A semeadura das boas novas num mundo afligido pela guerra
“Desta esperança já ouvistes falar antes, por se contar a verdade daquelas boas novas que se vos apresentaram, assim como estão dando fruto e estão aumentando em todo o mundo.” — Col. 1:5, 6.
1. Que duas espécies de sementes semeiam-se no mundo inteiro, e quem faz isso?
HOJE em dia semeiam-se em todo o mundo duas espécies de sementes — a semente das boas novas de paz eterna e a semente da propaganda de guerra. Esta última semente é semeada pela maioria, enquanto que a primeira mencionada é semeada pela minoria.
2. (a) Que lei se aplica quanto ao que semeia, não só no campo da agricultura, mas também nos assuntos internacionais? (b) Que regra mencionada por Paulo se aplica com respeito a se lançarem as sementes das boas novas?
2 As nações armadas ocupam-se com a semeadura da preparação para a guerra. Tanto no campo da agricultura como no campo das relações internacionais, sempre resulta que aquilo que se semeia se reproduz, produzindo a sua própria espécie. Isto é assim desde que o primeiro homem se empenhou na lavoura. (Gên. 3:17-19; 4:1, 2; 1:11, 12; 9:20) Esta lei opera também implacavelmente na vida das nações. Em muitas nações, não apenas na do antigo Israel, tem-se mostrado verdadeira a profecia divina: “Continuem a semear vento e ceifarão o tufão.” (Osé. 8:7) Visto que a maioria dos homens está empenhada em semear a preparação para a guerra, que dizer da semente das boas novas pacíficas? Pode ela medrar e produzir fruto e aumento? Sim, porque se demonstrou vez após vez que a regra infalível é que “o que o homem semear, isso também ceifará”. (Gál. 6:7) O Criador do homem arranjou isso assim.
3. (a) Quando se iniciou esta obra de se semear a semente pacífica das boas novas? (b) Que decisão a respeito da semeadura temos de fazer neste século vinte, afligido pela guerra?
3 Os que hoje semeiam a semente das boas novas de paz duradoura realmente realizam uma obra que começou há dezenove séculos atrás. Realizam agora esta obra em tal escala, que não pode deixar de ser observada por todo o mundo. O que se deu com os semeadores lá no primeiro século de nossa Era Comum dá-se com os semeadores atuais, neste século vinte, afligido pela guerra. Os amantes da paz duradoura na terra devem estar interessados nisso. Mas, todos temos de decidir se queremos ser semeadores da propaganda de guerra ou semeadores das boas novas pacíficas. Nossa decisão determinará as conseqüências para nós.
4, 5. (a) Lá na década dos sessenta do primeiro século E. C., que desastre religiosamente chocante estava em formação? (b) Em vista de tal desastre, qual era a coisa mencionada por Jesus que daria consolo aos judeus que a aceitassem?
4 Durante a década dos anos sessenta do primeiro século E. C., o ambiente estava cheio de animosidade contra o Império Romano. Isto se dava especialmente no Oriente Médio, na província romana da Judéia. Fermentava ali a rebelião contra a ocupação e o domínio desta terra pelos exércitos romanos, sob um administrador romano, pagão. Aproximava-se o fim violento da cidade santa de Jerusalém. Esta cidade encontrava-se no seu tempo do fim como centro da adoração judaica. A geração dos judeus à qual o próprio Jesus Cristo se dirigiu durante o seu ministério público na terra era aquela da qual disse que não desapareceria até que Jerusalém e seu suntuoso templo fossem destruídos. (Mat. 24:34, 1-22) A história registra que esta destruição terrível ocorreu no ano pesaroso de 70 E. C. Havia alguma coisa que podia impedir que os judeus ficassem excessivamente pesarosos em vista de tal destruição religiosamente chocante? Sim, havia! Havia apenas uma coisa que podia consolar o coração judaico, desde que este coração judaico a aceitasse. De que se tratava? Jesus Cristo mencionou-a ao proferir a sua maravilhosa profecia a respeito da terminação do sistema judaico de coisas, lá no Oriente Médio. Ele falou sobre esta coisa animadora e alentadora depois de falar sobre as perseguições que sobreviriam aos seus discípulos fiéis. Ele disse:
5 “Mas, quem tiver perseverado até o fim é o que será salvo. E estas BOAS NOVAS do reino serão pregadas em toda a terra habitada, em testemunho a todas as nações; e então virá o fim.” — Mat. 24:13, 14.
6. Que espécie de novas proclamava Jesus e de que governo tratavam?
6 A destruição calamitosa de Jerusalém e de seu templo foi uma notícia confrangedora para os judeus em todo o mundo, que ainda consideravam esta cidade terrestre como seu centro religioso. Foi para eles a pior das notícias. Mas a informação que Jesus Cristo proclamava durante seu ministério terrestre era BOAS NOVAS, evangelho, a boa-nova! Mas boas novas de que reino? Não era o reino de que Jesus Cristo disse que se levantaria contra outro reino, ao mesmo tempo em que nação se levantaria contra nação, acompanhado por fomes, pestilências e terremotos num lugar após outro. Tratava-se do único reino que Jesus advogava e proclamava. Tratava-se daquele que mencionou na mesmíssima profecia, chamando-o de “reino dos céus”. (Mat. 24:7; 25:1) Ele predisse os sinais de sua proximidade, dizendo na mesma profecia: “Deste modo também vós, quando virdes estas coisas ocorrer, sabei que está próximo o reino de Deus.” — Luc. 21:10, 31.
7. (a) O que devia ser realizado pelos discípulos de Cristo antes da destruição de Jerusalém? (b) Por que não chocou os cristãos a destruição de Jerusalém, nem os deixou sem esperança?
7 Portanto, mesmo já antes da destruição da Jerusalém terrestre no ano 70 E. C., por causa de sua rebelião contra o Império Romano, “estas boas novas” do reino de Deus, do reino dos céus, deviam ser pregadas em toda a terra habitada, em testemunho a todas as nações, nações dentro e fora do Império Romano. Com que efeito? Ora, quando as legiões romanas destruíram Jerusalém e seu templo, isto não chocou os crentes cristãos em Deus, nem mesmo os judeus cristianizados. Eles realmente esperavam tal destruição. Os judeus cristianizados, em Jerusalém, e em todo o restante da província da Judéia, agiram segundo o conselho dado na profecia de Jesus; fugiram da Judéia e de Jerusalém o mais depressa possível, depois do cerco temporário de Jerusalém pelos exércitos romanos, no ano da revolta judaica, 66 E. C. (Mat. 24:15-22; Luc. 21:20-24; Mar. 13:14-20) Sabiam que a desolação da Judéia e de Jerusalém não significava a destruição do “reino dos céus”, “o reino de Deus”. Para eles, nenhuma cidade terrena representava mais o reino de Deus. Depositavam sua esperança no reino celestial de Deus, que havia de vir e no qual haviam de participar.
8. (a) Os cristãos tinham mais confiança em que governo, e como se mostrou isso, até o fim do primeiro século? (b) Para quem se estabeleceu assim um modelo de atividade?
8 A destruição de Jerusalém deu-lhes mais confiança do que nunca no verdadeiro reino messiânico de Deus. A evidência mostra que eles continuaram a proclamar as boas novas deste reino até o fim do primeiro século, apesar da perseguição ferrenha movida pelo Império Romano. O apóstolo cristão João, que morreu por volta do ano 100 E. C., recebeu a Revelação (Apocalipse, o último livro da Bíblia Sagrada), pouco antes de sua morte. No capítulo inicial, ele escreveu: “Eu, João, vosso irmão e compartilhador na tribulação, e no reino, e na perseverança em companhia de Jesus, vim a estar na ilha que se chama Patmos, por ter falado a respeito de Deus e ter dado testemunho de Jesus.” (Rev. 1:9) Até esta época, as “boas novas do reino” já haviam sido pregadas em toda a terra habitada, em testemunho a todas as nações, num alcance ainda maior do que estas boas novas haviam sido pregadas antes do fim de Jerusalém no ano 70 E. C. De modo que não falhou a profecia de Jesus a respeito da pregação mundial das boas novas do reino messiânico de Deus. Isto estabelece a norma para a pregação similar destas ‘boas novas do reino” na terminação do sistema de coisas em nosso tempo, ao qual a profecia de Jesus se aplica num sentido culminante.
“AUMENTANDO EM TODO O MUNDO”
9, 10. (a) Quem atestou que houve uma pregação mundial das boas novas antes da destruição de Jerusalém, e como? (b) Na sua carta aos colossenses, como se envolveu Paulo com uma congregação desconhecida?
9 Que a predita pregação das boas novas do reino foi realizada antes da destruição de Jerusalém em 70 E. C. já foi atestado até mesmo alguns anos antes desta calamidade judaica. Atestado por quem? Pelo apóstolo cristão Paulo. Por volta do ano 60 ou 61 E. C., ele se encontrava sob custódia romana numa casa particular em Roma e em cadeias. Durante os seus dois anos ou mais de prisão domiciliar, em Roma, ele escreveu cartas inspiradas às congregações cristãs na Grécia e na Ásia Menor. Uma destas cartas foi dirigida à congregação na cidade de Colossos, na Ásia Menor que se encontrava perto das cidades de Laodicéia e Hierápolis, onde também havia congregações cristãs. Estes lugares estão agora na Turquia moderna. O apóstolo Paulo enviou sua carta em nome de si mesmo e de Timóteo, co-missionário dele. Paulo não havia fundado a congregação de Colossos, e sua carta indica que nunca esteve lá. Mas, por intermédio de um concristão visitante, Paulo soube desta congregação colossense. Ficou tão emocionado com este relato que recebeu por intermédio de Epafras, que se sentiu induzido a escrever esta carta a cristãos desconhecidos a ele. Apresentou-se, dizendo:
10 “Agradecemos sempre a Deus, o Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, quando oramos por vós, pois ouvimos falar da vossa fé em conexão com Cristo Jesus e do amor que tendes por todos os santos, por causa da esperança que está sendo reservada para vós nos céus. Desta esperança já ouvistes falar antes, por se contar a verdade daquelas boas novas que se vos apresentaram, assim como estão dando fruto e estão aumentando em todo o mundo, do mesmo modo como se dá também entre vós, desde o dia em que ouvistes e aprendestes a conhecer [conhecestes de modo exato, NM ed. ingl. 1971] a benignidade imerecida de Deus em verdade. É isso o que aprendestes de Epafras, nosso amado co-escravo, que é ministro fiel do Cristo, da nossa parte, o qual nos expôs também o vosso amor em sentido espiritual.” — Col. 1:3-8.
11. (a) Que a referência é a uma pregação mundial é mostrado de que maneira em Colossenses 1:23? (b) Em que sentido era isso verdade até então quanto à pregação?
11 No tempo em que escreveu esta carta, Paulo, como missionário informado e muito viajado, atestou a pregação mundial das boas novas pelo que disse nesta introdução de sua carta. Ele escreveu a respeito de “contar a verdade daquelas boas novas que se vos apresentaram, assim como estão dando fruto e estão aumentando em todo o mundo”. (Col. 1:5, 6) Que ele se referia a uma pregação mundial é confirmado por Paulo algumas sentenças mais adiante, quando fala a respeito de não serem “deslocados da esperança daquelas boas novas que ouvistes e que foram pregadas em toda a criação debaixo do céu. Destas boas novas eu, Paulo, tornei-me ministro”. (Col. 1:23) Naturalmente, isto não significa que cada pessoa na terra, debaixo do céu, estava sendo alcançada pessoalmente. Significava que a pregação das boas novas estava sendo levada aos quatro cantos da terra habitada, debaixo do céu, e que todas as criaturas humanas, sem consideração de língua, cor, raça ou nacionalidade, recebiam a oportunidade de ouvir a mensagem do Reino. Não havia limites. Na sua carta anterior à congregação de Roma (por volta de 56 E. C.), Paulo expressou sua intenção de levar as boas novas à Espanha. Ele não sabia então a respeito das Américas, ainda mais para o oeste. — Rom. 15:24.
12. Tratava-se ali do cumprimento completo da profecia sobre a pregação, ou o que se devia dar ainda?
12 Tal pregação destas “boas novas do reino”, pelo então pequeno grupo de discípulos de Cristo, durante o primeiro século, na Ásia, na Europa e na África, deu-se em cumprimento da profecia bíblica. (Mat. 24:14; Mar. 13:10; Atos 1:8) Mas isto não completou o cumprimento da profecia. Ela havia de ser repetida de modo culminante, em escala global, após o descobrimento das Américas pelos europeus e antes da destruição da antitípica Jerusalém rebelde, a cristandade hodierna, neste tempo de seu fim, desde 1914 E. C.
13. Segundo Paulo, qual foi o efeito da divulgação da esperança do Reino, conforme ilustrado no caso de Colossos?
13 O efeito espiritual desta divulgação da esperança do Reino deve ser agora o mesmo que nos dias dos apóstolos de Jesus Cristo, durante o primeiro século E. C. Concordemente, consideremos o que o apóstolo Paulo disse sobre seu efeito com referência à congregação lá em Colossos, na Ásia Menor. Ele disse que se contou aos colossenses “a verdade daquelas boas novas que se vos apresentaram, assim como estão dando fruto e estão aumentando em todo o mundo, do mesmo modo como se dá também entre vós”. (Col. 1:5, 6) Portanto, ‘contar-se’ a palavra falada da “verdade daquelas boas novas” estava “dando fruto” em todo o mundo, inclusive em Colossos.
14, 15. (a) A que comparou assim Paulo as boas novas, contadas com veracidade? (b) O quadro apresentado aqui corresponde a que parábola ilustrativa de Jesus?
14 O apóstolo Paulo comparou ali as “boas novas”, que lhes foram contadas verazmente, a uma semente plantada no solo. O solo ou a terra estando bom e excelente, a semente cria raízes e brota, produzindo frutos, frutos de sua própria espécie. Este quadro corresponde à parábola ilustrativa que Jesus Cristo apresentou a respeito da produtividade de quatro tipos de solo. Ele disse o seguinte:
15 “Eis que um semeador saiu a semear; e, ao passo que semeava, algumas sementes caíram à beira da estrada, e vieram as aves e as comeram. Outras caíram em lugares pedregosos, onde não tinham muito solo, e brotaram imediatamente, por não terem profundidade de solo. Mas, ao se levantar o sol, ficaram queimadas, e, por não terem raiz, murcharam. Outras, também, caíram entre os espinhos, e os espinhos cresceram e as sufocaram. Ainda outras caíram em solo excelente e começaram a dar fruto, esta cem vezes mais, aquela sessenta vezes mais, outra trinta vezes mais.
16. Que explicação desta ilustração deu o próprio Jesus?
16 “Escutai, então, a ilustração do homem que semeou. Quando alguém ouve a palavra do reino, mas não a entende, vem o iníquo e arrebata o que foi semeado no seu coração; este é o semeado à beira da estrada. Quanto ao semeado nos lugares pedregosos, este é o que ouve a palavra e a aceita imediatamente com alegria. Contudo, ele não tem raiz em si mesmo, mas continua por algum tempo, e depois de ter surgido tribulação ou perseguição, por causa da palavra, logo tropeça. Quanto ao semeado entre os espinhos, este é o que ouve a palavra, mas as ansiedades deste sistema de coisas e o poder enganoso das riquezas sufocam a palavra, e ele se torna infrutífero. Quanto ao semeado em solo excelente, este é o que ouve a palavra e a entende, que realmente dá fruto e produz, este cem vezes mais, aquele sessenta vezes mais, outro trinta vezes mais.” — Mat. 13:3-8, 18-23.
17. (a) O coração dos colossenses era comparável a que na ilustração de Jesus, e quem havia feito para eles mesmos esta semeadura? (b) Atualmente, o que é a “semente”, e em que situação?
17 De acordo com o que o apóstolo Paulo ouviu de seu visitante, Epafras, os membros da congregação cristã de Colossos tinham coração semelhante ao “solo excelente” descrito por Jesus. Portanto, a “palavra do reino” semeada no seu coração dera fruto e produzira quantidades diversas, como que cem, sessenta ou trinta vezes mais. O apóstolo Paulo não havia lançado a semente do Reino no coração dos colossenses, mas, evidentemente, isto fora feito por este Epafras de Colossos, porque Paulo fala dele na carta aos colossenses como sendo “Epafras, que é do vosso meio, escravo de Cristo Jesus”. Paulo disse-lhes também: “É isso o que aprendestes de Epafras, nosso amado co-escravo, que é ministro fiel do Cristo, da nossa parte, o qual nos expôs também o vosso amor em sentido espiritual.” (Col. 4:12; 1:7, 8; Filêmon 23) Este ‘ministro do Cristo’ atuava apenas como agente do Grande Semeador da semente, Jesus Cristo. Jesus disse: “A semente é a palavra de Deus.” (Luc. 8:11) É a “palavra do reino”. Mas não é semente num depósito, porém, é semente ‘semeada’, quer dizer, a “palavra do reino” de Deus que é pregada, proclamada e ensinada.
18. (a) Como continuou Paulo a semear a “semente” na sua casa de custódia, em Roma? (b) O que contém esta “semente” em si mesma, e o que é necessário para que se arraigue no coração humano?
18 Os discípulos que se unem sob o Grande Semeador, Jesus Cristo, para semear, pregar, proclamar e ensinar a semente da “palavra do reino”, são, como o apóstolo Paulo os chama, “meus colaboradores pelo reino de Deus”. (Col. 4:11) Mesmo enquanto Paulo estava lá em custódia domiciliar em Roma, ele fez mais do que apenas escrever cartas, tais como esta aos colossenses. Ele “recebia benevolamente a todos os que vinham vê-lo [tais como Epafras], pregando-lhes o reino de Deus e ensinando com a maior franqueza no falar as coisas concernentes ao Senhor Jesus Cristo, sem impedimento”. (Atos 28:30, 31) Visto que esta “semente” espiritual é a “palavra de Deus”, a “palavra do reino”, contém em si mesma boas novas, uma mensagem de esperança, uma mensagem do governo mais grandioso para a bênção de toda a humanidade, o reino messiânico de Deus. Esta mensagem contida na “semente” é algo que o receptor da “semente” tem de entender e apreciar. Ele tem de entender com o coração o significado dela, o sentido dela. Assim é que a “semente” lançará raízes no seu coração.
FÉ E AMOR NO CORAÇÃO
19. (a) Segundo Paulo, que efeito teve a proclamação das boas novas sobre o coração dos colossenses? (b) Por causa da “semente” lançada, por que precisa haver um desenvolvimento da fé e do amor no coração?
19 Que efeito tiveram as “boas novas” verazmente contadas no coração dos membros que compunham a congregação de Colossos? Tiveram um efeito que induziu Paulo, ao saber disso, a escrever-lhes sua carta excelente. O efeito no coração deles foi como Paulo mencionou: “Vossa fé em conexão com Cristo Jesus e [o] amor que tendes por todos os santos”, “vosso amor em sentido espiritual”. (Col. 1:4, 8) Tal fé e amor tiveram de ser cultivados no seu coração para que a “semente” da “palavra de Deus” lançasse raízes para baixo e brotasse para cima, fazendo uma expressão externa, produzindo assim sementes novas e vivas de cereais, trinta, sessenta ou cem vezes mais do que a semente original. Primeiro precisa haver este desenvolvimento no coração antes de haver uma expressão externa que reproduza o que se semeou no íntimo.
20. (a) Por que tiveram especialmente os gentios que ter fé para aceitar a semente”? (b) Quer judeus, quer gentios, tinham de aceitar que fatos vitais a respeito de Jesus?
20 No que se referia aos gentios, aos não-judeus, tais como eram muitos da congregação colossense, exigiu fé da sua parte aceitar a “semente” da palavra de Deus. Eles tinham de abandonar os muitos deuses gregos e romanos aos quais estavam dedicados e concentrar sua crença no único Deus vivente e verdadeiro, o Criador do céu e da terra e de todas as coisas neles, cujo nome é Jeová. Mas, quer fossem gentios incircuncisos, quer judeus naturais, também tinham de crer em Jesus Cristo, que este Jesus, descendente do Rei Davi, de Jerusalém, era o prometido Messias ou Cristo. Tinham de crer que este era o “primogênito de toda a criação”. Precisavam crer que era também “o primogênito dentre os mortos”, porque Jeová Deus o havia ressuscitado dentre os mortos para a vida imortal nos céus. Além disso, tinham de crer que Jesus Cristo era “a cabeça do corpo, a congregação”, à qual desejavam pertencer. Também, que “cuidadosamente ocultos nele se acham todos os tesouros da sabedoria e do conhecimento”, de modo que não se deviam mais apegar às suas filosofias pagãs ou às suas tradições religiosas, criadas pelo homem. — Col. 1:15-18; 2:3, 8; Atos 14:11-18.
21. (a) O que tiveram que ver os colossenses com a “palavra” que se lhes colocou na boca, e por quê? (b) Que qualidade tiveram de exercer no coração para induzi-los a fazer uma expressão aberta?
21 Estas eram algumas das coisas vitais contidas na “verdade daquelas boas novas”, e eles tinham de ter fé com o coração nestas coisas. Era assim como o apóstolo Paulo escrevera anos antes aos romanos: “A ‘palavra’ da fé, que estamos pregando. Pois, se declarares publicamente [ou: confessares] essa ‘palavra na tua própria boca’, que Jesus é Senhor, e no teu coração exerceres fé, que Deus o levantou dentre os mortos, serás salvo. Porque com o coração se exerce fé para a justiça, mas com a boca se faz declaração pública [ou: se confessa] para a salvação.” (Rom. 10:8-10) Visto que o coração dos colossenses era como “solo excelente”, eles tinham exercido fé com o coração e aceito a “semente” da “palavra do reino”, da “palavra de Deus”, e deixado que se arraigasse no seu coração e se expressasse.
22, 23. (a) Aqueles colossenses eram obrigados a crer que Jesus ocupava que posição oficial, e, por isso estavam sob a regência de quem? (b) Portanto, iguais a Paulo, escritor da carta, que posição ocupavam eles com referência àquele governo, e no cumprimento de que ordem de Jesus participavam?
22 Junto com sua fé em que Jesus era o Messias ou Cristo, tinham de crer que Jeová Deus o assentara à Sua própria direita, como Rei-Sacerdote, prefigurado por Melquisedeque, antigo rei de Salém. Em conseqüência, tinham de passar a estar sob o reino espiritual de Cristo. Sim, tinham de crer que Deus “nos livrou da autoridade da escuridão e nos transplantou para o reino do Filho do seu amor”. (Col. 1:13) Não só estavam sob o reinado presente do Filho do amor de Deus, mas eles eram também “embaixadores, substituindo a Cristo”, no programa de Deus de ‘reconciliar o mundo consigo mesmo’, por meio de Cristo. (2 Cor. 5:19, 20) Enquanto Paulo estava na prisão, da qual escreveu sua carta aos colossenses, ele falou sobre a “franqueza no falar, a fim de tornar conhecido o segredo sagrado das boas novas, para as quais atuo como embaixador em cadeias”. (Efé. 6:19, 20) Portanto, iguais ao apóstolo Paulo, os da congregação colossense eram um corpo de embaixadores para “o segredo sagrado das boas novas”. Estavam obrigados a participar no cumprimento da profecia de Jesus em Mateus 24:14:
23 “Estas boas novas do reino serão pregadas em toda a terra habitada, em testemunho a todas as nações.”
24. (a) A que nação pertenciam assim aqueles colossenses e que frutos estavam obrigados a produzir? (b) Portanto, que espécie de frutos produziu a “semente” semeada no seu coração?
24 Por se empenharem nesta atividade como embaixadores a favor do reino messiânico de Deus, estes colossenses produziam os frutos do Reino. Mostravam que faziam parte da ‘nação que produz os seus frutos’. O “reino” que havia sido tirado da nação do Israel natural, circunciso, fora então dado à nação do Israel espiritual, nação à qual pertenciam estes colossenses cristãos. (Mat. 21:43) A “semente” simbólica da “palavra do reino”, “a palavra de Deus”, havia sido semeada nos seus corações, e visto que se verificava que seus corações eram solo excelente, produziam uma safra da mesma espécie de coisas que havia sido semeada nos seus corações. Quer dizer, também produziam, pregavam e ensinavam a “palavra do reino” a outros, os de fora da congregação colossense. — Mat. 13:19; Luc. 8:11, 15.
25. Em vista do exemplo dado pelos colossenses, que pergunta fazemos a respeito de nosso século atingido pela guerra, e o que agradeceremos a Deus?
25 Lá no primeiro século E. C., deu-se um exemplo excelente, digno de imitação, com relação à congregação cristã de Colossos, na Ásia Menor. Está sendo imitado hoje neste século vinte, afligido pela guerra! Em caso afirmativo, nós, iguais ao apóstolo Paulo, temos motivos para ‘agradecer sempre a Deus, o Pai de nosso Senhor Jesus Cristo’, quando oramos a Ele a respeito da situação religiosa.