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  • A igreja Eletrônica causa impacto na política americana

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  • A igreja Eletrônica causa impacto na política americana
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g81 22/9 pp. 8-11

Parte 3

A igreja Eletrônica causa impacto na política americana

O ORADOR falava de modo exaltado e enérgico. Brandindo a Bíblia diante de um grupo de 1.000 esposas de ministros, declarou: “Encontramos a solução para o caos político no país, para a ruína econômica, para a vergonha moral e para o enfraquecimento da família.”

Qual era a solução? “Temos que unir os nossos corações e as nossas mãos para pôr esta nação novamente em ordem . . . Temos que exigir uma reviravolta”, disse o pregador do Texas, James Robison.

Numa linguagem que agradaria a muitos cristãos sinceros, ele denunciou fulminantemente o aborto. “Se o massacre mutilador dos nascituros no ventre de sua mãe não é mau, então o homem jamais poderá ser culpado de pecado.”

No ínterim, viajando pelo país, outro orador, igualmente eloqüente, dava conselhos a uma multidão de seus colegas. “O que podem fazer usando o púlpito?”, perguntou. “Vocês podem registrar pessoas para votar. Podem explicar os assuntos a elas. E podem apoiar candidatos, lá mesmo na igreja, aos domingos de manhã.” Assim como Robison, Jerry Falwell — superastro da Igreja Eletrônica — fazia vigorosa campanha por questões políticas.

Muitas pessoas ouvem o que esses pregadores dizem. O programa semanal de TV, de James Robison, é levado ao ar por 100 emissoras. O programa de Falwell é até mesmo mais popular. Cada semana alcança entre 6 a 18 milhões de pessoas em aproximadamente 400 canais de TV e outras 400 emissoras de rádio.

Tais pregadores políticos conservadores da Igreja Eletrônica estavam ansiosos de influenciar os eleitores nas eleições americanas, no fim do ano passado. Não muito antes das eleições, alguns deles falaram num Estudo dos Problemas Nacionais, em Dallas, Texas, o qual foi freqüentado por cerca de 15.000 religiosos fundamentalistas, a maioria ministros. O candidato republicano à presidência, Ronald Reagan, também falou ao grupo e louvou-o, dizendo: “Os religiosos na América estão despertando. Talvez na hora certa, pela causa do nosso país.” Foi calorosamente aplaudido.

Naturalmente, Reagan ganhou a eleição em meio ao que tem sido chamado de “a maioria conservadora”. O grupo de ação religioso-político, a Maioria Moral, reivindica uma participação nessa vitória, dizendo ter registrado uns 4 milhões de eleitores durante a campanha, a maioria dos quais votou em Reagan. Significativamente, muitos senadores que sofreram oposição da Maioria Moral e de grupos similares, perderam suas cadeiras no Senado para políticos relativamente desconhecidos.

Examinando as disputas pelo Senado, o Times de Nova Iorque comentou que “a Maioria Moral, a Voz Cristã e outros grupos conservadores, de orientação religiosa, desempenharam um papel ativo com ‘questões de moralidade’ usadas contra os liberais. Não importa quantos membros do Congresso ajudaram a eleger, é de esperar que seu efeito continue a se fazer sentir devido aos muitos titulares que impropriamente assustaram.”

Certo pregador estava radiante, qualificando os resultados de “o maior dia pela causa do conservadorismo e pela moralidade americana em minha vida de adulto”. Outros estavam menos satisfeitos. A comissão dos Bispos Episcopais da América emitiu uma carta pastoral condenando o apoio dado pelos pregadores aos candidatos políticos. Os bispos afirmaram que tal apoio “em nome de Deus distorce a verdade cristã e ameaça a liberdade religiosa americana”.

Outros pregadores também estão preocupados com as atividades políticas na Igreja Eletrônica. Certo ministro de Fort Worth objetou dizendo que enquanto os ajuntamentos tais como o Estudo dos Problemas Nacionais são taxados de não-partidários, “parece que sempre acabam transformando-se em comícios republicanos”. Até mesmo políticos conservadores expressaram preocupação, certo assessor de Reagan tendo dito que “este casamento da religião com a política é a coisa mais perigosa e arrepiante que já vi”.

Nenhuma dessas críticas intimida ativistas tais como aquele que admite: “Há quinze anos eu me opunha ao que estou fazendo hoje, mas agora estou convencido de que este país está moralmente doente e não se corrigirá a menos que nos envolvamos.”

Esses pregadores apontam rapidamente para a aparente hipocrisia dos clérigos liberais que foram politicamente ativos contra a guerra do Vietnã ou contra a energia nuclear, mas que denunciam um ativismo semelhante por parte dos conservadores. “Ninguém jamais acusou o Conselho Nacional de Igrejas de misturar religião com política”, queixa-se um deles, acrescentando que quando ele se envolve “isto é violação da separação da Igreja e do Estado”.

Perto do fim da campanha eleitoral, era evidente que os líderes religiosos americanos estavam profundamente divididos. Os líderes religiosos liberais afirmavam que os pregadores conservadores davam a entender erroneamente que as pessoas que não concordassem com eles não eram cristãs. O Conselho Nacional de Igrejas, um alvo da ira de tais conservadores, emitiu uma declaração dizendo que “não se pode distinguir nenhum ‘voto cristão’ exclusivo”.

Os conservadores, por outro lado, estavam convencidos de que participavam numa missão divina para fazer o país retornar à moralidade e que seus co-clérigos, liberais, eram parte do problema. De fato, quando a Maioria Moral decidiu que certo ministro batista, que servira 16 anos no Congresso, era muito liberal, ajudaram a organizar cerca de 2.000 voluntários para irem de casa em casa em apoio do adversário do ministro. “Foi o movimento da Maioria Moral que mui discretamente, porém mui eficientemente, cobriu meu distrito como se fosse uma tenda”, admitiu o pregador, que foi derrotado nas eleições primárias.

Não há dúvida de que muitos dos ativos pregadores políticos da Igreja Eletrônica estão profundamente preocupados com a crescente maré de imoralidade nos Estados Unidos e no mundo. Muitos deles acham firmemente que uma nação que tolera o aborto não pode ter a aprovação de Deus, e qualquer cristão sincero terá que concordar. Crêem que a falta de interesse nacional na Bíblia contribuiu para o colapso moral a que assistimos hoje. Num sermão na TV, um de seus líderes disse: “Todos nós precisamos estudar a Bíblia e aprender a crer em Deus é vital que sigamos os Seus ensinamentos, a fim de que tenhamos energia para lutar contra as forças imorais e blasfemas que tomam conta da política e dos meios de comunicação.”

Qual o cristão que negaria que temos de estudar a Bíblia e crer em Deus? A pergunta é: Será que Deus nos ensina na Bíblia a “lutar” pelo controle da política e dos meios de comunicação? Será esta a mensagem que a Palavra de Deus contém para a nossa geração?

Talvez se lembre de que Jesus Cristo teve mais de uma oportunidade para exercer poder político, mas nunca escolheu fazer isso. Quando o povo viu que Jesus poderia alimentá-lo milagrosamente, tentou constituí-lo rei, sem dúvida pensando que seus problemas econômicos seriam resolvidos. O relato diz que “quando os homens viram os sinais que realizava [alimentando cerca de 5.000 homens com apenas cinco pães e dois peixes], começaram a dizer: ‘Este é certamente o profeta que havia de vir ao mundo.’ Jesus, portanto, sabendo que estavam para vir e apoderar-se dele para o fazerem rei, retirou-se novamente para o monte, sozinho”. — João 6:14, 15.

Jesus não procurou poder político; fugiu dele! Por que deveria querer envolver-se na política suja da Judéia e da Galiléia? Conforme Jesus mais tarde disse a Pôncio Pilatos, “meu reino não faz parte deste mundo”. (João 18:36) Se o reino de Jesus não fazia parte deste mundo quando estava na terra, faz ele agora parte deste mundo só porque Jesus está no céu? Isto não seria lógico, não é mesmo?

Jesus sabia que não poderia reformar a política corrupta de seus dias e não tentou fazer isso. Sabia que caso se tivesse convertido num messias político, prometendo liberdade da opressão romana, seria apenas manipulado pelos vários grupos interessados, tais como o partido nacionalista judaico zelote, e daí seria rejeitado. Nada disso teria redundado em glória a seu Pai, Jeová Deus.

Será provável que Jesus Cristo esteja interessado em reformar a igualmente corrupta política atual? Ou é mais provável que os pregadores que se metem na política fiquem eles mesmos sujeitos a serem usados e corrompidos pela experiência? É significativo que a Maioria Moral não foi idéia de algum pregador. A idéia, e até mesmo o nome Maioria Moral, procedeu de um grupo de manipuladores políticos conservadores, os quais persuadiram o Sr. Falwell a apoiar a organização por causa de sua popularidade nacional, sua vasta lista de correspondência computadorizada e sua comprovada habilidade para levantar fundos. Mesmo o bem-conhecido astro da Igreja Eletrônica, Pat Robertson, dono do The 700 Club, admite que “os evangelistas correm o risco de serem usados e manipulados”.

Não foi esta mesmíssima manipulação que Jesus tentou evitar quando recusou a oferta de “todos os reinos do mundo e a glória deles”, feita por Satanás? Por detrás daquela oferta original, havia algo que ainda existe hoje. Satanás pediu a Jesus que ‘se prostrasse e lhe fizesse um ato de adoração’. (Mat. 4:8, 9) O poder político está disponível aos ministros da Igreja Eletrônica. Tudo que têm a fazer para consegui-lo é continuar fazendo parte do sistema político deste mundo, controlado por Satanás. — João 14:30; 15:19; 2 Cor. 4:4.

Sem dúvida, os cristãos apóstatas do quarto século se regozijaram quando, depois de tanta perseguição, sujeitos ao Imperador Constantino, obtiveram o controle político. Mas, que benefício lhes trouxe tal poder? “Quase imediatamente depois que os cristãos do Império receberam condição legal, os líderes eclesiásticos começaram a dar conselhos aos magistrados quanto a como comportar-se no cargo”, observa o teólogo Robert Culver. Logo a Igreja foi atraída plenamente à política romana, travando guerras e torturando seus inimigos. Valeu a pena o preço pelo poder político? Ou será que Satanás o usou simplesmente para induzir a Igreja a abandonar os preceitos de Cristo?

Suponha que os pregadores da Igreja Eletrônica, embora bem-intencionados, viessem a obter o mesmo grau de poder político que o daqueles primitivos clérigos. Seriam capazes de resistir às influências corrompedoras do sistema político de Satanás? A História não indica que o seriam. De fato, em sua limitada atividade política até o momento, um deles admitiu publicamente ter recorrido a uma velha tática do Diabo — o engano. Foi obrigado a admitir que havia forjado uma conversação com o presidente dos Estados Unidos a respeito de alegados homossexuais na equipe presidencial. “Não deveria ter dito isso”, admitiu. “Obviamente foi uma declaração descuidada.”

Os que confiam na política estão em última análise confiando nos políticos, homens imperfeitos, para resolver seus problemas. A Bíblia simplesmente não diz que os homens têm tal capacidade. Conforme observou Jeremias, que não desconhecia a corrupção política na Jerusalém pré-exílio: “Bem sei, ó Jeová, que não é do homem terreno o seu caminho. Não é do homem que anda o dirigir o seu passo.” — Jer. 10:23.

A ironia de confiar nos políticos — de esperar que alguns tenham uma moral melhor do que outros devido à sua posição em assuntos políticos — foi salientada nos pontos do “relatório moral” da The Christian Voice [A Voz Cristã]. O impressionante total de 94 pontos dentre 100 foi obtido por um congressista que havia sido denunciado sob acusações de suborno e por outro que admitiu ter problemas com o álcool e as inclinações homossexuais!

A Bíblia fornece conselho sólido, realístico, quando diz: “Aquilo que foi feito torto não pode ser endireitado.” (Ecl. 1:15) Os sistemas políticos deste mundo são inerentemente ‘tortos’. Seu principal agente de poder, Satanás, é “mentiroso e o pai da mentira”. (João 8:44) Nem a História nem tampouco as Escrituras indicam que a humanidade alguma vez resolverá seus problemas por meio da política, a despeito de todas as boas intenções possíveis.

Significa isso que não há esperança para a humanidade? Temos que nos conformar com a morte espiritual num dilúvio de sujeira e imoralidade? Não há nada que se possa fazer a respeito de abortos, homossexualismo, promiscuidade sexual juvenil, uso de crianças para pornografia e crescente divórcio?

Algo poderá e será feito a respeito de todos esses problemas — e em breve! Leia a respeito disso no próximo artigo.

[Destaque na página 10]

MUITOS senadores que sofreram oposição da Maioria Moral perderam suas cadeiras no Senado para políticos relativamente desconhecidos

[Destaque na página 11]

“ESTE casamento da religião com a política é a coisa mais perigosa e arrepiante que já vi.”

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