Escute as palavras de Daniel para os nossos dias
“E ele prosseguiu, dizendo: ‘Vai, Daniel, porque as palavras são guardadas em segredo e seladas até o tempo do fim.’” — Dan. 12:9.
1. Quando se abririam ao entendimento humano as palavras do profeta Daniel, e por que nos devemos sentir especialmente privilegiados?
O PROFETA Daniel predisse os tempos momentosos em que vivemos agora. Os escritos proféticos de Daniel, ricos em significado profético para os nossos dias, são hoje para os cristãos fonte de força e de encorajamento. Podem sentir-se emocionados de ter as maravilhosas visões e profecias de Daniel para este “tempo do fim”. Sim, é dali que se originou o termo “tempo do fim” — dos escritos de Daniel. Daniel estava tão vivamente interessado no comprimento de suas profecias, que perguntou ao anjo de Deus sobre o assunto. O anjo disse-lhe que o cumprimento era segredo e ficaria selado até o “tempo do fim”, e é neste que nos encontramos agora. Quão emocionado se sentiria Daniel se pudesse viver hoje, quando seu livro de profecia é aberto ao entendimento humano! Quanto ele se alegraria e deleitaria de ter chegado a este tempo na Historia, para a culminação de suas palavras proféticas! Por isso deve deleitar-nos muito examinarmos as palavras de Daniel para os nossos dias, sentindo-nos especialmente privilegiados de compreender o que o próprio Daniel não pôde discernir. — Dan. 12:4, 8, 9.
2, 3. Como veio Daniel a estar em Babilônia, e à base de que sabia que ele e seus companheiros ficariam ali por muito tempo?
2 Quem era este profeta? Daniel escreveu a sua profecia na maior parte em Babilônia. Fora levado para lá pelo Rei Nabucodonosor, junto com outros selecionados para receberem treinamento especial para prestar serviço na corte do rei. Daniel fora acompanhado por Hananias, Misael e Azarias, mas Nabucodonosor mudou-lhes os nomes para os que conhecemos melhor: Sadraque, Mesaque e Abednego. Estes quatro jovens, da tribo de Judá, tinham provavelmente entre quatorze e dezoito anos de idade. — Dan. 1:1-7.
3 Eles eram escravos em Babilônia, e Daniel sabia que ficariam por muito tempo no exílio. Já estava lá antes da destruição de Jerusalém em 607 A. E. C. E ele sabia que, depois daquele evento, toda a terra de Judá jazeria desolada por setenta anos. Muito tempo para se estar longe da pátria! — Dan. 9:1, 2; Jer. 29:10.
VISÃO DO REINO DE DEUS JÁ ESTABELECIDO
4, 5. Que visões teve Daniel no primeiro ano de Belsazar, rei de Babilônia, e como descreveu ele a abertura da sessão do Tribunal no céu?
4 Os anos se passaram e já se aproximava o dia em que o brilho da potência mundial babilônica tinha de ser apagado para sempre. O trono do governo mundial era ocupado pelo último de sua dinastia de reis caldeus. Era o primeiro ano de Belsazar, rei de Babilônia. (Dan. 7:1-8) O sonho e as visões da própria cabeça de Daniel, que ele tinha na cama, naquele ano, tinham que ver com a ascensão e a queda de potências mundiais, simbolizadas por animais medonhos. Quando os olhos do profeta Daniel se desviaram do horrendo quarto animal, saído do mar, deu-se-lhe a visão duma cena celeste que é de interesse vital para os nossos dias:
5 “Eu estava observando até que se colocaram uns tronos e o Antigo de Dias se assentou. Sua vestimenta era branca como a neve e o cabelo de sua cabeça era como pura lã. Seu trono era chamas de fogo . . . De diante dele corria e saía um rio de fogo. Mil vezes mil lhe ministravam e dez mil vezes dez mil ficavam de pé logo diante dele. Assentou-se o Tribunal e abriram-se livros.” — Dan. 7:9, 10.
6. (a) Quem é o Antigo de Dias e quando tem seu cumprimento esta visão da abertura da sessão do Tribunal no céu? (b) Que livros são examinados pelo Juiz celestial, e por quê?
6 ‘Que visão maravilhosa! O Tribunal está em sessão no céu, e a cena se desenrola em nosso tempo, a partir do ano de 1914 E. C. Durante este tempo ocorre o julgamento das nações. Dentro em pouco, Jeová Deus passará a executar os governos e impérios nacionais representados pelos animais ferozes descritos por Daniel. O Antigo de Dias não é outro senão Jeová Deus. Desde o outono (segundo o hemisfério setentrional) de 1914 E. C., abriram-se os livros ou registros estabelecidos pelas nações durante os “sete tempos” de regência gentia. Os antecedentes animalescos são examinados pelo grande Juiz. Já se esgotaram “os tempos designados das nações”. (Luc. 21:24) As nações não merecem mais a concessão de soberania sobre a terra. Portanto, já chegou o tempo para o Herdeiro Permanente do Rei Davi ser empossado como rei, neste tempo momentoso da história.
7. (a) Por que nos podemos maravilhar da visão dos anjos em pé diante do Antigo de Dias? (b) Que encorajamento dá esta visão ao povo de Deus, especialmente aos superintendentes e servos ministeriais?
7 Imagine mentalmente todos aqueles anjos no céu de pé perante o Antigo de Dias — cem milhões deles — aguardando ouvir os seus decretos justos e se alegrar com eles. Podemos com toda a razão maravilhar-nos dos 100.000.000 de anjos de pé perante o Juiz Supremo. Pensando bem, uma assistência de um milhão de anjos já é estupenda. Quanta perícia requer lidar com tantos milhões! Como é que ele pode ver a todos e lidar com todos ao mesmo tempo? Como Jeová Deus consegue sozinho dirigir a todos estes anjos é além de nossa imaginação. Que grande e maravilhoso organizador! Lidar com cem milhões e designar a cada um a sua tarefa. Isto deve servir de forte encorajamento para os que hoje estão na organização visível de Jeová. O Grande Organizador pode ajudar a seu povo na organização da obra do Reino, e, além disso, podemos estar certos de que estes anjos ministrantes nos ajudarão em tempos de necessidade e nos auxiliarão na realização da obra de pregação do Reino. Colaboremos com estes anjos, nossos irmãos celestiais, que estão na presença do Antigo de Dias. — Pro. 16:3; Heb. 1:14.
8. A quem vê Daniel a seguir como obtendo acesso ao Antigo de Dias, e o que se dá a esse?
8 Mas, então, Daniel tem uma visão emocionante: “Continuei observando nas visões da noite e eis que aconteceu que chegou com as nuvens dos céus alguém semelhante a um filho de homem; e ele obteve acesso ao Antigo de Dias, e fizeram-no chegar perto perante Este. E foi-lhe dado domínio, e dignidade, e um reino, para que todos os povos, grupos nacionais e línguas o servissem. Seu domínio é um domínio de duração indefinida, que não passará, e seu reino é um que não será arruinado.” — Dan. 7:13, 14.
9. (a) Quem é identificado como “filho de homem”, e por que é isso apropriado? (b) Que tempo chegou, em harmonia com o que se predisse nos Salmos?
9 Quem é este que está sendo apresentado no Tribunal Divino? É “alguém semelhante a um filho de homem”. Mas, não se trata de uma cena celeste? Sim, mas o termo “filho de homem”, aqui, apontava para o tempo em que este Filho celeste de Deus se tornaria homem na terra e ficaria conhecido como Jesus Cristo. Agora ele já foi enaltecido à glória celeste, mas ainda retém o título “filho de homem”, que mereceu pelo seu proceder fiel na terra. Aqui, nesta visão, Daniel viu o “Filho do homem”, o Senhor Jesus Cristo. (Mat. 25:31) Por fim chegara o tempo para ele comparecer perante o Antigo de Dias e pedir as coisas que lhe cabiam segundo o pacto para o reino sobre toda a terra. (Sal. 110:1-6) Toda a evidência, visível e espiritual, prova que Jesus Cristo recebeu ‘as nações por sua herança e os confins da terra por sua propriedade’, em cumprimento da visão de Daniel. (Sal. 2:8) Que tempo emocionante para se viver, agora que Jesus Cristo recebeu o poder do Reino e rege como Rei!
PROVA NA QUESTÃO DA ADORAÇÃO
10. Que questão confronta especialmente os cristãos hoje em dia, e o exemplo de quem possuem para ajudá-los a enfrentá-la?
10 Com o estabelecimento do reino de Deus nos céus, é crítica a questão que confronta todos os professos cristãos: A quem adorarão? A Jeová, o Altíssimo, que rege como Rei por meio de seu Filho, ou a deuses e imagens feitos pelos homens? (Rev. 11:15, 17; 13:11-18) Para ajudar os cristãos na sua determinação de nunca se entregarem à adoração idólatra há o exemplo da fidelidade dos três companheiros de Daniel, Sadraque, Mesaque e Abednego. Embora ainda fossem escravos, foram designados para exercerem a administração do distrito jurisdicional de Babilônia. Assim como todos os servos de Jeová, por fim, precisam enfrentar provas de fé, Satanás estava manobrando a situação para que estas testemunhas fiéis de Jeová ficassem em conflito direto com o rei na questão da adoração.
11, 12. (a) Que imagem erigiu o Rei Nabucodonosor, e qual talvez tenha sido seu objetivo? (b) Que proclamação fez o arauto real?
11 O Rei Nabucodonosor mandara fazer uma grande imagem de ouro. (Dan. 3:1-3) Ela tinha a altura de cêrca de nove andares e a espessura de uns 2,7 metros. Ele começou, então, a convocar os prefeitos e os governadores, os conselheiros, os tesoureiros, os juízes, os magistrados policiais e todos os administradores dos distritos jurisdicionais para a inauguração da imagem. Mas, por que mandara o rei fazer uma imagem de ouro tão dispendiosa? Ora, a história registra que o Rei Nabucodonosor era extremamente religioso, tanto assim que os anais de Babilônia dão mais atenção às suas façanhas na religião e na adoração dos deuses de Babilônia do que às suas operações militares. E lá, na planície de Dura, este rei de mentalidade religiosa, sem dúvida, quis unir o império mundial em adoração. Na Bíblia não se dá nome a esta imagem; no entanto, pode ter sido erigida em honra do deus favorito do rei — Marduque. Talvez com o objetivo de dar a todos uma disposição religiosa de espírito, o rei providenciou que se tocasse uma espécie de música. Às ordens do rei, o arauto real clamou em voz alta:
12 “Diz-se a vós, ó povos, grupos nacionais e línguas, que, quando ouvirdes o som da buzina, do pífaro, da cítara, da harpa triangular, do instrumento de cordas, da gaita de foles e de toda sorte de instrumentos musicais, vos prostreis e adoreis a imagem de ouro erigida por Nabucodonosor, o rei. E quem não se prostrar e não adorar, será no mesmo instante lançado dentro da fornalha de fogo ardente.” — Dan. 3:4-6.
13. Explique como os três hebreus foram obedientes ao Estado até onde podiam.
13 Os três hebreus, obedientes à ordem do rei, de se reunir, compareceram à planície de Dura. Mas, o que fariam os três companheiros de Daniel? Foram até onde podiam, reunindo-se com os outros — mas recusaram-se a curvar-se! Nabucodonosor quis tanto ter uma participação de cem por cento neste culto, e lá estavam aqueles três homens negando-se a participar!
14. (a) Por que enfrenta o povo de Jeová uma situação similar em nossos dias? (b) Por que se espera que o Diabo recorra a medidas drásticas em nossos dias, assim como no caso dos três hebreus?
14 Hoje em dia, os servos fiéis de Jeová enfrentam uma situação similar. O décimo terceiro capítulo de Revelação, após a consideração do estabelecimento do reino celestial de Deus no capítulo anterior, fala sobre a adoração da “fera” e da “imagem” da fera, e como esta adoração idólatra será imposta à toda a terra habitada, sob um pretexto ou outro. Portanto, a questão é hoje a mesma: Praticar-se-á a adoração de Jeová Deus ou de deuses falsos? E o objetivo do Diabo é hoje o mesmo que antigamente: Ele procura obrigar a todos a participar na idolatria, sob a ameaça de perderem o emprego e a vida. O Diabo usa medidas extremas, drásticas, sendo que em Revelação 12:17 se faz referência a estes esforços diabólicos, dizendo-nos que o dragão simbólico vai para travar guerra contra os verdadeiros seguidores de Jesus Cristo.
15. Mostre de que maneira a questão da adoração é uma das grandes questões dos tempos modernos; e que encorajamento temos para sermos fiéis a Deus?
15 Esta questão acesa da adoração confrontou as testemunhas de Jeová há trinta anos atrás, na Alemanha nazista. Todo aquele que não aclamava Hitler com o braço erguido para a suástica era enviado a um campo de concentração, para sofrer tratamento brutal. Atualmente, atrás da Cortina de Ferro, o Estado proíbe a pregação das boas novas do reino estabelecido de Deus, quer feita oralmente, quer em forma impressa. Durante os anos, milhares de testemunhas cristãs de Jeová foram encarceradas porque se negaram a se curvar diante das demandas ímpias do estado comunista, de pararem com a pregação das boas novas. Em muitas terras tem surgido a questão do nacionalismo, sendo que o Estado demanda a adoração que pertence só a Deus. Para ajudar os cristãos nestes tempos críticos, eles têm o bom exemplo dos três hebreus fiéis, que deram devoção exclusiva a Jeová, apesar das ameaças mais terríveis.
16, 17. Como reagiu Nabucodonosor quando ouviu que os três hebreus se negaram a adorar a imagem do ouro?
16 Igual a alguns governantes ou autoridades hoje em dia, que querem que todos os cidadãos se curvem na adoração do Estado ou de seus deuses religiosos, quando Nabucodonosor ouviu que Sadraque, Mesaque e Abednego não se curvavam, ele ficou furioso e ordenou uma investigação. Por isso foram levados perante ele. Pode imaginar-se de pé diante do enfurecido rei da Terceira Potência Mundial, quando este pergunta: “É realmente assim, ó Sadraque, Mesaque e Abednego, que não servis os meus próprios deuses e que não adorais a imagem de ouro que erigi?” (Dan. 3:13, 14) Estes homens eram excelentes servos em tudo o mais. Por que saíram agora da linha e não fizeram esta coisa pequena? ‘Só precisam curvar-se, é tudo o que lhes peço.’ Nabucodonosor estava disposto a dar-lhes outra chance:
17 “Agora, se estiverdes prontos, de modo que, ao ouvirdes o som da buzina, do pífaro, da cítara, da harpa triangular, do instrumento de cordas, e da gaita de foles e de toda sorte de instrumentos musicais, vos prostreis e adoreis a imagem que fiz, muito bem. Mas, se não adorardes, no mesmo instante sereis lançados dentro da fornalha de fogo ardente. E quem é esse Deus que vos pode salvar das minhas mãos?” — Dan. 3:15.
O PROVEITO DA DECISÃO ANTECIPADA
18. Por que não precisavam os três hebreus de tempo para decidir seu proceder, e o que responderam ao rei?
18 Não levou muito para estes homens se decidirem. Sua decisão já estava tomada. Sabiam, desde a sua juventude, a quem serviriam. Sadraque, Mesaque e Abednego responderam sem hesitação: “Ó Nabucodonosor, neste respeito não temos necessidade de te replicar qualquer palavra. Se for preciso, nosso Deus, a quem servimos, poderá salvar-nos. Ele nos salvará da fornalha de fogo ardente e da tua mão, ó rei. Mas, se não, seja do teu conhecimento, ó rei, que não é a teus deuses que serviremos e que não é a tua imagem de ouro que erigiste que adoraremos.” — Dan. 3:16-18.
19. (a) O que devem hoje fazer os cristãos que querem passar a prova da integridade? (b) Que recurso se apresenta hoje a nós amiúde, que não havia para os três hebreus? (c) Que exemplo hodierno de fidelidade semelhante à dos três hebreus temos?
19 O que se ordenara a estes homens fazer era obviamente adoração. Nos nossos dias, a questão não é tão clara, tão bem definida, mas existe em alguma forma. A fim de passarem a prova fielmente em nossos dias, os verdadeiros cristãos devem igualmente decidir seu proceder de antemão. Qual é a sua posição com respeito às imagens do Estado e os hinos que elogiam nações? Os três hebreus fiéis tiveram de comparecer perante a imagem de Nabucodonosor, mas hoje em dia, os cristãos dedicados podem muitas vezes tomar medidas para evitar que fiquem em situação difícil. Todavia, quando esta não pode ser evitada e os servos de Deus se vêem confrontados com a escolha entre a idolatria e a fidelidade a Jeová, os verdadeiros cristãos precisam ser tão intransigentes como Sadraque, Mesaque e Abednego, não importa quão terrível seja a ameaça, se se negarem a curvar-se em transigência para com outros deuses. Em certo país africano, há alguns anos atrás, um grande grupo de cristãos estava pacificamente reunido em congresso, quando entraram soldados armados e os levaram a um cercado do governo, para ali serem espancados, insultados e torturados até que concordassem em fazer continência diante dum emblema do Estado. Parecia que a questão era fazer a continência ou morrer! Os que se mantiveram firmes, confiando em Jeová, foram ricamente abençoados por ele. Foram libertos dos atormentadores, assim como se deu com as testemunhas fiéis de Jeová nos dias de Daniel. — Êxo. 20:4, 5; 1 Cor. 10:14.
20. O que aconteceu depois de os três hebreus terem sido lançados na fornalha de fogo ardente?
20 Depois que aqueles hebreus haviam sido lançados vivos na fornalha de fogo ardente, Nabucodonosor viu algo amedrontador. De fato, Daniel conta que Nabucodonosor se levantou depressa e disse aos seus funcionários reais: “Não foram três os varões vigorosos que lançamos amarrados no meio do fogo? . . . Eis que estou vendo quatro varões vigorosos andando livres no meio do fogo e sem nenhum dano para eles, e a aparência do quarto é semelhante a de um filho dos deuses.” (Dan. 3:24, 25) Chegou então o mais perto que pôde da porta da fornalha de fogo ardente e chamou: “Sadraque, Mesaque e Abednego, vós servos do Deus Altíssimo, saí e vinde para cá!” — Dan. 3:26.
21. De que modo resultou a fidelidade dos três hebreus num grande testemunho para todos os espectadores?
21 Quando saíram, todos puderam ver que o fogo não tivera poder sobre os seus corpos e que nenhum cabelo da sua cabeça fora chamuscado, e até mesmo a sua roupa — ora, não havia nela nem mesmo o cheiro do fogo! Sua fidelidade sob prova resultou em ser um grande testemunho para todos os espectadores lá naquele tempo, e até mesmo para o rei, o qual, evidentemente abalado por esta experiência, foi induzido a dizer: “Bendito seja o Deus de Sadraque, Mesaque e Abednego, que enviou seu anjo e salvou seus servos que confiaram nele, e que mudaram a própria palavra do rei e entregaram seus corpos, porque não quiseram servir e não quiseram adorar nenhum deus exceto o seu próprio Deus. . . . não há outro deus que possa livrar assim como este.” — Dan. 3:28, 29.
22. (a) Mostre de que modo a questão básica é hoje a mesma que nos dias de Daniel. (b) Qual é o proceder sábio a adotar, visto que a maioria dos servos de Deus terão de passar por provas?
22 Iguais a estes homens, as testemunhas de Jeová, hoje em dia, não podem transigir. Em alguns países precisam pregar às ocultas as boas novas do Reino. Em outros se reúnem secretamente para se fortalecerem para a obra adiante. Embora sejam cristãos que acatam a lei, quando confrontados diretamente com alguma questão que envolve a integridade a Jeová, não podem curvar-se diante do capricho ou dos ditames de regentes nacionalistas. O povo de Jeová, atualmente, se vê confrontado com a mesma questão como a no tempo de Daniel: ‘A quem é que adora?’ Tais provas virão mais cedo ou mais tarde sobre a maioria dos servos de Deus, e, dos que tiverem feito resolutamente sua decisão com antecedência, pode-se esperar que se mostrem fiéis. Melhor é fazer essa decisão agora, do que adiá-la até que se veja confrontado com alguma prova. Quão oportuno é o registro sobre o proceder destes homens fiéis da antiguidade! Quão encorajador é hoje para os servos fiéis de Deus ver o resultado provido por Jeová Deus para os que se negam a adorar outros deuses!
SONHO PROFÉTICO DA ÁRVORE
23. Que sonho teve Nabucodonosor mais de oito anos antes de morrer, e o que disse Daniel na interpretação?
23 Certa noite, Nabucodonosor, mais de oito anos antes de morrer, teve um sonho amedrontador. Quando todos os sacerdotes-magos de Babilônia não puderam dar-lhe a interpretação, convocou-se Daniel à presença imperial, e o poderoso regente mundial lhe disse: “Dize-me as visões do meu sonho que vi e a sua interpretação.” (Dan. 4:9) O sonho era a respeito duma imensa árvore que um anjo do céu mandara cortar. O toco dela foi cintado com ferro e cobre e teve de ficar assim entre a relva do campo até que passassem sobre ele “sete tempos”. O anjo na visão dissera: “Mude-se-lhe o coração daquele do gênero humano e dê-se-lhe um coração de animal, e passem sobre ele sete tempos.” Mas, qual era o significado deste sonho? Mostraria a sua interpretação ser igualmente amedrontadora para o Rei Nabucodonosor? Escute as palavras de Daniel: “A árvore que viste . . . és tu, ó rei.” — Dan. 4:10-22.
24, 25. (a) O que havia de acontecer a Nabucodonosor, e por quê? (b) Em que ocasião se cumpriu nele o sonho da árvore, e como?
24 Imagine como isso deve ter aumentado o interesse de Nabucodonosor, ao passo que escutava atentamente a explicação seguida de Daniel. Daniel revelou que ele havia de ser expulso de seu trono para o campo, para comer capim, como os touros. Mas, igual àquele toco de árvore cintado com duas bandas, seu reino lhe seria preservado até que tivesse passado “sete tempos” em tal estado degradado. Somente então lhe voltaria o juízo e ele se veria obrigado a confessar que o Deus Altíssimo rege como supremo e dá o reino da humanidade a quem Ele quiser dá-lo. Um ano depois, o sonho cumpriu-se em Nabucodonosor enquanto ele andava sobre o seu palácio real, olhando para a cidade magnífica e para uma das “Sete Maravilhas do Mundo Antigo”, os jardins suspensos de Babilônia. Quão enaltecido se sentiu ao observar toda essa glória! Disse jactanciosamente: “Não é esta Babilônia, a Grande, que eu mesmo construí para a casa real com o poderio da minha potência e para a dignidade da minha majestade?” — Dan. 4:29, 30.
25 Nabucodonosor mal acabava de falar estas palavras, quando uma voz do céu anunciou que se cumpriria nele então o sonho da árvore! Naquele mesmo instante foi tomado de loucura e saiu ao campo para comer capim como um touro e ficar ali por sete anos. Ao fim daquele período voltou-lhe o entendimento, e ele deu então louvor ao Deus Altíssimo, em vez de dá-lo a si mesmo. Aquele sonho e seu cumprimento direto em Nabucodonosor foram proféticos, estendendo-se até o século vinte.
26. (a) Com a destruição de Jerusalém em 607 A. E. C., que transferência de domínio ocorreu? (b) O que foi representado pela árvore e pelo toco cintado?
26 Quando Nabucodonosor destruiu o reino típico de Israel, de Deus, houve uma transferência do domínio para a vitoriosa potência mundial gentia. Os governos gentios haviam de reger a terra, então, sem qualquer interferência da parte do reino de Jeová Deus, nem mesmo de modo típico, até que se passassem “sete tempos”. A árvore, que representava o domínio mundial exercido pelo reino de Deus, foi cintada e seu toco deixado no solo. Isto simbolizava que Aquele que originalmente exercia domínio mundial não o abandonaria para sempre. Ser o toco cintado assegurava que a árvore não estava morta e que seu toco se destinava a brotar novamente.
27. (a) O ‘que foi simbolizado pela conduta demente de Nabucodonosor? (b) O que mostram as Escrituras sobre quanto tempo duraram os sete tempos proféticos, estendendo-se até que período?
27 Em sentido profético, o reino de Deus permaneceria durante os “sete tempos” de regência gentia em condição rebaixada, como aquele toco de árvore. A conduta demente, animalesca, de Nabucodonosor durante o período de sete anos literais que se passaram para ele representava que os governantes gentios se comportariam de maneira animalesca durante o tempo de seu domínio mundial. As Escrituras mostram que a duração dos “sete tempos” de regência gentia foram um período de 2.520 anos, estendendo-se desde 607 A. E. C. até 1914 E. C., sim, até o nosso século vinte!
28. O que ocorreu no fim dos sete tempos simbólicos, e por que permite Jeová que as nações ainda continuem por mais algum tempo?
28 Em 1914, Deus removeu as bandas em volta da árvore simbólica e suscitou o Senhor Jesus Cristo, revestindo-o do domínio mundial. O reino de Deus rege agora! É somente por causa da longanimidade de Jeová que as potências gentias ainda permanecem, pois, ele poderia ter eliminado as nações nos anos que se seguiram logo após o restabelecimento de seu reino. Quer o reconheçam quer não, as nações gentias regem hoje apenas pela tolerância de Deus. Jeová permite que continuem por mais alguns anos, para que as pessoas semelhantes a ovelhas, de todas as nações, possam sair deste sistema de coisas antes de seu fim no Arrnagedom.