Preservando viva a nossa alma pela fidelidade
“DE QUE proveito será para o homem, se ele ganhar o mundo inteiro, mas pagar com a perda da sua alma [vida]? Ou que dará o homem em troca de sua alma?” (Mat. 16:26) Por que fez Jesus estas perguntas? Para destacar o valor da alma ou vida. Sem a vida nada podemos desfrutar; todas as posses materiais seriam sem valor. A pessoa inteligente, portanto, não somente reconhecerá a veracidade das palavras de Jesus, mas também agirá em harmonia com elas. Estará entre os que têm “fé para preservar viva a alma”. — Heb. 10:39.a
Seria impossível ser fiel, ser verdadeiro e constante sem ter fé. Por isso vemos que os homens alistados em Hebreus, capítulo 11, como homens de fé eram também, sem exceção, fiéis. Em especial provaram-se fiéis por muitos anos, homens tais como Abraão, Isaque, Jacó, Moisés, Josué e Davi. Naturalmente, o maior exemplo de todos, o que suportou a prova mais severa de fidelidade, não foi outro senão Jesus Cristo, “o Agente Principal e Aperfeiçoador da nossa fé”, que “pela alegria que se lhe apresentou”, a de vindicar o nome do Pai, “aturou uma estaca de tortura, desprezando a vergonha”. Apropriadamente ele recebeu o titulo de “Fiel e Verdadeiro”. — Heb. 12:2; Apo. 19:11.
Tais exemplos de fé e fidelidade nos dão confiança de que também nós podemos ter fé e nos manter fiéis para preservar viva a nossa alma. Não em nossa própria força nem sabedoria, mas com a ajuda de Jeová Deus, que é fiel, assim como nos assegurou o apóstolo Pedro: “Os que estão sofrendo em harmonia com a vontade de Deus persistam em recomendar as suas almas a um Criador fiel, enquanto estão fazendo o bem.” A promessa de Jeová a Josué também se aplica aos seus servos de hoje: “Não te desertarei nem te abandonarei.” — 1 Ped. 4:19; Jos. 1:5.
O primeiro passo na direção da infidelidade é o retroceder. O retroceder pode começar mui sutilmente e é ai que jaz o perigo. Podemos começar na vereda que conduz à infidelidade e à eventual destruição quase sem notarmos. Como assim? Simplesmente por ficarmos vagarosos ou por não fazermos progresso, por recusarmos enfrentar o desafio que as boas novas ou privilégios adicionais ou mudança em métodos de serviço possam apresentar-nos. O retroceder pode ser devido à preguiça por causa do esforço envolvido ou pode ser por causa do materialismo, visto que há abnegação envolvida.
Preservar viva a alma pela fidelidade não é absolutamente uma questão de seguir a lei do menor esforço. Pelo contrário, precisamos pelejar a boa peleja pela fé e como bons soldados em sofrer o mal. E, como os fatos já indicam, podemos esperar as coisas se tornarem cada vez mais difíceis até ao ataque final de Gogue de Magogue contra a espiritualmente próspera sociedade do Novo Mundo. Precisamos começar a preparar-nos agora para o que o futuro possa trazer. — 1 Tim. 6:12; 2 Tim. 2:3.
Todavia, para que a nossa fé nos assegure fidelidade, ela precisa ser mais do que mera crença, do que um desejo ou uma esperança. Precisa ser “expectativa certa de coisas esperadas”. Isto significa estar tão seguro do que se espera ao ponto de ser impelido a agir em conformidade com a esperança. Também se disse que esta fé é “a demonstração evidente de realidades, embora não observadas”. Temos evidência tão forte do motivo de nossa convicção que tal é chamada de fé. Esta fé move a pessoa a produzir os frutos da fé. — Heb. 11:1.
Em que consistem estes frutos? Por um lado consistem em comportamento correto, mantendo estrita vigilância quanto a como anda, como a pessoa sábia, de modo que em vez de produzir os frutos da carne, sejam produzidos os frutos do espírito: “amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, brandura, autodomínio”. E por outro lado estes frutos consistem em atividades no cumprimento da incumbência da pregação cristã, mediante a divulgação das boas novas do reino de Deus, procurando ocasiões oportunas para assim fazer. — Gál. 5:22, 23; Efé. 5:15, 16.
Durante o mês de janeiro as testemunhas cristãs de Jeová terão muitas oportunidades de demonstrar fé mediante a fidelidade em sua incumbência de pregar para preservar viva a alma. Entre tais oportunidades haverá a de oferecerem as testemunhas de Jeová ajudas bíblicas na pregação de casa em casa, até mesmo pregando em territórios onde não há congregações organizadas. Também, para alguns na Amazônia, janeiro ainda oferece a oportunidade de assistir à assembléia “boas novas eternas” em Manaus. Estarão presentes os leitores da Amazônia?
[Nota(s) de rodapé]
a Para pormenores, veja-se A Sentinela de 1.° de maio de 1963.