Como se acabará com o crime
Chegar à Raiz do Problema
É ÓBVIO que a eliminação do crime exige a eliminação do pecado — a erradicação de todos os vestígios de pecaminosidade de nós, individualmente. Pois a lei não pode funcionar do modo tencionado ou desejado se as pessoas, como indivíduos, não sustentarem seus princípios. Inversamente, se o pecado for removido, o amor e os princípios corretos — a essência da lei — seriam seguidos com motivação íntima, do coração. Não haveria então necessidade alguma de um código de leis que proibissem certos erros e especificassem penas.
Como declaram as Escrituras: “A lei é promulgada, não para o justo, mas para os que são contra a lei e os indisciplinados, ímpios e pecadores.” (1 Tim. 1:9) A pessoa justa, estando livre dos desejos e pensamentos ruins, faria “naturalmente” a coisa certa.
A fim de nos revelar este fato, de nos fazer saber nossa necessidade, foi a razão de Deus ter dado a Lei a Israel, e por que dispomos dela hoje em forma impressa, para todos poderem lê-la. Convictos de nossa situação ruim, estamos na posição correta de nos voltar para o modo justo de Deus. Somente Deus, que é o Soberano Universal, pode fornecer-nos um modo de agir. Ele tem feito isto, e o modo é realmente muito simples.
O Arranjo de Deus Para a Justiça
A Bíblia delineia o arranjo de Deus. Acha-se ao alcance de toda a humanidade. Visto que todos nós somos pecadores, tendo herdado a imperfeição de nossos antepassados, a começar com o pecaminoso Adão, somos impotentes. Nenhuma lei pode salvar-nos. O único meio de livramento é alguém não culpado assumir a pena pelos nossos pecados. Foi isto que Deus proveu por enviar seu Filho à terra como homem perfeito e justo. Lemos: “Porque, havendo incapacidade da parte da Lei, enquanto ela estava fraca por intermédio da carne, Deus, por enviar o seu próprio filho na semelhança da carne pecaminosa e concernente ao pecado, condenou o pecado na carne.” — Rom. 8:3.
Tal fato é tornado ainda mais claro pelos apóstolos Paulo e Pedro, ao escreverem, respectivamente: “Aquele [Cristo] que não conheceu pecado, ele fez pecado por nós, para que, por meio dele, nos tornássemos a justiça de Deus.” E: “Ele [Cristo] mesmo levou os nossos pecados no seu próprio corpo, no madeiro, a fim de que acabássemos com os pecados e vivêssemos para a justiça.” — 2 Cor. 5:21; 1 Ped. 2:24.
Mesmo por aceitar o arranjo de Deus, por exercermos fé em Sua provisão por meio de Cristo, não nos livramos de nossa imperfeição na carne, no tempo atual, mas obtemos uma boa posição perante Deus. Daí, “se alguém cometer pecado, temos um ajudador junto ao Pai, Jesus Cristo, um justo. E ele é um sacrifício propiciatório pelos nossos pecados, contudo, não apenas pelos nossos, mas também pelos do mundo inteiro”. (1 João 2:1, 2) Assim, todas as pessoas têm a oportunidade, caso desejem, de exercer fé no arranjo e nas promessas de Deus.
Uma vez feito isto, a pessoa com fé viverá da melhor forma que puder segundo os princípios justos delineados na Bíblia. Tais princípios são esboçados especialmente nas Escrituras Gregas Cristãs, comumente chamadas de Novo Testamento. Quando peca, poderá obter o perdão por arrepender-se e orar à base do sacrifício expiatório de Cristo. (Compare com o Salmo 51:1-7.) Daí, faz tudo que pode para evitar repetir tal pecado. Mas Deus não a culpa e condena à base de qualquer código de lei, pois os cristãos estão livres da lei mosaica. (Gál. 5:18) O apóstolo Paulo explicou que Deus nos dá seu espírito para nos ajudar. Ele falou de seu ministério como sendo, “não dum código escrito, mas de espírito; pois o código escrito condena à morte, mas o espírito vivifica”. — 2 Cor. 3:6.
Todavia, se os que exercem fé em Cristo e tentam seguir seu exemplo cometem pecados, como poderia haver um mundo sem lei? Porque os cristãos estão aguardando tornarem-se perfeitos, no devido tempo, destarte livres da contaminação do pecado herdado. Quanto a um mundo justo sem lei, os cristãos oram: “Nosso Pai nos céus, santificado seja o teu nome. Venha o teu reino. Realize-se a tua vontade, como no céu, assim também na terra.” (Mat. 6:9, 10) Ser feita a vontade de Deus assim na terra como no céu significa a perfeição absoluta neste planeta, como Deus propôs ao criar originalmente o gênero humano. (Gên. 1:26-28) Esta condição, ele promete trazer por limpar a terra de todos que insistem na anarquia. (Sal. 37:34) Deus descreve as condições terrestres sob seu reino, em Revelação 21:3, 4: “Enxugará dos seus olhos toda lágrima, e não haverá mais morte, nem haverá mais pranto, nem clamor, nem dor. As coisas anteriores já passaram.”
Daí, com as pessoas amando a Deus, amando umas às outras e deleitando-se em fazer coisas que tragam o bem, e não o dano, não haverá necessidade dum código de lei. Como será isto possível? Porque o espírito de Deus prevalecerá e orientará as pessoas de dentro do coração, e não por um código escrito. A Bíblia descreve esta influência do espírito de Deus: “Os frutos do espírito são amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, brandura, autodomínio. Contra tais coisas não há lei.” (Gál. 5:22, 23) Não são necessárias quaisquer leis que restrinjam ou regulem tais qualidades. A Bíblia descreve esta situação como se estando sob a cristã ‘lei que pertence à liberdade’. (Tia. 1:25) Tal lei será escrita por Deus “nos seus corações”. (Heb. 8:10; 10:16) Quanto mais abundantes forem tais frutos do espírito, tanto mais abundantemente se promoverá a paz. Esta é a liberdade que Deus promete aos que, pela fé, se tornam seus filhos. — Rom. 8:21.
[Foto na página 13]
Pela fé, “a própria criação será também liberta da escravização à corrução e terá a liberdade gloriosa dos filhos de Deus”. — Rom. 8:21.