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MarcosAjuda ao Entendimento da Bíblia
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na Panfília, “João [Marcos] retirou-se deles e voltou para Jerusalém”. (Atos 13:13) Quando Paulo, mais tarde, iniciou sua segunda viagem missionária, embora Barnabé estivesse determinado a levar Marcos junto com eles, o apóstolo “não achava correto que levassem consigo a este, visto que se tinha afastado deles desde Panfília e não tinha ido com eles à obra”. “Houve um forte acesso de ira” entre eles, e se separaram, Barnabé levando Marcos junto com ele para Chipre, e Paulo levando consigo a Silas, através da Síria e da Cilícia. — Atos 15:36-41.
Algum tempo depois, contudo, foi evidentemente sanada qualquer brecha existente entre Paulo, Barnabé e Marcos, pois Marcos estava com Paulo em Roma, e juntou-se a ele em enviar cumprimentos aos cristãos de Colossos (c. 60-61 EC). Paulo falou de forma favorável a respeito dele, dizendo: “Aristarco, meu companheiro de cativeiro, manda-vos os seus cumprimentos, e assim também Marcos, primo de Barnabé, (a respeito de quem recebestes mandado para o acolher, se for ter convosco).” (Col. 4:10) Marcos também se encontra entre os mencionados por Paulo como enviando cumprimentos a Filêmon, quando o apóstolo lhe escreveu, de Roma (também em c. 60-61 EC). (Filêm. 23, 24) Mais tarde (c. 65 EC), quando Paulo de novo era um prisioneiro em Roma, ele pediu especificamente a Timóteo que ‘tomasse a Marcos e o trouxesse com ele, pois ele lhe era útil para ministrar’. — 2 Tim. 4:11.
João Marcos também se associou com Pedro em Babilônia, pois ele é mencionado, como enviando cumprimentos, na primeira carta do apóstolo (escrita por volta de 62-64 EC). Pedro o chama de “Marcos, meu filho”, talvez indicando o forte vínculo de afeição cristã que existia entre eles. (1 Ped. 5:13; compare com 1 João 2:1, 7.) Assim, Marcos, que certa vez fora a causa de dificuldades, recebeu elogios e granjeou a confiança de destacados servos de Deus, e usufruiu o privilégio ainda maior de ser inspirado a escrever um relato sobre o ministério de Jesus. — Veja MARCOS, AS BOAS NOVAS SEGUNDO.
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Marcos, As Boas Novas SegundoAjuda ao Entendimento da Bíblia
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MARCOS, AS BOAS NOVAS SEGUNDO
O registro, divinamente inspirado, do ministério de Jesus Cristo, escrito por João Marcos. Este relato das “boas novas a respeito de Jesus Cristo” se inicia com a obra do precursor de Cristo, João, o Batizador, e conclui com um relato das circunstâncias que cercaram a ressurreição de Jesus. Por isso, abrange o tempo decorrido desde a primavera setentrional de 29 até a primavera setentrional de 33 EC. — Mar. 1:1.
Este Evangelho, o mais curto dos quatro, é um registro rápido e descritivo do ministério de Jesus Cristo como o Filho de Deus que opera milagres. É freqüente o uso de “imediatamente” ou de “assim que”. (Mar. 1:10, 12, 18, 21, 29) O relato é dividido quase que proporcionalmente entre palestras e ações.
FONTE DE INFORMAÇÃO
A tradição antiga indica que Pedro forneceu as informações básicas para o Evangelho de Marcos, e isto concordaria com o fato de que Marcos estava associado a Pedro em Babilônia. (1 Ped. 5:13) De acordo com Orígenes, Marcos compôs seu Evangelho “conforme Pedro lhe explicava”. [The Ecclesiastical History of Eusebius Pamphilus (História Eclesiástica de Eusébio Pânfilo), Livro VI, cap. 25]. É o seguinte o testemunho de Tertuliano: “O Evangelho de Marcos, sustenta-se, é o de Pedro, de quem era intérprete, . . . pois é possível que aquilo que os peritos publicam seja considerado como obra de seu mestre.” Eusébio [The Ecclesiastical History (História Eclesiástica), Livro III, cap. 39] fornece a declaração de João, “o presbítero”, conforme citada por Pápias (c. 140 EC): “E João, o presbítero, também disse isso, Marcos sendo o intérprete de Pedro, tudo quanto ele registrou, escreveu com grande exatidão, mas não, contudo, na ordem em que fora proferido ou feito por nosso Senhor, . . . Marcos não cometeu erros em coisa alguma, por escrever algumas coisas conforme ele as registrou; pois era cuidadosamente atento a uma coisa: de não desprezar qualquer coisa que ouvisse, ou de não declarar falsamente qualquer coisa, nestes relatos.”
João Marcos, evidentemente, também dispunha de outras fontes de informação. Visto que os primeiros discípulos de Jesus se reuniam na casa de sua mãe (Atos 12:12), Marcos devia conhecer outras pessoas, além de Pedro, que tinham conhecido bem a Jesus Cristo, indivíduos que o tinham visto executar sua obra, e que o tinham ouvido pregar e ensinar. Sendo provavelmente o “certo jovem” que aqueles que prenderam Cristo tentaram agarrar, mas que “escapou nu”, o próprio Marcos, pelo que parece, não deixou totalmente de ter tido algum contato pessoal com Jesus. — Mar. 14:51, 52.
ESCRITO EVIDENTEMENTE TENDO PRESENTE OS NÃO JUDEUS
Ao passo que as “boas novas” segundo Marcos interessariam e beneficiariam os leitores judeus, pelo que parece não foram escritas de forma específica para eles. Parecem ter sido compostas primariamente para leitores não-judeus, em especial os romanos. Sua concisão e seu caráter abrupto têm sido considerados como especialmente apropriados para o intelecto dos leitores romanos. Os termos latinos são às vezes transliterados para o grego, como no caso em que a palavra grega praitórion é usada para o termo latino praetorium. (Mar. 15:16, Int) Também, a palavra grega kentyríon é empregada para a palavra
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