Atiça seu zelo os seus irmãos?
“O vosso zelo tem atiçado a maioria deles.” — 2 COR. 9:2.
1, 2. Que eventos provam que as pessoas ainda têm capacidade de ter zelo?
EM ANOS recentes, especialmente desde a Segunda Guerra Mundial, o entusiasmo pelas instituições religiosas da cristandade tem diminuído perceptivelmente, especialmente entre os jovens do mundo. Bancos vazios nas igrejas são abundantes, ao passo que os estádios esportivos têm estado superlotados, com multidões-recordes aos sábados e domingos, dias geralmente reservados, na cristandade, para a adoração de Deus. Os fãs dos esportes, muitos deles freqüentadores de igrejas, enfrentam o mau tempo e toda espécie de inconveniências, muitas vezes viajando grandes distâncias e pagando preços exorbitantes para assistir aos jogos. Estimulam seus times à vitória ou os consolam na derrota.
2 Alguns fãs juvenis podem recitar palavra por palavra estatísticas intermináveis sobre cada jogador e se oferecem voluntariamente, todo felizes, a contar tudo o que sabem sobre o esporte. Em anos recentes, o entusiasmo pelos esportes competitivos tem sido tão grande em alguns países, que foi necessário construir muros altos em volta dos campos de esporte, alguns até com valas cheias de água, para desencorajar as multidões zelosas de transpor as barreiras e impedi-las de invadir o campo e talvez ferir os jogadores. É óbvio que as pessoas ainda têm a capacidade de ter zelo irresistível, mas não é a religião que está atiçando os seus corações, não é?
3. Na Inglaterra, o que atiça o entusiasmo entre muitos dos jovens?
3 Na Inglaterra declara-se que os Beatles são mais populares entre os adolescentes do que Jesus Cristo. A religião antiga é dada como morta. Agora há uma nova religião. É a religião da jovem guarda, com a bossa nova. John Lennon, dos Beatles, reconheceu esta mudança geral, anunciando: “O cristianismo desaparecerá. Sumirá e desvanecerá. Nós somos agora mais populares do que Jesus.” Uma jovem, tomando seu partido, perguntou: “Por acaso vê alguma moça gritar por causa dum retrato de Cristo, assim como fazem por causa dum retrato dos Beatles?” É bem natural que não. Assim como o pequeno Zaqueu certa vez subiu num sicômoro-figueira para ver melhor a Jesus Cristo, assim, agora, os jovens enchem os caibros dos telhados para ver melhor os que atiçam a sua alma. Ao ver os Beatles, certa moça gritou: “Ó meu Deus! Ó meu Deus! Não agüento mais. Não agüento mais.” O “Deus” estava nos seus lábios, mas não foi um ministro de Deus, nem a mensagem de Cristo, que atiçou a sua alma. — Luc. 19:2-8.
4. Que perguntas se fazem, e por quê?
4 O que aconteceu com a religião cristã que antigamente atiçava os corações dos homens a abandonarem pai e mãe, seu lugar de emprego, a subir em árvores, até mesmo negando-se a si mesmos pela causa de Cristo? Onde está aquele zelo revolucionário que antigamente inflamava o mundo? Onde estão as pessoas que antigamente eram acusadas de subverter a terra habitada? (Atos 17:6) Sem ministros zelosos não pode haver triunfo do cristianismo, nem atos recompensadores de fé cristã. Mas, onde se pode encontrar tal zelo hoje em dia?
AGITAÇÃO RELIGIOSA NA CRISTANDADE
5, 6. Em que situação se encontra a religião da cristandade, conforme atestado pelo seu clero?
5 Dentro da cristandade há mais evidência de religião morredoura do que de cristianismo dinâmico. O evangelista Billy Graham afirmou que as igrejas da cristandade se debatem numa confusão trágica. “Se temos perdido nosso entusiasmo por Cristo”, disse ele, “é porque a nossa fé deixou de significar grande coisa para nós”. O Dr. Carl F. H. Henry, evangelista-teólogo, disse que o protestantismo liberal “perdeu a maior parte de seu impulso evangélico”. E parece não haver dúvida quanto a isso. Em 31 de outubro de 1966, enquanto os sinos das igrejas, na Berlim dividida, repicavam para anunciar o Dia da Reforma, muitos delegados, segundo se relata, suplicavam a Deus ‘para que soprasse novamente o espírito da Reforma para dentro da igreja cristã’. Mas, evidentemente, o espírito de Deus abandonou aquele organismo inteiramente.
6 O protestantismo não tem o zelo do primeiro século. Certo líder eclesiástico, protestante, na América do Norte, confessou: “A igreja cristã está morrendo em todo o mundo.” Ele descreveu os professos cristãos como “presumidos, cheios de ódio [e] preconceito”. O “Padre” Boyd, sacerdote episcopal de boates, disse que ‘a sua igreja está moribunda’. Na Inglaterra, a religião é descrita como “descendo uma ladeira escorregadia. . . . O povo abandonou a igreja”, disse certo ministro episcopal. Ele disse mais: “O mesmo acontecerá aqui na América, e vai condenar a igreja.”
7. Quem é responsável pela condição inanimada das religiões da cristandade?
7 Quem é responsável por esta condição inanimada na religião da cristandade? O que a produziu? Um líder metodista, de Nashville, Tennessee, E. U. A., declarou que há “insipidez demais” na igreja. Levantou a acusação de que “parte disso é simplesmente simulação, e há demasiada conformidade e mediocridade para a pessoa se sentir à vontade”. O ex-bispo episcopal Pike disse: “Por 2.000 anos temos falado com duplicidade. Não é de admirar-se que estejamos confusos.” Um destacado leigo presbiteriano declarou recentemente: “A maioria dos ministros está tão mal orientada, tão completamente fora da questão e tão cheia de idéias liberais e humanísticas, que cada dia se mostram mais inúteis para os seus paroquianos.”
8. Que fator tem levado à perda de fé e de zelo religioso?
8 Sua declaração talvez fosse induzida pela ação recente da Assembléia Geral da Igreja Presbiteriana Unida, que adotou uma nova confissão de fé para esta denominação. A confissão rejeita o conceito de que a Bíblia é a palavra “inerrante” de Deus. Muitos clérigos e professores de escolas teológicas questionam a fidedignidade da Palavra de Deus, a Bíblia. Instam a “tirar a mitologia” da Bíblia. Em suma, arvoraram-se em juízes para decidir quais ensinos da Bíblia são “possíveis”. Citam o nascimento virginal como sendo mito. A ciência moderna acredita que é impossível que uma virgem dê à luz um filho. Portanto, segundo o seu arrazoamento, Maria não era absolutamente virgem. Mas, uma vez que duvidam do nascimento virginal, o que os impede que duvidem de Cristo, o Filho de Deus, da ressurreição dos mortos ou mesmo da existência do próprio Deus? O ponto de vista dos que consideram a maior parte da Bíblia como mito é que, embora partes dela talvez sejam divinamente inspiradas, o resto é simplesmente evidência infundada de homens imperfeitos. Mas, quando se adota e aceita tal ponto de vista, a Bíblia, a fonte da força, do zelo e do entusiasmo cristãos é tornada inútil. Até mesmo o homem, o pecado e Deus tornam-se meras especulações de homens mortais.
9. De que modo têm os clérigos diluído a Palavra de Deus, e com que efeito?
9 Mas, não é isto o que tem acontecido na cristandade? O Dr. Leslie Weatherhead, ex-presidente da Conferência Metodista, diz que gostaria de censurar a Bíblia. Um reitor da Igreja Anglicana do sul da Inglaterra, J. C. Wansey, de Woodford, disse que a Bíblia contém passagens de “refugo espiritual” e “veneno” para o povo. Certo bispo episcopal disse que ‘não há espírito santo, nem nascimento virginal, nem ressurreição, e que ele não tem nem certeza da onipotência de Deus’. Um ministro anglicano, chefe do departamento de estudos religiosos da Universidade da Colúmbia Britânica, declarou: “Deus não é necessário.” “Todas as ciências — inclusive os estudos religiosos — procedem sem a hipótese de Deus. Se o conhecimento pode existir sem Deus, então também a vida.” O Rabino Joel Goor disse a estudantes da Universidade de San Diego, na Faculdade Feminina, em 22 de outubro de 1966: “Não cremos no pecado original. Cremos que o homem peca assim como Adão pecou, não por este haver pecado”, apesar do que a Bíblia diz em contrário. (Rom. 5:12; 1 Cor. 15:22) Esta diluição da Palavra de Deus com especulação e tolice humanas não tem produzido um cristianismo dinâmico. Pois um cristianismo diluído não é cristianismo. É religião falsa, despida de todo poder transformador.
10. Que situação moral vergonhosa foi produzida por esta diluição?
10 A religião diluída produziu na cristandade uma moralidade diluída, que não é nenhuma moralidade. Ela sanciona a tolerância do mal, o que é em si mesmo um mal. Robert W. Wood, ministro da Igreja Unida de Cristo (um organismo formado, nos Estados Unidos, pela união das Igrejas Congregacional, Evangélica e Reformada), disse: “O ônus moral da homossexualidade não é maior do que o de ser canhoto.” O “casamento” entre dois homossexuais é considerado moral por este ministro, e ele diz que realizaria tal cerimônia religiosa. Chefes de religião defendem a legalização das práticas homossexuais entre homens adultos, aprovam as relações sexuais fora do matrimônio e ridicularizam quase que todo princípio moral básico da Bíblia, que é a base da fé e do zelo cristãos. Que espécie de rol de membros se pode, de direito, esperar de tal liderança indolente, desleixada e sem fé?
11. Como explicou um grupo presbiteriano leigo a sua preocupação?
11 Um grupo presbiteriano leigo explicou sua preocupação do seguinte modo: “A mensagem autoritária da salvação, que tem o poder de transformar o coração dos homens, é declarada pelas Escrituras Sagradas. Mas os homens que duvidam da plena integridade e autoridade da Bíblia perdem logo a confiança na sua mensagem. Concede-se tempo para se estudar ‘sobre’ a Bíblia, ao passo que se negligencia o conhecimento da própria Palavra. Mesmo os nossos seminários apoucam tanto o ensino bíblico, que, muitas vezes, se deixa em dúvida a importância das Escrituras. . . . As pessoas têm fome e sede da mensagem autoritária da salvação. Os que comprometem a autoridade da Bíblia com uma mistura de verdade e de erro falharão a esta geração.” Não se pode mofar de Deus. O princípio bíblico é: ‘Ceifamos o que semeamos.’ (Gál. 6:7) O colapso moral e espiritual desta geração precisa ser atribuído aos púlpitos e aos seminários, onde se questiona a autenticidade da Bíblia como a Palavra de Deus.
12. Quais têm sido os frutos da religião fútil, ritualística?
12 Quando os distúrbios raciais assolavam Chicago, Ilinóis, E. U. A., em 1966, tornou-se terrivelmente evidente o fracasso da Igreja Católica Romana quanto a ensinar princípios bíblicos, justiça racial e dignidade humana. Os católicos romanos voltaram-se uns contra os outros. Uma freira foi abatida a pedrada. “Magoa-nos pensar que não os ensinamos melhor”, disse ela. Um homem gritou para um sacerdote que andava lado a lado com uma mulher negra: “Eh! padre, está dormindo com ela?” Um sacerdote perspicaz, que morava numa das áreas das turbas amotinadas, disse: “Durante anos, a maior parte de nossas paróquias por aqui têm ensinado ritos, regras e restrições fúteis. Recebemos o que pedimos.” Em outras palavras, colheram em distúrbios e abuso o que semearam em ritos fúteis. No Panamá, uma multidão ameaçou linchar tanto freiras como padres, se não se lhe permitisse a jogatina e a dança. Estas pessoas, que vieram a Portobelo para celebrar a festa anual, católica romana, do Cristo Negro, clamavam: “Queremos o sangue dum sacerdote.” Tais pessoas têm zelo, mas, obviamente, não é o zelo do cristianismo do primeiro século. Parece-se mais ao zelo dos que penduraram o Filho de Deus numa estaca, no Calvário, do que ao daqueles que o seguiam.
IDENTIFICADOS OS CRISTÃOS ZELOSOS
13, 14. Como identificaram diversos autores a presença do cristianismo zeloso na terra, como estando com que grupo?
13 Significa isso que não há nenhuma representação zelosa do cristianismo atualmente na terra? Não, não significa isso absolutamente. O cristianismo está bem representado na terra, hoje em dia, e isso com zelo. Em toda a terra há mais de um milhão de cristãos reagindo zelosamente à urgência dos nossos tempos, oferecendo-se voluntariamente como ministros de Deus. Estão proclamando as boas novas do reino de Deus, em testemunho a todas as nações, antes de vir o fim deste sistema de coisas. (Mat. 24:14) Charles S. Braden, no seu livro These Also Believe (Estes Também Crêem), identifica para nós quem são. Escreve: “Pode-se dizer verdadeiramente que nenhum grupo religioso no mundo demonstrou mais zelo e persistência em procurar difundir as boas novas do Reino do que as Testemunhas de Jeová.” Seu ministério é de participação zelosa, que diz mais do que apenas: “Creio.”
14 Louis Cassels, editor de notícias religiosas, também teve o seguinte a dizer das testemunhas de Jeová: “A proporção fenomenal de seu aumento é o resultado de zelo pelo evangelismo, que envergonha as igrejas estabelecidas. Cada Testemunha é considerada como ministro ordenado e é enviada a tocar campainhas às portas, distribuir literatura nas esquinas das ruas e pregar a mensagem [do Reino] a tantas pessoas quantas possível. . . . Atrás desta paixão para ganhar conversos está a firme convicção das Testemunhas de que é iminente o fim da história humana. Esperam que venha a qualquer hora, e quase certamente dentro dos próximos 10 anos.”
15, 16. O que falaram observadores religiosos sobre o zelo das testemunhas de Jeová?
15 Os observadores religiosos reconhecem que há um grupo zeloso de pessoas na terra, que defendem os princípios cristãos e sustentam os princípios bíblicos nas suas próprias vidas. Até mesmo uma publicação católica romana expressou este desejo ilusório: “Admiramos o zelo das Testemunhas, e muitas vezes gostaríamos que os nossos próprios católicos estivessem imbuídos de um espírito apostólico similar.” Mas, o mero desejo não produz cristãos zelosos, conforme os líderes católicos romanos deviam saber.
16 Uma das evidências identificadoras dos verdadeiros cristãos é a perseguição que sofrem por causa de seu zelo na pregação. Uma publicação protestante, o Alabama Baptist, disse num editorial: “Em todo o mundo ouvimos que esta seita [as testemunhas de Jeová] está sendo perseguida. . . . Certamente, a única razão de serem atacados é a de terem uma crença zelosa nas doutrinas da Bíblia. Pelo menos podemos dizer isso a favor deles, que são o único grupo em nosso país, que são tão zelosos nas suas crenças e práticas, que resistem até a perseguição.” Os escritores bíblicos indicaram que o verdadeiro cristianismo se caracterizaria pelo zelo, qualidade admitidamente flagrante na vida das testemunhas de Jeová.
ZELO MANIFESTO E MANTIDO
17. Como se pode identificar o zelo das testemunhas de Jeová como sendo o genuíno zelo cristão?
17 Mas, como podemos identificar o zelo das testemunhas de Jeová como sendo o zelo genuíno do cristianismo? O apóstolo cristão Paulo disse que o zelo se mostra nos frutos do espírito de Deus. (Gál. 5:22, 23) Manifesta-se na personalidade semelhante a de Cristo que o cristão tem. O cristão zeloso não é ‘modelado segundo este sistema de coisas’. Ele transformou a sua mente, provando a si mesmo “a boa, e aceitável, e perfeita vontade de Deus”. O genuíno zelo cristão ‘abomina o que é iníquo’, ‘ama sem hipocrisia’, ‘expressa terna afeição para com os irmãos’, ‘não é indolente nos quefazeres de Deus’, é ‘fervoroso de espírito’, ‘trabalha de escravo para Jeová’, ‘alegra-se na esperança mais adiante’, ‘persevera em tribulação’, ‘persiste em oração’, preocupa-se com as responsabilidades cristãs e caracteriza-se pela inquebrantável seriedade moral. — Rom. 12:1, 2, 9-12; Gál. 2:20.
18. Como se mantém o zelo cristão?
18 O zelo genuíno nunca é mantido por recursos naturais de persistência. Este zelo encontra sua fonte na crença inextinguível em Jeová Deus, na sua Palavra e nos seus propósitos. O amor a Deus e ao próximo é a inspiração do zelo. Encontra apoio por estar em contato com o espírito santo de Deus. O espírito do homem se inflama com o espírito de Deus e arde com intensidade ao se achegar à Fonte de toda energia, a saber, Jeová. (Isa. 40:26) O escritor dos Provérbios expressou belamente este ponto, nas seguintes palavras: “O fôlego [espírito] do homem terreno é a lâmpada de Jeová.” (Pro. 20:27) Esta lâmpada nunca se extinguirá enquanto permanecer em contato com Jeová, o verdadeiro Deus.
19. (a) O que prova que o zelo cristão é uma força contagiosa? (b) De que modo é o zelo das testemunhas de Jeová realmente representativo do cristianismo do primeiro século?
19 O genuíno zelo cristão, portanto, é a manifestação do espírito de Deus na vida dos cristãos. A força ativa de Jeová é o que nos incita ao seu serviço. Esta é a força que nos ajuda a transformar nossa personalidade, a dedicar nossa vida a Deus. É esta força ativa que faz de nós pessoas que mantêm a integridade para a glória de Deus. Dá-nos zelo perseverante que obtém forças no serviço de Jeová. O zelo é uma força contagiante que atiça outros a obras excelentes. (Tito 2:11-14) O zelo relatado dos coríntios atiçou a maioria dos irmãos na Acaia, província romana que incluía toda a Grécia ao sul da Macedônia, a estarem desejosos de fazer dádivas. Não só deram de si mesmos, isto é, de sua força e energia, mas também de seu dinheiro, para servir outros. (2 Cor. 9:2) Vemos, assim, na vida das testemunhas de Jeová, hoje em dia, que elas não só dão de si mesmas no serviço de Deus, conforme se reflete nas 183.995.180 horas gastas no ministério de campo, cristão, em 1967, dirigindo 867.009 estudos bíblicos domiciliares, gratuitos, e fazerem mais de 66.703.000 revisitas a pessoas que mostraram interesse em Deus e na sua Palavra, mas também dão de seu dinheiro para servir outros. Durante o ano de serviço de 1967, foram gastos US$ 4.551.014,87 (NCr$ 16.611.204,28) para sustentar 9.528 missionários, pioneiros especiais e ministros servos de circuito e de distrito, devotados, em toda a terra. Em adição a todos estes trabalhadores de tempo integral, sustentaram 1.717 dos seus irmãos e irmãs que trabalham em lares de Betel, em todo o mundo, em 96 filiais. Esta expressão de seu zelo é realmente representativa do cristianismo do primeiro século. É tal zelo que atiça os irmãos a maior espiritualidade e atividade. Como está o seu zelo? Atiça ele os irmãos?
20, 21. Que efeito tem o zelo cristão sobre velhos e moços? Dê prova disso.
20 O genuíno zelo cristão tem um efeito revigorante, persuasivo e estimulante sobre velhos e moços. Uma trabalhadora missionária de Gileade, das testemunhas de Jeová, conta a reação de uma moça de vinte e três anos quando ouviu pela primeira vez as boas novas do reino de Deus: “A moça chegara a Genebra, na Suíça, como refugiada francesa e entrara num lar católico para moças jovens. Nas férias, uma amiga dela falou-lhe sobre Deus e a Bíblia. Ela se encontrou com esta amiga apenas duas vezes, mas isto bastou para criar nela o desejo de ter um estudo bíblico. Iniciou-se com ela um estudo bíblico. Logo depois ela abandonou o lar católico. Começou a freqüentar as nossas reuniões no Salão do Reino. Ela está transbordando de zelo, e quando ela fala sobre a verdade, seus olhos simplesmente brilham. Ela fala agora a todo o mundo, embora tenhamos estudado juntas apenas quatro semanas.”
21 Outro caso de zelo atiçado refere-se a um homem de setenta anos, que começara a ir à escola para aprender a ler e a escrever, para que pudesse apresentar melhor as boas novas às portas. Por ocasião da sua imersão, ele estava no terceiro ano. É tal zelo que induz a pessoa a querer fazer mais para Jeová. É tal zelo que atiça os irmãos.
22. Que acontece quando falta zelo?
22 Quando falta zelo genuíno, todo esforço religioso torna-se sem efeito e em breve se transforma em fraca inépcia. Resulta como que em tépido laodiceanismo, uma religião tíbia. E os frutos de tal religião estão em evidência na cristandade. Não há nem fé, nem alegria, nem espírito para o serviço de Deus. Portanto, é necessário que nos empenhemos de toda a alma no nosso serviço a Jeová, sendo fervorosos em razão do espírito de Deus, cheios de zelo que atice outros a querer tornar-se louvadores de Jeová Deus.
COMO SE PODE TORNAR ZELOSO POR JEOVÁ
23, 24. (a) De que modo é o zelo cristão uma força sustentadora no ministério? (b) Portanto, que necessidade se salienta?
23 O genuíno zelo cristão exige muita energia. Esta energia ou força vital é renovada pelo fato de o cristão absorver verdades da Palavra de Deus, a Bíblia. Pois “a palavra de Deus é viva e exerce poder”. (Heb. 4:12) E o poder é necessário para manter o zelo cristão. Quando Jeremias, o profeta, pensou em abandonar seu posto como profeta de Deus, ele disse: “[A palavra de Deus] mostrou ser no meu coração como um fogo aceso encerrado nos meus ossos; e fiquei fatigado de contê-lo e não pude mais suportá-lo.” (Jer. 20:9) Quando se crê nela, a Palavra de Deus exerce uma força que não se pode reter. O testemunho persuasivo do apóstolo Paulo, perante o Rei Agripa, induziu Agripa a dizer: “Em pouco tempo me persuadirias a tornar-me cristão.” (Atos 26:28) E em nosso tempo, quando certa testemunha de Jeová deu a um jornalista carona até o seu hotel, num dia frio de inverno, o jornalista sentiu-se induzido a escrever sobre a sua experiência, concluindo seu artigo do seguinte modo: “Não é muitas vezes que se encontra um homem agradável, excelente e amistoso assim — e tal boa Testemunha de Jeová.”
24 Portanto, é necessário estudar a Palavra de Deus diariamente e meditar sobre esta Palavra, para que ela se possa tornar “como um fogo aceso encerrado nos [nossos] ossos”. A Palavra de Deus pode inspirar, porque é inspirada por Deus. Paulo escreveu: “Toda a Escritura é inspirada por Deus e proveitosa.” (2 Tim. 3:16, 17) Jesus Cristo declarou: “O homem tem de viver, não somente de pão, mas de cada pronunciação procedente da boca de Jeová.” (Mat. 4:4) Visto que o homem precisa viver segundo esta Palavra, é bom que a conheçamos.
25. Que outro fator se precisa ter em mente para manter o zelo, e por quê?
25 Se quisermos ser zelosos, há também a necessidade de termos bem em mente a presença do dia de Jeová. O conhecimento deste fato nos induz a obras corretas e a conduta excelente. O apóstolo Pedro exorta: “Visto que todas estas coisas hão de ser assim dissolvidas, que sorte de pessoas deveis ser em atos santos de conduta e em ações de devoção piedosa, aguardando e tendo bem em mente a presença do dia de Jeová . . . visto que aguardais estas coisas, fazei o máximo para serdes finalmente achados por ele sem mancha nem mácula, e em paz.” (2 Ped. 3:11-14) Estarem apercebidos da proximidade do Armagedom serve de aviso para os que têm zelo cristão, não só para pregarem a Cristo, mas também para levarem uma vida que indique os tempos em que vivemos. Tal vida exemplar atiça os irmãos.
26, 27. (a) Por que requer o zelo que se tenha perspicácia espiritual? (b) Por que se precisa fazer distinção entre a perspicácia espiritual e o sentimentalismo e a preocupação com formas e frases religiosas?
26 Portanto, o zelo requer perspicácia espiritual — a percepção que pode distinguir entre o verdadeiro e o falso, entre o certo e o errado. Precisamos ser capazes de ver os valores espirituais como realmente são, sem confundi-los com substitutos ilusórios. (Mat. 16:5-12) Precisamos também reconhecer o que é genuinamente importante e evitar confundi-lo com o que é plausível, mas de importância secundária. Do ponto de vista físico, o modo materialista de vida, quer dizer, comer, beber e casar-se, talvez pareça realmente muito importante, mas Jesus Cristo acautelou que não estivéssemos ansiosos demais destas coisas. Antes, “persisti . . . em buscar primeiro o reino [do Pai celestial] e a Sua justiça, e todas estas outras coisas vos serão acrescentadas”. (Mat. 6:25-33; 24:38, 39) Jeová cuida dos zelosos.
27 A genuína perspicácia espiritual também precisa ser distinguida tanto do sentimentalismo, que induz ao sono, como da preocupação com formas e frases religiosas que não têm significado duradouro. Quando Jesus convocou homens para ‘serem seus seguidores’, algumas das respostas deles mostraram falta de perspicácia espiritual e falta de apreço do privilégio que se lhes oferecia. Muitos responderam de modo bastante sentimental, quando chamados. Um homem disse: “Permite-me primeiro ir e enterrar meu pai.” Outro disse: “Eu te seguirei, Senhor; mas permite-me primeiro que eu me despeça dos da minha família.” Jesus respondeu: “Ninguém que tiver posto a mão num arado e olhar para as coisas atrás é bem apto para o reino de Deus.” (Luc. 9:59-62) O apóstolo Paulo achou necessário aconselhar os irmãos a ‘não lutarem sobre palavras, coisa que não é de nenhuma utilidade, porque subverte os que estão escutando’. (2 Tim. 2:14) Altercar sobre palavras e sentimentalidade esgota a energia vital da pessoa. É preciso perspicácia para conservar esta energia para o serviço zeloso de Jeová.
28. Por que se precisa também cuidar das associações que se mantém, quando se quer tornar zeloso por Jeová?
28 Quando alguém quer tornar-se zeloso por Jeová, precisa cuidar das associações. Más associações não só podem estragar hábitos úteis, mas também abafar nosso zelo e extinguir-lhe o fogo. (1 Cor. 15:33) A associação com os que duvidam não só atrasa a pessoa, mas até mesmo destrói a mente crente. Quantas vezes acontece que cristãos de “tempo bom” desinclinam os de boas intenções de ir às reuniões cristãs e do serviço de Deus, em dias frios, quentes ou chuvosos! No entanto, o servo de Deus, zeloso, de espírito animado, não somente perseverará em tempos tais como estes, mas atiçará os que duvidam a maior fé, e os inativos, a maior zelo. Atiça seu zelo os seus irmãos desta maneira? Devia fazê-lo.
29. Em que queremos ser encontrados empenhados nestes tempos muito urgentes?
29 É impreterível estarmos apercebidos de que vivemos num tempo muito crítico e urgente da história humana. As religiões da cristandade, segundo a sua própria admissão, ou já estão mortas ou estão morrendo. O tempo atual, antes da destruição de Babilônia, a Grande, e da guerra do Armagedom, requer participação zelosa, da nossa parte, na melhor obra que se pode fazer agora, a saber, indicar às pessoas de coração sincero o reino de Deus como única esperança da humanidade. Que o Capitão de nossa salvação nos encontre empenhados nela na hora da sua inspeção.