-
O que diz a Bíblia sobre Deus e Jesus?Deve-se Crer na Trindade?
-
-
si mesmo? Não, mas os anjos e os humanos poderiam rebelar-se contra Deus, como, de fato, alguns fizeram. A tentação de Jesus faria sentido apenas se ele fosse, não Deus, mas uma pessoa à parte que tivesse o seu próprio livre-arbítrio, alguém que pudesse ser desleal se assim o desejasse, como no caso de um anjo ou de um humano.
Por outro lado, é inconcebível que Deus pudesse pecar e ser desleal a si mesmo. “Perfeita é a sua atuação . . . Deus de fidelidade, . . . justo e reto é ele.” (Deuteronômio 32:4) Assim, se Jesus tivesse sido Deus, não poderia ter sido tentado. — Tiago 1:13.
Não sendo Deus, Jesus poderia ter sido desleal. Mas, ele permaneceu fiel, dizendo: “Vai-te, Satanás! Pois está escrito: ‘É a Jeová, teu Deus, que tens de adorar e é somente a ele que tens de prestar serviço sagrado.’” — Mateus 4:10.
Qual Foi o Valor do Resgate?
UMA das principais razões de Jesus ter vindo à terra também tem a ver diretamente com a Trindade. A Bíblia diz: “Há um só Deus e um só mediador entre Deus e homens, um homem, Cristo Jesus, o qual se entregou como resgate correspondente por todos.” — 1 Timóteo 2:5, 6.
Jesus, nada mais e nada menos do que um humano perfeito, tornou-se um resgate que compensou exatamente o que Adão perdera — o direito à vida humana perfeita na terra. Assim, Jesus podia corretamente ser chamado “o último Adão” pelo apóstolo Paulo, que disse no mesmo contexto: “Assim como em Adão todos morrem, assim também em Cristo todos serão vivificados.” (1 Coríntios 15:22, 45) A perfeita vida humana de Jesus foi o “resgate correspondente” exigido pela justiça divina — nada mais, nada menos. Um princípio básico, mesmo de justiça humana, é que o preço pago deve ser equivalente ao erro cometido.
Se Jesus, no entanto, fosse parte de uma Divindade, o preço de resgate teria sido infinitamente superior ao que a Lei do próprio Deus exigia. (Êxodo 21:23-25; Levítico 24:19-21) Foi apenas um humano perfeito, Adão, quem pecou no Éden, não Deus. Assim, o resgate, para estar realmente em harmonia com a justiça de Deus, tinha de ser estritamente um equivalente — um humano perfeito, “o último Adão”. Assim, quando Deus enviou Jesus à terra como resgate, ele fez com que Jesus se tornasse o que satisfaria a justiça, não uma encarnação, não um deus-homem, mas um homem perfeito, “menor que os anjos”. (Hebreus 2:9; compare com o Salmo 8:5, 6.) Como poderia uma parte de uma todo-poderosa Divindade — o Pai, o Filho ou o espírito santo — alguma vez ser menor do que anjos?
Em Que Sentido É o “Filho Unigênito”?
A BÍBLIA chama Jesus de “Filho unigênito” de Deus. (João 1:14; 3:16, 18; 1 João 4:9) Os trinitaristas dizem que, visto que Deus é eterno, o Filho de Deus também é eterno. Mas, como pode uma pessoa ser filho e ao mesmo tempo ter a mesma idade de seu pai?
Os trinitaristas afirmam que no caso de Jesus, “unigênito” não é o mesmo que a definição de dicionário para “gerar”, que é “procriar como pai”. (Webster’s Ninth New Collegiate Dictionary [Nono Novo Dicionário Colegial de Webster]) Dizem que no caso de Jesus significa “o sentido de relacionamento não originado”, uma espécie de relação de filho único sem o ato de gerar. (Vine’s Expository Dictionary of Old and New Testament Words [Dicionário Expositivo de Palavras do Antigo e do Novo Testamento, de Vine]) Soa-lhe lógico isso? Pode um homem ser pai de um filho sem tê-lo gerado?
Ademais, por que usa a Bíblia a mesmíssima palavra grega para “unigênito” (como Vine admite sem explicação alguma) para descrever a relação entre Isaque e Abraão? Hebreus 11:17 fala de Isaque como “unigênito” de Abraão. Não pode haver dúvida de que no caso de Isaque, ele era unigênito no sentido normal, não igual ao seu pai em tempo de existência ou em cargo.
A palavra grega básica para “unigênito” usada para Jesus e Isaque é mo·no·ge·nés, de mó·nos, que significa “único” e gí·no·mai, um radical que significa “gerar”, “tornar-se (vir à existência)”, diz a Exhaustive Concordance (Concordância Exaustiva), de Strong. Assim, mo·no·ge·nés é definido como: “Nascido único, gerado único, i.e., filho único.” — A Greek and English Lexicon of the New Testament (Léxico Grego-Inglês do Novo Testamento), de E. Robinson.
O Theological Dictionary of the New Testament (Dicionário Teológico do Novo Testamento), editado por Gerhard Kittel, diz: “[Mo·no·ge·nés] significa ‘de descendência única’, i.e., sem irmãos ou irmãs.” Este livro diz também que em João 1:18; 3:16, 18 e 1 João 4:9, “a relação de Jesus não é simplesmente comparada com a relação de um filho único com seu pai. É a relação do unigênito com o Pai”.
De modo que a vida de Jesus, o Unigênito, teve um início. E o Deus Todo-poderoso pode corretamente ser chamado de seu Genitor, ou Pai, no mesmo sentido que um pai terrestre, como Abraão, gera um filho. (Hebreus 11:17) Assim, quando a Bíblia fala de Deus como “Pai” de Jesus, significa exatamente o que diz — que são dois personagens distintos. Deus é o superior. Jesus o inferior — em tempo de existência, cargo, poder e conhecimento.
Quando se leva em conta que Jesus não era o único filho espiritual de Deus criado no céu, torna-se evidente por que o termo “unigênito” foi usado no seu caso. Um sem-número de outros seres espirituais criados, anjos, também são chamados de “filhos de Deus”, no mesmo sentido que Adão era, porque a sua força de vida se originou de Jeová Deus, a Fonte, ou Origem, da vida. (Jó 38:7; Salmo 36:9; Lucas 3:38) Mas estes foram todos criados através do “unigênito”, que foi o único gerado diretamente por Deus. — Colossenses 1:15-17.
Era Jesus Considerado Deus?
AO PASSO que na Bíblia Jesus muitas vezes é chamado de Filho de Deus, ninguém no primeiro século jamais imaginou que ele fosse Deus Filho. Mesmo os demônios, que ‘crêem que há um só Deus’, sabiam de sua própria experiência no domínio espiritual que Jesus não era Deus. Assim, corretamente, eles dirigiram-se a Jesus como uma pessoa à parte, o “Filho de Deus”. (Tiago 2:19; Mateus 8:29) E quando Jesus morreu, os soldados romanos pagãos que estavam por perto sabiam o suficiente para dizer que aquilo que haviam ouvido de Seus seguidores devia estar correto, não que Jesus era Deus, mas que “certamente este era o Filho de Deus”. — Mateus 27:54.
Assim, a frase “Filho de Deus” se refere a Jesus como um ser à parte, criado, não como componente duma Trindade. Como Filho de Deus, ele não podia ser o próprio Deus, pois João 1:18 diz: “Ninguém jamais viu a Deus.” — So.
Os discípulos encaravam a Jesus como o “um só mediador entre Deus e homens”, não o próprio Deus. (1 Timóteo 2:5) Visto que por definição mediador é alguém à parte dos que precisam de mediação, seria incoerente Jesus ser a mesma pessoa que uma ou outra das partes que estivesse tentando reconciliar. Isso seria simular ser algo que ele não é.
A Bíblia é clara e coerente a respeito da relação entre Deus e Jesus. Apenas Jeová Deus é Todo-poderoso. Ele criou o pré-humano Jesus diretamente. Assim, Jesus teve um começo, e jamais poderia ser coigual a Deus em poder e eternidade.
-
-
É Deus sempre superior a Jesus?Deve-se Crer na Trindade?
-
-
É Deus sempre superior a Jesus?
JESUS nunca afirmou ser Deus. Tudo o que ele disse a respeito de si mesmo indica que ele não se considerava igual a Deus em nenhum sentido — em poder, em conhecimento, em idade.
Em todo o período de sua existência, seja no céu, seja na terra, a sua fala e a sua con- duta refletem subordinação a Deus. Deus é sempre o superior, Jesus o menor, criado por Deus.
-