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Apreciação pela Tradução do Novo MundoA Sentinela — 1964 | 1.° de abril
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disse que levaria um exemplar para casa e a examinaria, e, ou me traria a Bíblia de volta no dia seguinte, ou um dólar. No dia seguinte, êle veio sem a Bíblia e com dois dólares. Êle queria mais um exemplar. Na oficina coloquei uma Bíblia com o gerente de serviço. Êle ficou extremamente interessado nesta tradução em idioma moderno, de modo que reuniu diversos mecânicos e até mesmo alguns fregueses e pediu-me que demonstrasse a Bíblia para êles, fazendo comparações com a Versão Rei Jaime e a Tradução do Nôvo Mundo. Fiz isto, e entre os mecânicos e os fregueses pude distribuir mais doze Bíblias, perfazendo o total de vinte e oito naquele mês.”
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Perguntas dos LeitoresA Sentinela — 1964 | 1.° de abril
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Perguntas dos Leitores
• Por que é que a Tradução do Nôvo Mundo, em Provérbios 27:6, reza: “Os ferimentos infligidos pelo que ama são fiéis, mas os beijos de quem odeia são coisas para ser rogadas”? Diversas traduções em diversos idiomas rezam que tais beijos são profusos, abundantes, falsos, enganosos, freqüentes, fartos, e assim por diante. — M. F., Estados Unidos.
É verdade que muitas outras traduções inglêsas, bem como traduções em outros idiomas, não rezam do mesmo modo como a Tradução do Nôvo Mundo no texto principal, em Provérbios 27:6, relativo aos beijos de quem odeia. Entretanto, A Tradução do Nôvo Mundo das Escrituras Hebraicas, Vol. III (edição de 1957), contém uma nota marginal sobre Provérbios 27:6, que reza: “Segundo correções do texto hebraico pode rezar: ‘são excessivos’, ou, ‘são corrompidos’.”
Alguns tradutores preferiram, pois, mudar a palavra hebraica implicada aqui. Êsses tradutores não aceitaram a palavra hebraica original, mas substituíram-na por um particípio hebraico que se parecia com a original, e que julgaram ser o modo original de rezar. Por exemplo, o Lexicon for the Old Testament Books, por L. Koehler e W. Baumgartner, sugere a palavra ra’a’, em substituição, na forma nifal (reflexiva). A palavra hebraica ra’a’ significa ser ruim, sem valor e por conseguinte enganoso.
Agora a questão é se se deve usar esta palavra substituta no texto principal de uma tradução das Escrituras Sagradas ou reter a original. A palavra hebraica original no texto massorético é o particípio reflexivo do verbo athar, e, segundo o Lexicon já mencionado, essa palavra significa “ser rogado”. A Tradução do Nôvo Mundo adere, pois, à palavra original e a verte “ser rogadas”.
Outra tradução que adere bàsicamente à palavra original hebraica é The Soncino Book of the Bible, que verte Provérbios 27:6 do seguinte modo: “Fiéis são os ferimentos de um amigo; mas os beijos de um inimigo são importunos.” A palavra “importunos”, naturalmente, transmite o pensamento de pedir repetidas vêzes ou de rogar. Esta mesma tradução tem também uma nota marginal sôbre Provérbios 27:6, que mostra o problema que os tradutores encaram: “Importunos. É incerto o que [o tradutor] tenciona com esta tradução. R. J. diz enganosos e N. R. profusos. . . . Os comentadores modernos emendam o texto para obter uma palavra mais comum significando ‘deceptivos’, como contraste de fiéis; mas Eitan e Ehrlich sustentam que a palavra hebraica, tem êsse significado [isto é, importunos] na analogia do [aparentado] árabe, embora cada qual a relacione com uma raiz árabe diferente.”
Eis um exemplo, pois, em que os tradutores da Bíblia, não entendendo o que o escritor queria dizer, mudaram o texto, para que rezasse dum modo que para êles tenha sentido. Mas a idéia parece ser que o que ama infligirá um ferimento a alguém de modo fiel, para lhe fazer o bem. Por outro lado, se a pessoa deseja que quem a odeia lhe faça uma coisa boa e bondosa, terá de rogar-lhe, porque o seu ódio não o impele de modo natural a dar beijos a quem êle odeia. Pelo contrário, êle deseja agir de modo cruel. Portanto, a pessoa precisa importunar ou rogar ao que odeia para que lhe faça uma bondade. A pessoa talvez precise até rogar àquele que é indiferente. Na parábola da viúva e do juiz, Jesus Cristo contou a respeito de certo juiz que não temia a Deus nem tinha respeito algum pelo homem. Foi só porque a viúva continuou a rogar-lhe que o juiz finalmente anuiu aos apelos dela e cuidou de que ela recebesse o auxi̇́lio que lhe era devido. (Luc. 18:1-5) O juiz não tinha o coração nisso. Da mesma forma, mesmo que um odiador faça uma bondade a alguém, em resultado de se lhe rogar, talvez não tenha o coração nisso e faça isso só para se ver livre dos rogos. A pessoa não precisa rogar seu odiador para lhe infligir um ferimento; mas algo bom como um beijo, sim. Mas o que ama,
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