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Filho (S) De DeusAjuda ao Entendimento da Bíblia
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haver outros dentre a família humana que obtêm a vida, mediante Cristo Jesus, e que são, não seus co-herdeiros e reis e sacerdotes associados, mas seus súditos, sobre os quais ele reina.— Compare com Mateus 25:34-40; Hebreus 2:10-12; Revelação 5:9, 10; 7:9, 10, 14-17; 20:4-9; 21:1-4.
Pode-se observar, também, que Tiago (1:18) fala destes “filhos de Deus”, gerados pelo espírito, como sendo “certas primícias” das criaturas de Deus, expressão similar à usada quanto aos “cento e quarenta e quatro mil” que são “comprados dentre a humanidade”, conforme descrito em Revelação 14:1-4. “Primícias” subentende que outros frutos se seguirão, e, assim, a “criação” de Romanos 8:19-22 se aplica, evidentemente, a tais ‘frutos posteriores’ ou ‘frutos secundários’ da humanidade que, por meio da fé em Cristo Jesus, obtêm por fim sua filiação na família universal de Deus.
Ao falar do futuro “sistema de coisas” e da “ressurreição dos mortos” para a vida naquele sistema, Jesus disse que eles se tornam “filhos de Deus por serem filhos da ressurreição”. — Luc. 20:34-36.
À base de todas as informações precedentes, pode-se ver que a ‘filiação’ dos humanos para com Deus é considerada de vários aspectos diferentes. Em cada caso, então, a filiação precisa ser encarada no contexto, a fim de se determinar o que abrange e qual a natureza exata da relação filial.
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Filho Do HomemAjuda ao Entendimento da Bíblia
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FILHO DO HOMEM
Em hebraico, trata-se mormente de uma tradução da expressão ben ’adhám. Ao invés de referir-se à pessoa de Adão, ‘adhám é aqui usada genericamente para “humanidade”, de modo que a expressão ben ’adhám significa, em essência, um filho da humanidade, um humano, ou um filho terreno. (Sal. 80:17; 146:3; Jer. 49:18, 33) Esta frase é amiúde empregada de forma paralela a outros termos hebraicos para “homem”, a saber, ’ish, que significa uma pessoa do sexo masculino (compare com Números 23:19; Jó 35:8; Jeremias 50:40) e ’enósh, um homem mortal. (Compare com Salmo 8:4; Isaías 51:12; 56:2.) No Salmo 144:3, o “filho do homem mortal” é ben ’enósh, ao passo que o equivalente aramaico (bar ’enásh) aparece em Daniel 7:13.
Em grego, a expressão é huiós toa anthrópou, a última parte da frase representando a palavra grega genérica para “homem” (ánthropos, da qual se deriva a palavra portuguesa “antropologia”).
Nas Escrituras Hebraicas, a ocorrência mais freqüente dessa expressão dá-se no livro de Ezequiel, onde por mais de noventa vezes Deus se dirige a Ezequiel como “filho do homem”. (Eze. 2:1, 3, 6, 8; etc.) O designativo assim empregado serve, pelo que parece, para sublinhar que o profeta é simplesmente uma pessoa terrena, assim destacando o contraste entre o porta-voz humano e a Fonte da mensagem, o Deus Altíssimo. O mesmo designativo é empregado para o profeta Daniel em Daniel 8:17.
CRISTO JESUS, O “FILHO DO HOMEM”
Nos relatos dos Evangelhos, tal expressão é encontrada cerca de oitenta vezes, aplicando-se em cada caso a Jesus Cristo, sendo utilizada por ele para referir-se a si mesmo. (Mat. 8:20; 9:6; 10:23; etc.) As ocorrências fora dos relatos dos Evangelhos acham-se em Atos 7:56; Hebreus 2:6; e Revelação 1:13; 14:14.
Aplicar Jesus esta expressão a si mesmo era clara evidência de que o Filho de Deus era então deveras uma criatura humana, tendo ‘se tornado carne’ (João 1:14), tendo ‘procedido duma mulher’, mediante sua concepção e seu nascimento da virgem judia, Maria. (Gál. 4:4; Luc. 1:34-36) Por isso, não havia simplesmente materializado um corpo humano, como os anjos haviam feito anteriormente (veja Anjo) , nem ‘encarnado’, mas era realmente um ‘filho da humanidade’, por meio de sua mãe humana. — Compare com 1 João 4:2, 3; 2 João 7.
Por esse motivo, o apóstolo Paulo podia aplicar o oitavo Salmo como sendo profético de Jesus Cristo. Em sua carta aos Hebreus (2:5-9), Paulo citou os versículos que rezavam: “Que é o homem mortal [’enóhsh] para que te lembres dele, e o filho do homem terreno (ben ’adhám] para que tomes conta dele? Também passaste a fazê-lo um pouco menor que os semelhantes a Deus [“um pouco menor que os anjos”, em Hebreus 2:7], e então o coroaste de glória e de esplendor. Tu o fazes dominar sobre os trabalhos das tuas mãos; puseste tudo debaixo de seus pés.” (Sal. 8:4-6; compare com Salmo 144:3.) Paulo mostra que, para cumprir este salmo profético, Jesus deveras se tornou “um pouco menor que os anjos”, tornando-se realmente um mortal “filho do homem terreno”, para que pudesse morrer como tal e, desta forma, “provasse a morte por todo homem”, sendo depois disso coroado de glória e esplendor por seu Pai, que o ressuscitou. — Heb. 2:8, 9; compare com o versículo 14; Filipenses 2:5-9.
O designativo “Filho do homem”, portanto, também serve para identificar Jesus Cristo como o grande Parente da humanidade, dispondo do poder de resgate para redimi-la da escravidão ao pecado e à morte, sendo também o grande Vingador de sangue. — Lev. 25:48, 49; Núm. 35:1-29; veja Resgatar, Resgatador; Resgate (Redenção) ; Vingador de Sangue.
Assim, ser Jesus chamado de “Filho de Davi” (Mat. 1:1; 9:27) sublinha ser ele o herdeiro do pacto do Reino a ser cumprido na linhagem de Davi; ser ele chamado “Filho do homem” traz à atenção que ele é da raça humana em virtude de seu nascimento carnal; ser ele chamado “Filho de Deus” sublinha que tem origem divina, não descendendo do pecador Adão, nem herdando deste a imperfeição, e como tendo uma posição plenamente justa perante Deus. — Mat. 16:13-17.
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