Manifestando o espírito de Deus
“Continuemos também a andar ordeiramente por espírito.” — Gál. 5:25.
1. Que tendência se desenvolve, atualmente, e por que alguns não acompanham esta tendência?
O HOMEM, nestes tempos modernos, acha-se cercado das últimas invenções dos homens inteligentes. As nações atingiram grandes ápices em suas consecuções. O espírito de nacionalismo instila na mente das pessoas a idéia de que os cientistas e os engenheiros de sua nação são os melhores. O crédito destas obras é dado aos homens. Na verdade, tão forte é esta influência que, com o passar do tempo, as criaturas humanas acham cada vez mais difícil crer que Deus realmente fez os muitos milagres e as obras tremendas descritas na Bíblia. Esta mesma influência pode dominar a pessoa ao ponto que ela se encontre na descrição fornecida em 2 Pedro 3:3, 4: “Pois sabeis primeiramente isto, que nos últimos dias virão ridicularizadores com os seus escárnios, procedendo segundo os seus próprios desejos e dizendo: ‘Onde está essa prometida presença dele? Ora, desde o dia em que os nossos antepassados adormeceram na morte, todas as coisas estão continuando exatamente como desde o princípio da criação.’” No entanto, nem todos seguem este proceder; alguns prontamente reconhecem a Deus como a força por trás de sua Palavra, a Bíblia. Lê-se a respeito destes em 1 Coríntios 2:12, 13: “Não recebemos o espírito do mundo, mas o espírito que é de Deus, para que soubéssemos as coisas que nos foram dadas bondosamente por Deus. Destas coisas também falamos, não com palavras ensinadas pela sabedoria humana, mas com as ensinadas pelo espírito, ao combinarmos assuntos espirituais com palavras espirituais.” Para verificar as suas próprias inclinações, considere alguns casos registrados pela Bíblia, de que alguns zombam, e em que outros crêem, e note a sua reação.
2, 3. (a) Como pode examinar seu modo de pensar sobre o assunto? (b) Como considera o conselho de Paulo, o livro de Revelação, e o crescimento de Moisés?
2 Se assistisse a uma reunião de cristãos por volta de 60-61 E. C., na cidade de Éfeso, onde um cristão chamado Tíquico entregou uma carta do apóstolo Paulo e a mesma foi lida à congregação reunida, será que teria concluído que se tratava de conselhos dum homem idoso em Roma ou teria reconhecido a mesma como vinda de Deus e entregue pelo Seu espírito? Se a Revelação tivesse sido lida em seus ouvidos por volta de 96 E. C., será que teria dito que ouvia sonhos de um homem solitário exilado numa ilha, ou teria reconhecido a mesma como “revelação de Jesus Cristo, que Deus lhe deu” (Rev. 1:1), e que se tornou conhecida pelo espírito de Deus como o meio de levar a comunicação até à terra?
3 Quando Jeová Deus escolheu Moisés para liderar os israelitas a sair da escravidão egípcia para a verdadeira adoração, disse Moisés: “Quem sou eu para ir ter com Faraó e tirar do Egito os israelitas?” (Êxo. 3:11, CBC) E também: “Ah, Senhor [Jeová]! Eu não tenho o dom da palavra; nunca o tive, nem mesmo depois que falastes ao vosso servo; tenho a boca e a língua pesadas.” (Êxo. 4:10, CBC) O registro bíblico mostra que Moisés se apresentou diante de Faraó várias vezes e falou então e em outras ocasiões a grandes números de pessoas com convicção e vigor. (Veja-se Êxodo 7:10-10:29; Deuteronômio 32:1-33:29.) Será que acharia que se tratava apenas de Moisés crescer e adquirir madureza, mediante seus quarenta anos de serviço bem ativo, ou veria o espírito de Deus produzir um homem maduro para executar a Sua vontade?
4. Por que conclui que Jeremias era dirigido pelo espírito de Deus?
4 Suponhamos que estivesse ao lado de Jeremias, em 647 A. E. C., quando Jeová Deus o comissionou qual profeta para Judá, e ouvisse Jeremias dizer: “Ah! Senhor JAVÉ eu nem sei falar, pois que sou apenas uma criança.” (Jer. 1:6, CBC) Daí, suponhamos que acompanhasse este mesmo homem por mais de quarenta anos, ao falar e escrever destemidamente os juízos de Jeová à nação. Ficaria admirado e diria que isto foi realizado por um homem notável ou daria o crédito ao espírito de Jeová, como fez o próprio Jeremias: “Assim diz o Senhor [Jeová]: Não se glorie o sábio na sua sabedoria, nem se glorie o forte na sua força; não se glorie o rico nas suas riquezas. Mas, o que se gloriar glorie-se nisto: em me conhecer e saber que eu sou o Senhor [Jeová], que faço beneficência, juízo e justiça na terra; porque destas cousas me agrado, diz o Senhor [Jeová].” (Jer. 9:23, 24, Al) Reflita agora, Jeremias era o filho do sacerdote Hilquias, de Anatote. Sem intervenção direta de Jeová, mui provavelmente teria permanecido simples sacerdote e não teríamos ouvido falar mais dele do que ouvimos falar de milhares de outros cosacerdotes. Mas, Jeová decidiu mesmo antes do nascimento de Jeremias que este seria profeta. Assim, pelo espírito de Jeová, ele se tornou destemido profeta, historiador e compilador das Escrituras.
5. Que diversas explicações podem ser oferecidas para os milagrosos acontecimentos em Pentecostes, e qual é o conceito correto?
5 Se tivesse assistido à importante reunião realizada em 6 de sivã de 33 E. C., em Jerusalém, o dia de Pentecostes — teria ouvido um ruído como o vento e visto o fogo pousar sobre as pessoas presentes. Começaram a falar em diversas línguas a respeito das “coisas magníficas de Deus”. Será que falavam uma língua que estudaram? Estavam bêbedos, como alguns concluíram? (Atos 2:11, 13) Ou será que veria a plena força da explicação em Atos 2:4: “E todos eles ficaram cheios de espírito santo e principiaram a falar em línguas diferentes”? Concorda com Pedro, que falou naquela grande ocasião, e com um dos primeiros pontos que destacou? Foi: “Estes, de fato, não estão embriagados, como supondes, . . . Ao contrário, isto é o que foi dito por intermédio do profeta Joel: “‘E nos últimos dias”, diz Deus, “derramarei do meu espírito sobre toda sorte de carne, e vossos filhos e vossas filhas profetizarão, e os vossos jovens terão visões e os vossos anciãos terão sonhos; e até mesmo sobre os meus escravos e sobre as minhas escravas derramarei naqueles dias do meu espírito, e eles profetizarão.”’” — Atos 2:15-18.
6. O que o espírito de Deus tem que ver com treze outros eventos descritos na Bíblia?
6 Examine apenas mais alguns dos muitos eventos que encontrará na Bíblia e que são resultados do espírito de Jeová Deus em operação: (1) Criação — Gênesis 1:2; Salmo 104:30; (2) Nascimento de Jesus — Mateus 1:18; (3) Ressurreição de Jesus — Romanos 8:11; (4) Milagres feitos por Jesus — Mateus 12:28; Atos 10:38; (5) Batismo de Jesus — Mateus 3:16; (6) Novos ministros a serem batizados têm de reconhecer a operação do espírito — Mateus 28:19; (7) Prover ajuda a Cornélio — Atos 10:1-48; (8) Construção do templo na época de Salomão — 1 Crônicas 28:11, 12; (9) Alimentar os israelitas — Neemias 9:20, 21; (10) Interpretar os sonhos de Faraó e de Nabucodonosor — Gênesis 41:25, 38, 39; Daniel 4:18; (11) Produzir a Bíblia — 2 Pedro 1:20, 21; 2 Timóteo 3:16; (12) Designar superintendentes nas congregações cristãs — Atos 20:28; (13) Realizar a proclamação do reino de Deus nos últimos dias, em toda a terra — Revelação 1:1; 14:6; Mateus 24:14.
ENCONTRANDO O LUGAR PROTEGIDO DE ADORAÇÃO
7. Qual é o proceder sábio para aqueles que reconhecem a Deus como quem realiza tais maravilhas no passado, e quem deu o exemplo?
7 Sem dúvida, o melhor lugar para se estar, então, é onde o espírito de Jeová Deus opera e produz resultados que louvam a Deus. Isso significa que procuraria pessoas que, mesmo nestes tempos, sejam humildemente submissas a tal influência do espírito. Manifestariam o espírito de Deus. Tais pessoas seriam como José, Daniel e Cristo Jesus; dariam glória a Deus como o Realizador. É interessante notar a atitude de Jesus Cristo na ocasião em que voltaram os setenta discípulos que ele enviara para pregar, relatando os resultados de seu trabalho. Lucas registra: “Naquela mesma hora ficou cheio de alegria no espírito santo e disse: ‘Eu te louvo publicamente, ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque escondeste cuidadosamente estas coisas dos sábios e dos intelectuais, e as revelaste aos pequeninos. Sim, ó Pai, porque fazer assim veio a ser o modo aprovado por ti.’” (Luc. 10:21) Ao invés de resistir teimosamente ao espírito e assim lutar contra o alimento espiritual que sustenta a vida, tais pessoas mansas estão dispostas a remover qualquer obstáculo para que flua livremente o espírito de Deus em sua vida. Onde o espírito de Deus tem tal influência, encontrar-se-á facilmente os nove frutos do espírito, alistados em Gálatas 5:22, 23: “Os frutos do espírito são amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, brandura, autodomínio. Contra tais coisas não há lei.”
8, 9. Expliquem os frutos do espírito em operação num grupo de cristãos.
8 Pode imaginar tais coisas em operação entre um grupo de pessoas nestes dias, quando há “tempos críticos, difíceis de manejar”? (2 Tim. 3:1) Tome apenas um minuto e perpasse pela mente estas nove idéias, visto que devem ser vistas em operação numa congregação do povo de Deus. O amor traz logo à mente aquilo que Jesus disse: ‘Tens de amar a Jeová, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma, e de toda a tua mente: Este é o maior e primeiro mandamento. O segundo, semelhante a este, é: ‘Tens de amar o teu próximo como a ti mesmo.’” (Mat. 22:37-39) Seguir este mandamento impedirá que a pessoa siga o proceder ganancioso, de ficar absorta em si mesma, descrito em 2 Timóteo 3:1-5.
9 A alegria, a profunda satisfação em servir a Jeová, quer em tempos de perseguição, durezas, aflição familiar, ou em épocas fáceis; a pessoa se contenta em permanecer fiel a Deus em todos os tempos. Daí, há a paz, não contender ou discutir por coisas triviais. As rixas familiares e com os vizinhos são soterradas sem pedras de recordação para as localizar de novo. A paz é maravilhosa atmosfera para a pessoa crescer à madureza e para que os novos experimentem nas reuniões congregacionais. Visto que todos cometem enganos e distam bastante da perfeição, a longanimidade faz que cada um suporte os demais. Tais pessoas não ficam prontamente excitadas quando a imaturidade de alguém borbulha mediante a língua precipitada. A bondade é aquele toque de gentileza, de consideração demonstrada. Talvez se trate de ajuda fornecida em época muito difícil ou o reconhecimento das circunstâncias provadoras da pessoa, junto com palavras de ajuda. A bondade não significa deixar de dar conselho ou advertência quando necessário, só para evitar ferir os sentimentos de alguém. Quando a qualidade de nossa comida está à altura de nosso padrão de limpeza e nutrição, dizemos que é boa. Assim, os ministros imaculados são bons à vista de Deus, é bom estar em sua companhia. A fé é o resultado do estudo cuidadoso da Palavra de Deus que esclareceu muitas questões quanto à vontade de Deus. Tanta evidência supre firme convicção que é sólida e que é facilmente discernida nas ações do ministro. A mansidão descreve o servo equilibrado de Deus; ele tem temperamento equilibrado, não se inclina a extremos em nenhuma direção. Para continuar a cultivar os frutos do espírito, o cristão pratica o domínio próprio de suas forças físicas e mentais, assim evitando a imoralidade, que o desqualificaria qual servo de Deus.
10. Por que estes frutos são padrões vivos, e o que se pode esperar então dos servos de Deus?
10 E o ponto é que tais frutos não são para ser usados apenas nas reuniões congregacionais. São padrões de vida. Paulo torna isso claro no mesmo capítulo cinco, e no versículo vinte e cinco. “Se estamos vivendo por espírito, continuemos também a andar ordeiramente por espírito.” Este mesmo espírito cultivará amorosa obediência nas pessoas receptivas, à medida que continuam a andar sob a sua influência, dia após dia. Portanto, se procura o povo de Deus, verificará que são as mesmas pessoas, tanto em seus locais de reunião para adoração como em suas casas, manifestando os frutos do espírito para com suas espôsas, seus maridos, seus irmãos e suas irmãs, assim como mostrariam para com seus concristãos nas reuniões.
REUNIÕES — OCASIÕES EDIFICANTES
11. Por que são diferentes as reuniões do povo de Jeová?
11 É por isso que as reuniões das testemunhas de Jeová são ocasiões tão felizes e edificantes? Tais reuniões manifestam o espírito de Deus. A atmosfera é viva, de se realizar algo, e, todavia, Jeová Deus recebe o crédito e o louvor. Esta não é a nossa opinião. Pergunte a outros; examine os registros, aqui estando apenas um exemplo: incorporado nos Anais do Congresso dos EUA, 1958, Apêndice, página A6907, há o noticiário do Times de Nova Iorque sobre um de nossos congressos: “As Testemunhas foram chamadas de os melhores hóspedes da cidade — 180.000 em Assembléia Mundial granjeiam louvor pela cortesia, quietude e asseio.” Dá-se ênfase à saúde e à madureza espiritual, antes que às estruturas eclesiásticas ornamentadas e de arte antiga para a adoração. Seus locais de adoração modestos e simples refletem o calor de uma família unida que o acolhe de volta.
12. Dêem razões pelas quais tais reuniões são edificantes e expliquem o que o espírito tem a ver com elas.
12 Outra razão pela qual as reuniões das testemunhas de Jeová são tão edificantes é a condição de coração destas pessoas, que lhe permite ficar à vontade. Lembre-se, Paulo escreveu: “Nos últimos dias haverá tempos críticos, difíceis de manejar.” (2 Tim. 3:1) É preciso vigor para se manter constante vigília defensiva o dia inteiro, enquanto se está no trabalho ou na escola, junto daqueles que praticam as obras da carne, conforme descritas em Gálatas 5:19-24: “São fornicação, impureza, conduta desenfreada, idolatria, prática do espiritismo, ódios, rixa, ciúme, acessos de ira, contendas, divisões, seitas, invejas, bebedeiras, festanças e coisas semelhantes a estas . . . os que praticam tais coisas não herdarão o reino de Deus.” O coração de tais pessoas está aberto à vista no Salmo 14:1: “O insensato tem dito em seu coração: ‘Jeová não existe: Têm agido de forma desastrosa, têm agido detestàvelmente em seus tratos. Não há ninguém fazendo o bem.” Mas, nas reuniões das testemunhas de Jeová, as pessoas são diferentes. Os corações são diferentes. Algo mudou. Segunda Coríntios 3:3 (Al) o leva a descobrir o que ocorreu: “Já é manifesto que vós sois a carta de Cristo, ministrada por nós e escrita, não com tinta, mas, com o espírito de Deus vivo, não em tábuas de pedra, mas nas tábuas de carne do coração.” Pode relaxar sua vigilância numa atmosfera pacífica, que reduz a tensão, livre de competição. E quão reconfortante apenas isto pode ser! Provérbios 14:30 (CBC) nos assegura: “Um coração tranqüilo é a vida do corpo.” É por isso que, embora a pessoa esteja fìsicamente cansada no fim do dia, assistir ao estudo bíblico e à Escola do Ministério Teocrático semanais serão ocasiões edificantes para a pessoa, tanto física como mentalmente. Moisés seguiu tal proceder: “Pela fé Moisés, quando cresceu, negou-se a ser chamado filho da filha de Faraó, escolhendo antes ser maltratado com o povo de Deus do que ter o usufruto temporário do pecado.” (Heb. 11:24, 25) Ao sair de tais reuniões, a pessoa se sente como se sentiram os israelitas que aceitaram o convite e compareceram à festa de inauguração do templo construído por Salomão. Depois de oito dias, diz o relato, Salomão “mandou de volta para suas tendas o povo contente, com o coração feliz pelos benefícios que o Senhor [Jeová] tinha feito a Davi, a Salomão e a seu povo de Israel”. — 2 Crô. 7:10, CBC.
13, 14. Será que as mudanças nas pessoas são realizadas pela forte determinação, e o que dizem os resultados?
13 Somente o espírito de Jeová pode mudar a personalidade. As organizações dos homens e os governos poderosos tentam debelar a iniqüidade, mas, conforme disse em editorial U. S. News and World Report, de 13 de maio de 1955: “A tolerância e o altruísmo — assim como a moralidade e a generosidade — não podem ser legislados com bom êxito.” (A Sentinela de 1958, página 18) Deixar de empenhar-se nas obras da carne para manifestar os frutos do espírito é mudar de personalidade. Paulo escreve a respeito disto em Efésios 4:22-24: “Que deveis pôr de lado a velha personalidade que se conforma ao vosso procedimento anterior . . . e que vos deveis revestir da nova personalidade, que foi criada segundo a vontade de Deus, em verdadeira justiça e lealdade.” Agora, note as mudanças descritas nos versículos seguintes, vinte e cinco a trinta e dois. O mentiroso passa a falar a verdade. O ladrão obtém um emprêgo, de modo que possa dar a alguém em necessidade. O desaforado que costumava falar gritando cede o lugar à maneira bondosa e gentil. A linguagem degradante e corrompida é trocada pela linguagem edificante e limpa. O adultério, a fornicação, a bebedice e a devassidão de todo o tipo desaparecem, dando lugar à conduta que o espírito de Deus produz.
14 As reuniões congregacionais das testemunhas de Jeová são o ajuntamento de pessoas de tal espécie para fazerem ainda maior progresso em direção à madureza. Se é agradável associar-se com uma pessoa que tenha feito tais mudanças em sua personalidade, pense na alegria de reunir-se com um grupo de tais pessoas. É uma bênção regular que não se pode dar ao luxo de perder. Paulo explica os grandes benefícios a serem obtidos por se assistir a tais reuniões, em 2 Coríntios 13:11: “Finalmente, irmãos, continuai a alegrar-vos, a ser restabelecidos, a ser consolados, a pensar em acordo, a viver pacificamente; e o Deus de amor e de paz estará convosco.”
ANDANDO PELO ESPÍRITO
15. Como é que alguns deixam de andar pelo espírito, e é o resultado final uma condição desejável?
15 Todavia, há algo a ponderar agora. Depois de alistar as obras da carne e, por outro lado, os frutos do espírito, Gálatas 5:25 fala com convicção: “Se estamos vivendo por espírito, continuemos também a andar ordeiramente por espírito.” A pessoa pode deixar a influência do espírito, a pessoa pode tornar-se anárquica, ficar fria para com Deus. (Mat. 24:12) Sim, a pessoa pode desistir — é fácil. O princípio a seguir, onde quer que vá, seja o que for que fizer, é ‘andar ordeiramente pelo espírito’. Quando as pessoas deixam de servir a Deus, isto não se dá porque Deus mudou ou porque instituiu algo a respeito do qual elas não regatearam. Não, a vontade de Deus é revelada, esclarecida em Sua Bíblia, da mesma forma agora como na ocasião em que foi escrita sob a supervisão e produção do Seu espírito. Nem o homem pára súbita e deliberadamente. Trata-se da perda gradual do alimento espiritual; e, assim como quando a pessoa abandona o alimento material, ela não cai morta instantaneamente, mas aos poucos vai-se desvanecendo, assim, a desnutrição espiritual se implanta, substituindo a coragem e a convicção por temores e dúvidas. O entusiasmo diminui. O servo de Deus, certa vez cheio do espírito, torna-se uma pessoa desanimada e estacionária. Pouco a pouco, perde os frutos do espírito. Não deve causar admiração ver tal pessoa, em condição enfraquecida, praticar de novo as obras da carne. — 2 Ped. 2:20.
16. Para onde leva o andar pelo espírito, e para longe de que perigos?
16 O conselho da Palavra de Deus é Ande, trabalhe e divirta-se no clima do espírito de Deus. Compraza-se e cresça sob esta influência. Não claudique com os obstáculos da influência de Satanás. O espírito das instituições e das pessoas controladas pela Babilônia Maior é ir avante com este sistema. O egoísmo e os interesses próprios estão em alta conta, bem no alto da lista. Recapitule 2 Timóteo 3:1-5 e note quantas destas coisas que causam “tempos críticos, difíceis de manejar” provêm do egoísmo. E note, por favor, que estas condições são produzidas por pessoas religiosas, aquelas que professam servir a Deus, “tendo uma forma de devoção piedosa”.
17. Ao fazermos decisões cada dia, que proceder é aconselhável e qual é perigoso?
17 O espírito de Deus produz o oposto. Na verdade, Tito 1:7, fornecendo os requisitos para o superintendente numa congregação, diz que ele ‘não deve ser obstinado’. Todavia, por outro lado, 2 Pedro 2:10, descrevendo esta atitude entre os que não têm o espírito de Deus, afirma: “Os que vão atrás da carne com o desejo de aviltá-la e que menosprezam o senhorio. Atrevidos, obstinados, não tremem diante dos gloriosos, mas falam de modo ultrajante.” Ao determinar o equilíbrio para nós entre as responsabilidades cotidianas e a adoração a Jeová, há as seguintes coisas a considerar: (1) As coisas que tenho de fazer — tais como cuidar das necessidades materiais da família. (1 Tim. 5:8) (2) As coisas que preciso fazer — tais como me colocar na melhor localidade e situação possíveis, de modo a servir mais cabalmente a Jeová. (Efé. 5:16; Col. 4:5) (3) As coisas que gostaria de fazer — tais como viajar a diferentes partes da terra, ou a ânsia jamais satisfeita de divertimento. (2 Tim. 3:4) Se a pessoa se permitir colocar os interesses próprios à frente da adoração a Jeová, está andando fora da influência do espírito. Não há áreas comuns.
18. Está o espírito de Deus operando em todas as áreas, e o que isto significa em sua vida?
18 Divirta-se nas áreas seguras, ao invés de arriscar a vida com aqueles fora de controle. Primeira Coríntios 15:33, que afirma, “Não sejais desencaminhados. Más associações estragam hábitos úteis”, jamais se provou errado. O espírito de Deus não está ali, operando sobre os alistados como sendo maus associados. A má associação produz a imoralidade, filhos ilegítimos, casamentos tolos, viciados em entorpecentes, e tristeza aos pais e às mães. (1 Cor. 7:39; 1 Ped. 3:17; 1 Cor. 6:9, 10) Quando se trata de diversão, onde é que encontraria o lugar protegido? Não com aqueles que não estão sob a direção do espírito; e, “visto que não continuais a correr com eles neste proceder para o mesmo antro vil de devassidão, ficam intrigados e falam de vós de modo ultrajante”. (1 Ped. 4:4) A recreação junto com os que se abstêm de tal proceder, pelo espírito de Deus, pode ser edificante. A pessoa não recordará com arrependimento tal associação.
19. Como é que pessoas e famílias manifestam o espírito de Deus?
19 Quando Jesus proferiu o Sermão do Monte, destacou a importância do Reino e, conforme agora registrado em Mateus 6:33, disse: “Persisti, pois, em buscar primeiro o reino e a Sua justiça, e todas estas outras coisas vos serão acrescentadas.” Isso significa fazer decisões. O que faremos, seguiremos nossa própria vontade ou permaneceremos sob a direção do espírito? Poderia acontecer na escolha dum cônjuge. Será que faremos uma escolha míope, governada pela má associação, ou será com a Palavra de Deus ressoando em nossos ouvidos? Ela diz: “Não vos ponhais em jugo desigual com incrédulos.” (2 Cor. 6:14) Talvez se trate de procurar um emprego. Será que colocará isso em primeiro lugar, adiando privilégios de servir a Deus, como alguns fazem? (Tia. 4:13-17) Será que treinaremos os filhos para aguardarem com expectativa carreiras neste sistema de curto prazo, ou, com ardor, as bênçãos incrementadas de serviço na organização florescente e protegida de Jeová? (Pro. 22:6; 1 Sam. 1:28; 2:26) Se tais decisões forem feitas por pessoas e famílias, permitindo as orientações de Deus ocuparem o primeiro lugar em sua vida, então se observará que o seu círculo familiar manifesta o espírito de Deus. Será edificante e reanimador, assim como o são as reuniões congregacionais. “Honra a Jeová com tuas coisas valiosas e com as primícias dos teus produtos.” — Pro. 3:9.
20. Podem pessoas imperfeitas recomendar a outros as bênçãos recebidas da aplicação do espírito?
20 Se, então, acharmos algo que nos é valioso, algo que às vezes é de proveito indescritível, não é verdade que gostaríamos de contar isso aos outros? Isto poderia ser feito pela linguagem literal, mas, provavelmente, a parte mais convincente é as ações dos beneficiados. Como acata a orientação do espírito? — é a absorvente questão a ser resolvida. Será que o seu proceder recomenda os frutos do espírito a outros? Já transformou sua personalidade ao ponto que outros, observando seu proceder, reconhecem que encontrou algo realmente valioso? O que o seu proceder recomenda? O espírito de Deus realiza coisas, e sua ação pode ser vista por outros em seu proceder, se refletir esta influência de Deus. Considere isto de outro ângulo. Revelação 7:9, 10 mostra “grande multidão, que nenhum homem podia contar, de todas as nações, e tribos, e povos, e línguas, em pé diante do trono e diante do Cordeiro, trajados de compridas vestes brancas; e havia palmas nas suas mãos. E gritavam com voz alta, dizendo: ‘Devemos a salvação ao nosso Deus, que está sentado no trono, e ao Cordeiro.’ Pode representar a si mesmo entre esta grande multidão numa posição justa diante de Deus? As bênçãos certamente fariam que recomendasse tal condição a outros, pelo proceder mui zeloso.
21. Considerando o assunto do ponto de vista do lavrador, o que pode ver e que proceder recomenda?
21 Ilustremos tudo isso pelo lavrador e seu campo. Êle lavra, grada, assenta e cultiva o solo, transformando-o numa boa sementeira. Daí, planta trigo. Será que planta trigo porque não consegue pensar em outra coisa para plantar, ou será que plantou trigo porque tinha semente em mãos? Não, tem um propósito definido em mente. Usará parte do trigo como comida para a sua própria família, parte será guardada para servir de semente no outro ano ainda, o restante ele venderá, de modo que possa comprar outras necessidades da vida. A semente de trigo plantada trará muitos resultados, se crescer e se multiplicar, como deveria. Mas, se se desenvolver num tipo fino e comprido que produz apenas trigo de baixa qualidade, então não deixará feliz o lavrador. Talvez não o ceife, se não valer a pena. Verificamos que Jeová, o maior lavrador, preparou muito bem todas as coisas, enviou cultivadores, semeadores, zeladores do campo e ceifeiros. Agora, como corresponderemos? Provérbios 12:11 (CBC) diz: “Quem cultiva sua terra será saciado de pão, quem procura as futilidades é um insensato.” Cresça, produza, permaneça sob as águas chuvosas da verdade e o calor que faz crescer do espírito de Jeová, e produza cem vezes mais para a honra de Jeová.