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  • Seja sábio — comporte-se como alguém menor
    A Sentinela — 1982 | 1.° de março
    • Seja sábio — comporte-se como alguém menor

      “Quem se comportar como menor entre todos vós é o que é grande.” — Luc. 9:48.

      1, 2. (a) Quem estava entre os homens mais favorecidos que já andaram nesta terra, e por quê? (b) No entanto estranho como pareça, que problema surgiu repetida vezes entre eles?

      QUEM estava entre os homens mais favorecidos que já andaram nesta terra? Sem dúvida, entre eles estavam os 12 discípulos de Jesus Cristo, que este escolheu para serem apóstolos. Quão grande era seu privilégio de acompanhá-lo enquanto ele “viajava de cidade em cidade e de aldeia em aldeia, pregando e declarando as boas novas do reino de Deus”! (Luc. 8:1) Quanto prazer lhes deve ter dado ouvirem os discursos de Jesus, tais como o Sermão do Monte, e presenciarem um após outro dos milagres dele! Além disso, não lhes dava Jesus constantemente instrução particular? Sim, de fato.

      2 No entanto, estranho como pareça, estes muito favorecidos discutiam repetidas vezes entre si sobre quem era o principal ou mais destacado deles. Nenhum deles queria comportar-se como alguém menor. Será que tal rivalidade produzia paz, harmonia e felicidade? Agradava a Jeová Deus? Era um proceder sábio? Dificilmente, porque o que foi que Jesus lhes disse em certa ocasião? Depois de colocar uma criança ao seu lado, ele lhes disse: “Todo aquele que receber esta criancinha à base do meu nome, também a mim me recebe, e todo aquele que me receber, recebe também aquele que me enviou. Pois, quem se comportar como menor entre todos vós é o que é grande.” — Luc. 9:48.

      3. Que exemplos temos no mundo, de alguém não estar disposto a comportar-se como menor?

      3 Quem se contenta hoje sabiamente em comportar-se como alguém menor? Muito poucos! Este é o motivo de tanta confusão, contenda, luta e guerra neste velho mundo. Nações e blocos de nações continuam a competir entre si; cada uma quer estar por cima, ser a mais destacada, ser a mais poderosa. De modo que as nações impõem ao seu povo enormes custos do armamento. E o que é grande parte da agitação do movimento de libertação feminina senão a recusa por parte de seus membros de se comportarem como menores em comparação com os seus homens? E não é isso que aflige também muitos jovens modernos? Eles se agastam contra o papel desempenhado pelos mais velhos; não querem comportar-se como alguém menor com relação aos mais velhos, seus pais. Será que toda esta aversão a se comportar como alguém menor produziu felicidade? É um proceder sábio? Longe disso!

      APRENDAMOS DOS EXEMPLOS BÍBLICOS

      4. Quem foi o primeiro que teve tal disposição mental soberba, e o que mostra isso?

      4 Que esta aversão a se comportar como alguém menor é tolice pode ser visto no fato de que todas as dificuldades do mundo começaram porque certo anjo não queria comportar-se assim. Por que se pode dizer isso? Porque aquele anjo, que iniciou nossos primeiros pais no caminho do pecado e da morte, revelou seus verdadeiros motivos na terceira tentação no ermo que apresentou ao Filho de Deus. Nela ofereceu a Jesus todos os reinos do mundo, se este fizesse apenas um ato de adoração diante de Satanás. O que mostrou isso? Que Satanás queria ser igual a Jeová Deus, que ele não queria comportar-se como menor em relação a Jeová. Isto pode ser visto na resposta de Jesus a Satanás: “Vai-te, Satanás! Pois está escrito: ‘É a Jeová, teu Deus, que tens de adorar e é somente a ele que tens de prestar serviço sagrado.’” Por causa de sua aversão a se comportar como alguém menor, Satanás cobriu-se de vergonha e de ignomínia, e finalmente será reduzido a nada. — Mat. 4:8-10; Heb. 2:14.

      5. (a) Como mostrou Eva que ela não estava disposta a comportar-se como alguém menor? (b) O que indica que Caim pensava do mesmo modo?

      5 Também, não foi a aversão a se comportar como alguém menor o motivo de Eva sucumbir às artimanhas de Satanás e desobedecer a Jeová Deus? Satanás assegurou-lhe que, por comer do fruto proibido, ela se tornaria semelhante a Deus, podendo decidir por si mesma o que era bom e o que era mau. (Gên. 3:5) Não querer Eva comportar-se como alguém menor mostrou ser fatal para ela. E que dizer de seu filho primogênito? Não é verdade que Caim assassinou seu irmão Abel porque simplesmente não conseguiu comportar-se como menor com relação a ele? Tão exasperante assim foi para Caim ter Abel sido preferido. Esta atitude mental orgulhosa fez com que Caim fosse banido como o primeiro homicida humano. — Gên. 4:1-16.

      6. Como foi a aversão a comportar-se como alguém menor demonstrada (a) pelos meios-irmãos de José (b) por Arão e Miriã, e (c) por Corá, Datã e Abirão?

      6 Houve também os meios-irmãos de José. Porque seu pai Jacó preferia a José — por ser este o filho de sua esposa favorita Raquel — eles ficaram tão cheios de amargura hostil, que não sossegaram até que se livraram dele. (Gên. 37:3-35) Com o tempo, eles também tiveram motivo para lamentar seu proceder. Anos mais tarde, até mesmo Miriã e Arão se rebelaram contra comportar-se como menores em relação a seu irmão mais moço, Moisés. Queixaram-se: “É somente por meio de Moisés quem Jeová falou? Não falou também por meio de nós?” Mas, conforme o registro passa a mostrar, Jeová Deus estava escutando. Ele se desagradou muito da atitude mental deles, porque disse aos dois queixosos: “Ouvi as minhas palavras, por favor. . . . meu servo Moisés . . . está sendo incumbido de toda a minha casa. Boca a boca falo com ele. . . . Por que, pois, não temestes falar contra meu servo, contra Moisés?” Jeová Deus se desagradou disso tanto, que golpeou Miriã com a lepra. Depois houve Corá, Datã e Abirão, que se rebelaram de maneira ainda mais séria contra comportar-se como alguém menor, e que sofreram por isso a destruição. — Núm. 12:1-15; 16:1-35; 26:9-11.

      7, 8. (a) Que dois reis antigos se deram mal por não quererem comportar-se como alguém menor? (b) Que exemplos temos dos tempos apostólicos?

      7 Outro servo de Jeová Deus que tinha dificuldades neste sentido era o Rei Saul. Ele simplesmente não suportava ouvir as mulheres de Israel cantar: “Saul golpeou os seus milhares, e Davi as suas dezenas de milhares.” Isto enfureceu tanto a Saul, que daquele dia em diante “olhava continuamente com suspeita para Davi”, até mesmo caçando-o qual cão no empenho de acabar com ele. Quão amargurada se tornou a vida de Saul, por causa de sua aversão a se comportar como menor em relação a Davi, neste respeito! E quão trágico foi o fim que ele teve! (1 Sam. 18:7-9; 31:3-6) Depois houve o Rei Uzias. Seus sucessos militares, que foram realmente grandes, tornaram-no orgulhoso no coração. Portanto, não estando mais sabiamente contente com servir exclusivamente como rei em cuidar dos assuntos de estado e comportar-se como menor em relação ao sacerdócio, ele quis ser igual aos sacerdotes quanto à adoração no templo. Por causa da presunção de Uzias, Jeová Deus o golpeou com a lepra. Ele morreu leproso. — 2 Crô. 26:16-21; Pro. 11:2.

      8 Chegando às Escrituras Gregas Cristãs, já notamos o problema dos 12 apóstolos enquanto Jesus estava com eles, não estando nenhum deles disposto a se comportar como alguém menor. Todavia, note-se que não lemos mais nada sobre algo assim com respeito a eles depois que receberam o espírito santo de Deus, em Pentecostes. No entanto, outros cristãos do primeiro século tiveram esse problema. Parece que os cristãos em Corinto, ou pelo menos alguns deles, não se contentavam em comportar-se como menores em relação ao apóstolo Paulo. E o apóstolo João achou necessário censurar severamente a Diótrefes, porque este queria ocupar o primeiro lugar e não tratava com respeito aquilo que o apóstolo João tinha a dizer aos cristãos lá naquele tempo. — 2 Cor. 10:1-11; 12:5-9; 3 João 9, 10.

      POR QUE EXISTE TAL PROBLEMA?

      9. Qual é a causa básica da aversão a se comportar como alguém menor?

      9 Por que prevaleceu tanto este problema no decorrer da história do homem, afetando não somente os do mundo, nações e indivíduos, mas até mesmo servos de Jeová Deus? Isso se dá por causa do egoísmo herdado. É conforme lemos em Gênesis 8:21: “A inclinação do coração do homem é má desde a sua mocidade.” Em resultado disso, “o coração é mais traiçoeiro do que qualquer outra coisa e está desesperado. Quem o pode conhecer?” — Jer. 17:9.

      10-12. Que exemplos mostram exatamente onde e por que este problema surge?

      10 As Testemunhas de Jeová, em geral, têm poucas dificuldades de comportar-se como menores em relação aos que obviamente ocupam uma posição superior. Mas o problema surge quando se trata de comportar-se como alguém menor entre os seus pares, entre os que mais ou menos são iguais. Por exemplo, nenhum dos 12 apóstolos teve qualquer dificuldade em comportar-se como menor em relação ao seu Amo, Jesus Cristo. Mas quando se tratava de comparar-se com qualquer dos outros 11 apóstolos, aí é que surgia a dificuldade. Nenhum deles queria comportar-se como menor entre os demais!

      11 Hoje, de maneira similar, na congregação cristã talvez haja um pouco de rivalidade, ou talvez surja um pouco de ciúme feminino, especialmente entre aqueles que talvez tenham dons ou dotes similares. Esta parece ter sido a situação entre duas mulheres cristãs na congregação de Filipos, induzindo o apóstolo Paulo a escrever: “Exorto Evódia e exorto Síntique a serem da mesma mentalidade no Senhor. Sim, solicito-te também, genuíno companheiro de jugo, que persistas em auxiliar estas mulheres, que se esforçaram lado a lado comigo nas boas novas, em companhia . . . dos demais colaboradores meus.” (Fil. 4:2, 3) É bem provável que ambas essas irmãs eram pregadores especialmente hábeis e zelosas das “boas novas”, de modo que um espírito de rivalidade lhes penetrou no coração, causando fricção.

      12 De maneira similar, às vezes podem surgir problemas entre irmãos que têm designações similares de serviço. Na organização cristã, na maior parte, os servos ministeriais não têm nenhuma dificuldade de se comportarem como menores em relação aos anciãos, nem os anciãos em relação ao superintendente de circuito, nem os superintendentes de circuito em relação aos superintendentes de distrito, e assim por diante. Mas a prova surge em relação aos que são iguais, quanto a se os servos ministeriais estariam dispostos a se comportar como menores em relação a outros servos ministeriais, os anciãos, em relação a outros anciãos em certa congregação, e assim por diante.

      SABEDORIA TERRENA, ANIMALESCA, DEMONÍACA

      13-15. Por que podem a briga e o ciúme ser classificados como (a) sabedoria terrena, e (b) sabedoria animalesca?

      13 Visto que muitos não estão dispostos a se comportar como alguém menor, por causa da imperfeição humana, o discípulo Tiago achou necessário escrever: “Se tiverdes ciúme amargo e briga nos vossos corações, não vos jacteis e não mintais contra a verdade. Esta não é a sabedoria que desce de cima, mas é a terrena, animalesca, demoníaca. Porque, onde há ciúme e briga, ali há desordem e toda coisa ruim.” — Tia. 3:14-16.

      14 O discípulo Tiago está bem certo em chamar o ciúme e a briga de terrenos, animalescos e demoníacos! São terrenos, materialistas, o distintivo de homens egoístas e imperfeitos, destacando-se em contraste com o que é de cima, celestial. Este mesmo espírito é também animalesco, porque é distintivo dos animais. Os etólogos, que estudam os animais no seu ambiente natural, descobriram entre diversos animais, tais como as vacas e as galinhas, aquilo que se chama de “ordem das bicadas”, na qual algumas sempre vêm na frente das outras.

      15 Por exemplo, há alguns anos, a imprensa pública noticiou a realização dum ato com 12 tigres, num circo da cidade de Nova Iorque. Acabado o ato, os tigres dirigiam-se para a passagem que dava para as suas jaulas, quando o tigre na dianteira, Rajah, de repente atacou a garganta de Ila, a tigresa. Até que os ajudantes do circo conseguiram separar os dois, a tigresa já recebera um ferimento mortal. O que saíra errado? Em vez de manter o seu lugar atrás de Rajah, ela havia presunçosamente avançado na frente dele e havia enfurecido tanto a Rajah, que ele a atacou. Não querer ela comportar-se como alguém menor custou-lhe a vida.

      BELOS EXEMPLOS DE MOISÉS, JESUS E PAULO

      16. Que belo exemplo deu Moisés em estar disposto a comportar-se como alguém menor?

      16 Um dos antigos servos de Jeová, que se destacou em comportar-se como alguém menor, foi Moisés. E quanto ele foi usado por Jeová Deus: para dar testemunho a Faraó, para convocar as 10 pragas, para causar a abertura do Mar Vermelho e para prover a seu povo água, de maneira sobrenatural! Contudo, apesar de todos esses privilégios e do destaque que isso lhe dava, lemos que “o homem Moisés era em muito o mais manso de todos os homens na superfície do solo”. Por causa da disposição dele, de comportar-se como alguém menor, Jeová Deus o tornou grande aos olhos do mundo, bem como aos olhos do próprio povo dele. — Núm. 12:3.

      17-19 O que mostra que Jesus se comportou como alguém menor (a) antes de vir à terra, (b) enquanto na terra, e (c) desde a sua ressurreição e sua volta ao céu?

      17 E que belo exemplo proveu Jesus Cristo, o Filho de Deus, em comportar-se como alguém menor! Em contraste com o anjo que se tornou Satanás, o Diabo, a Palavra ou o Logos, “embora existisse em forma de Deus, não deu consideração a uma usurpação, a saber, que devesse ser igual a Deus”. Serviu de bom grado como “mestre-de-obras”, associado intimamente com o seu Pai nas obras da criação. — Pro. 8:30; João 1:1-3, 14; 1 Cor. 11:3; Fil. 2:6-8.

      18 Jesus, enquanto na terra, continuou a comportar-se como menor em relação ao seu Pai, dizendo: “O Pai é maior do que eu”, e que ninguém era bom, exceto Deus. (Luc. 18:19; João 14:28) De fato, quando Jesus esteve na terra, ele se comportou como menor em relação a outros homens, assumindo o papel de servo. Conforme ele mesmo expressou: “O Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir, e para dar a sua vida em resgate de muitos.” Realizou até mesmo a tarefa mais servil, de lavar os pés de seus apóstolos. E quanto ele foi enaltecido por sua humildade mental! — Mat. 20:28, Almeida, rev. e corr.; João 13:2-16; Fil. 2:9-11.

      19 Desde a sua ressurreição e sua ascensão ao céu, Cristo continua a comportar-se como menor em relação a Jeová, seu Pai, disposto a esperar pacientemente até que Jeová lhe ponha seus inimigos por escabelo dos pés. Daí, após o reinado milenar de Jesus, quando Jeová lhe tiver posto todos os seus inimigos sob os pés, “o próprio Filho também se sujeitará Àquele que lhe sujeitou todas as coisas, para que Deus seja todas as coisas para com todos”. — Sal. 110:1; 1 Cor. 15:25-28.

      20, 21. (a) Como se mostrou o apóstolo Paulo bom imitador de Jesus Cristo, neste respeito? (b) O que indicará o próximo artigo em nosso benefícios?

      20 Dentre os seguidores de Cristo, um bom imitador de Jesus Cristo neste respeito foi especialmente o apóstolo Paulo. Pela causa das “boas novas”, ele se tornou escravo de todos. Isto certamente importava em comportar-se como alguém menor. (1 Cor. 9:19) Ele se comportou como menor em relação ao corpo governante em Jerusalém quanto à sua atividade ministerial, quanto a onde devia pregar, e em assuntos doutrinários. (Atos 15:2; Gál. 2:7-10) Em certa ocasião, sentiu-se obrigado a perguntar à congregação cristã de Corinto: “Cometi um pecado por me humilhar, para que vós fôsseis enaltecidos?” Não é de admirar que Jeová Deus abençoasse tanto o ministério de Paulo! — 2 Cor. 11:7.

      21 Conforme já vimos, visto que a aversão a se comportar como alguém menor é tolice, ao passo que a disposição de fazer isso é prova de sabedoria, queremos adotar este proceder sábio. Para fazer isso precisamos de ajuda, por causa de nossas imperfeições herdadas. O próximo artigo indicará as ajudas que temos para adotar esta disposição mental correta.

  • Ajudas para nos comportarmos como alguém menor
    A Sentinela — 1982 | 1.° de março
    • Ajudas para nos comportarmos como alguém menor

      1. Que informação bíblica já considerada pode ajudarmos a nos comportarmos como alguém menor?

      O QUE nos ajudará a nos comportarmos como alguém menor? Certamente, tudo o que foi mencionado no artigo precedente, quanto aos maus frutos resultantes de não proceder assim, deve servir de exemplo de advertência para que nos comportemos como alguém menor. Sem dúvida, não queremos sair perdendo na busca da vida, não é verdade? Por outro lado, todos os belos exemplos bíblicos daqueles que se comportaram como alguém menor, bem como as recompensas que receberam, devem incentivar-nos a imitá-los.

      2, 3. (a) Como pode uma boa relação com Jeová ajudar-nos a nos comportarmos como alguém menor? (b) Por que pode a humildade ajudar-nos?

      2 Embora isso talvez não ocorresse a alguns de nós, uma das maiores ajudas neste respeito é ter uma boa relação com Jeová Deus, confiando nele plenamente. Por fazermos isso, não ficaremos indevidamente preocupados quanto a sair perdendo, a ser rebaixados ou negligenciados. Sim, queremos ‘confiar em Jeová de todo o nosso coração e não nos estribar no nosso próprio entendimento. Se o notarmos em todos os nossos caminhos, ele endireitará as nossas veredas para o nosso maior bem’. (Pro. 3:5, 6) Podemos assim também confiar em que ele fará com que todas as suas obras cooperem para o nosso próprio bem. — Rom. 8:28.

      3 Também requer humildade para nos comportarmos como alguém menor. E por que não deveríamos estar dispostos a ser humildes? Somos informados: “Melhor é ser humilde em espírito com os mansos, do que repartir despojo com os que se enaltecem.” O proceder orgulhoso forçosamente malogrará: “O orgulho vem antes da derrocada e o espírito soberbo antes do tropeço.” Além disso, o orgulho faz com que Deus se oponha a nós, assim como lemos: “Deus opõe-se aos soberbos, mas dá benignidade imerecida aos humildes.” O apóstolo Pedro destaca o mesmo ponto que o discípulo Tiago, dizendo: “Todos vós, porém, cingi-vos de humildade mental uns para com os outros.” Sim, devemos comportar-nos como alguém menor — “porque Deus se opõe aos soberbos, mas dá benignidade imerecida aos humildes”. — Pro. 16:18, 19; Tia. 4:6; 1 Ped. 5:5; veja Romanos 12:16.

      O PRINCÍPIO DA CHEFIA

      4, 5. (a) Como pode ajudar neste assunto reconhecermos o princípio da chefia (b) Como se pode ilustrar isso muito bem?

      4 Outra ajuda é reconhecermos o princípio da chefia. Sempre que há trabalho que requer mais de uma pessoa, precisa haver alguém para tomar a dianteira e fazer as decisões finais, senão há confusão, um empenho em objetivos contrários. Em outras palavras, precisa haver organização. Uma organização de muitas pessoas pode ser comparada ao corpo humano. Quantos e quão variados são os membros de nosso corpo, e, no entanto, todos são dirigidos pela única cabeça! Alguns membros talvez tenham maior destaque, sejam mais importantes do que outros, mas conforme o apóstolo mostra tão claramente, nenhum membro pode dizer a outro: “Não tenho necessidade de ti.” Todos são necessários. Seguindo este modelo, não devemos ficar contentes de ter parte na realização do objetivo da organização? — 1 Cor. 12:21.

      5 A importância do reconhecimento do princípio da chefia pode igualmente ser bem ilustrada por uma orquestra. Numa grande orquestra sinfônica pode haver uns 100 músicos talentosos, e, no entanto, cada um deles tem de comportar-se como alguém menor. Até mesmo o regente precisa comportar-se como alguém menor, porque tem a obrigação de interpretar a música segundo a intenção do compositor. E todos os músicos da orquestra precisam acatar o regente, sendo menores em relação a ele. Não somente isso, mas em cada grupo em que há mais de um músico tocando certo instrumento há um a quem os demais músicos daquele grupo têm de acompanhar seu estilo o mais de perto possível. Assim, para os primeiros violinos, há o “spalla”, o sub-gerente. É somente por tal arranjo que se pode produzir música bela e harmoniosa. Sim, o reconhecimento do princípio da chefia ajudar-nos-á a nos comportarmos como alguém menor.

      O ESPÍRITO DE BOM JUÍZO E O ESPÍRITO SANTO DE DEUS

      6, 7. De que maneira pode o espírito de bom juízo ajudar neste respeito a nos comportarmos como alguém menor?

      6 Termos o espírito de bom juízo também nos ajudará neste assunto. O apóstolo Paulo aconselha-nos: “Por intermédio da benignidade imerecida que me foi dada, digo a cada um aí entre vós que não pense mais de si mesmo do que é necessário pensar; mas, que pense de modo a ter bom juízo, cada um conforme Deus lhe distribuiu uma medida de fé.” (Rom. 12:3) Quando encaramos a nós mesmos sobriamente, não deixando que o egoísmo ou o egotismo nos ofusque, podemos encontrar motivos suficientes para nos comportarmos como alguém menor. Como?

      7 Cada um de nós conhece a si mesmo muito melhor do que conhece os outros. Devemos ser capazes de ver, muito mais do que os outros, quão falhos somos em ser e fazer o que devemos. Conforme Paulo lamentou: “O que eu quero eu não o faço, mas faço aquilo que odeio.” (Rom. 7:15, Lincoln Ramos) Além disso, como cristãos, somos obrigados a não julgar os outros com muita severidade, mas a fazer concessões pelas suas imperfeições e, na dúvida, presumi-los inocentes. Mas certamente nos apercebemos dolorosamente de nossas próprias fraquezas e em que alguma motivação errada nos possa ter influenciado. Portanto, já por isso devíamos estar dispostos a comportar-nos como menores em relação a outros. Não há dúvida: Termos o espírito de bom juízo nos ajudará nestes assuntos. — 2 Tim. 1:7.

      8. De que auxílio pode ser o apreço pelo poder do espírito santo de Deus para nos comportarmos como alguém menor?

      8 Um bom apreço pelo poder do espírito santo de Deus também nos ajudará a nos comportarmos como alguém menor. Não importa quais os nossos dotes ou talentos naturais, o que importa na organização de Jeová é o espírito santo Dele. (Zac. 4:6) Este espírito santo habilitou os primitivos cristãos a serem tão eficientes no seu ministério, que seus inimigos se queixaram de que eles tinham “subvertido a terra habitada”. (Atos 17:6) Foi por causa do espírito de Deus que puderam falar com tanta franqueza quando se confrontavam com os seus opositores religiosos, embora fossem indoutos e comuns do ponto de vista natural. (Atos 4:13, 29-31) Reconhecermos que todos os nossos irmãos têm o espírito santo de Deus ajudar-nos-á a nos comportarmos como menores em relação a eles, mesmo que nos sobressaiamos em algumas aptidões, do ponto de vista do mundo. Isto deve tornar mais fácil para nós acatarmos o conselho: “Tomai a dianteira em dar honra uns aos outros.” — Rom. 12:10.

      9. Que efeito deve ter sobre nós reconhecermos que o reino de Jeová é de importância primária?

      9 Portanto, reconhecemos a importância do reino de Jeová Deus? Se reconhecermos isso, estaremos prontos para pôr os seus interesses em primeiro lugar na nossa vida. Isso também nos ajudará a nos comportarmos como alguém menor. Por que se pode dizer isso? Porque, se reconhecermos que a coisa importante é a obra do Reino em que todos estamos empenhados, e não nós mesmos, não ficaremos indevidamente perturbados se por acaso formos passados por alto quanto a um privilégio de serviço que talvez almejemos. O que devemos tomar a sério é a obra de Deus, não a nós mesmos. Afinal, há apenas certo número de partes nas diversas reuniões de congregação, há apenas certo número de partes no programa duma assembléia de circuito e apenas certo número delas no programa duma assembléia de distrito. Portanto, alguns de nós forçosamente deixarão de ser incluídos. Se isso acontecer conosco, alegremo-nos com os irmãos que têm esses privilégios, em vez de invejá-los. Tenhamos a disposição mental do salmista que disse: “Pois um dia nos teus pátios é melhor que mil em outra parte. Escolhi ficar de pé no limiar da casa de meu Deus, em vez de andar em volta nas tendas da iniqüidade.” Sim, é muito melhor ser alguém menor na organização de Jeová do que ser alguém grande na organização iníqua e condenada de Satanás. — Sal. 84:10.

      SABEDORIA PRÁTICA

      10. A que embaraço pode poupar-nos comportar-nos como alguém menor?

      10 A Palavra de Deus, a Bíblia, tem muito a dizer sobre a sabedoria prática. Por exemplo, ela salienta a sabedoria do uso de instrumentos afiados, para não ter de fazer força desnecessariamente. (Ecl. 10:10) Dá-nos também conselho prático sobre comportar-nos como alguém menor. Jesus salientou isso, conforme lemos em Lucas 14:8-11: “Quando fores convidado por alguém para uma festa de casamento, não te deites no lugar mais destacado. Talvez ele tenha convidado ao mesmo tempo alguém mais distinto do que tu, e aquele que te convidou venha com ele e te diga: ‘Deixa este homem ter o lugar.’ Então principiarás com vergonha a ocupar o lugar mais baixo. Mas, quando fores convidado, vai e recosta-te no lugar mais baixo, para que, quando vier o homem que te convidou, te diga: ‘Amigo, vai mais para cima.’ Então terás honra na frente de todos os que contigo foram convidados. Porque todo aquele que se enaltecer será humilhado, e aquele que se humilhar será enaltecido.”

      11. (a) Por que resulta em boas relações com outros quando nos comportamos como alguém menor (b) Em que outros sentidos ajuda esta atitude mental?

      11 Também se pode dizer que a sabedoria prática dita termos boas relações com os outros. Comportar-se como alguém menor é uma maneira de alcançar este alvo desejado. É da natureza humana preocupar-se com as vantagens da própria pessoa, e, quando somos ambiciosos ou estamos ansiosos demais para sobressair, tornamos os outros inconfortáveis. Mas quando nos comportamos como alguém menor, não ameaçamos a posição dos outros e não os fazemos sentir-se inseguros ou inferiores. Não os colocamos na defensiva. Em resultado disso, eles estarão tanto mais dispostos a ser amigáveis e afetuosos conosco. Além disso, comportarmo-nos como alguém menor impedirá que nos excedamos em rivalidade com o objetivo de sobressair. Isto impedirá que presumamos fazer coisas que são além de nossa capacidade ou recursos; impedirá que, como diz o ditado, ‘queiramos abarcar o mundo com as pernas’. Ou conforme Jesus expressou isso muito melhor, é sábio calcular o custo. Adicionalmente, a sabedoria prática impedirá que prometamos mais do que podemos fazer. — Luc. 14:28.

      12. De que ajuda pode ser no círculo familiar quando nos comportamos como alguém menor?

      12 A sabedoria prática, que faz com que nos comportemos como alguém menor, aplica-se também dentro do círculo familiar. Por exemplo, a esposa sábia estará contente de desempenhar um papel complementar, submisso, em relação ao marido, sabendo que isso produz paz na família e resulta em felicidade. Sua disposição de desempenhar tal papel granjeia-lhe a afeição e o amor do marido, e faz com que ele queira fazer algo para ela. E o que poderia tornar a esposa mais feliz do que ter um marido tão bem disposto para com ela, que sempre lhe dá sinais de apreço e de afeição, por palavras e por atos? Neste respeito, a sabedoria prática dita também que o marido reconheça aquilo em que a esposa se sobressai e se contente com o papel menor, concedendo-lhe ele tal reconhecimento sob a sua chefia. Isto terá um similar efeito excelente sobre ela.

      A MAIOR AJUDA É O AMOR ALTRUÍSTA

      13, 14. Neste respeito, como ajudou o amor altruísta a (a) Jonatã, e a (b) Jesus Cristo?

      13 Ajudar-nos-ão a afeição e o amor altruísta a nos comportarmos como alguém menor? Sim, acima de tudo o mais! Temos um belo exemplo em Jonatã, filho do Rei Saul. Lemos que, logo depois de Davi ter morto o gigante Golias, “a própria alma de Jonatã se ligou à alma de Davi, e Jonatã começou a amá-lo como a sua própria alma”. (1 Sam. 18:1) Com o passar do tempo, Jonatã começou a dar-se conta de que Jeová não escolhera a ele, mas a Davi para suceder a Saul como rei de Israel. Mas por causa de seu amor a Davi, e longe de invejá-lo, Jonatã disse: “Não fiques com medo; pois a mão de Saul, meu pai, não te achará, e tu mesmo serás rei sobre Israel, e eu mesmo me tornarei o segundo depois de ti.” — 1 Sam. 23:17.

      14 E que belo exemplo temos em Jesus Cristo! Jesus disse: “Eu amo o Pai.” Por causa deste amor, Jesus nem por um instante pensou em ser igual ao seu Pai, mas sempre reconheceu que Jeová Deus é sua cabeça. (João 14:31; 1 Cor. 11:3; Fil. 2:6) Além disso, por causa do grande amor que Cristo tinha aos seguidores ungidos de suas pisadas, ele estava disposto a morrer por eles. (Efé. 5:25) O exemplo de humildade e de amor dado por Jesus certamente deve ajudar-nos a nos comportarmos como alguém menor.

      15. Que belo exemplo deu o apóstolo Paulo em comportar-se como alguém menor?

      15 Já notamos antes que o apóstolo Paulo se comportou como menor em relação aos seus concristãos. Por quê? Por causa do grande amor que tinha a eles. Neste respeito, escrevendo aos seus concristãos em Roma, não só aguardava fortalecer-lhes a fé, mas também de eles lhe fortalecerem a fé pelo intercâmbio de encorajamento. (Rom. 1:8-12) Testemunho similar é dado pelas suas palavras aos irmãos em Corinto: “A nossa boca abriu-se para vós, coríntios, o nosso coração alargou-se. Não estais comprimidos quanto ao espaço no nosso íntimo, mas estais comprimidos quanto ao espaço nas vossas próprias ternas afeições. Assim, como recompensa dada em troca — falo como a filhos — alargai-vos também.” (2 Cor. 6:11-13) Note expressões similares a respeito dos cristãos em Filipos e em Tessalônica. — Fil. 1:8; 4:1; 1 Tes. 2:7, 8.

      16, 17. (a) O que se pode dizer sobre exemplos modernos de alguém se comportar como menor? (b) De que ajuda pode ser o amor, neste sentido?

      16 Não temos muitos exemplos excelentes nestes tempos modernos? Muitos dos que ocupam cargos de responsabilidade dão exemplos excelentes em se comportarem como alguém menor. Servem humildemente aos seus irmãos que precisam de ajuda. Isso se torna especialmente evidente nas nossas reuniões maiores. Nestas ocasiões, sem consideração de dons naturais ou de cargos na organização, todos, como se diz, ‘arregaçam as mangas e dão uma mão’ para que o trabalho seja feito.

      17 Sem dúvida, o amor altruísta nos ajudará a nos comportarmos como alguém menor. Sim, ‘o amor não se gaba, não se enfuna, não procura os seus próprios interesses’. Não se preocupa indevidamente em obter aquilo a que tem direito. (1 Cor. 13:4, 5) O amor pode realmente ajudar-nos, porque nos induzirá a ‘persistir em buscar, não a nossa própria vantagem, mas a dos outros’. (1 Cor. 10:24) Conforme Paulo disse aos cristãos gálatas: “Por intermédio do amor, trabalhai como escravos uns para os outros.” Trabalharmos como escravos uns para os outros certamente requer que cada um de nós se comporte como alguém menor! — Gál. 5:13.

      18. Como se pode resumir bem este assunto de comportar-se como alguém menor?

      18 É evidente que tanto o registro bíblico, como a história secular antiga e moderna provam que o proceder sábio é comportar-se como alguém menor. Produz boas relações com Jeová Deus, com nossos concristãos e com os membros de nossa própria família. Além disso, é o proceder que dá felicidade, porque significa dar aos outros as vantagens e as preferências, e “há mais felicidade em dar do que há em receber”. (Atos 20:35) Temos também muitas ajudas disponíveis para motivar-nos a nos comportarmos como alguém menor: acatar os exemplos bíblicos, reconhecer o princípio da chefia, exercer o espírito de bom juízo, seguir a orientação do espírito santo de Deus e mostrar sabedoria prática e amor altruísta. Que sempre o consideremos um privilégio, uma bênção, comportar-nos como alguém menor, em benefício de outros e de nós mesmos, e primariamente para o louvor de Jeová.

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