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  • Disputa no domingo de ramos na França
  • A Sentinela Anunciando o Reino de Jeová — 1972
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A Sentinela Anunciando o Reino de Jeová — 1972
w72 1/1 pp. 1-4

Disputa no domingo de ramos na França

“CRISTO é Deus e não uma imagem!” A voz amplificada ecoava pelos arcos góticos da Catedral de Notre Dame de Paris, abafando por uns instantes a leitura da “Epístola”. Os cerca de dois mil católicos presentes mal se haviam restabelecido da surpresa, quando ouviram o Credo ou Símbolo dos Apóstolos cantado em latim. Este cântico de protesto foi prontamente abafado pelo poderoso órgão. Em vista disso, os demonstrantes partiram e a Missa continuou.

Demonstrações similares ocorreram em outras igrejas em Paris, nas Missas celebradas durante o fim-de-semana do Domingo de Ramos, 4 de abril de 1971. Os demonstrantes não eram protestantes, nem ateus, mas católicos tradicionalistas! Então, por que o protesto?

Envolvia a leitura da “Epístola” no vernáculo, em francês. Conforme qualquer católico praticante sabe, a “Epístola” lida durante a Missa no Domingo de Ramos é Filipenses 2:5-11. No lecionário francês de 1959, Filipenses 2:6 reza: “Sendo de condição divina, Cristo não se apegou avidamente à categoria que o fazia igual a Deus.” Mas em 1969, os bispos de língua francesa autorizaram a publicação de um novo lecionário, aprovado pela Santa Sé em Roma, em 16 de setembro de 1969. Neste, Filipenses 2:6 foi traduzido: “Cristo Jesus é a imagem de Deus; mas ele não escolheu apoderar-se pela força da igualdade com Deus.”

Um famoso erudito católico, francês, André Feuillet, escreveu: “Esta versão . . . suscitou forte crítica de todos os lados. Não ia fazer os fiéis crer que Cristo não é Deus no sentido estrito da palavra?” (Esprit et Vie, 17 de dezembro de 1970) Ora, então o problema era este!

Exerceu-se pressão sobre a hierarquia francesa, que consentiu em revisar esta segunda tradução de Filipenses 2:6. No entanto, quando se soube que a terceira tradução de Filipenses 2:6 era tão pouco trinitarista como a segunda versão, e que seria lida em voz alta, em todas as igrejas, no Domingo de Ramos, 4 de abril de 1971, os católicos tradicionalistas reagiram com violência.

O mesário católico Itinéraires saiu com um suplemento especial datado de janeiro de 1971. Referindo-se à segunda tradução de Filipenses 2:6, Itinéraires declarou: “Se ele [Cristo] se negou a se apoderar dela [da igualdade com Deus], deve ser porque não a. possuía ainda.” E comentando a terceira tradução, esta revista disse que, se Cristo “não escolheu reivindicar ser igual a Deus”, isto subentende que ele não era “igual a Deus”. Com isto concorda a Nova Bíblia Americana, edição católica inglesa de 1970, dizendo: “Ele não julgou que a igualdade com Deus fosse algo de que se devia apoderar.” No conceito de Itinéraires, “o efeito prático desta substituição constitui heresia e blasfêmia”. Exortou os seus leitores a demonstrarem sua desaprovação durante as Missas celebradas no Domingo de Ramos, convidando-os a esperar até a leitura da “Epístola” e depois clamar “Blasfêmia!”, “Jesus Cristo é verdadeiro Deus e verdadeiro homem”, ou a entoar o Credo dos Apóstolos.

Apesar destas ameaças, o episcopado francês apoiou firmemente a sua terceira tradução de Filipenses 2:6. Le Monde (21-22 de março de 1971) comentou: “Esta tradução . . . foi aceita pelo grupo inteiro dos bispos de língua francesa. O Conselho Permanente do Episcopado Francês, que se acaba de reunir em Paris, a ratificou; de modo que permanecerá.” Contudo, para evitar distúrbios durante a Missa do Domingo de Ramos, diversos bispos permitiram que os sacerdotes usassem nas suas dioceses a tradução de 1959. Apesar desta concessão, houve demonstrações nas catedrais de Paris e também de Lião.

O DILEMA DOS BISPOS FRANCESES

Estranho como pareça, estes demonstrantes tradicionalistas estavam querendo ser melhores católicos do que os bispos e cardeais de língua francesa! Como bons católicos, criam na doutrina da Trindade, que ensina que o Pai, o Filho e o Espírito Santo são iguais dentro da Divindade. Ficaram profundamente chocados com a tradução, aprovada pela hierarquia, de Filipenses 2:6, que mostra que Cristo nunca reivindicou ser “igual a Deus”. Tinham razão em dizer que esta tradução nega que Cristo seja Deus. Mas o ponto que desperceberam é que o próprio Cristo o negou, falando de seu Pai como sendo o “único verdadeiro Deus”. (João 17:3, Pontifício Instituto Católico) Ele não ensinou a doutrina da Trindade.

A questão curiosa é: Por que é que o alto clero de língua francesa se sentiu obrigado a autorizar uma tradução que tão obviamente nega uma das doutrinas básicas do catolicismo? Mas não é só. Não é estranho que estes prelados considerassem necessário mandar fazer uma tradução nova desta passagem? Que dizer de todas as outras Bíblias católicas, que contêm devidamente o nihil obstat e o imprimatur? Que dizer da Bíblia de Jerusalém, da Bíblia Crampon, da Bíblia Liénart, da Bíblia Maredsous, da Bíblia Glaire, do Novo Testamento Osty, da Bíblia Saci e de ainda outras, todas oficialmente reconhecidas como traduções católicas, francesas? Por que fazer uma tradução nova, quando todas estas Bíblias fazem esta passagem rezar como se Cristo fosse igual a Deus, assim como fazem as traduções católicas portuguesas da Versão Matos Soares e a mais recente versão do Pontifício Instituto Bíblico de Roma?

Este mistério é esclarecido pela seguinte observação publicada em Le Monde (6 de abril de 1971): “Os eruditos responsáveis por esta mudança — uma mudança ratificada pela maioria dos bispos franceses — consideram a nova tradução mais fiel ao texto grego do que a anterior [o grifo é nosso].”

Portanto, os cardeais, os arcebispos e os bispos católicos de língua francesa se encontram agora num dilema. Ou eles se retratem, retirando sua nova tradução de Filipenses 2:6, caso em que demonstrariam estar mais apegados à doutrina da Trindade do que à exatidão da tradução bíblica, ou mantenham a sua nova tradução oficial desta passagem importante, às custas de admitir que as Bíblias católicas francesas (sem se falar das em outras línguas) traduziram erroneamente este texto por lhe darem um sentido trinitarista.

[Capa na página 1]

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