Capítulo 8
Seu papel como pai ou mãe
1-3. (a) Que efeito pode o nascimento dum bebê ter sobre os pais? (b) Por que é importante, para o pai e para a mãe que eles compreendam seu papel como genitores?
NA VIDA, muitos acontecimentos nos afetam em grau muito limitado. Outros têm efeito maior e duradouro. O nascimento dum filho claramente é um destes últimos. Depois disso, a vida nunca mais será a mesma para o marido e a mulher. Embora a nova personalidade seja muito pequena no lar, ela se fará sentir com uma voz e uma presença que não podem ser desconsideradas.
2 A vida dos pais deve tornar-se mais rica e mais feliz. Mas, apresenta um desafio, e, para se obterem os melhores resultados, ambos os genitores precisam enfrentar este desafio. Foram necessários vocês dois para produzir o filho, e ambos desempenharão um papel vital no desenvolvimento de seu bebê, a partir do nascimento. Nunca antes foi tão grande a necessidade de sincera, unida — e humilde — cooperação.
3 A compreensão do papel desempenhado por cada genitor, e como estes papéis podem ser harmonizados, deve ajudar muito em satisfazer as necessidades de seu bebê, com bons resultados. Precisa haver equilíbrio. Embora a mente se esforce a ser razoável, as emoções amiúde causam desequilíbrio. Temos a tendência de ir a extremos, do muito pouco para o excesso, e novamente de volta ao muito pouco. É desejável que o pai exerça a chefia, mas, se ele se exceder nisso, tornar-se-á autoritário. Convém que a mãe participe na educação e na disciplina dos filhos, mas, se ela assumir estes deveres e excluir o pai, minará a estrutura da família. O que é bom é bom, mas algo bom pode tornar-se mau se for levado a extremo. — Filipenses 4:5.
O PAPEL DECISIVO DA MÃE
4. Quais são algumas das coisas que o bebê precisa de sua mãe?
4 O recém-nascido é totalmente dependente da mãe quanto às suas necessidades imediatas. Se ela amorosamente suprir essas necessidades, o bebê sentir-se-á seguro. (Salmo 22:9, 10) Precisa ser bem alimentado, e mantido limpo e quente; mas, não basta suprir-lhe as necessidades físicas. As necessidades emocionais são igualmente importantes. Se o bebê não receber amor, tornar-se-á inseguro. A mãe logo pode aprender a saber quão grande é realmente esta necessidade, quando seu bebê clama por atenção. Mas, se os seus choros forem constantemente desconsiderados, poderá adoecer. Se sofrer privação emocional por um período de tempo, fica afetado seu desenvolvimento emocional pelo resto de sua vida.
5-7. Segundo uma pesquisa recente, como é o bebê afetado pelo amor e pela atenção da mãe?
5 Experiências feitas em muitos lugares diferentes confirmaram o seguinte fato: Os bebês adoecem e até mesmo morrem se forem privados de amor, conforme expresso pela fala e pelo toque, por carícias e abraços. (Veja Isaías 66:12; 1 Tessalonicenses 2:7.) Embora outros possam fazer isso, a mãe, em cujo ventre o bebê passou a viver e foi nutrido durante os primeiros meses de sua vida, além de qualquer dúvida, é a pessoa mais indicada para isso. Ocorre uma interação natural entre mãe e filho. O desejo instintivo dela, de segurar o bebê recém-nascido perto de si, é correspondido pela busca instintiva do seu seio pelo bebê.
6 As pesquisas têm demonstrado que o cérebro do bebê é muito ativo e que se promove o desenvolvimento mental quando se lhe estimulam os sentidos do tato, da audição, da visão e do olfato. Quando o bebê mama, ele percebe o calor e o cheiro da pele da mãe. Olha quase que continuamente para o rosto dela, enquanto mama. Não só ouve a voz dela, quando fala ou canta, mas também as batidas de seu coração, o som que ouvia enquanto ainda estava no ventre. Numa publicação norueguesa, a psicóloga de crianças Anne-Marit Duve observou:
“Visto que a atividade dos alunos revela claramente o grau de atividade cerebral, temos motivos para crer que um elevado grau de estímulo da pele, um alto grau de contato — não sendo um dos menos importantes o contato durante a amamentação — pode estimular a atividade mental, a qual, por sua vez, pode levar a maior capacidade intelectual na vida de adulto.”
7 Portanto, quando o bebê sente freqüentemente o toque da mãe, quando ela o apanha, abraça ou banha e seca, o estímulo que recebe desempenha um papel importante no seu desenvolvimento e no que será na vida posterior. Embora levantar-se durante a noite e gastar tempo em acalmar o bebê que chora não seja o passatempo mais agradável, o conhecimento dos benefícios posteriores pode compensar em muito a perda de sono.
APRENDER AMOR POR SER AMADO
8-10. (a) O que aprende o bebê do amor de sua mãe? (b) Por que é isso importante?
8 Ser o bebê amado é vitalmente importante para o seu desenvolvimento emocional. Aprende a amar por ser amado, pela exposição aos exemplos de amor. Falando sobre o amor a Deus, 1 João 4:19 diz: “Amamos porque ele nos amou primeiro.” As lições iniciais de amor cabem principalmente à mãe. A mãe inclina-se sobre o bebê no berço, põe a mão no peito dele e o sacode suavemente, chegando o rosto perto ao do bebê e diz: ‘Eu te vejo, meu queridinho’, ou algo assim. O bebê, naturalmente, não conhece as palavras (que na realidade talvez nem sejam muito lógicas). Mas remexe-se e arrulha de prazer, porque reconhece que a mão brincalhona e o tom da voz lhe dizem claramente: ‘Eu te amo! Eu te amo!’ Sente-se reconfortado e seguro.
9 Os bebês e as criancinhas aos quais se mostra amor apreciam isso, e, imitando o amor, praticam-no, pondo os pequenos braços em volta do pescoço da mãe e dando-lhe entusiásticos beijos. Agradam-se da acolhedora reação emocional que recebem da mãe, em resultado disso. Começam a aprender a lição vital de que há felicidade tanto em dar amor como em recebê-lo, de que, por semearem amor, também o colhem em troca. (Atos 20:35; Lucas 6:38) A evidência mostra que, se não houver logo contato com a mãe, mais adiante a criança pode achar difícil ter profundo apego e compromisso com outros.
10 Visto que as crianças começam a aprender logo após o nascimento, os primeiros anos são os mais vitais. Durante esses anos, o amor da mãe é decisivo. Se ela conseguir mostrar e ensinar amor — não indulgência — poderá causar um bem duradouro; se falhar nisso, poderá causar dano permanente. Ser boa mãe é um dos trabalhos mais desafiadores e recompensadores que a mulher pode ter. Apesar de todas as tensões e demandas que causa, que outra “carreira” que o mundo oferece pode sequer chegar perto disso em significado e satisfação duradoura?
O PAPEL VITAL DO PAI
11. (a) Como pode o pai fixar seu papel na mente do filho? (b) Por que é isso vital?
11 É natural que, na primeira infância, a mãe desempenhe o papel de maior destaque na vida da criança. Mas, a partir do nascimento do bebê, o pai também deve desempenhar um papel no mundo do bebê. Mesmo quando a criança ainda é bebê, o pai pode e deve ficar envolvido, cuidando ocasionalmente do bebê, brincando com ele e consolando-o quando chora. Deste modo, o pai se fixa na mente da criança. O papel do pai deve aos poucos assumir maior destaque, com o passar do tempo. Se ele esperar demais para começar, pode dar início a um problema que surge especialmente quando o filho se torna adolescente e a disciplina se torna mais difícil. O filho adolescente, em especial, pode necessitar da ajuda de seu pai. Mas, se não se estabeleceu já antes uma boa relação, o abismo produzido no decorrer dos anos não pode ser vencido apenas em algumas semanas.
12, 13. (a) Qual é o papel do pai na família? (b) Quando o pai se desincumbe corretamente de sua responsabilidade como tal, como pode isso afetar o conceito que os filhos têm sobre a autoridade?
12 Quer a criança seja menino, quer menina, a influência das qualidades masculinas do pai pode fazer uma contribuição vital para o desenvolvimento duma personalidade completa e equilibrada. A Palavra de Deus mostra que o pai deve ser o chefe da família. Ele é responsável por prover sustento material para ela. (1 Coríntios 11:3; 1 Timóteo 5:8) Contudo, “o homem não vive somente de pão, mas . . . o homem vive de toda expressão da boca de Jeová”. Quanto aos filhos, ao pai também é mandado prosseguir “em criá-los na disciplina e na regulação mental de Jeová”. (Deuteronômio 8:3; Efésios 6:4) Embora deva ser motivado pela afeição natural para com seus filhos, deve ser movido, acima de tudo, pelo senso de responsabilidade para com seu Criador, para fazer o melhor, a fim de se desincumbir da comissão divina que tem.
13 Junto com o calor humano, a ternura e a compaixão que a mãe expressa, o pai pode contribuir uma influência estabilizadora, de força e de orientação sábia. A maneira em que ele se desincumbe de sua tarefa dada por Deus pode ter um efeito acentuado sobre a atitude posterior dos filhos para com a autoridade, tanto humana como divina, quanto a se eles vão respeitá-la e quão bem poderão trabalhar sob a direção de outra pessoa, sem se agastarem ou rebelarem.
14. Que efeito pode ter o bom exemplo do pai sobre seu filho ou sua filha?
14 Se tiver um filho, o exemplo do pai e a maneira de ele resolver os assuntos podem contribuir muito para determinar se o rapaz se desenvolverá como pessoa fraca e indecisa, ou alguém varonil, firme, com coragem de convicção e disposto a assumir responsabilidades. Pode afetar a espécie de marido ou pai que o filho finalmente será — alguém rígido, desarrazoado, duro, ou equilibrado, compreensivo e bondoso. Se houver filha na família, a influência do pai e a relação com ele pode afetar todo o conceito dela sobre o sexo masculino, e pode contribuir para o seu futuro sucesso no casamento ou frustrá-lo. O efeito da influência paterna começa na infância.
15, 16. (a) Que responsabilidade de ensino lança a Bíblia sobre o pai? (b) Como se pode desincumbir dela?
15 A extensão da responsabilidade do pai para ensinar é mostrada nas instruções de Deus ao seu povo, em Deuteronômio 6:6, 7: “Estas palavras que hoje te ordeno têm de estar sobre o teu coração; e tens de inculcá-las a teu filho, e tens de falar delas sentado na tua casa e andando pela estrada, e ao deitar-te e ao levantar-te.”
16 Não apenas as palavras em si encontradas na Palavra de Deus, mas também a mensagem que transmitem precisam ser incutidas cada dia na mente da criança. Sempre há oportunidades para isso. As flores no jardim, os insetos no ar, os pássaros ou os esquilos nas árvores, as conchas na praia, as pinhas nos montes, as estrelas cintilantes no céu noturno — todas estas maravilhas falam sobre o Criador, e você deve interpretar aos seus filhos o significado da linguagem delas. O salmista disse: “Os céus declaram a glória de Deus; e a expansão está contando o trabalho das suas mãos. Um dia após outro dia faz borbulhar a fala, e uma noite após outra noite exibe conhecimento.” (Salmo 19:1, 2) Por estar atento a usar essas coisas, e especialmente recorrendo às coisas diárias da vida para ilustrar e enfatizar princípios corretos, e para mostrar a sabedoria e os benefícios do conselho de Deus, o pai pode edificar na mente e no coração de seu filho a base mais essencial para o futuro: a convicção de que Deus não somente existe, mas também que ‘ele recompensa os que seriamente o buscam’. — Hebreus 11:6.
17, 18. (a) Como deve o pai disciplinar seus filhos? (b) O que é mais eficiente do que estabelecer muitas regras?
17 A aplicação da disciplina também faz parte do papel do pai. “Que filho há a quem o pai não disciplina?” é a pergunta feita em Hebreus 12:7. Mas, cabe a ele a obrigação de fazer isso dum modo que não vá a extremos, corrigindo demais a ponto de causar irritação ou até mesmo molestação. A Palavra de Deus diz aos pais: “Não estejais exasperando os vossos filhos, para que não fiquem desanimados.” (Colossenses 3:21) Restrições são necessárias, mas, às vezes, podemos multiplicar e aumentar regras até que se tornem opressivas e desanimadoras.
18 Os fariseus, da antigüidade, amavam as regras; acumulavam montões delas e produziam safras de hipócritas. É falha humana pensar que os problemas podem ser resolvidos simplesmente por se estabelecerem regras adicionais; mas as experiências da vida tornam claro que a chave real é atingir o coração. Portanto, seja econômico com regras; procure antes incutir princípios, objetivando o que o próprio Deus faz: “Porei as minhas leis na sua mente e as escreverei nos seus corações.” — Hebreus 8:10.
O PAI E A MÃE SÃO SÓCIOS
19. O que se pode fazer para garantir boa comunicação no lar?
19 O pai costuma ganhar o sustento, e quando volta para casa, depois do trabalho, talvez esteja cansado, e talvez ainda tenha outros deveres a cumprir. Mas, deve arranjar tempo para gastar com sua esposa e seus filhos. Precisa comunicar-se com a sua família, reservando tempo para palestras familiares e projetos da família, para diversões e excursões da família. Assim se edifica a união e a solidariedade da família. Pode ser que, antes de virem os filhos, ele e sua esposa passavam muito tempo fora de casa. Mas, continuarem assim, correndo para cá e para lá, e possivelmente até altas horas da noite, não seria viver à altura da responsabilidade da paternidade e maternidade. Não seria justo para com os seus filhos. Mais cedo ou mais tarde, os pais teriam de pagar o preço pela sua falta de regularidade e responsabilidade. Iguais aos adultos, os filhos se dão muito melhor quando a vida tem uma estabilidade e regularidade básica; isto contribui para a saúde mental, física e emocional. A rotina diária da vida familiar terá seu pleno complemento de altos e baixos, sem que os pais ainda os aumentem. — Veja Mateus 6:34; Colossenses 4:5.
20. No que se refere a disciplinar os filhos, o que podem os pais fazer para estarem unidos nos seus esforços?
20 O pai e a mãe devem cooperar em lidar com os filhos, ensinando-os, estabelecendo limites para eles, disciplinando-os e amando-os. ‘Uma casa dividida contra si mesma não pode ficar de pé.’ (Marcos 3:25) Os pais farão bem em considerar a disciplina que se deve adotar; poderão assim evitar que os filhos presenciem qualquer desunião com respeito à disciplina. Senão, franqueariam aos filhos tentar ‘dividir e vencer’. De fato, ocasionalmente pode acontecer que um dos genitores reaja de modo precipitado, ou se ire, e administre disciplina extrema, ou, considerando-se todos os fatores, que talvez realmente não era necessária. Talvez seja possível que os genitores falem sobre isso em particular, e, então, aquele que agiu de modo imprudente talvez queira pessoalmente endireitar a situação com o filho. Ou, caso uma palestra particular não seja possível, o genitor que acha que dar apoio ao cônjuge significaria confirmar uma injustiça talvez possa dizer algo assim: ‘Entendo por que você se zangou, e o mesmo aconteceria comigo. Mas, parece haver algo que você não percebeu, que . . .’, esclarecendo depois o que talvez tenha sido despercebido. Isto pode exercer uma influência calmante, sem revelar divisão ou desacordo na presença do filho disciplinado. Conforme diz o provérbio inspirado: “Pela presunção só se causa rixa, mas há sabedoria com os que se consultam mutuamente.” — Provérbios 13:10; veja também Eclesiastes 7:8.
21. Deve a aplicação da disciplina caber apenas a um dos genitores? Por que sim ou por que não?
21 As Escrituras Hebraicas mostram que a aplicação da disciplina é um papel duplo: “Escuta, meu filho, a disciplina de teu pai e não abandones a lei de tua mãe.” As Escrituras Gregas Cristãs fazem o mesmo: “Filhos, sede obedientes aos vossos pais em união com o Senhor, pois isto é justo.” Às vezes, o pai acha que aplicar a disciplina é trabalho de sua esposa. Ou a esposa talvez adote o conceito oposto, não fazendo mais do que apenas advertir o filho travesso com: ‘Espere só o seu pai chegar!’ Mas, se há de haver felicidade na família, e se cada genitor há de receber o amor e o respeito dos filhos, então deve ser compartilhado o dever. — Provérbios 1:8; Efésios 6:1.
22. O que deve ser evitado ao se lidar com um pedido do filho, e por quê?
22 Os filhos precisam ver a cooperação unida de seus pais, neste respeito, e a disposição de cada um de arcar com sua responsabilidade. Se o filho que quer alguma coisa sempre ouve o pai dizer: ‘Vá perguntar à sua mãe’, ou se a mãe invariavelmente transfere a decisão novamente de volta para o pai, então o genitor que verifica que terá de dizer “não” ao pedido é lançado no papel de vilão. Naturalmente, pode haver circunstâncias em que o pai talvez diga: ‘Sim, pode ir para fora, por um pouco — mas fale primeiro com mamãe para ver quando o jantar vai estar pronto.’ Ou a mãe talvez ache, ocasionalmente, que, embora não objete a certo pedido, seu marido devia expressar-se sobre o assunto. Ambos, contudo, devem estar atentos a não incentivar ou permitir que o filho jogue um genitor contra o outro, para obter o que quer. A esposa também se prevenirá para não usar sua parte na autoridade de maneira competitiva, procurando por meio da indulgência obter a maior parte do afeto do filho, às custas do marido.
23. Na família, limita-se tomar decisões necessariamente apenas ao pai?
23 Na realidade, em decisões de família, cada membro pode ter pontos em que sua decisão merece consideração especial. O pai tem a responsabilidade de decidir as questões que envolvem o bem-estar geral da família, amiúde tomando as decisões depois de palestrar com os outros e de dar consideração aos desejos e às preferências deles. A mãe talvez tome decisões a respeito da cozinha e de muitos outros assuntos domésticos. (Provérbios 31:11, 27) Os filhos, ao passo que crescem, poderão ser permitidos fazer certas decisões sobre onde vão brincar, alguma escolha na roupa ou em outras coisas pessoais. Mas, deve haver suficiente supervisão parental para cuidar de que se siga princípios sadios, que a segurança dos filhos não fique em perigo e que não se infrinjam os direitos de outros. Isto pode dar aos filhos um início gradual em tomar decisões.
É FÁCIL HONRAR A VOCÊS, PAIS?
24. Terem os filhos que honrar pai e mãe lança que responsabilidade sobre os genitores?
24 Diz-se aos filhos: “Honra a teu pai e a tua mãe.” (Efésios 6:2; Êxodo 20:12) Fazendo isso, também honram o mandamento de Deus. Será que você torna isso fácil para eles? Esposa, você deve honrar e respeitar seu marido. Não é isso muito difícil quando ele faz pouco ou nenhum esforço de acatar o que a Palavra de Deus requer dele? Marido, você deve prezar e honrar sua esposa como sua ajudadora amada. Não é isso difícil, quando ela não coopera? Então, facilitem aos seus filhos obedecerem à ordem de Deus, de que devem honrar a vocês, seus pais. Granjeiem o respeito por proverem um lar pacífico, uma boa série de normas, bons exemplos na sua própria conduta, ensino e instrução sadios, e disciplina amorosa, quando necessária.
25. Que problemas podem surgir quando os pais não estão unidos quanto a como os filhos devem ser instruídos?
25 “Melhor dois do que um”, observou o Rei Salomão, “porque eles têm boa recompensa pelo seu trabalho árduo”. (Eclesiastes 4:9) Quando dois andam juntos e um fraqueja, o outro está presente para ajudá-lo. Assim também na família, o marido e a esposa podem apoiar-se e animar-se mutuamente nos seus respectivos papéis. Em muitos campos da paternidade e maternidade esses papéis coincidem, e isto é bom para a união da família. Os filhos deviam achegar os pais ainda mais um ao outro, unindo-os no trabalho comum de prover instrução. Mas, às vezes, podem surgir questões divisórias sobre como o filho deve ser instruído e disciplinado. Às vezes acontece que a esposa dá tanta atenção ao filho, que o marido se sente negligenciado e até mesmo fica ressentido. Isto pode afetar sua atitude para com o filho. Pode esfriar-se para com ele, ou, em vez disso, cumular o filho de atenções, porém, dando menos atenção à sua esposa. Paga-se um elevado preço quando o marido ou a mulher perde este equilíbrio.
26. O que se pode fazer para impedir que o filho mais crescido fique ciumento quando a mãe precisa devotar mais tempo ao novo bebê?
26 Ainda outro problema poderá surgir quando chega um novo bebê e já houver um filho mais crescido. A mãe tem de gastar muito tempo com o novo bebê. Para impedir que o filho mais velho se sinta negligenciado e ciumento, o pai pode dar atenção extra ao mais crescido.
27. Quando um dos cônjuges é incrédulo, como se pode ajudar aos filhos em sentido espiritual?
27 É certo que melhor dois do que um, mas um é melhor do que nenhum. Pode ser que seja a mãe que, pelas circunstâncias, tem de criar os filhos sem a ajuda do pai. Ou pode ser o pai quem tenha de enfrentar o mesmo desafio. Muitas vezes, os lares são divididos em questão religiosa, no sentido de que um genitor, como servo de Jeová Deus, tem plena fé no conselho da Bíblia, mas o outro não. Quando o marido é o cristão dedicado, então ele, como chefe da família, tem mais controle sobre o rumo a seguir na instrução e disciplina dos filhos. Não obstante, talvez precise de muita paciência, autodomínio e perseverança; deve ser firme quando existe uma questão séria, contudo, razoável e bondoso, mesmo sob provocação, e deve ser flexível quando as circunstâncias permitem. Se a esposa for a crente, estando por isso sujeita ao marido, a maneira de seu proceder dependerá em grande parte da atitude dele. Será que ele apenas não se interessa na Bíblia, ou está oposto a que sua esposa pratique suas crenças e que se empenhe em ensiná-las aos filhos? Se ele se opuser a ela, a esposa terá de depender do proceder delineado pelo apóstolo: Pela maneira exemplar com que a esposa cuida dos seus deveres e pela sua atitude respeitosa, o marido talvez ‘seja ganho sem palavra’. Ela aproveitará também as oportunidades disponíveis para instruir seus filhos em princípios bíblicos. — 1 Pedro 3:1-4.
O AMBIENTE NO LAR
28, 29. Que espécie de ambiente no lar é desejável, e por quê?
28 O papel de ambos os genitores é prover um ambiente de amor no lar. Se isto for sentido pelos filhos, suas incertezas ou erros não se acumularão no seu íntimo por causa do medo de falar aos seus pais. Saberão que podem comunicar-se com eles e ser entendidos, e que os assuntos serão tratados com preocupação amorosa. (Veja 1 João 4:17-19; Hebreus 4:15, 16.) O lar não se tornará apenas um abrigo, mas um refúgio. A afeição parental fará o espírito dos filhos desenvolver-se e florescer.
29 Não se pode colocar uma esponja dentro de vinagre e esperar que ela absorva água. Ela pode absorver apenas o que há em sua volta. A esponja absorve água apenas se for colocada nela. Os filhos, também, absorvem seu ambiente. Eles sentem as atitudes e observam o que se pratica em volta deles, e absorvem essas coisas como se fossem esponja. Os filhos percebem os sentimentos que você tem, quer seja tensão nervosa, quer sossego pacífico. Até mesmo os bebês absorvem as qualidades do ambiente no lar, de modo que o ambiente de fé, amor, espiritualidade e confiança em Jeová Deus é inestimável.
30. Que perguntas poderão os pais fazer a si mesmos para saber se estão provendo boa orientação aos filhos?
30 Pergunte-se: Que normas espera que seu filho satisfaça? Será que vocês dois, os pais, estão à altura delas? O que representa sua família? Que espécie de exemplo é você para o filho? Queixa-se, acha defeitos, critica os outros e remói pensamentos negativos? É esta a espécie de filhos que quer? Ou tem elevadas normas para sua família, vivendo à altura delas e esperando que seus filhos também o façam? Entendem eles que pertencer a esta família requer satisfazer certos requisitos, que certa conduta é aceitável, e que certas ações e atitudes não o são? Os filhos querem sentir a segurança de fazer parte dela; por isso, deixe-os sentir sua aprovação e aceitação, quando satisfazem as normas da família. As pessoas têm o jeito de viver à altura do que se espera delas. Classifique seu filho como mau, e ele provavelmente o confirmará nisso. Espere dele o bem, e o estará encorajando a viver à altura disso.
31. Como deve sempre ser apoiada a orientação parental?
31 As pessoas são julgadas mais pelas suas ações do que pelas suas palavras. Os filhos, também, talvez não dêem tanta atenção a palavras como a ações, e amiúde estão atentos para descobrir qualquer hipocrisia. Palavras demais confundem as crianças. Certifique-se de apoiar suas palavras por colocá-las em prática. — 1 João 3:18.
32. O conselho de quem se deve seguir sempre?
32 Quer você seja pai, quer mãe, seu papel é desafiador. Mas o desafio pode ser enfrentado com bons resultados, por se seguir o conselho do Dador da vida. Cumpra conscienciosamente seu papel designado, como a Ele. (Colossenses 3:17) Evite os extremos, mantenha seu equilíbrio e ‘deixe a sua razoabilidade ser conhecida de todos’, inclusive de seus filhos. — Filipenses 4:5.
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O olhar, o toque e o tom da voz da mãe dizem ao bebê: “Eu te amo.”
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Planeja atividades com seus filhos?