Perguntas dos Leitores
● Quando alguém lê os Salmos em voz alta, deve ler também a palavra Selá em voz alta? — L. E. M., U. S. A,
Quando se faz uma leitura pública dos salmos bíblicos, não parece haver razão para se ler a palavra Selá. Conforme declara a nota marginal de Salmo 3:2 na Tradução do Novo Mundo, Selá é um termo técnico hebraico, usado para música ou para recitação, cujo significado não nos foi transmitido. É por isso que aparece grifado na Tradução do Novo Mundo. Visto que nem o leitor nem o ouvinte entendem o significado desta palavra, o leitor não transmite nenhuma idéia ao ouvinte se proferir a palavra. Por isso, a palavra pode ser omitida sem dano e sem prejuízo para o texto dos Salmos.
● Em Daniel 10:13, Miguel é chamado de “um dos principais príncipes”. (NR) Devemos entender disso que há outros principais príncipes no céu, além de Miguel?
Sim, há mais um Principal Príncipe no céu, o próprio Jeová Deus. Ele é chamado de “príncipe dos príncipes” em Daniel 8:25, Al. Veja-se o artigo ‘Seja Feita a Tua Vontade na Terra’, na revista A Sentinela de 1.o de abril de 1960, páginas 212 e 213, e de 1.° de setembro de 1960, página 542.
No entanto, embora Jeová seja o único outro Principal Príncipe no céu, Satanás, o Diabo, também tem seus príncipes principais, os quais se acham hoje na vizinhança da terra, pois foram lançados para baixo, junto com Satanás, no fim da guerra no céu, descrita em Apocalipse, capítulo 12. Veja-se o livro “Novos Céus e Uma Nova Terra”, página 30.
● De vez em quando recebem-se cartas perguntando se certas circunstâncias fariam uma exceção à obrigação cristã de dizer a verdade. Em resposta a tais apresentamos o seguinte:
A Palavra de Deus ordena: “Falai a verdade cada um ao seu próximo.” (Efé. 4:25, NM) Esta ordem, porém, não significa que devamos dizer a qualquer um que nos perguntar tudo o que ele deseja saber. Temos de dizer a verdade àquele que tem o direito de sabê-la, mas, se alguém não tem o direito a isso, podemos ser evasivos. Porém, não podemos dizer uma falsidade.
Assim, uma irmã deve dizer a verdade sobre a sua idade para que conste a informação correta no seu cartão de registro de publicador, visto que isto cai sob a jurisdição do direito de saber. Ter medo de fazer isso é sinal de vaidade e de falta de madureza. Nem se pode reter certa informação dum prospectivo cônjuge, se este a achar bastante importante para perguntar. Tal pessoa tem o direito de saber. Dependeria das circunstâncias se a pessoa pode ser evasiva quanto à sua idade ou não.
O mesmo principio se aplica no caso dum paciente que padece dum mal incurável. Ele tem o direito de saber o resultado do exame médico quanto às suas perspectivas de vida. Não se lhe pode negar o conhecimento que lhe é tão vital — o de quão preciosos os seus dias são para ele por serem tão poucos. Não cria confiança, entendimento e amor enganar a tal pessoa, e aquele que pratica o engano sentirá continuamente a consciência culpada. Se o paciente estiver dedicado a Jeová, certamente reconhecerá que o seu tempo está nas mãos de Deus, e, por isso, não terá temor mórbido da morte, mas se fortalecerá com a esperança da ressurreição. Alguns que não fornecem tal informação, com o intento de serem bondosos, verificaram depois que foi uma bondade mal aplicada.
Há, naturalmente, uma ocasião certa e uma maneira certa de divulgar tal informação. A ocasião deve ser oportuna e o modo compassivo, mas não indevidamente triste. Talvez não seja fora de propósito fazer a observação de que a pessoa pode ser esperançosa quanto à sua condição, apesar da prognose, visto que o conhecimento da medicina, hoje em dia, não é infalível. O amor, a sabedoria e o autocontrole habilitarão a pessoa a tocar no assunto de modo correto e o resultado pode ser um laço muito maior de afeição do que existia antes. Em tal ocasião poderiam mencionar-se também a esperança da ressurreição, as bênçãos já usufruídas como membro da sociedade do Novo Mundo, bem como as que advirão no futuro.
●Que se deve fazer quanto a dizer ao prospectivo cônjuge a verdade desfavorável sobre o passado da própria pessoa, passado anterior a se tornar testemunha de Jeová? Se o assunto surgir e a pergunta for feita, aplicar-se-ia a regra de que se deve dizer a verdade, visto que a outra pessoa tem direito de sabê-la. Se não se fizer a pergunta, então dependerá do critério e da consciência da pessoa. No entanto, se parecer que a informação é vital para o outro, e o outro simplesmente não perguntou porque não pensou em tal pergunta, então se deve fornecer a informação voluntariamente, confiando no amor e na compreensão para sanar a questão. Se há de haver qualquer desilusão, certamente é muito melhor que ocorra antes do casamento do que depois dele. Aqui se aplicaria o bem conhecido principio expresso por Jesus: “Todas as coisas que vós quereis que os homens vos façam, vós também tendes de fazer a eles; isto, de fato, é o que a Lei e os. Profetas querem dizer.” — Mat. 7:12, NM.
Há, porém, uma exceção que o cristão precisa ter sempre em mente. Como soldado de Cristo ele se encontra numa guerra teocrática e precisa exercer extrema cautela quando lida com os adversários de Deus. As Escrituras mostram assim que, para o fim de proteger os interesses da causa de Deus, é correto ocultar a verdade dos inimigos de Deus. Um exemplo bíblico disso é o de Raab, a meretriz. Ela ocultou os espias israelitas por causa de sua fé em seu Deus, Jeová. Isto ela fez tanto pelas suas ações como pelos seus lábios. Que ela teve a aprovação de Jeová nisso é evidente do elogio de sua fé por Tiago. — Jos. 2:4, 5; Tia. 2:25.
Isto viria sob o termo “estratégia de guerra”, conforme explicado na Sentinela de 1.o de novembro de 1956, e está em harmonia com o conselho de Jesus, que, quando estamos entre lobos, precisamos ser “cautelosos como serpentes”. Se as circunstâncias exigirem que o cristão ocupe o banco das testemunhas e seja juramentado para dizer a verdade, então, se falar de todo, terá de dizer a verdade. Quando é confrontado pela alternativa de falar e trair os seus irmãos ou de não falar e de ser processado por desacato ao tribunal, o cristão maduro colocará o bem-estar dos seus irmãos na frente de seu próprio, lembrando-se das palavras de Jesus: “Ninguém tem maior amor do que este, de entregar alguém sua [vida] a favor de seus amigos.” — Mat. 10:16; João 15:13, NM.