimento’, possui um fundo do qual pode retirá-lo. (Pro. 10:14) Ao passo que “sabedoria é a coisa principal”, o conselho é no sentido de que “com tudo o que adquirires, adquire compreensão [entendimento]”. (Pro. 4:5-7) O entendimento (termo amplo que com freqüência abrange o discernimento e a perspicácia) dá forças à sabedoria, contribuindo grandemente para a discrição e a previsão, que também são características notáveis da sabedoria. A discrição subentende a prudência, podendo ser expressa na cautela, no autodomínio, na moderação ou restrição. O “homem discreto [phrónimos]” constrói sua casa sobre a rocha, prevendo a possibilidade duma tempestade; o tolo edifica a dele sobre a areia e sofre o desastre. — Mat. 7:24-27.

O entendimento fortalece a sabedoria de outras formas também. À guisa de exemplo, uma pessoa talvez obedeça a certo mandamento de Deus em virtude de reconhecer a justeza de tal obediência, e isto é sabedoria de sua parte. Mas, se tiver verdadeiro entendimento da razão de tal mandamento, do seu bom objetivo e dos benefícios advindos do mesmo, torna-se grandemente fortalecida a sua determinação de coração de continuar a seguir este proceder sábio. (Pro. 14:33) Afirma Provérbios 21:11 que “por se dar perspicácia ao sábio, ele obtém conhecimento”. O sábio valoriza a perspicácia (uma faceta do entendimento) e sente-se feliz de obter qualquer informação que lhe conceda uma visão mais clara das subjacentes circunstâncias, condições e causas dos problemas. Desta forma, ele “obtém conhecimento” quanto a como agir em relação ao assunto, sabe que conclusões tirar e o que é necessário para solucionar o problema existente. — Compare com Provérbios 9:9; Eclesiastes 7:25; 8:1; Ezequiel 28:3.

A SABEDORIA DIVINA

A sabedoria em sentido absoluto é encontrada em Jeová Deus, que é o “único sábio” neste sentido. (Rom. 16:27; Rev. 7:12) O conhecimento é a familiaridade com os fatos e, sendo o Criador, que é “de tempo indefinido a tempo indefinido” (Sal. 90:1, 2), Deus conhece tudo que se possa conhecer sobre o universo, a sua composição e seu conteúdo, sua história até o presente. As leis, os ciclos e os padrões físicos de que os homens dependem em suas pesquisas e em seus inventos, e sem os quais ficariam desvalidos, não tendo nada estável sobre o qual se alicerçar, são todos criados por Ele. (Jó 38:34-38; Sal. 104:24; Pro. 3:19; Jer. 10:12, 13) Logicamente, Seus padrões morais tornam-se ainda mais vitais para a estabilidade, o são julgamento e a vida humana bem-sucedida. (Deut. 32:4-6) Não existe nada fora do alcance de Seu entendimento. (Isa. 40:13, 14) Embora Deus possa permitir que surjam coisas que são contrárias a seus padrões justos, e até mesmo prosperem temporariamente, o futuro por fim cabe a Ele e se ajustará de forma precisa. à Sua vontade, e as coisas ditas por ele ‘terão êxito certo’. (Isa. 55:8-11; 46:9-11) Por todos estes motivos, é evidente que “o temor de Jeová é o início da sabedoria” — Pro. 9:10.

“A sabedoria de Deus em segredo sagrado”

A rebelião irrompida no Éden apresentou um desafio para a sabedoria de Deus. Seus meios sábios para pôr fim a tal rebelião, eliminar seus efeitos e restaurar a paz, a harmonia e a ordem correta em sua família universal constituíam um “segredo sagrado, a sabedoria escondida, que Deus predeterminou antes dos sistemas de coisas”, isto é, aqueles sistemas que se desenvolveram durante a história do homem fora do Éden. (1 Cor. 2:7) Seus contornos estavam contidos nos modos de Deus lidar com seus fiéis servos, e em suas promessas feitas a eles, durante muitos séculos; foram prefigurados e simbolizados no pacto da Lei feito com Israel, incluindo seu sacerdócio e seus sacrifícios, e foram indicados em inumeráveis profecias e visões.

Por fim, depois de mais de 4.000 anos, a sabedoria desse segredo sagrado foi revelada em Jesus Cristo. (Efé. 1:8-11; Col. 1:26-28) Foram revelados a provisão de Deus do resgate para a salvação da humanidade obediente, e seu propósito de um governo do Reino, encabeçado por seu Filho, e capaz de pôr fim a toda a iniquidade. Visto que o grandioso propósito de Deus se alicerçava e se centralizava em seu Filho, Cristo Jesus “se tornou para nós [cristãos] sabedoria de Deus”. (1 Cor. 1:30) “Cuidadosamente ocultos nele se acham todos os tesouros da sabedoria e do conhecimento.” (Col. 2:3) Somente por intermédio dele, e pela fé nele — o “Agente Principal da vida” da parte de Deus — é que se pode obter salvação e vida. (Atos 3:15; João 14: 6; 2 Tim. 3:15) Por conseguinte, não existe verdadeira sabedoria que deixe de considerar a Jesus Cristo, que não baseie seu julgamento e suas decisões solidamente no propósito de Deus conforme revelado nele. — Veja Jesus Cristo (Seu Lugar Vital no Propósito de Deus).

A SABEDORIA HUMANA — AMPLA OU LIMITADA, CARNAL OU ESPIRITUAL

A sabedoria é personalizada no livro de Provérbios, sendo ali representada como uma mulher que convida as pessoas a receberem o que ela lhes tem a oferecer. Estes relatos, e textos afins mostram que a sabedoria é deveras um amálgama de muitas coisas: conhecimento, entendimento (incluindo a perspicácia e o discernimento), a faculdade de raciocínio, a experiência, a diligência, a argúcia (o contrário de ser crédulo ou bitolado [Pro. 14:15, 18]), e o julgamento correto. Mas, uma vez que a verdadeira sabedoria começa com o temor de Jeová Deus (Sal. 111:10; Pro. 9:10), tal sabedoria superior vai além da sabedoria comum e inclui o apego a elevados padrões, a manifestação da retidão e da justiça, e a aderência à verdade. (Pro. 1:2, 3, 20-22; 2:2-11; 6:6; 8:1, 5-12) Nem toda sabedoria se enquadra em tal sabedoria superior.

A sabedoria humana nunca é absoluta, mas é relativa. O homem, através de seus próprios esforços, pode alcançar a sabedoria em escala limitada, embora ele tenha, em qualquer caso, de utilizar a inteligência com que Deus inicialmente dotou o homem (tendo Deus até mesmo dado aos animais certa sabedoria instintiva [Jó 35:11; Pro. 30:24-28]). O homem aprende pela observação dos materiais da criação de Deus, e por trabalhar com eles. Tal sabedoria pode variar em tipo e em amplitude. O vocábulo grego sophía é amiúde aplicado à perícia em certa profissão ou ofício; à perícia e ao sólido critério administrativo nos campos governamentais e comerciais; ou ao conhecimento extensivo em determinado campo da ciência ou da pesquisa humanas. Similarmente, os termos hebraicos hhokhmáh e hhakhám são empregados para descrever a ‘perícia’ dos marujos e dos calafates de navios (Eze. 27:8, 9; compare com Salmo 107:23, 27), e dos trabalhadores em pedra e em madeira (1 Crô. 22:15), e a sabedoria e a perícia de outros artífices, alguns possuindo grande talento numa ampla variedade de ofícios. (1 Reis 7:14; 2 Crô. 2:7, 13, 14) Tais termos até mesmo descrevem o perito esculpidor de imagens ou fabricante de ídolos. (Isa. 40:20; Jer. 10:3-9) A prática arguciosa do mundo dos negócios é uma forma de sabedoria. — Eze. 28:4, 5.

É possível demonstrar-se toda essa sabedoria mesmo que seus possuidores não disponham da sabedoria espiritual, advogada especialmente pelas Escrituras. Todavia, o espírito de Deus pode ressaltar alguns destes tipos de sabedoria nos casos em que são úteis para a realização de Seu propósito. Seu espírito ativou os que construíam o tabernáculo e seu equipamento, e que teciam as vestes sacerdotais —  tanto homens como mulheres — enchendo-os ‘tanto de sabedoria como de entendimento’. Desta forma, eles não só entenderam o que era desejado, e os meios de realizar tal trabalho, mas também demonstraram o talento, os dotes artísticos, a visão e o critério necessários para projetar e produzir obras esplêndidas. — Êxo. 28:3; 31:3-6; 35:10, 25, 26, 31, 35; 36:1, 2, 4, 8.

Homens sábios da antiguidade

José, com a ajuda do espírito de Deus, demonstrou tamanha discrição e sabedoria que o Faraó que então governava o Egito fez dele o seu primeiro ministro. (Gên. 41:38-41; Atos 7:9, 10) “Moisés foi instruído em toda a sabedoria dos egípcios”, e era “poderoso nas suas palavras e ações” até mesmo antes de Deus o tornar o Seu porta-voz. Mas esta sabedoria e capacidade humanas não habilitaram Moisés para o propósito de Deus. Depois de sua primeira tentativa (por volta dos 40 anos) de trazer alívio a seus irmãos israelitas, Moisés teve de esperar outros quarenta anos antes de Deus o enviar, como homem espiritualmente sábio, para liderar Israel para fora do Egito. — Atos 7:22-36; compare com Deuteronômio 34:9.

Salomão já era um homem sábio antes de passar a exercer a plena realeza (1 Reis 2:1, 6, 9), todavia, reconheceu-se humildemente, em oração a Jeová, como sendo “apenas um rapazinho”, buscando a Sua ajuda para julgar o povo de Deus e sendo galardoado com “um coração sábio e entendido”, sem par entre os reis de Judá. (1 Reis 3:7-12) Sua sabedoria ultrapassou a famosa sabedoria dos orientais e do Egito, fazendo de Jerusalém um lugar para o qual os monarcas ou seus representantes viajavam, a fim de aprenderem do rei de Judá. (1 Reis 4:29-34; 10:1-9, 23-25) Certas mulheres dos tempos antigos também se destacaram por sua sabedoria. — 2 Sam. 14:1-20; 20:16-22; compare com Juízes 5:28, 29.

A qualidade vã de grande parte da sabedoria humana

Salomão verificou que, ao passo que tal sabedoria humana produzia variados prazeres e a proficiência que trazia a riqueza material, ela não podia trazer verdadeira felicidade ou satisfação duradoura. O sábio morria juntamente com o estúpido, não sabendo o que seria feito de seus bens, e sua sabedoria humana cessava no túmulo. (Ecl. 2:3-11, 16, 18-21; 4:4; 9:10; compare com Salmo 49:10.) Até mesmo em vida, “o tempo e o imprevisto” talvez trouxessem súbita calamidade, deixando o sábio sem até mesmo tais necessidades básicas como o alimento. (Ecl. 9:11, 12) O homem, por sua própria sabedoria, jamais poderia descobrir “o trabalho do verdadeiro Deus”, jamais poderia obter sólido conhecimento de como equacionar os mais elevados problemas do homem. — Ecl. 8:16, 17; compare com Jó, capítulo 28.

Salomão não afirma que a sabedoria humana é totalmente desprovida de valor. Comparada com a mera tolice, que ele também investigou, a vantagem da sabedoria sobre a tolice é como a da ‘luz sobre a escuridão’. Pois os olhos do sábio ‘estão na sua cabeça’, servindo às suas faculdades intelectuais, as quais, por sua vez, nutrem o coração, ao passo que os olhos do estúpido não vêem com ponderado discernimento. (Ecl. 2:12-14; compare com Provérbios 17:24; Mateus 6:22, 23.) A sabedoria é uma proteção de maior valor do que o dinheiro. (Ecl. 7:11, 12) Mas Salomão mostrou que seu valor era totalmente relativo, dependendo inteiramente de sua conformidade com a sabedoria e o propósito de Deus. (Ecl. 2:24; 3:11-15, 17; 8:12, 13; 9:1) Alguém pode exceder-se em esforçar-se a demonstrar sabedoria, empenhando-se além dos limites de sua capacidade imperfeita, num proceder autodestrutivo. (Ecl. 7:16; compare com 12:12.) Mas, por servir de modo obediente a seu Criador e contentar-se com o alimento, a bebida e o bem que seu trabalho árduo lhe traga, Deus lhe dará a necessária “sabedoria, e conhecimento, e alegria”. — Ecl. 2:24-26; 12:13.

”A sabedoria do mundo” versus a sabedoria do segredo sagrado de Deus

No primeiro século EC, os gregos eram especialmente renomados por sua cultura e seu conhecimento acumulado, por suas escolas e seus grupos filosóficos. Foi provavelmente por este motivo que Paulo teceu um paralelo entre os ‘gregos e os bárbaros’ e os ‘sábios e os insensatos’. (Rom. 1:14) Paulo sublinhou fortemente aos cristãos em Corinto, Grécia, que o cristianismo não dependia, nem era caracterizado, pela “sabedoria [sophían] do mundo” (1 Cor. 1:20), isto é, o mundo da humanidade alienada de Deus. (Veja Mundo [O mundo alienado de Deus].) Não era o caso de que, entre as múltiplas facetas da sabedoria do mundo, não existia nada de útil ou de benéfico, pois Paulo às vezes utilizou na fabricação de tendas a perícia que adquirira, e também, vez por outra, citou as obras literárias de autores mundanos para ilustrar certos pontos da verdade. (Atos 18:2, 3; 17:28, 29; Tito 1:12) Mas a perspectiva geral, os métodos, os padrões e os alvos do mundo — sua filosofia — não estavam em harmonia com a verdade, eram contrários à ‘sabedoria de Deus no segredo sagrado’

Assim o mundo, em sua sabedoria, rejeitou a provisão de Deus mediante Cristo como sendo tolice; seus governantes, embora possam ter sido administradores capazes e judiciosos, até mesmo ‘pregaram o glorioso Senhor numa estaca’. (1 Cor. 1:18; 2:7, 8) Deus, porém, por sua vez, provava “então ser tolice a sabedoria dos sábios segundo o mundo, envergonhando seus sábios por empregar o que eles consideravam “uma coisa tola de Deus”, bem como pessoas que eles julgavam ‘tolas, fracas e ignóbeis’, para realizar Seu invencível propósito. (1 Cor 1:19-28) Paulo recordou aos cristãos coríntios que “a sabedoria deste sistema de coisas, [e] a dos governantes deste sistema de coisas” seria reduzida a nada; por isso, tal sabedoria não era parte da mensagem espiritual do apóstolo. (1 Cor. 2:6, 13) Ele admoestou os cristãos em Colossos para não serem enlaçados pela “filosofia [philosophías, literalmente, “amor â sabedoria”] e . . . vão engano, segundo a tradição de homens”. — Col. 2:8: compare com os versículos 20-23.

Assim sendo, não importa quanto da sabedoria do mundo a pessoa talvez possua em virtude de sua perícia em ofícios, sua argúcia no comércio, sua capacidade administrativa, ou erudição científica ou filosófica, a regra era: “Se alguém entre vós pensar que é sábio neste sistema de coisas, torne-se ele tolo, para que se torne sábio.” (1 Cor. 3:18) Devia orgulhar-se apenas de ‘ter perspicácia e de ter conhecimento de Jeová, Aquele que usa de benevolência, de juízo e de justiça na terra’, pois é disto que Jeová se agrada. — Jer. 9:23, 24; 1 Cor. 1:31; 3:19-23

Travar a guerra espiritual

O apóstolo Paulo confiava na sabedoria piedosa para travar uma guerra espiritual contra qualquer pessoa que ameaçasse perverter as congregações cristãs, tais como a de Corinto. (1 Cor. 5:6, 7, 13; 2 Cor. 10:3-6; compare com 6:7.) Ele sabia que a “sabedoria é melhor do que os apetrechos para a peleja, e um único pecador pode destruir-lá muito bem”. (Ecl. 9:18; 7:19) Sua referência a “demolir as coisas fortemente entrincheiradas” (2 Cor. 10:4) corresponde à idéia da tradução, feita pela Septuaginta grega, de parte de Provérbios 21:21 Paulo estava a par da tendência humana de dar atenção primária aos que possuem modos impressionantes, óbvio talento ou forte personalidade e linguagem; ele sabia que a ‘linguagem serena dum homem sábio dotado de poucas riquezas materiais’ é amiúde ignorada em favor dos que dão demonstração de maior poderio. (Compare com Eclesiastes 9:13-17.) Até mesmo Jesus, que não dispunha da riqueza e da posição terrestres possuídas por Salomão, mas que era dotado de sabedoria amplamente superior, foi muito pouco respeitado e recebeu pouca atenção por parte dos governantes e do povo. — Compare com Mateus 12:42; 13:54-58; Isaías 52:13-15; 53:1-3.

ADQUIRIR A VERDADEIRA SABEDORIA

O provérbio aconselha: “Compra a própria verdade e não a vendas — sabedoria, e disciplina, e compreensão [entendimento].” (Pro. 23:23) Jeová, a Fonte da verdadeira sabedoria, a concede generosamente aos que, com sinceridade, a buscam, a pedem em fé, demonstrando salutar temor reverente por Ele. (Pro. 2:1-7; Tia. 1:5-8) Mas quem a busca precisa gastar tempo estudando a Palavra de Deus, aprender os Seus mandamentos, leis, advertências e conselho, considerar a história dos atos e feitos de Deus, e então aplicá-los em sua própria vida. (Deut. 4:5, 6; Sal. 19:7; 107:43; 119:98-101; Pro. 10:8; compare com 2 Timóteo 3:15-17.) Ele compra sabiamente o tempo oportuno, não agindo desarrazoadamente numa época iníqua, mas “percebendo qual é a vontade de Jeová”. (Efé. 5:15-20; Col. 4:5, 6) Tem de desenvolver firme fé e convicção inabalável de que o poder de Deus é invencível, que Sua vontade certamente será bem-sucedida, e que são seguras a Sua capacidade e Sua promessa de recompensar a fidelidade (Heb. 11:1, 6; 1 Cor. 15:13, 14, 19) Somente deste modo é que a pessoa pode fazer decisões acertadas quanto a seu proceder na vida, e não ser dominada pelo medo, pela ganância, pelo desejo imoral, e por outras emoções prejudiciais. — Pro. 2:6-16; 3:21-26; 8:34-36; 13:14; 24:13, 14; Isa. 33:2, 6

O coração é mais importante do que a mente

A inteligência é, obviamente, um fator principal na sabedoria, todavia, o coração, que se relaciona de forma destacada com a motivação e a afeição, é evidentemente um fator mais importante na obtenção da verdadeira sabedoria. (Sal. 49:3, 4; Pro. 14:33) O servo de o Deus deseja obter “pura sabedoria” em seu “segredo do íntimo”, ter a motivação sábia ao planejar seu proceder de vida. (Compare com Salmo 51:6, 10; 90:12.) “O coração do sábio está à sua direita [isto é, pronto a ajudá-lo e a protegê-lo em momentos críticos (compare com Salmo 16:8; 109:31)], mas o coração do estúpido está à sua esquerda [deixando de lhe proporcionar a boa motivação necessária].” (Ecl. 10:2, 3; compare com Provérbios 17:16; Romanos 1:21,  22.) A pessoa verdadeiramente sábia treina e disciplina seu coração para lhe dar a motivação correta (Pro. 23:15, 16, 19; 28:26); é como se ela tivesse escrito os mandamentos e a lei justos ‘na tábua do seu coração’. — Pro. 7:1-3; 2:2, 10.

A experiência e a associação corretas

A experiência contribui mensuravelmente para a sabedoria. Até mesmo Jesus cresceu em sabedoria no decorrer dos anos de sua infância. (Luc. 2:52) Moisés designou como maiorais homens que eram “sábios, e discretos, e experientes”. (Deut. 1:13-15) Ao passo que a pessoa deriva certa medida de sabedoria por sofrer castigo ou observar outros recebê-lo (Pro. 21:11), um modo superior e que economiza tempo para se alcançar sabedoria é tirar proveito e aprender da experiência dos que já são sábios, preferindo a companhia deles à dos “inexperientes”. (Pro. 9:1-6; 13:20; 22:17, 18; compare com 2 Crônicas 9:7.) As pessoas mais idosas têm maior probabilidade de possuir tal sabedoria, em especial as que manifestam o espírito de Deus. (Jó 32:7-9) Isto foi notavelmente ilustrado por ocasião da realeza de Roboão. (1 Reis 12:5-16) Não obstante, “melhor é o filho necessitado, mas sábio [falando-se em sentido relativo], do que um rei velho, mas estúpido, que não veio saber o bastante para ser ainda avisado”. — Ecl. 4:13-15.

As portas da cidade (amiúde possuindo praças públicas adjacentes) eram locais em que os anciãos forneciam sábios conselhos e rendiam sábias decisões judiciais. (Compare com Provérbios 1:20, 21; 8:1-3.) A voz dos tolos usualmente não era ouvida em tal atmosfera (quer em se solicitar sabedoria, quer em oferecê-la), sua palra sendo ouvida em outras partes. (Pro. 24:7) Embora associar-se com sábios resulte em disciplina e em ocasional censura, isto é muito melhor do que o canto e o riso do estúpido. (Ecl. 7:5, 6) Aquele que se isola, buscando seu próprio conceito estreito e restrito de vida, e seus próprios desejos egoístas, por fim acaba saindo pela tangente, contrário a toda sabedoria prática. — Pro. 18:1.

Revelada na conduta e na linguagem pessoais

Provérbios 11:2 declara que “a sabedoria está com os modestos”; Tiago fala da “brandura que pertence à sabedoria”. (Tia. 3:13) O ciúme e a contenda, a jactância e a teimosia, expõem a pessoa como carente da verdadeira sabedoria, como sendo antes guiada pela sabedoria que é “terrena, animalesca, demoníaca”. A verdadeira sabedoria é “pacífica, razoável, pronta para obedecer”. (Tia. 3:13-18) “A verga dá altivez está na boca do tolo, mas os próprios lábios dos sábios os guardarão.” Eles sabiamente se restringem da linguagem presunçosa, dura ou impetuosa. (Pro. 14:3; 17:27, 28; Ecl. 10:12-14) Da língua e dos lábios dos sábios emana a linguagem refletida, curativa, agradável e proveitosa (Pro. 12:18; 16:21; Ecl. 12:9-11; Col. 3:15, 16), e, em vez de atiçar dificuldades, procuram trazer a calma e ‘ganhar almas’ pela sábia persuasão. — Pro. 11:30; 15:1-7; 16:21-23; 29:8.

Sabedoria na família

A sabedoria edifica uma casa familiar, não apenas um prédio, mas a família e sua vida bem-sucedida como uma unidade. (Pro. 24:3, 4; compare com Provérbios 3:19, 20; Salmo 104:5-24.) Os pais sábios não retêm a vara e a repreensão, mas, através da disciplina e do conselho, protegem os filhos da delinqüência. (Pro. 29:15) A esposa sábia contribui grandemente para o êxito e a felicidade da família. (Pro. 14:1; 31:26) Os filhos que se submetem sabiamente à disciplina parental trazem alegria e honra à família, sustentando sua boa reputação contra a calúnia ou acusações, e fornecem provas a outros da sabedoria e do treinamento dado por seus pais. — Pro. 10:1; 13:1; 15:20; 23:24, 25; 27:11.

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