O espírito e a Palavra de Deus — provisões divinas para a vida
“É o espírito que é vivificante; a carne não é de nenhum proveito. As declarações que eu vos tenho feito são espírito e são vida.” — João 6:63.
1. O que põe em perigo o ar e os suprimentos de víveres do homem, tornando cada vez mais difícil a vida na terra?
SE DESPERTASSE do sono e verificasse que respirava fumaça mortífera, não se empenharia em achar a saída e respirar o ar fresco? Se verificasse que sua dieta continha substâncias venenosas que debilitavam-lhe o corpo de tal modo que iria morrer em breve, não a mudaria para a que lhe desse nutrição e saúde ao corpo? Todavia, apesar de nossa preocupação quanto a eliminar os perigos imediatos, torna-se cada vez mais difícil vivermos na terra, devido à contaminação do ar que respiramos, do alimento que comemos e da água que bebemos. A precipitação resultante das explosões atômicas e as fumaças prejudiciais e substâncias químicas poluem o ar, bem como os suprimentos de comida e de água. O cultivo e o processamento dos alimentos amiúde o deixam desprovido nutricionalmente e contaminado de venenos e aditivos. Os sistemas de esgotos e outros resíduos são despejados nos rios e nos lagos que fornecem água potável, trazendo doenças e morte a muitas pessoas que a bebem. Além deste perigo, há a crítica escassez de víveres e de água potável em muitas partes do mundo.
2. (a) Que “ar” é mais mortífero que o ar natural que tem sido contaminado, e de onde provém? (b) Contraste os resultados dos guiados pelo “espírito do mundo” e dos guiados pelo espírito de Deus.
2 Sabia, contudo, que há um “ar” ainda mais mortífero, porém, sutil, que está sendo respirado atualmente, do que o ar literal que se torna cada vez mais poluído? ou que a ampla maioria da humanidade consome uma dieta constante de “alimento” e “bebida” que a envia rapidamente ao túmulo? Falando-se espiritualmente, o “ar” ou atmosfera mundana que a maioria das pessoas respira hoje em dia é o “espírito do mundo” que tem sido julgado impuro por Jeová. (1 Cor. 2:12; Rev. 16:17-21) Há esta inclinação mental comum que tanto permeia a inteira sociedade que faz as pessoas pensar, falar e tomar certas atitudes e adotar certos conceitos, e a seguir uma norma de conduta bem delineada que vai de encontro à influência do espírito de Deus e à instrução em sua Palavra, a Bíblia. Isto não é estranho, visto que “o mundo inteiro jaz no poder do iníquo”, Satanás, o Diabo, que é descrito como sendo o “deus deste sistema de coisas”, e como “o governante da autoridade do ar, o espírito que agora opera nos filhos da desobediência”. (1 João 5:19; 2 Cor. 4:4; Efé. 2:2) A menos que fiquemos cônscios dos efeitos letais deste espírito criado pelo Diabo e que acalenta os desejos egoístas da carne, pereceremos. Temos, antes, de procurar ser guiados pelo espírito santo de Deus, e assim ser motivados a andar no caminho puro e justo que leva à vida. “Pois, os que estão de acordo com a carne fixam as suas mentes nas coisas da carne, mas os que estão de acordo com o espírito, nas coisas do espírito. Pois a mentalidade segundo a carne significa morte, mas a mentalidade segundo o espírito significa vida e paz.” — Rom. 8:5, 6.
3. Qual é a dieta espiritual das massas da humanidade, e qual tem sido o efeito?
3 Será que a dieta espiritual provida para as mentes das massas é melhor do que o “ar” que respiram? Os gemidos de um mundo doente, pronto para morrer, fornecem ominosa resposta. A sempre crescente violência, ganância, imoralidade e blasfêmia contra Deus no mundo são os terríveis resultados. Colocam à parte o alimento puro da Palavra de Deus, que lhes traria saúde espiritual e lhes daria instrução no caminho à vida sempiterna, e desviam-se para a filosofia, as teorias, os códigos de éticas, os planos, as ideologias, sim, até mesmo para as influências divisórias das seitas religiosas deste velho sistema. Assim como o alimento e a água físicos contaminados tornam doente o corpo e apressam a morte, assim também a alimentação com esta dieta tornou as massas da humanidade tão doentes que Deus as considera mortas, embora vivam. (Efé. 2:1; 1 Tim. 5:6) “Meu povo cometeu uma dupla perversidade: Abandonou-me, a mim, fonte de água viva, para cavar cisternas, cisternas fendidas que não retêm a água.” “Abandonaram o Senhor [Jeová], desprezaram o Santo de Israel, e lhe voltaram as costas. Onde vos ferir ainda, quando persistis na rebelião? Toda a cabeça está enferma, e todo o coração, abatido. Desde a planta do pé até o alto da cabeça, não há nele coisa sã.” — Jer. 2:13; Isa. 1:4-6, CBC.
4. Em contraste com a sabedoria deste mundo, que tipo de alimento necessita o homem para a mente?
4 Se há de fazer decisões corretas que conduzam à vida, o homem precisa de alimento sólido, baseado na verdade, para alimentar a mente, e não a sabedoria mundana. Jesus deu a ênfase certa ao ser tentado pelo Diabo: “Está escrito: ‘O homem tem de viver, não somente de pão, mas de cada pronunciação procedente da boca de Jeová.’” (Mat. 4:4) A mente do homem carece de sabedoria divina para pensar direito. É preciso que haja uma base de verdade sobre a qual edificar. Em oração a Deus, declarou Jesus: “Tua palavra é a verdade.” (João 17:17) É pelo estudo cuidadoso da Bíblia, o livro da verdade, que apreciamos o único caminho para a vida sempiterna, isto é, mediante o sacrifício de Jesus Cristo. “Jesus disse-lhes: ‘Eu sou o pão da vida. Quem vem a mim, não terá mais fome, e quem exerce fé em mim, não terá mais sede.’” — João 6:35; Tia. 3:13-18.
5. O alimento sólido da Palavra de Deus ajudará a pessoa a fazer o quê?
5 Paulo escreveu aos cristãos hebreus que eram vagarosos em entender as coisas mais profundas a respeito de Jesus como o Messias. “A respeito dele temos muito a dizer e difícil de explicar, visto que ficastes obtusos no vosso ouvir. O alimento sólido, porém, é para as pessoas maduras, para aqueles que pelo uso têm as suas faculdades perceptivas treinadas para distinguir tanto o certo como o errado.” (Heb. 5:11, 14) Avisou mais: “Acautelai-vos: talvez haja alguém que vos leve embora como presa sua, por intermédio de filosofia e de vão engano, segundo a tradição de homens, segundo as coisas elementares do mundo e não segundo Cristo.” — Col. 2:8; Sal. 119:104, 105.
6. Porque Deus deseja que o homem viva, que provisões tem feito para ele?
6 Não há dúvida quanto a isso, se desejarmos a vida no novo sistema de coisas de Deus, temos de deixar de respirar o “espírito do mundo” e daqui por diante deixar que o espírito santo de Deus seja uma força motivante em nossa vida. Temos de deixar de alimentar-nos das cascas do conhecimento mundano e deixar de beber as águas poluídas das idéias humanas, ao passo que, daqui por diante, nos banqueteamos do alimento e da bebida espirituais contidos no conhecimento e na verdade da Palavra de Deus. A escolha é realmente uma de vida ou morte. Temos de aceitar as provisões de Deus para a vida ou a perderemos por completo. Se realmente desejarmos a vida, Ele nos ajudará a obtê-la, porque não é realmente sua vontade que nenhuma pessoa pereça. As provisões divinas de seu espírito e sua Palavra são duas fortes garantias disto. — 2 Ped. 3:9; Eze. 33:11; João 7:37-39.
7. (a) Será que Deus nos dá miraculosamente o entendimento de sua Palavra? (b) Como devemos considerar as operações do espírito de Deus sobre os profetas e escritores da Bíblia?
7 Surge então a pergunta: Como podemos obter o máximo proveito destas provisões divinas para a vida? Jeová não abre miraculosamente nossa mente e derrama o entendimento. Nunca agiu assim. Temos de pesquisar em busca de conhecimento e entendimento como se procurássemos tesouros escondidos. (Pro. 2:1-9) Se nossos corações forem corretos e realmente desejarmos servir a Deus, Ele nos dará entendimento, mas não à força. A adoração tem de ser inteiramente voluntária, do coração. Ao passo que deu inspiração aos escritores da Bíblia e a outros, tinham de usar seu intelecto para aprender a vontade de Deus e fazer sua própria decisão de servir a ele. Amiúde, não compreendiam cabalmente o que recebiam por inspiração. (Dan. 12:8, 9; 1 Ped. 1:10-12) Não se apossa de nós como o fazem os demônios quando controlam a mente da pessoa que lhes foi entregue. Não obtemos o “espírito santo” junto com manifestações visíveis, como nos dias apostólicos. Quando os apóstolos e os intimamente associados com eles morreram, não foram mais feitas obras poderosas ou milagres com a ajuda do espírito santo de Deus. — 1 Cor. 13:8-13; 2 Ped. 1:19-21.
8. (a) Ao passo que não são mais feitas pelo espírito santo obras poderosas, que operações continuam até o dia de hoje? (b) Como é que o espírito de Deus nos ajuda a entender as ‘coisas dadas bondosamente a nós por Deus’?
8 Mas, significa isto que o espírito santo não mais trabalha em nosso favor? Não, as obras poderosas eram apenas uma das operações do espírito. Paulo mostra que há “variedades de dons, mas há o mesmo espírito”. (1 Cor. 12:4-6) Disse Jesus: “É o espírito que é vivificante; a carne não é de nenhum proveito. As declarações que eu vos tenho feito são espírito e são vida.” “Quando chegar o ajudador que eu vos enviarei do Pai, o espírito da verdade, que procede do Pai, esse dará testemunho de mim; e vós, igualmente, haveis de dar testemunho, porque estivestes comigo desde que comecei.” (João 6:63; 15:26, 27) Desde Pentecostes de 33 E. C., o espírito santo de Jeová tem continuado a ser um “ajudador”, um ‘recordador’, um ‘mestre’ e um ‘portador de testemunho’. (João 16:7-16; 14:25, 26; Mar. 13:11) Depois de inspirar o último escritor da Bíblia, João, a encerrar o cânon bíblico, tem desempenhado estes papéis primariamente por ajudar os verdadeiros servos de Jeová a obter entendimento progressivo da Palavra de Deus e a disseminar as boas novas em todo o mundo como testemunho. Não havia necessidade de revelações adicionais, mas de se entender o que já fora escrito. Paulo o explica dessa forma: “Porque é a nós que Deus as tem revelado por intermédio de seu espírito, pois o espírito pesquisa todas as coisas, até mesmo as coisas profundas de Deus. Ora, não recebemos o espírito do mundo, mas o espírito que é de Deus, para que soubéssemos as coisas que nos foram dadas bondosamente por Deus. Destas coisas também falamos, não com palavras ensinadas pela sabedoria humana, mas com as ensinadas pelo espírito, ao combinarmos assuntos espirituais com palavras espirituais.” — 1 Cor. 2:10, 12, 13.
9. Como podemos adquirir o “modelo de palavras salutares” em nossa mente?
9 O processo, então, exige uma mudança de pensamento. Temos de deixar de respirar o espírito deste mundo e empenhar-nos em ter dentro de nós um novo espírito ou força que se harmonize com o espírito e a Palavra de Deus. O espírito de Deus sempre tem agido em harmonia com sua Palavra. Não pode agir contra ela. Não nos proverá alguma direção contrária ou nova direção, se já a colocou ali, na Sua Palavra, para que a aprendamos, mas nos ajudará a entender o que está escrito. Temos de obter o entendimento dos assuntos espirituais por termos bem claras na mente as palavras espirituais da Bíblia. Temos de ajustar as partes relacionadas, de modo que possamos obter entendimento espiritual. Paulo escreveu a Timóteo: “Apega-te ao modelo de palavras salutares que ouviste de mim com a fé e o amor que há em conexão com Cristo Jesus. Guarda, por intermédio do espírito santo que mora em nós, o que de excelente te foi confiado.” — 2 Tim. 1:13, 14; Efé. 3:14-19.
10. De que modo o espírito de Deus atua por meio de sua Palavra?
10 Em si mesmas, as páginas da Bíblia são simples papel com tinta sobre ele, quer encadernadas em uma capa luxuosa ou simples. Contudo, quando a pessoa começa a estudar, com bom coração, estas palavras inspiradas pelo espírito, gera-se poderosa força de modo que, na verdade, pode-se dizer que o espírito de Deus está sendo absorvido pelo leitor com discernimento. Esta é deveras uma das notáveis operações do espírito santo, em razão da força colocada na Palavra de Deus pelo espírito santo. Produz resultados quando começa a atuar em nossas vidas. “Porque a palavra de Deus é viva e exerce poder, e é mais afiada do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até a divisão da alma e do espírito, e das juntas e da sua medula, e é capaz de discernir os pensamentos e as intenções do coração.” (Heb. 4:12) A Palavra de Deus é tão penetrante assim! Chega até os nossos motivos de fazermos as coisas. Diferencia o que parecemos ser, como criatura vivente, a alma, e o que realmente somos no coração, em atitude, em espírito. Se permitirmos que atue em nossa vida, combaterá as idéias erradas, os motivos impuros e os desejos egoístas. Pode criar em nós poderosa força que nos impulsione para a justiça. — Jer. 17:9, 10.
EMPENHANDO-NOS POR UM NOVO ESPÍRITO
11. Como foi que Deus propôs que o homem usasse a mente?
11 Quando Jeová fez o homem, deu-lhe a maravilhosa faculdade da mente raciocinadora. Que dádiva graciosa isto era! As mentes de Adão e Eva não eram circuitos impressos que só podiam produzir predeterminadas idéias ou resultados a um dado estímulo. Nem eram autômatos, controlados do céu segundo cada movimento seu. Antes, Jeová lhes ensinaria progressivamente todas as coisas que necessitassem para fazer decisões corretas na vida. O certo e o errado não deveriam ser aprendidos pelo método empírico (ou de errar até acertar). As percepções seriam recebidas pelos sentidos e seriam associadas em padrões de conhecimento. Este poderia ser colocado em uso no momento ou reservado na memória para uso posterior. Com o tempo, o homem teria em seu reservatório mental um vasto cabedal de erudição recebida de seu Criador, que poderia usar como sabedoria ao cumprir com entendimento o propósito de Deus para ele. — Pro. 3:1-7.
12. (a) O que foi que Jeová criou na mente e no coração dos homens a fim de que tivessem incentivo? (b) Como é que o homem difere dos animais inferiores quanto ao potencial desta força mental?
12 As funções da mente são muito complexas, mas sabemos que, desde que a pessoa nasce, há uma força mental que a motiva a fazer as coisas. A Bíblia fala desta inclinação mental ou força motivante como o espírito (ru’ahh, hebraico; pneu’ma, grego) do homem. (Pro. 25:28; 1 Cor. 2:11) Emana dos desejos, das necessidades, das aspirações e de outros estímulos tanto de dentro como de fora do corpo, e adquire a intensidade de força em razão de os cultivar. Os animais inferiores têm também um espírito; mas, em contraste, esta força mental os move a fazer coisas segundo o instinto, pouco variando do modo que seus progenitores faziam as coisas durante os séculos passados. No homem, o potencial desta inclinação mental de ser exercida em mais de uma direção, segundo um proceder arrazoado, fornece-lhe a habilidade de escolher, e, assim, o homem possui o livre arbítrio. Todavia, é limitada a liberdade que o homem possui. Tem limites. Tem de ser assim, a bem de seus próprios interesses, visto que há muitas coisas que pode escolher fazer que são prejudiciais. O Criador do homem, sabendo o que é bom para ele, mental e fisicamente, estabeleceu limites razoáveis que não constituem uma carga. — 1 João 5:3; 1 Ped. 2:16.
13. Considerem a realização da vontade da pessoa em conexão com seu “espírito”.
13 Intimamente associada com esta força impulsionadora se acha a vontade da pessoa, que é a faculdade da ação consciente e deliberada. Denota a intenção e o propósito fixos e persistentes. Tem muito que ver com a vontade a forma de a pessoa assimilar o conhecimento e o relacionar, de modo a ter entendimento. Há forças mentais motivadoras por trás de nossas ações, e o controle que nossa vontade exerce sobre essas forças determina se faremos uma coisa ou outra coisa diferente. Chamamos a isto de força de vontade. Podemos fortalecer nossa vontade com motivos de fazermos a coisa correta, conforme determinada por Deus, e pelas conseqüências de fazermos a coisa errada, e, por fazermos isto, nossa força motivadora nos dirigirá na direção correta. “Quando a sabedoria entrar no teu coração e o próprio conhecimento se tornar agradável para a tua alma, a própria faculdade de raciocínio te guardará, o próprio discernimento te protegerá, para te libertar do mau caminho.” — Pro. 2:10-12; Dan. 11:3; 1 Cor. 7:37.
14. (a) Por causa do pecado, qual é a natureza da inclinação da mente do homem? (b) Como podemos ter um novo espírito atuando em nossa mente?
14 Nossos primeiros pais não continuaram a assimilar o conhecimento correto e a fortalecer suas vontades em cumprir o propósito de Deus para eles. Permitiram que o desejo errado se tornasse fértil, de forma a motivá-los a um proceder de autodeterminação. (Tia. 1:14, 15; 2 Cor. 11:3) Pecaram e, por herança, temos as mesmas tendências. “A inclinação do coração do homem é má desde a sua mocidade.” (Gên. 8:21) Davi confessou: “Eis que com erro me deu à luz com dores de parto, e em pecado me concebeu minha mãe.” Confrontado com seu deplorável proceder pecaminoso, orou contritamente: “Cria em mim até mesmo um coração puro, ó Deus, e põe dentro de mim um novo espírito, um perseverante. Não me lances para fora de tua face; e não retires de mim o teu espírito santo.” (Sal. 51:5, 10, 11) Temos de estudar com diligência a Palavra de Deus e levar a peito seu conselho de ter este espírito novo. Temos de acatar as orientações do espírito santo de Deus. Deixados entregues ao nosso próprio juízo, amiúde cairíamos e seríamos levados a veredas erradas, apesar de quaisquer intenções sinceras. Por isso, aconselha o apóstolo: “Deveis pôr de lado a velha personalidade que se conforma ao vosso procedimento anterior e que está sendo corrompida segundo os seus desejos enganosos; mas . . . feitos novos na força que ativa a vossa mente, e . . . [vos] revestir da nova personalidade, que foi criada segundo a vontade de Deus, em verdadeira justiça e lealdade.” — Efé. 4:22-24.
15. A fim de mantermos um bom coração e o espírito correto, o que é necessário?
15 Se a pessoa ora, estuda e se empenha por um espírito correto e está determinada a tê-lo, Deus é fiel, no sentido de que Ele ajudará tal pessoa a ter um bom espírito. Jesus destacou a necessidade de orarmos para que o espírito de Deus fortalecesse nosso próprio espírito: “Mantende-vos vigilantes e orai continuamente para que não entreis em tentação. O espírito, naturalmente, está ansioso, mas a carne é fraca.” (Mat. 26:41) Nosso espírito tem que receber incentivo ou ser inclinado tão fortemente na direção correta que qualquer desejo carnal de agir de forma errada ou seguir a lei do menor esforço seja combatido. Daí, não cederemos à tentação nem “deis margem ao Diabo”. (Efé. 4:27) Tendo nossas mentes bem despertas, vivas, ansiosas de fazer a vontade de Deus, poderemos mover a carne a obedecer, apesar de suas limitações e imperfeições. — 1 Cor. 9:26, 27; Rom. 6:12-14.
16. (a) O que continua a agir em oposição a nossas mentes renovadas? (b) O que é necessário a fim de triunfar sobre os desejos da carne?
16 Assim, Deus não faz um milagre em nosso caso, removendo a imperfeição e a inclinação para o pecado de nossos corpos. Ainda está ali, e ficamos muito cônscios disso, dia após dia, muito embora nos esforcemos diligentemente em seguir um proceder piedoso. “Acho assim a seguinte lei no meu caso: que, quando quero fazer o que é direito, está presente em mim aquilo que é mau. Eu realmente me deleito na lei de Deus segundo o homem que sou no íntimo, mas observo em meus membros outra lei, guerreando contra a lei da minha mente e levando-me cativo à lei do pecado que está nos meus membros. . . . Assim, pois, com a mente, eu mesmo sou escravo da lei de Deus, mas com a minha carne, escravo da lei do pecado.” (Rom. 7:21-25) Não poderíamos triunfar sobre os desejos da carne em nossa própria força. É por isso que Deus nos concede a ajuda que precisamos muito além do que podemos fazer nós próprios para cumprir os requisitos, “para que o poder além do normal seja o de Deus e não o de nós mesmos”. (2 Cor. 4:7) Ele nos dá seu espírito, não para fazer um milagre que remova o problema, mas para nos dar o entendimento de como enfrentá-lo, de suportá-lo, de ser treinados por ele, de provarmos a integridade por meio dele. “Porque Deus não nos deu um espírito de covardia, mas de poder, e de amor, e de bom juízo.” — 2 Tim. 1:7; Luc. 11:13.
17. (a) Ao passarmos por várias provas, do que não devemos perder a visão? (b) Por que estamos sujeitos plenamente à prova, às vezes?
17 Não devemos pensar que nossas provas são sempre especiais, envolvendo a grande questão da soberania universal, tal como o foi a prova de Jó, e, todavia, jamais devemos ir ao outro extremo e achar que não contribuímos para a vindicação do nome de Jeová pelo nosso proceder de fidelidade sob prova. O Diabo e seus demônios agiriam de forma a destruir os servos de Deus sem qualquer misericórdia se Deus não provesse a proteção necessária e o clima em que se possam nutrir a fé, a esperança e o amor e se possa manter integridade. O Diabo repetidas vezes põe em dúvida a integridade e a retidão dos servos de Deus e ele amiúde manobra os assuntos de tal modo que sejamos tentados, maltratados, ameaçados ou soframos outro tipo de interferência. Algumas questões se delineiam de forma bem nítida, e, às vezes, talvez pareça custar a se fazer a decisão quanto a se a pessoa manterá ou não a integridade e a fidelidade sob prova. Se Jeová efetuasse indiscriminadamente a libertação milagrosa, então, haveria uma base para que o Diabo zombasse de Jeová, de que não permitiu que a questão seguisse seu pleno rumo: ‘Jeová a ajudou bem no momento crucial; se Ele não a tivesse livrado bem naquele momento, com certeza teria falhado na prova a que a submeti naquele tempo.’ Assim, os resultados seriam inconclusivos quanto à questão. — Pro. 27:11; Rev. 7:1-4, 9-17.
18. O que podemos esperar no sentido de alívio, da parte de Jeová?
18 Por outro lado, se o teste ou prova for feito além do que é razoável, além do ponto em que provaria algo com respeito à questão, então haveria justificativa para que Jeová interferisse misericordiosamente, trazendo alívio, com alguma operação, quer pelos seus santos anjos, que são servos públicos em favor dos santos na terra, quer de outra forma. A pessoa talvez não sinta esta ajuda especial, mas sentirá o alívio. Jeová poderá pôr um paradeiro no assunto, provendo uma saída, se a prova serviu a seu propósito, ou poderá permitir que continue até seu limite, em alguns casos, se a fidelidade até à morte for o único meio de a questão ser resolvida. “Conseqüentemente, quem pensa estar em pé, acautele-se para que não caia. Não vos tomou nenhuma tentação exceto a que é comum aos homens. Mas Deus é fiel, e ele não deixará que sejais tentados além daquilo que podeis agüentar, mas, junto com a tentação, ele proverá também a saída, a fim de que a possais agüentar.” — 1 Cor. 10:12, 13; 2 Cor. 4:7-12.
19. Visto que Jeová “avalia os espíritos”, o que deveríamos ser cuidadosos em fazer?
19 Quão confortadoras são as palavras de Paulo: “Por isso, não desistimos; porém, ainda que o homem que somo por fora se definhe, certamente o homem que somos por dentro está sendo renovado de dia em dia.” (2 Cor. 4:16) É o “homem que somos por dentro” que desejamos manter renovado e salvaguardado. Ao perseverarmos, lembramo-nos de que Jeová “avalia os espíritos.” (Pro. 16:2) Observe para ver se deixamos que o espírito deste mundo e sua sabedoria nos motivem, ou se nos apegamos de perto à sua Palavra e correspondemos a seu espírito. “Não contristeis o espírito santo de Deus, . . . prossegui percebendo qual é a vontade de Jeová. . . . ficai cheios de espírito.” — Efé. 4:30; 5:17, 18; Gál. 5:16-26.
20. Para que propósito Jeová nos tem dado seu espírito e sua Palavra? O que mostrará o artigo seguinte?
20 Se havemos de viver na nova ordem de coisas de Deus para a humanidade, temos de aproveitar todas as provisões que Jeová tem feito para a vida. Neste artigo, temos visto como o seu espírito e sua Palavra são indispensáveis ajudas, sem as quais não podemos fazer isso. Há uma terceira provisão que também é indispensável, e, no artigo seguinte, veremos como ela também é uma provisão amorosa de Jeová para seu povo que busca a vida.