Distinção entre um Corpo Governante e uma sociedade civil
NA MANHÃ de sexta-feira, 1° de outubro de 1971, a sociedade civil conhecida como Watch Tower Bible and Tract Society of Pennsylvania (Sociedade Torre de Vigia de Bíblias e Tratados de Pensilvânia) realizou a sua assembléia geral anual, esta vez no Salão de Assembléias das testemunhas de Jeová, em Buckingham, na Pensilvânia, E. U. A. Todos os sete membros da Diretoria desta Sociedade estiveram presentes e participaram no programa apresentado. O rol de membros desta Sociedade é limitado ao número máximo de quinhentos membros, havendo atualmente quatrocentos e cinqüenta deles, em toda a terra. Muitos destes membros assistiram pessoalmente a esta assembléia geral anual, e muitos outros foram representados por procuração. Ao todo, assistiram 2.076 a esta assembléia geral, sem dúvida, todos eles sendo testemunhas cristãs interessadas de Jeová.
Nesta reunião suscitou-se uma questão que foi tratada da tribuna. Referia-se à relação entre a Diretoria da Sociedade como sociedade civil e o Corpo Governante das testemunhas cristãs de Jeová. São os dois iguais, idênticos, ou há uma distinção entre eles? Tais perguntas se deviam a que se publicara por impresso que o Corpo Governante das testemunhas de Jeová, na sede, está associado à Diretoria desta Sociedade. Como se deu isto, e faz com que a Diretoria seja igual ao Corpo Governante das testemunhas de Jeová em toda a terra?
A revista oficial das testemunhas cristãs de Jeová é A Sentinela Anunciando o Reino de Jeová. No ano de 1944, a revista A Sentinela começou a falar do corpo governante da congregação cristã. A verdadeira congregação cristã foi estabelecida no dia festivo de Pentecostes do ano 33 E. C., em Jerusalém, na província romana da Judéia. Naquele dia notável, esta congregação dos cristãos dedicados, composta então de cerca de 120 membros, foi ungida com espírito santo, que Jeová Deus derramou sobre ela por intermédio do glorificado Jesus Cristo. Este corpo ungido de cristãos dedicados e batizados recebeu então uma designação especial de serviço. Segundo as palavras proféticas de Jesus Cristo em Mateus 24:45-47, recebeu a designação de “escravo fiel e discreto”. O então já celestial Jesus Cristo era o Amo e Senhor desta classe ungida do “escravo”.
O livro bíblico de Atos dos Apóstolos revela que esta congregação cristã ungida, como classe do “escravo”, possuía um corpo governante visível, terrestre. Naquele dia de Pentecostes, compunha-se de doze homens, a saber, dos doze apóstolos do Senhor Jesus Cristo. Anos depois, por volta do ano 49 E. C., relata-se que este corpo governante era então composto pelos apóstolos sobreviventes de Cristo e pelos anciãos espirituais da congregação de Jerusalém. (Atos, capítulo 15) Este corpo governante cristão não usou como agência administrativa a nenhuma sociedade civil, reconhecida, autorizada e legalizada por César ou por qualquer província do Império Romano. O decreto emitido foi escrito e levado por mensageiros pessoais às congregações cristãs que se preocupavam com os conversos não-judeus ou gentios entre eles. O apóstolo cristão João, que escreveu os últimos livros da Bíblia Sagrada, perto do fim do primeiro século E. C., foi aparentemente o último membro sobrevivente do corpo governante original designado por Jesus Cristo.
Passaram-se séculos. Veio então o mês de julho do ano de 1879. Apareceu então em inglês uma nova revista religiosa chamada Torre de Vigia de Sião e Arauto da Presença de Cristo. Foi naquele tempo publicada mensalmente em Pittsburgo, na Pensilvânia, E. U. A., com a primeira tiragem de apenas 6.000 exemplares. Seu redator e editor era um homem cristão sincero, Charles Taze Russell, e anunciavam-se os nomes de mais cinco colaboradores regulares da revista. Além de trazer à atenção a segunda presença de Cristo, como devendo ser invisível e no espírito, expressava-se sem reserva a respeito de o perfeito sacrifício humano de Jesus Cristo ser o “resgate . . . por todos”. (1 Tim. 2:5, 6) Naquele tempo, C. T. Russell associava-se com uma congregação cristã de estudantes da Bíblia em Allegheny, na Pensilvânia, e esta congregação lhe havia pedido que servisse como seu pastor religioso. Depois disso, C. T. Russell veio a ser mundialmente conhecido como “Pastor Russell”.
O número inglês de setembro de 1881 da Torre de Vigia de Sião foi publicado como edição especial, destacando o artigo “Alimento Para os Cristãos Refletivos.”. Este atraiu muita atenção e teve ampla distribuição. Anteriormente, C. T. Russell havia publicado outros panfletos. De fato, durante os quatro anos precedentes, distribuíram-se gratuitamente mais de um milhão de exemplares destes panfletos. Com o fim de divulgar com mais eficiência literatura bíblica similar a tais panfletos, organizou-se em 1881 a Zion’s Watch Tower Tract Society (Sociedade de Tratados da Torre de Vigia de Sião). Mas esta não era uma sociedade civil, jurídica. Em 1884, com o fim de cuidar melhor de todas as responsabilidades envolvidas, foi constituída legalmente a Sociedade de Tratados da Torre de Vigia de Sião segundo as leis das sociedades civis de Pensilvânia, recebendo os estatutos da Sociedade o alvará em 13 de dezembro de 1884. Segundo os estatutos, tinha uma Diretoria, dentre cujos diretores se escolheu um presidente, um vice-presidente e um secretário-tesoureiro. Os seis incorporadores da sociedade civil serviram como os primeiros seis diretores dela, servindo por um ano por vez. — Zion’s Watch Tower de janeiro de 1885.
No ano de 1914, foi constituída legalmente, em Londres, na Inglaterra, a International Bible Students Association (Associação Internacional dos Estudantes da Bíblia), para cooperar com a sociedade estadunidense, conhecida desde 22 de setembro de 1896 como Watch Tower Bible and Tract Society (Sociedade Torre de Vigia de Bíblias e Tratados). Com o passar do tempo, organizaram-se outras sociedades religiosas, em outros países, para trabalharem nos seus respectivos países em cooperação com a sociedade religiosa estadunidense. Em conseqüência, muitos milhares de pessoas tementes a Deus, em todo o globo, tornaram-se leitores das publicações da Sociedade Torre de Vigia de Bíblias e Tratados e dedicaram-se integralmente a Jeová Deus, mediante Jesus Cristo, sendo batizadas em símbolo disso, e elas esperavam receber dos redatores e editores da Sociedade Torre de Vigia o alimento espiritual na forma da revista A Sentinela e de outras publicações como ajudas ao entendimento da Bíblia. Estes cristãos dedicados vieram a ser conhecidos como Estudantes Internacionais de Bíblia. Continuaram a usar este nome até 26 de julho de 1931, quando adotaram num congresso geral da Associação Internacional dos Estudantes da Bíblia, em Columbus, Ohio, E. U. A. a resolução de tomar o nome de testemunhas de Jeová.
CORPO GOVERNANTE
De acordo com exemplo apostólico do primeiro século E. C., estes cristãos dedicados e batizados, hoje conhecidos como testemunhas de Jeová, têm um corpo governante, conforme se mencionou especificamente a partir do ano de 1944. Este corpo governante, durante os anos, tem-se associado com os editores da revista A Sentinela e a Diretoria da sociedade religiosa agora conhecida como Watch Tower Bible and Tract Society of Pennsylvania (Sociedade Torre de Vigia de Bíblias e Tratados de Pensilvânia). Segundo a lei de Pensilvânia, esta sociedade precisa realizar anualmente assembléias gerais na sua sede social em Pittsburgo, na Pensilvânia, ou em outro lugar devidamente votado, e precisa eleger diretores para preencher as vagas daqueles cujo mandato de três anos está para terminar e também cuidar de todas as obrigações necessárias. Os encarregados da Sociedade precisam ser eleitos dentre a diretoria de sete membros, todos os quais são cristãos dedicados, batizados e ungidos pelo espírito.
Em vista do que os oradores apresentaram na tribuna nas Assembléias de Distrito “Nome Divino” das testemunhas de Jeová, em toda a terra, a partir de meados de 1971, suscitou-se a pergunta: São os diretores da Sociedade Torre de Vigia de Bíblias e Tratados de Pensilvânia idênticos ao corpo governante das testemunhas de Jeová, que é um grupo não estatuído de cristãos dedicados e batizados e que adoram a Jeová como Deus? Também, na assembléia geral, anual, da Sociedade Torre de Vigia, tal como a realizada em Buckingham, na Pensilvânia, elegem os membros da Sociedade automaticamente os membros do corpo governante das testemunhas de Jeová ao elegerem os membros da Diretoria da Sociedade? Tais perguntas interessavam os presentes à reunião.
Lembremo-nos de que o corpo governante precisa ser constituído por cristãos dedicados e batizados que são ungidos com o espírito de Deus e gerados por Ele para serem seus filhos espirituais, e que hão de ficar unidos com o glorificado Jesus Cristo no reino celestial. Isto precisa ser assim, porque, como no caso dos doze apóstolos de Cristo, o corpo governante faz parte da classe do “escravo fiel e discreto” e preside sobre ela como pastores e superintendentes espirituais. Esta classe do “escravo” se compõe dos seguidores de Jesus Cristo, gerados e ungidos pelo espírito, e estes seguidores constituem a congregação dele na terra e servem unidamente como “escravo” composto de Deus, sob a Cabeça da congregação cristã, Jesus Cristo. Por conseguinte, a fim de se responder às perguntas acima, vemo-nos obrigados a examinar a condição espiritual dos membros individuais da sociedade de Pensilvânia, que elegem os diretores desta Sociedade Torre de Vigia. Quem são estes membros votantes?
Segundo uma emenda dos Estatutos votada em 1944, o rol de membros da Sociedade foi restrito ao máximo de quinhentos, e estes deviam ser homens plenamente devotados a Jeová Deus como discípulos dedicados e batizados de Jesus Cristo. Estes são escolhidos pela diretoria da Sociedade Torre de Vigia (de Pensilvânia). Mas, a sua condição espiritual também precisa ser examinada. Por quê? Porque nem todos estes membros atuais da Sociedade são membros ungidos pelo espírito, pertencentes à classe do “escravo fiel e discreto”. Na ocasião em que se escreve isto, há apenas 450 membros desta Sociedade, porém, menos da metade (ou 200) deles são do restante ungido da classe do “escravo”. Portanto, a maioria são discípulos de Cristo sem esperança celestial. São das “outras ovelhas” de Cristo, cuja esperança é obter vida eterna numa terra paradísica, sob o Seu reino celestial.
Por isso surge a pergunta: Pode esta maioria dos votantes, constituída de tais “outras ovelhas”, por eleger os diretores da Sociedade Torre de Vigia (de Pensilvânia) ao mesmo tempo eleger os membros do corpo governante ungido da classe do “escravo fiel e discreto”? Biblicamente, isso não é possível. Não só porque não são herdeiros ungidos de Deus e co-herdeiros de Jesus Cristo, mas porque o corpo governante da classe do “escravo” não é designado por nenhum homem. É designado pelo mesmo que designou os doze apóstolos no primeiro século E. C., a saber, Jesus Cristo, Cabeça da verdadeira congregação cristã, e Senhor e Amo da classe do “escravo fiel e discreto”. — João 15:16, 19.
Outra coisa a lembrar é a seguinte: Os mandatos dos diretores da Sociedade expiram agora após três anos, e cada ano há diretores cujo mandato expira e que precisam ser substituídos ou reeleitos para o cargo pelos membros da Sociedade, na sua assembléia geral, anual. Cada ano expiram também os mandatos de três encarregados da Sociedade, a saber, os do presidente, do vice-presidente e do secretário-tesoureiro (e agora também o do seu ajudante). Mas, dá-se isso com os membros do corpo governante da classe do “escravo fiel e discreto”? Não! Os membros do corpo governante não são eleitos anualmente, mas ocupam seus cargos de responsabilidade de modo permanente, enquanto viverem e continuarem fiéis como discípulos de Jesus Cristo. Foi assim no caso dos doze apóstolos e dos outros anciãos da congregação de Jerusalém.
O corpo governante não tem funcionários tais como a Diretoria da Sociedade, a saber, titulares tais como um presidente, um vice-presidente, um secretário-tesoureiro e um secretário-tesoureiro ajudante. Tem apenas alguém que preside a ele, assim como teve o corpo governante do primeiro século. Evidentemente, o apóstolo Pedro presidiu ao corpo governante no dia festivo de Pentecostes de 33 E. C., e o discípulo Tiago, meio-irmão de Jesus Cristo, presidiu numa data posterior, segundo a narrativa nos Atos dos Apóstolos. À base disso e da evidência histórica disponível, a presidência do corpo governante foi exercida em rodízio, do mesmo modo que a presidência do presbitério ou do “corpo de anciãos” em cada congregação cristã é exercida em rodízio entre anciãos iguais. — 1 Tim. 4:14.
À base disso, vê-se claramente que, quando cada ano um membro da Diretoria da Sociedade é eleito para ser presidente da Sociedade Torre de Vigia (de Pensilvânia), ele não é simultaneamente eleito para presidir ao corpo governante das testemunhas de Jeová. Qualquer membro do corpo governante pode presidir a este sem ao mesmo tempo ser presidente da Sociedade Torre de Vigia de Bíblias e Tratados de Pensilvânia. Tudo depende do sistema de rodízio da presidência no corpo governante. Apenas quando o método de rodízio colocar alguém na presidência do corpo governante quando este é ao mesmo tempo eleito pela Diretoria para a presidência desta será ao mesmo tempo presidente do corpo governante e presidente da Sociedade, pelo menos por um ano.
NÚMERO DOS DO CORPO GOVERNANTE
Outro ponto digno de nota é o seguinte: O rol de membros do corpo governante não é limitado ao número dos membros da Diretoria da Sociedade, a saber, ao número de sete. A congregação cristã ou a classe do “escravo fiel e discreto” começou em Pentecostes de 33 E. C. com doze membros no seu corpo governante, e este corpo governante, situado em Jerusalém, foi aumentado além dos doze apóstolos de Cristo para incluir outros anciãos da congregação de Jerusalém. De modo que o corpo governante naquele concílio vital em Jerusalém incluiu os onze apóstolos sobreviventes de Cristo, bem como o discípulo Tiago, que parece ter presidido nesta ocasião, também Judas (Barsabás) e Silas, “homens de liderança entre os irmãos”, sim, “profetas”, e sem dúvida também Paulo e Barnabé. Isto significa que lá em Jerusalém havia pelo menos dezesseis cristãos ungidos associados com o corpo governante. (Atos 15:22, 32) O mesmo se dá hoje: o corpo governante da classe do “escravo fiel e discreto” inclui mais do que os sete cristãos ungidos que servem na Diretoria da Sociedade. Este fato, além disso, evidencia que os membros votantes da Sociedade Torre de Vigia de Bíblias e Tratados de Pensilvânia não nomeiam nem elegem os membros do corpo governante da classe do “escravo”. Acentua adicionalmente a distinção entre o corpo governante e a Diretoria da pessoa jurídica.
Então, como se dá que membros do corpo governante se tornam diretores da sociedade de Pensilvânia? Isto é de acordo com a vontade dos membros votantes da Sociedade Torre de Vigia. Eles escolhem ser guiados pela Palavra inspirada de Deus. Esperam que Jeová Deus, mediante Jesus Cristo, os dirija nesta questão de eleger diretores da Sociedade. Segundo os Estatutos atuais desta Sociedade (emendados em 1944), a Sociedade como sociedade civil é apenas uma “agência administrativa”a das testemunhas de Jeová. Portanto, também do corpo governante das testemunhas de Jeová. De modo que os membros votantes da Sociedade compreendem que este corpo governante poderia usar mais diretamente esta “agência administrativa” como instrumento para o trabalho da classe do “escravo fiel e discreto” por serem os membros do corpo governante parte da Diretoria da Sociedade. Reconhecem que esta Sociedade não é o corpo administrativo, mas apenas uma agência para assuntos administrativos.
Por isso, os membros votantes da Sociedade não desejam que haja qualquer base para conflito e divisão. Não desejam criar nenhuma situação em que a “agência administrativa” controle e dirija o usuário desta agência, usuário que é o corpo governante representando a classe do “escravo fiel e discreto”. Do mesmo modo como não é o rabo que abana o cão, mas o cão que abana o rabo. Uma pessoa jurídica religiosa, constituída segundo a lei de César, não deve tentar dirigir e controlar seu criador, antes, o criador da pessoa jurídica religiosa deve controlá-la e dirigi-la. Portanto, em harmonia com o espírito santo de Deus, para se ter a maior eficiência e perfeita harmonia entre o corpo governante e a Diretoria desta sociedade civil, os membros votantes da Sociedade elegeram sabiamente para a Diretoria aqueles dos quais sabem ser membros do corpo governante da classe do “escravo fiel e discreto”.
COMO O CORPO GOVERNANTE VEIO A EXISTIR
Como surgiu este como governante em tempos recentes? Evidentemente sob a direção de Jeová Deus e seu Filho Jesus Cristo. Segundo os fatos disponíveis, o corpo governante chegou a estar associado com a Sociedade Torre de Vigia de Bíblias e Tratados de Pensilvânia. C. T. Russell fazia manifestamente parte daquele corpo governante lá no último quarto do século dezenove. Estando plenamente dedicado a Deus por Cristo, pôs-se a gastar tempo, energias, capacidades, bens e influência para defender a Palavra inspirada de Deus e divulgar a sua mensagem. Para este fim, começou a publicar a Torre de Vigia de Sião lá em julho de 1879, crendo que isto tinha o apoio de Jeová, conforme disse nas colunas dela, e por isso não solicitaria dinheiro. Manifestou ter as qualificações dum superintendente especificadas em 1 Timóteo 3:1-7 e Tito 1:5-9, e por isso lhe pediu a congregação dos estudantes cristãos da Bíblia, em Allegheny, que servisse como seu pastor espiritual. Cinco anos depois, foi constituída legalmente a Sociedade de Tratados da Torre de Vigia de Sião, e ela serviu como “agência” para prover alimento espiritual a milhares de pessoas sinceras que procuravam conhecer a Deus, compreender a sua Palavra e entrar em relações com Ele, mediante Cristo.
Outros cristãos dedicados, batizados e ungidos vieram a associar-se com aquela Sociedade, na sua sede em Pensilvânia. Quer fizessem parte da Diretoria, quer não, colocavam-se à disposição para trabalho especial da classe do “escravo fiel e discreto”. Ajudavam na alimentação na direção da classe escrava, e assim surgiu um corpo governante. Isto aconteceu evidentemente sob a orientação da força ativa invisível ou do espírito santo de Jeová. Deu-se também sob a direção da Cabeça da congregação cristã, Jesus Cristo, o Filho de Deus. É verdade que os membros daquele corpo governante não foram designados diretamente pelo Senhor Jesus Cristo. Quanto a isso, nem todos os membros do corpo governante associados com a congregação de Jerusalém, no primeiro século, foram assim designados diretamente. Então, como foram feitos membros do corpo governante aqueles “anciãos” da congregação de Jerusalém, que não estavam entre os doze apóstolos? Evidentemente, por serem designados pelos doze apóstolos originais, que agiam sob a orientação do espírito santo de Jeová.
Isto é ilustrado pela ação daqueles doze apóstolos quando designaram Estêvão, Filipe e mais cinco homens para cuidarem de certa incumbência da congregação de Jerusalém. (Atos 6:1-8) Também, o apóstolo Paulo salientou nas suas observações aos anciãos da congregação de Éfeso que os superintendentes do rebanho de ovelhas espirituais de Deus foram designados pelo espírito santo de Deus. (Atos 20:28) Assim, também, embora não estivesse presente nenhum dos apóstolos de Cristo, no século dezenove, o espírito santo de Deus deve ter operado para com a formação do corpo governante para o seu restante ungido da classe do “escravo fiel e discreto”. Os fatos falam por si mesmos. Surgiu um corpo de cristãos ungidos que aceitaram e assumiram as responsabilidades de governar os assuntos do povo dedicado, batizado e ungido de Jeová, que seguia as pisadas de Jesus Cristo e se esforçava a cumprir a obra declarada na profecia de Jesus em Mateus 24:45-47. Os fatos falam mais alto do que palavras. O corpo governante existe. As testemunhas cristãs de Jeová sabem e afirmam com gratidão que não se trata duma organização religiosa de um só homem, mas que ela tem um corpo governante de cristãos ungidos pelo espírito.
RODÍZIO DOS CARGOS NA DIRETORIA?
No corpo governante, há entre os membros dele um rodízio da presidência da duração de um ano. Significa isso que precisa haver um rodízio nos cargos dos membros da Diretoria da Sociedade Torre de Vigia de Bíblias e Tratados de Pensilvânia, cada ano, por ocasião da eleição? Não! Os Estatutos desta Sociedade não exigem isso.
A PRESIDÊNCIA DO CORPO GOVERNANTE NÃO DEPENDE DA PRESIDÊNCIA DA SOCIEDADE CIVIL
O corpo governante da classe do “escravo fiel e discreto” faz um rodízio entre os seus membros quanto a quem preside.b Visto que o corpo governante da classe do “escravo” precedeu à sociedade civil conhecida como Sociedade Torre de Vigia de Bíblias e Tratados de Pensilvânia, a presidência do corpo governante não é determinada ou dependente de quem é eleito anualmente presidente desta Sociedade. O que se segue daí? Embora o ocupante do cargo de presidente daquela Sociedade possa permanecer no cargo por vários anos, por causa de sua aptidão para este cargo de alta responsabilidade, isto não interfere no sistema de rodízio da presidência entre os do corpo governante da classe do “escravo”. O corpo governante tem um campo de operação estritamente espiritual. A pessoa jurídica não-lucrativa, a Sociedade, tem muitos deveres adicionais como agência administrativa das testemunhas de Jeová.c
O corpo governante é muito grato a Deus pela Sociedade religiosa usada como agência das testemunhas cristãs de Jeová. Esta Sociedade civil, não-lucrativa, por ter como pessoal fiéis discípulos dedicados e batizados de Jesus Cristo, todos ministros ordenados, que oferecem voluntariamente seus serviços como que diretamente a Jeová Deus, tem enormemente facilitado a execução da maior obra hoje na terra, a saber, a pregação das boas novas do reino já estabelecido de Deus, em toda a terra habitada, em testemunho a todas as nações, antes de vir em breve o fim deste sistema de coisas. Este modo de operar da sociedade religiosa, como pessoa jurídica, tem poupado às testemunhas de Jeová os problemas vexantes, os impedimentos, as interrupções e as disputas que afligem os estabelecimentos não-religiosos, industriais, comerciais, trabalhistas e jurídicos do mundo iníquo. Isto se dá porque a sua sociedade religiosa, com 93 filiais, bem como sociedades congêneres, têm à disposição os serviços voluntários de milhares de trabalhadores dedicados, em todo o mundo, e estes têm produzido mais de 230.000.000 de livros bíblicos e 530.000.000 de folhetos, e imprimiram e distribuíram mais de quatro bilhões de revistas religiosas, A Sentinela e Despertai!. Fizeram este trabalho em mais de 160 línguas, apenas pelo custo nominal da literatura impressa. Ficamos assim espantados de ver que durante os últimos trinta anos, ou desde 1942, estes trabalhadores dedicados produziram 4.942.619.411 Bíblias, livros encadernados, folhetos e revistas. Quando vier o fim deste sistema mundano de coisas, suas muitas sociedades civis, organizadas segundo as leis dos estados políticos, deixarão de funcionar como tais, mas as testemunhas cristãs de Jeová terão de continuar.
PROBLEMA INTERESSANTE
Depois de se terem considerado assuntos tais como os aqui mencionados, na assembléia geral, anual, da Sociedade Torre de Vigia de Bíblias e Tratados de Pensilvânia, em Buckingham, Pensilvânia, em 19 de outubro de 1971, apresentou-se um problema interessante à assistência, especialmente aos membros votantes presentes desta Sociedade. Tratava-se do seguinte: Há dezenove séculos atrás, a classe do “escravo fiel e discreto”, com seu corpo governante, funcionava sem ser constituída em pessoa jurídica com alvará de César, e fez isso com bom êxito e de maneira magnífica. Que dizer do corpo governante da classe do “escravo fiel e discreto” na atualidade?d Poderá ele funcionar e ser bem sucedido sem a sociedade civil, não-lucrativa, conhecida como Sociedade Torre de Vigia de Bíblias e Tratados de Pensilvânia? À luz do precedente estabelecido pelos apóstolos e co-anciãos da congregação de Jerusalém, no primeiro século E. C., deixamos a resposta ao seu cargo.
[Nota(s) de rodapé]
a Citação dos Estatutos: Os objetivos desta Sociedade são: Atuar como servo e pessoa jurídica mundial do corpo de pessoas cristãs conhecidas como testemunhas de Jeová; pregar o evangelho do reino de Deus, sob Cristo Jesus, a todas as nações, em testemunho do nome, da palavra e da supremacia do Deus Todo-poderoso JEOVÁ; imprimir e distribuir Bíblias e disseminar verdades bíblicas em diversos idiomas, pela produção e edição de publicações contendo informações e comentários explicando as verdades e as profecias bíblicas a respeito do estabelecimento do reino de Jeová, sob Cristo Jesus; autorizar e nomear agentes, servos, empregados, professores, instrutores, evangelistas, missionários e ministros para irem a todo o mundo publicamente e de casa em casa, a fim de pregar e ensinar verdades bíblicas às pessoas dispostas a escutar, deixando com tais pessoas estas publicações e dirigindo estudos bíblicos com as mesmas; contribuir para a melhora mental e moral de homens, mulheres e crianças por meio da obra missionária cristã e mediante instrução caritativa e beneficente das pessoas sobre a Bíblia e assuntos científicos, históricos e literários incidentais; estabelecer e manter escolas e aulas bíblicas particulares para a instrução gratuita de homens e mulheres sobre a Bíblia, literatura bíblica e história bíblica; instruir, treinar, preparar e equipar homens e mulheres como ministros, missionários, evangelistas, pregadores, instrutores e oradores; providenciar e manter lares, locais e prédios para moradia gratuita de tais estudantes, oradores, instrutores e ministros; fornecer gratuitamente a tais estudantes, oradores, instrutores, educadores e ministros refeições e alojamentos adequados, e enviar às diversas partes do mundo missionários, professores e instrutores cristãos da Bíblia e de publicações bíblicas, e para promover a adoração cristã, pública, do Deus Todo-poderoso [mediante] Cristo Jesus; providenciar e realizar assembléias locais e mundiais para tal adoração; usar ou operar estações de rádio para a pregação deste evangelho do reino, e fazer todas e quaisquer outras coisas lícitas que a sua Diretoria achar conveniente para os fins declarados.”
b De acordo com a Resolução adotada pelo Corpo Governante das Testemunhas de Jeová, na sua reunião de 6 de setembro de 1971, a presidência do Corpo Governante deve ter rodízio anual em ordem alfabética do nome de família de cada membro.
c Veja o extrato dos Estatutos, citados na página 343, coluna 2, e na página 344, coluna 1.
d O atual Corpo Governante é constituído por onze testemunhas ungidas de Jeová.
[Foto na página 340]
Neste Salão de Assembléias, em Buckingham, na Pensilvânia, a Sociedade Torre de Vigia de Bíblias e Tratados de Pensilvânia realizou sua assembléia geral, anual, de 1971.