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  • A adoração libertadora

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  • A adoração libertadora
  • A Sentinela Anunciando o Reino de Jeová — 1967
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A Sentinela Anunciando o Reino de Jeová — 1967
w67 15/7 pp. 425-432

A adoração libertadora

“Para tal liberdade Cristo nos libertou.” — Gál. 5:1.

1. O que foi que viu o embaixador russo, ao visitar os lugares de atrações turísticas acima da Estação Ferroviária de Washington?

CONCEDIA-SE ao embaixador russo a liberdade de movimentos na cidade, não lhe sendo impostas quaisquer restrições de locomoção. Sendo esta a primeira vez que se achava em Washington, D. C., EUA, ele fazia uma excursão de lazer aos lugares de atrações turísticas, visitando os locais de interesse. Ao se aproximar da Terminal Ferroviária da União, que domina a vista da comprida Avenida Delaware que vai até o Capitol Nacional, ele olhou para cima. Ali, acima do arco central do pórtico frontal, viu talhadas as palavras: “A VERDADE VOS LIBERTARÁ.” — JOÃO 8:32.

2, 3. (a) Em que poderia ter pensado o embaixador russo ao ver tais palavras? (b) As palavras vistas pelo embaixador foram citadas de que livro, e exemplares deste livro foram despachados para a Rússia por qual Sociedade em 1946?

2 Se o embaixador soviético pensou que tais palavras foram tiradas de algum documento político ou documento educacional norte-americano, nós não diremos. Se concordou com aquelas palavras, nós também não diremos.

3 Poderia ter pensado em como seu povo tentou livrar-se da escravidão a um falso sistema religioso durante a sua revolução bolchevista do ano de 1917. Todavia, por tal ação violenta contra o clero da Igreja Estatal Russa, tais revolucionários não obtiveram a verdade que torna livres os homens. Compreende-se que não, visto que tais palavras contempladas pelo embaixador russo foram citadas de um livro, sendo que a União Soviética autorizara que milhares de exemplares dele fossem despachados para o país em 1946, pouco depois da Segunda Guerra Mundial, e isso pela primeira vez em muitas décadas. Os fatos a respeito disso foram fornecidos no relatório anual da Sociedade Bíblica Americana, feito em sua Casa da Bíblia na cidade de Nova Iorque, no sentido de que se enviara um carregamento contendo 5.000 Novos Testamentos e 100.000 exemplares dos Evangelhos em russo e 500 exemplares do Novo Testamento no grego antigo, sendo que estes Testamentos em grego seriam distribuídos entre os estudantes de teologia. O Arcebispo Alexi da Igreja Ortodoxa Russa de Moscou acusou o recebimento desta dádiva.a

4, 5. (a) As palavras citadas eram de quem? (b) Por que o embaixador e também os educadores e cientistas talvez concordassem com as palavras?

4 Assim, as palavras sobre o pórtico da Estação Ferroviária de Washington foram citadas do Evangelho do apóstolo cristão, João, capítulo oito, versículo trinta e dois. Foram palavras do designado fundador do Cristianismo, Jesus Cristo. O embaixador russo talvez concordasse com as palavras citadas, pois foram tomadas de per si, não se indicando sua conexão com Jesus Cristo.

5 Os educadores hão de concordar que o conhecimento da verdade em seu sentido abstrato liberta a pessoa da escravidão à ignorância, à superstição e à decepção. Os estudantes de faculdade e universitários afastam-se de seus campuses, lutando pela liberdade intelectual e acadêmica a fim de empreenderem sua busca de conhecimento sem a obstrução por parte das tradições eclesiásticas e do controle dos clérigos. Os cientistas seculares tentam aprender cada vez mais a respeito da criação, suas leis, suas forças, sua ordem e seus arranjos e suas modalidades, a idade do nosso universo e até que ponto ele se estende no espaço ilimitado. Toda a verdade obtida nestes ramos de conhecimento liberta o homem pelo menos em certo grau, conforme afirmam estes buscadores mundanos da verdade.

6. O conhecimento de tal verdade secular traz consigo que perigo, e, assim, o que verdadeiramente resultou para seus possuidores?

6 Nós não temos medo da verdade. Junto com outros, prezamos altamente as verdades obtidas nestes vários campos e a liberdade mental que trazem. Sentimo-nos contentes de que as tenham partilhado conosco. Entretanto, o conhecimento de tal verdade secular apresenta um perigo. Tal verdade secular talvez seja usada de forma errada e talvez seja usada para conduzir seus possuidores a uma nova escravidão. Atualmente, neste século vinte, os cientistas abundam em número como nunca antes, e a maioria dos governos políticos hodiernos cooperam no esforço de produzir mais cientistas para o bem do país. Admitidamente, os cientistas têm aprendido verdades a respeito das coisas da criação, mas isso apenas os tornou livres em sentido relativo, libertando-os da escravidão a muitas teorias falsas ou da escravidão à ignorância de certos fatos. Outrossim, junto com isso, surgiu a escravização dos cientistas e de seus seguidores, escravização à própria ciência, tornando-a um ídolo a ser adorado como a vaca sagrada dos hindus da Índia.

7. Sentindo seu poder, o que tentam fazer os cientistas, e que ameaça isto apresenta, conforme preveniu um escritor cientifico?

7 Sentindo seu poder, os cientistas tentam subjugar outros à escravidão ao grupo científico, sujeitando até mesmo os governos políticos à dependência da ciência secular. Os cientistas gostariam de tornar-se o sacerdócio desta nova idolatria, algo a respeito do qual se previne no livro lançado em 1965, intitulado “O Novo Sacerdócio”, do famoso cientista Ralph E. Lapp, autor também do livro Man and Space (O Homem e o Espaço). Este “novo sacerdócio”, a saber, “a elite científica” apresenta uma ameaça à democracia, pois os cientistas têm conhecimento especializado que “lhes dá autoridade deveras formidável nos concílios do poder político”. Assim, surge a questão: Será que a democracia encara uma tomada de poder da parte dos tecnologistas científicos da atualidade?

8. Que outro grupo profissional tenta estabelecer-se como sacerdócio, e como tem influenciado a desconsideração da consciência cristã?

8 Não é só essa questão que preocupa as pessoas que amam a liberdade, mas agora, também, os médicos tentam estabelecer-se como um sacerdócio da saúde pública e compelir todos os cidadãos a submeter-se às suas opiniões médicas e entregar-se a seu tratamento médico contra a vontade e o desejo do paciente, sob a força, e contrário aos direitos e privilégios constitucionais do paciente. Isto ocorre de forma excepcional, atualmente, quando os médicos recorrem aos juízes de lei e os influenciam a decretar que as testemunhas de Jeová têm de permitir que seus filhos menores sejam contaminados com uma transfusão de sangue contrária à lei de Deus sobre a santidade do sangue. Sim, este sacerdócio médico prevalece sobre os juízes para sobrepor-se à crença religiosa conscienciosa até mesmo de adultas testemunhas de Jeová e, por meio de arbitrária sentença judicial, impõem crassa violação da lei sagrada de Deus a estes adultos cristãos, que têm o direito à igual liberdade de religião que os católicos-romanos e os cristãos-cientistas.b O sacerdócio médico gostaria de persuadir então a legislatura da nação, o Parlamento ou Congresso, a aprovar uma lei que exija que os pacientes que aderem à lei de Deus sobre a santidade do sangue sejam submetidos a uma transfusão de sangue se o médico ou o hospital achar que isso é necessário.

9. (a) Para que tipo de governo político têm-se voltado os homens há muito em busca da liberdade? (b) Que governo deste tipo foi estabelecido mais recentemente na América do Norte, e sob que Declaração?

9 Há tantos quantos dois mil anos atrás, os homens esperavam que a democracia lhes desse a liberdade. A democracia política nasceu na antiga Grécia pagã, antes dos dias de Jesus Cristo, mas era democracia apenas para os cidadãos livres do país, visto que uma grande parte da população se compunha de escravos. Mais recentemente, no ano 1775 de nossa Era Comum, as treze colônias britânicas da América do Norte começaram uma revolução para se firmarem como nação democrática independente. No ano seguinte, em 4 de julho, foi assinada em Filadélfia, Pensilvânia, uma Declaração de Independência. No segundo parágrafo, diz as seguintes palavras: “Cremos axiomáticas as seguintes verdades; que todos os homens foram criados iguais; que lhes conferiu o Criador certos direitos inalienáveis, entre os quais o de vida, de liberdade, e o de procurarem a própria felicidade; que, para assegurar esses direitos se constituíram entre os homens governos cujos justos poderes emanam do consentimento dos governados; . . .”

10. (a) Como é que o principal redator dessa Declaração estava em sua vida particular em desacordo com aquelas palavras do parágrafo dois? (b) Quando foi anunciada a abolição da escravatura conforme aplicada aos EUA?

10 A redação desta Declaração foi atribuída a Thomas Jefferson, da colônia de Virgínia, e a linguagem da Declaração é praticamente toda a de Jefferson. A luz da vida doméstica deste homem, surge a pergunta: fluem era Jefferson para escrever uma declaração sobre o direito inalienável à liberdade que deveria ser usufruído ou buscado por todos os homens que foram criados iguais? Ora, o próprio Jefferson era então um dono de escravos! Com efeito, passaram-se oitenta e sete anos antes que o presidente estadunidense, em 1.° de janeiro de 1863, anunciasse a abolição da escravatura em certas partes dos Estados Unidos da América. — The Encyclopedia Americana, Volume 8, páginas 561, 562; Volume 10, página 271.

11. O que tem sido dito e publicado recentemente quanto ao êxito da Revolução Francesa em conceder a liberdade democrática?

11 A Revolução Norte-Americana foi seguida pela Revolução Francesa no fim da século dezoito. Então, depois de mais de um século e meio de governo republicano na França, foi publicado um artigo em Times Magazine de Nova Iorque, como tendo sido escrito por um francês, Jean-François Revel, datado de 7 de novembro de 1965. Na página 29, como cabeçalho para o artigo de Revel, aparecem as palavras: “A Revolução Francesa Foi Desperdiçada: Vendo a França atualmente, um francês afirma que a democracia ali é apenas superficial e usualmente tem sido assim.” Daí, o artigo de Revel passa a declarar os fatos em prova disso.c

12, 13. (a) O que achou o líder bolchevista que era necessário para o êxito da revolução comunista na Rússia? (b) Depois de muito trabalho para remover este obstáculo para o êxito, que pergunta surge?

12 No ano de 1917, no meio do horror da Primeira Guerra Mundial, irrompeu a revolução russa, por meio da qual os bolchevistas comunistas atingiram o poder sob seu líder Vladimir Ilich Lênine. Este homem não tinha fé em Deus, especialmente no Deus ensinado pela Igreja Ortodoxa Russa. Crendo que a religião da cristandade era o ópio do povo, Lênine disse: “Nossa revolução jamais terá êxito até que o mito de Deus seja removido da mente do homem.” Aparentemente, a revolução comunista russa tem removido a crença em Deus da mente da maioria das pessoas tanto na Rússia como nos países satélites. A atitude da geração mais nova de comunistas é expressa na resposta que um rapaz de vinte anos deu ao ser entrevistado pelo chefe da agência da revista Newsweek, conforme relatado no número de 16 de abril de 1956 da revista, página 54. Depois de responder à pergunta: “Será que lhe é difícil ajustar-se, academicamente?” perguntou-se-lhe: “E a Bíblia?” Ao ouvir isto, riu e respondeu: “Ninguém a não ser as Testemunhas de Jeová lê a Bíblia.”

13 No entanto, depois de toda esta remoção de Deus das mentes das pessoas, será, que os revolucionários russos se podem jactar de êxito?

14. Depois do exame dos governos democráticos e republicanos, o que temos de concluir quanto à liberdade obtida, e que pergunta fazemos sobre a declaração de Jesus a respeito da liberdade?

14 Após examinarem as “repúblicas populares” e os governos democráticos populares dos homens, desde os dias da antiga Grécia, os corações honestos têm de admitir uma coisa: o governo republicano, popular ou democrático tem falhado em trazer a liberdade em seus aspectos mais vitais. Isto é verdade até mesmo nos países mais esclarecidos e mais progressivos, que têm os mais elevados padrões educacionais e as provisões sociais e que usam mais plenamente os serviços dos cientistas e dos doutores da lei, da filosofia, da medicina e da teologia. O esclarecimento moderno e o progresso mundano das nações só libertaram os homens até um ponto que dista muito da liberdade mencionada por Jesus Cristo. Isto explica por que a dessatisfação, a inquietação e a turbulência aumentam na terra hoje em dia. Qual, então, é a verdade que Jesus Cristo disse que nos tornaria livres?

A VERDADE QUE LIBERTA

15, 16. (a) O que omitiram os arquitetos do edifício da estação a respeito das palavras de Jesus, e isto em harmonia com que desagrado? (b) Por que há tal desagrado, conforme indicado em João 8:28-32?

15 As palavras de Jesus, conforme talhadas acima da entrada da Estação Ferroviária de Washington foram ali esculpidas sem seu contexto. Os arquitetos do edifício da estação ignoraram o contexto das palavras de Jesus. Os homens em geral não gostam de aceitar o contexto de tais palavras. Por quê? Porque Jesus limita a aplicação de suas palavras àqueles que se tornam seus discípulos, e estes seus seguidores têm de cumprir certa cláusula ou condição. Observe bem isto ao lermos João, capítulo oito, versículos vinte e oito a trinta e dois:

16 “Portanto, Jesus disse: ‘Uma vez que tiverdes erguido o Filho do homem [sobre a estaca de execução, para morrer], então sabereis que sou eu [o prometido Messias ou Cristo] e que não faço nada de minha própria iniciativa; mas assim como o Pai me ensinou, estas coisas eu falo. E aquele que me enviou está comigo; ele não me deixou só, porque faço sempre as coisas que lhe agradam.’ Ao falar estas coisas, muitos depositaram fé nele. E Jesus prosseguiu assim a dizer aos judeus que acreditavam nele: ‘Se permanecerdes na minha palavra, sois realmente meus discípulos, e conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará.”

17. A quem não foram ditas as palavras de Jesus, e do que dependia a pessoa para obter a liberdade mencionada?

17 Observe bem! A liberdade que a verdade traz depende de um grande SE. Jesus disse: “Se permanecerdes na minha palavra.” Se fizessem isso, provar-se-iam verdadeiros discípulos de Jesus; então, como disse a seus ouvintes, “sois realmente meus discípulos”. Nesse caso, conheceriam a verdade e a verdade os libertaria. Tais palavras não foram ditas aos cientistas físicos pagãos nem aos filósofos e educadores pagãos daqueles dias. As palavras foram ditas às pessoas em Jerusalém que “depositaram fé nele”, que “acreditavam nele”. Tinham fé, criam que Deus, seu Pai celeste, o enviara à terra para fazer um trabalho messiânico em favor do reino de Deus, com bênçãos para toda a humanidade. Tendo começado a crer e a ter fé nele, tinham de decidir-se se permaneceriam em suas palavras, em seu ensino, e aprenderiam todo o restante da verdade. Se fizessem isso, então seria cumprida sua promessa feita a eles, de que conheceriam a verdade e seriam libertos pela verdade.

18. O que é esta verdade aqui mencionada, e por que não podemos esperar obtê-la dos cientistas e dos educadores, hoje em dia?

18 A verdade que faz isto não é a verdade em geral, tal como é aprendida pelas pessoas do mundo. É a verdade advinda de certa fonte e por meio de certo canal de instrução. A fonte é Aquele que enviou Jesus Cristo à terra como Mestre, e tal pessoa é o Pai celeste, Jeová Deus. A respeito dele, disse Jesus: “Assim como o Pai me ensinou, estas coisas eu falo.” (João 8:28) O canal de instrução de Deus é, por conseguinte, seu Filho, Jesus Cristo. É por isso que é necessário permanecer na palavra ou ensino de Jesus a fim de se conhecer a verdade e se ser liberto por tal verdade. Assim, não podemos esperar, atualmente, obter esta verdade libertadora dos cientistas físicos e dos educadores e filósofos mundanos deste século vinte, ou por meio deles. Por não a termos recebido deles e não podermos recebê-la deles, o mundo inteiro da humanidade não tem granjeado a verdadeira liberdade por meio deles. A verdadeira liberdade é algo que não nos podem dar jamais. O que é?

19, 20. (a) Por que foram feridos o orgulho e os sentimentos religiosos dos ouvintes de Jesus pelas palavras dele a respeito de conhecerem a verdade e serem libertos? (b) Quem foi que Jesus disse que era um escravo que precisava ser liberto?

19 O que é esta liberdade veio à luz na continuação da palestra que Jesus Cristo teve com seus ouvintes. Por nascimento, descendiam dum homem livre, o patriarca Abraão, que era o amigo de Deus e a quem Deus levara da Mesopotâmia para a Terra Prometida da Palestina. (Gên. 12:1-3; 15:1-7; 2 Crô. 20:7; Tia. 2:23) Quando os descendentes de Abraão peregrinaram no Egito e os egípcios os oprimiram, Jeová Deus os libertou da escravidão egípcia e os levou para a Terra Prometida. Por meio dos profetas de Deus, obtiveram as inspiradas Escrituras Hebraicas, desde o seu primeiro livro, Gênesis, até o último e trigésimo nono livro delas, Malaquias; e estes delinearam a única adoração verdadeira a Deus naquele tempo. Assim, quando Jesus lhes falou a respeito de conhecerem a verdade por permanecerem em sua palavra e serem libertos pela verdade, isso feriu seu orgulho e seus sentimentos religiosos. Por isso, lemos:

20 “Replicaram-lhe: ‘Somos descendência de Abraão e nunca fomos escravos de ninguém. Como é que dizes: “Ficareis livres”?’ Jesus respondeu-lhes: ‘Digo-vos em toda a verdade: Todo o praticante do pecado é escravo do pecado. Ainda mais, o escravo não permanece para sempre na família; o filho permanece para sempre. Portanto, se o Filho vos libertar, sereis realmente livres. Sei que sois descendência de Abraão; mas vós buscais matar-me, porque a minha palavra não faz progresso entre vós. Eu falo das coisas que vi junto de meu Pai.” — João 8:33-38.

21. De que coisas deveria haver liberdade, e como foi que os ouvintes judaicos de Jesus mostraram que eram escravos?

21 Ah, aqui vem à luz que a liberdade de que Jesus falou era a liberdade em relação ao pecado. Isto também significava a liberdade em relação à morte, pois “o salário pago pelo pecado é a morte”. (Rom. 6:23) Aqueles que ouviam a Jesus talvez se orgulhassem de ser descendentes naturais de Abraão; mas, se quaisquer deles não desejassem que a Palavra de Jesus fizesse maior progresso neles e se desejassem matá-lo por meio de erguê-lo numa estaca de execução, para ali morrer, não eram a descendência livre de Abraão. Não eram filhos do Pai celeste, Jeová Deus. Eram certamente os escravos do pecado em grau muito baixo, e precisavam deveras ser libertos.

22. (a) Do que necessitavam ser lembrados os ouvintes de Jesus a respeito dos filhos de Abraão? (b) Assim, então, que perigo havia com respeito aos judeus?

22 Aqueles judeus que estavam orgulhosos de sua descendência de Abraão necessitavam ser lembrados de que Abraão tivera dois filhos, o primeiro por meio de uma escrava, Hagar, e então um com uma mulher livre, sua esposa, Sara. Mais tarde, o filho da escrava, Ismael, foi mandado embora da casa de Abraão; mas, o filho da mulher livre, Isaque, permaneceu na casa de Abraão e se tornou seu herdeiro e também o herdeiro da promessa que Jeová Deus fez a Abraão. Semelhantemente, os descendentes judaicos de Abraão não eram senão escravos de Deus, e não filhos. Jesus era um Filho de Deus e era livre. Havia, portanto, o perigo de que os judeus semelhantes a escravos não permanecessem na casa de Deus para sempre, mas fossem despedidos, expulsos como o fora Ismael. Jesus, como Filho livre e fiel de Deus, seria devidamente retido e permaneceria para sempre na casa de Deus. Assim, ele podia libertar os judeus.

23 Somente por meio de que proceder poderiam ser libertos aqueles judeus?

23 Apenas por aceitarem a palavra da verdade mediante Jesus e permitirem que fizesse progresso entre eles, podiam ser libertos e se tornarem filhos livres de Deus, e habitarem para sempre na casa de Deus, usufruindo a vida sempiterna. Precisavam que o Filho de Deus os libertasse por meio de sua verdade e pelo sacrifício de si mesmo como resgate por eles.

A ESCRAVIDÃO DE TODA A HUMANIDADE

24. Por que nosso estado moribundo prova que somos pecadores, e somente por que meio podemos ser libertos para a vida?

24 Quem, atualmente, pode provar que não é escravo do pecado e não recebe em si mesmo o salário pago pelo pecado, a saber, a morte? Lênine recebeu plenamente tal salário; está morto, o que prova que era escravo do pecado. Coitadinho dele se Deus e a ressurreição dos mortos fossem apenas um mito! Toda a humanidade nascida do pecaminoso primeiro homem (Adão) tem nascido pecadores. É por isso que tem estado sob a condenação da morte. Todos temos precisado ser libertos do pecado e de sua penalidade de morte. O Filho de Deus e sua verdade são o único meio pelo qual podemos ser libertos e obter a vida eterna como filhos livres do Deus Altíssimo. — Rom. 5:12-18.

25. Como foi que Paulo descreveu seu próprio estado físico e espiritual em Romanos 7:19-25?

25 O apóstolo cristão, Paulo, descreveu seu próprio estado físico e espiritual quando escreveu as seguintes palavras à primitiva congregação cristã em Roma: “O bem que quero, não faço, mas o mal que não quero, este é o que pratico. Se aquilo que não quero é o que faço, então, quem o produz não sou mais eu, mas o pecado que mora em mim. Acho assim a seguinte lei no meu caso: que, quando quero fazer o que é direito, está presente em mim aquilo que é mau. Eu realmente me deleito na lei de Deus segundo o homem que sou no íntimo, mas observo em meus membros outra lei guerreando contra a lei da minha mente e levando-me cativo à lei do pecado que está nos meus membros. Homem miserável que eu sou! Quem me resgatará do corpo que é submetido a esta morte? Graças a Deus, por intermédio de Jesus Cristo, nosso Senhor! Assim, pois, com a mente, eu mesmo sou escravo da lei de Deus, mas com a minha carne, escravo da lei do pecado.” — Rom. 7:19-25.

26. No caso de quem mais deve ser tão plenamente verdadeiro esse estado, se não o for mais ainda?

26 Bem, se isto era verdade quanto ao apóstolo cristão, Paulo, que vira o ressuscitado Jesus Cristo e que recebera de forma tão abundante as dádivas do espírito santo de Deus, é da mesma forma tão plenamente verdadeiro no caso de cada um de nós e de todos nós, se não o for mais ainda!

27. (a) A que forma de adoração se tornaram escravizados os judeus? (b) A que tipo de mulher, por conseguinte, era semelhante sua capital Jerusalém?

27 Junto com tal escravidão ao pecado inato e à sua penalidade de morte, o mundo da humanidade se tornou escravo dum sistema de adoração religiosa falsa. Os judeus foram libertos do Egito antigo e receberam os sagrados pronunciamentos de Deus nos trinta e nove livros das inspiradas Escrituras Hebraicas. Todavia, tornaram-se escravos dum sistema enganoso e hipócrita de adoração religiosa, que a Bíblia Sagrada chama de judaísmo. (Rom. 3:1, 2; Gál. 1:11-16) Assim como o antigo fariseu judaico, Paulo, todos os judeus careciam ser libertos daquele sistema escravizador do judaísmo. Somente a verdade por meio de Jesus Cristo podia fazer isto, como fez no caso de Paulo. Ademais, a própria Lei de Deus dada aos judeus por meio do profeta Moisés condenava aqueles judeus à morte como pecadores incapazes de guardar a perfeita Lei de Deus. Por tal motivo, poderiam ser amaldiçoados por Deus. Por isso, a Lei serviu como jugo para eles, que eles mesmos não podiam levar. Provou que eram escravos do pecado e merecedores da morte. A adição do judaísmo tornou pior a escravidão! Como resultado, sua capital, Jerusalém, não era mãe de filhos livres, mas era como uma mulher escrava, em cativeiro com seus filhos. Qual era a adoração que lhes daria liberdade?

28. (a) Qual, então, era a adoração que lhes daria liberdade? (b) Aqueles que aceitam essa adoração se tornam como o filho de que mulher, e o que mostrou Paulo que eles precisavam fazer então?

28 Era a adoração do único Deus vivo e verdadeiro, Jeová, por meio de seu Filho, Jesus Cristo. Alguns judeus aceitaram a verdade que veio por meio de Jesus Cristo e permaneceram nela, deixando que progredisse entre eles. Esses foram os que aprenderam a verdade que os libertou. Esses obtiveram a adoração pura e verdadeira que concede liberdade! Esses não eram mais filhos duma mulher escrava, mas eram filhos duma mulher livre, a livre organização espiritual de Deus. Eram semelhantes a Isaque, o filho da mulher livre, Sara, esposa de Abraão. A coisa a fazer agora era permanecer livres, lutando para manter a liberdade. Por isso, o apóstolo Paulo escreveu aos concristãos que estavam a par do judaísmo: “Por conseguinte, irmãos, somos filhos, não duma serva, mas da livre. Para tal liberdade Cristo nos libertou. Portanto, ficai firmes e não vos deixeis restringir novamente num jugo de escravidão.” — Gál. 4:31; 5:1.

29. (a) Apesar de que privilégios haviam os judeus vindo a estar sob uma escravidão religiosa? (b) Por que os gentios precisam ainda mais ser libertos e quando foi que o Filho de Deus começou a libertá-los?

29 Tais palavras eram especialmente adequadas para os judeus naturais, circuncidados, que foram tirados do judaísmo para a adoração libertadora do verdadeiro Cristianismo. Os judeus vieram a estar sob uma escravidão religiosa, apesar de terem a Lei de Jeová Deus e estarem em pacto nacional com ele. Quanto mais verdadeiro era que todos os não-judeus, os gentios incircuncisos, que não possuíam a lei de Deus, se achavam em escravidão religiosa! Assim, se os judeus precisavam de libertação, quanto mais precisavam os gentios serem libertos? Por que isso se dava? Porque os gentios se achavam em escravidão a uma organização religiosa mais ampla, a saber, Babilônia, a Grande, que é o império mundial da religião falsa. Tais gentios, em escravidão aos deuses falsos, realmente aos demônios, precisavam desviar-se de tal idolatria para servir ao Deus vivo, Jeová, o Pai do Senhor, Jesus Cristo. Foi três anos e meio depois de sua ressurreição dentre os mortos que o Filho de Deus começou a livrar tais gentios. Isso se deu quando enviou seu apóstolo Pedro ao porto mediterrâneo de Cesaréia para converter a família do centurião italiano, Cornélio. — Atos 10:1 a 11:18.

30. (a) Assim, o que precisam fazer agora aqueles gentios libertos? (b) Por que esta escravidão engloba as pessoas da cristandade?

30 Assim, para a liberdade quanto à meretriz religiosa internacional, Babilônia, a Grande, Cristo libertou os gentios. Por conseguinte, estes precisam também permanecer firmes na adoração libertadora e não permitirem ser de novo confinados a um jugo de escravidão religiosa. Tal escravidão engloba as pessoas que freqüentam as igrejas da cristandade. A cristandade foi estabelecida no quarto século, nos dias do Imperador romano Constantino, o Grande, e abrangia os territórios de Portugal e da Espanha atuais. Enquanto ainda mantinha o cargo pagão de Sumo Pontífice, o Imperador Constantino convocou o concilio de Nicéia na Ásia Menor; e, depois de os bispos contenderem durante semanas, decidiu-se a favor daquilo que é a doutrina religiosa mais importante da cristandade. Trata-se da trindade, a crença de que há Deus, o Pai, e Deus, o Filho, e Deus, o Espírito Santo, e, ainda assim, não há três Deuses, mas um só Deus nas três Pessoas. Nesta doutrina, a cristandade imita os pagãos.

A CRISTANDADE E UMA PARTE NÃO LIVRE DESTE MUNDO

31. Como foi que a cristandade realmente não lucrou, mas veio assim a estar em escravidão, conforme mostrado pela Cyclopoedia de M’Clintock e Strong?

31 A cristandade talvez pensasse que assim obtivera algo, submetendo-se ao domínio do Sumo Pontífice e aceitando o apoio do estado político. Todavia, veio a ficar sob uma escravidão que levou a contínuas dificuldades entre a Igreja e o Estado, até os dias atuais. Diz a Cyclopedia de M’Clintock e Strong, Volume 2:

Numerosas, contudo, em diversos pontos de vista, como fossem as vantagens advindas desta mudança, logo começou a sofrer por entrar em intimo contato com a influência adotante do poder secular. A simplicidade do Evangelho foi corrompida; foram introduzidos pomposos ritos e cerimônias; honras e emolumentos seculares foram conferidos aos mestres do Cristianismo, e o reino de Cristo em boa medida se converteu no reino deste mundo. — Página 483.

32. (a) Em vista do que Jesus disse a Pilatos, por que a cristandade não é parte do reino de Cristo? (b) Quem pode libertar da cristandade as pessoas que freqüentam as igrejas?

32 No entanto, Jesus Cristo disse plenamente ao Governador Pôncio Pilatos, que era representante do Sumo Pontífice romano, Tibério César, o seguinte: “Meu reino não faz parte deste mundo. Se o meu reino fizesse parte deste mundo, meus assistentes teriam lutado para que eu não fosse entregue aos judeus. Mas, assim como é, o meu reino não é desta fonte.” (João 18:36) Por conseguinte, a cristandade, que tem recusado a liberdade e a independência cristãs, preferindo a união religiosa com o Estado e a dependência do Estado, não é parte do reino de Cristo. Por conseguinte, as pessoas que freqüentam as igrejas da cristandade, com sua confusão de divisórias seitas religiosas, precisam ser libertas da escravidão à cristandade. A cristandade é a parte mais proeminente e poderosa de Babilônia, a Grande. Nem a ciência moderna, nem a educação mundana, mas somente a verdade de Cristo pode libertá-las!

[Nota(s) de rodapé]

a Veja-se o artigo “Sociedade Bíblica Despacha Evangelhos Para a Rússia”, conforme publicado no Times de Nova Iorque, datado de 21 de março de 1947.

b Veja-se The Encyclopedia Americana, Volume 17 da edição de 1929, sob o cabeçalho “LIBERDADE, Religiosa”, e seus comentários na página 349 a respeito “do direito de absoluta igualdade de todas as religiões perante a lei”.

c Confirmatório disto é o artigo posterior que foi publicado em Times Magazine de Nova Iorque, datado de 29 de maio de 1966, sob o titulo “A França não É Mais Uma Democracia”, conforme escrito por François Mitterand. A respeito da estabilidade governamental, Mitterand afirma: “Vemo-la como parte essencial duma estrutura democrática, com poderes de decisão nas mãos do povo. Este não é o caso, atualmente; agora os votantes são convocados simplesmente uma vez cada sete anos para votar se desejam ou não manter seu líder.” — Página 56.

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