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  • Outros tipos de perfeição são relativos
  • A PERFEIÇÃO DA LEI MOSAICA 
  • A PERFEIÇÃO E A IMPERFEIÇÃO ENTRE AS CRIATURAS DE DEUS
  • Servos de Deus “sem defeito” e “inculpes”
  • A PERFEIÇÃO DE CRISTO JESUS 
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PERFEIÇÃO

A noção de perfeição é expressa por meio de termos hebraicos tirados de palavras tais como kalál (completar ou aperfeiçoar [compare com Êxodo 28:31]), shalám (ser completo, são, concluído [compare com 1 Reis 8:61; 2 Crônicas 8:16]), e tamám (ser completo, plenamente desenvolvido, intato, sem defeito [compare com Isaías 18:5; Ezequiel 15:5; 2 Samuel 22:26]). Nas Escrituras Gregas Cristãs, as palavras téleios (adjetivo), teleiótes (substantivo) e teleióo (verbo) são empregadas de forma similar, transmitindo idéias tais como tornar completo ou levar à medida plena (Luc. 8:14; 2 Cor. 12:9; Tia. 1:4), ser plenamente desenvolvido, adulto ou maduro (1 Cor. 14:20; Heb. 5:14), atingir o fim, o propósito ou o alvo apropriados ou estabelecidos. — João 19:28; Fil. 3:12. 

O sentido básico de tais vocábulos, portanto, corresponde ao da palavra portuguesa “perfeito”, que vem do prefixo latino per (que expressa a idéia de “completo”, “perfeito” ou “acabado”) e do verbo facere (que significa ’‘fazer ou executar”). Assim, o termo “perfeito” se refere, basicamente, àquilo que é “feito ou realizado por completo“, algo “concluído” ou “completado”. Além disso, transmite em geral um ou mais dos seguintes conceitos: isenção de falha ou de defeito; o enquadramento em supremos padrões de excelência; a satisfação de todos os requisitos, não deixando faltar nenhum pormenor essencial. 

A IMPORTÂNCIA DO PONTO DE VISTA CORRETO 

Para se ter o entendimento correto da Bíblia, não se deve cometer o erro comum de imaginar que tudo que é chamado de “perfeito” o seja tal em sentido absoluto, isto é, num grau infinito, ilimitado. A perfeição, neste sentido absoluto, distingue unicamente o Criador, Jeová Deus. Devido a isso, Jesus podia dizer sobre seu Pai: “Ninguém é bom, exceto um só, Deus.” (Mar. 10:18) Jeová é incomparável em Sua excelência, sendo digno de todo o louvor, sendo supremo em suas magníficas qualidades e poderes, de modo que “só o seu nome é inalcançavelmente elevado”. (Sal. 148:1-13; Jó 36:3, 4,  26; 37:16, 23, 24; Sal. 145:2-10, 21) Moisés exaltou a perfeição de Deus, dizendo: “Pois declararei o nome de Jeová. Atribuí deveras grandeza ao nosso Deus! A Rocha, perfeita é a sua atuação, pois todos os seus caminhos são justiça. Deus de fidelidade e sem injustiça; justo e reto é ele.” (Deut. 32:3, 4) Todos os modos de agir, todas as palavras e toda a lei de Deus são perfeitos, refinados, isentos de falhas ou de defeitos. (Sal. 18:30; 19:7; Tia. 1:17, 25) Jamais surge qualquer causa justa para se suscitar objeção, censura ou crítica a respeito Dele ou de suas atividades; antes, o louvor sempre Lhe é devido. — Jó 36:22-24. 

Outros tipos de perfeição são relativos

A perfeição de qualquer outra pessoa ou coisa, pois, é relativa, e não absoluta. (Compare com Salmo 119:96.) Ou seja, algo é “perfeito” de acordo com o — ou em relação ao — propósito ou objetivo visado pelo seu projetista ou produtor, ou o emprego que lhe será dado por seu recebedor ou usuário. O próprio significado de perfeição — tanto nos idiomas originais, como em português — exige que exista alguém que decida quando se alcançou a “inteireza“, quais são os padrões de excelência, que requisitos precisam ser satisfeitos, e que pormenores são essenciais. Em última análise, Deus, o Criador, é o Juiz final da perfeição, o Fixador dos padrões, de acordo com seus próprios objetivos e interesses justos.—  Rom. 12:2; veja Jeová (Um Deus dotado de padrões morais). 

A título de ilustração, o planeta Terra foi uma das criações de Deus, e, ao fim de seis “dias” criativos de trabalho voltados para ele, Deus declarou que eram ‘muito bons’ os resultados obtidos. (Gên. 1:31) Enquadrava-se em seus padrões supremos de excelência, assim, era perfeito. Não obstante, depois disso, Ele designou o homem para ‘sujeitá-lo’, evidentemente no sentido de cultivar a terra e fazer do inteiro planeta, e não apenas do Éden, um jardim de Deus. — Gên. 1:28; 2:8. 

A tenda ou tabernáculo construído no deserto, às ordens de Deus e de acordo com suas especificações, serviu qual tipo ou modelo profético, em escala reduzida, da “tenda maior e mais perfeita”, a morada celeste de Jeová, na qual Cristo Jesus entrou como Sumo Sacerdote. (Heb. 9:11-14, 23, 24) A tenda terrestre era perfeita no sentido de que satisfazia os requisitos de Deus, servia à sua finalidade estabelecida. Todavia, quando se cumprira o propósito de Deus a respeito dela, ela deixou de ser utilizada e deixou de existir. A perfeição daquilo que ela representava era de um padrão muitíssimo mais elevado, sendo celeste, eterna. 

A cidade de Jerusalém, com sua colina de Sião, era chamada de “perfeição da lindeza”. (Lam. 2:15; Sal. 50:2) Isto não significa que cada aspecto ínfimo da aparência física daquela cidade fosse extremamente atraente, mas, antes, relacionava-se com a utilização dela por parte de Deus, a beleza da cidade resultando do esplendor que Ele lhe conferiu, fazendo dela a capital de seus reis ungidos e a sede de Seu templo. (Eze. 16:14) A rica cidade comercial de Tiro é representada como um navio cujos construtores, os que trabalhavam em favor dos interesses materiais daquela cidade, ‘aperfeiçoaram a sua lindeza’, lotando-a de produtos luxuosos de muitas terras. — Eze. 27:3-25. 

Assim, em cada caso, é mister considerar-se o contexto a fim de se determinar que sentido ou que relação se quer dar à perfeição. 

A PERFEIÇÃO DA LEI MOSAICA 

A Lei concedida a Israel mediante Moisés incluía, entre seus dispositivos, o estabelecimento de um sacerdócio, e a oferta de vários sacrifícios animais. Embora originada de Deus, sendo portanto perfeita, nem a Lei, nem seu sacerdócio, nem os sacrifícios, conduziam à perfeição os que se achavam sob tal Lei, conforme mostra o apóstolo inspirado. (Heb. 7:11, 19; 10:1) Em vez de trazer a liberdade do pecado e da morte, ela, em realidade, tornou mais evidente o pecado. (Rom. 3:20; 7:7-13) Todos estes regulamentos divinos, não obstante, serviram ao propósito que Deus havia determinado para eles; a Lei desempenhou o papel de “tutor”, a fim de conduzir os homens a Cristo, produzindo uma perfeita “sombra das boas coisas vindouras”. (Gál. 3:19-25; Heb. 10:1) Assim sendo, quando Paulo menciona a “incapacidade da parte da Lei, enquanto ela estava fraca por intermédio da carne” (Rom. 8:3), ele se refere evidentemente à inabilidade do sumo sacerdote judeu carnal (designado pela Lei a se encarregar dos arranjos sacrificiais, e que entrava no compartimento Santíssimo no Dia da Expiação com o sangue sacrificial) de “salvar completamente” aqueles a quem ele servia, conforme explica Hebreus 7:11, 18-28. Embora a oferta de sacrifícios, através do sacerdócio arônico, mantivesse o povo numa condição correta perante Deus, tal oferta não os livrava completa ou perfeitamente da consciência do pecado. O apóstolo se refere a isto ao dizer que os sacrifícios expiatórios não poderiam “aperfeiçoar os que se aproximam”, isto é, no que se refere à sua consciência. (Heb. 10:1-4; compare com Hebreus 9:9.) O sumo sacerdote não podia fornecer o preço de resgate exigido para a verdadeira redenção do pecado. Só o duradouro serviço sacerdotal e o sacrifício efetivo de Cristo podem conseguir isso. — Heb. 9:14; 10:12-22. 

A Lei era “santa”, “boa”, “excelente” (Rom. 7:12, 16), e qualquer pessoa que pudesse viver inteiramente à altura desta Lei perfeita provaria ser um homem perfeito, digno da vida. (Lev. 18:5; Rom. 10:5; Gál. 3:12) Por esta mesma razão, a Lei trouxe a condenação, em vez de vida, não porque a Lei não fosse boa, mas devido à natureza imperfeita e pecaminosa dos que estavam sujeitos a ela. (Rom. 7:13-16; Gál. 3:10-12, 19-22) A Lei perfeita fez com que ficassem notoriamente evidentes a imperfeição e a pecaminosidade deles. (Rom. 3:19, 20; Gál- 3:19, 22) Neste sentido, a Lei também serviu para identificar Jesus qual Messias, pois somente ele foi capaz de obedecer à Lei em todos os sentidos, revelando-se um homem perfeito. — João 8:46; 2 Cor. 5:21; Heb. 7:26. 

A PERFEIÇÃO E A IMPERFEIÇÃO ENTRE AS CRIATURAS DE DEUS

A informação precedente ajuda-nos a entender como criaturas perfeitas de Deus puderam tornar-se desobedientes. Encarar isto como sendo incompatível com a perfeição significa desconsiderar o significado deste termo e atribuir-lhe um conceito pessoal que contraria a realidade. As criaturas inteligentes de Deus foram dotadas de livre-arbítrio — o privilégio e a responsabilidade de fazerem uma decisão pessoal quanto ao rumo que desejam tomar. (Deut. 30:19, 20; Jos. 24:15) É evidente que foi isto que ocorreu com o primeiro casal humano, de modo que a devoção deles a Deus podia ser submetida à prova. (Gên. 2:15-17; 3:2, 3) Como Criador deles, Jeová sabia o que desejava deles, e é claro, através das Escrituras, que Ele não desejava uma obediência automática, virtualmente mecanizada, e sim a adoração e o serviço provenientes de corações e mentes motivados pelo genuíno amor. (Compare com Deuteronômio 30:15, 16; 1 Crônicas 28:9; 29:17; João 4:23, 24.) Se Adão e Eva não tivessem a capacidade de escolha neste assunto, não teriam preenchido os requisitos de Deus; não teriam sido completos, perfeitos, de acordo com os Seus padrões. 

É preciso lembrar que a perfeição, no que tange a humanos, é uma perfeição relativa, limita-se à esfera humana. Embora criado perfeito, Adão não poderia ir além dos limites que lhe foram impostos pelo seu Criador; não poderia alimentar-se de terra, de cascalho ou de madeira sem sofrer maus efeitos disso; se tentasse respirar água, em vez de ar, morreria afogado. Similarmente, se permitisse que sua mente e seu coração se nutrissem de pensamentos errados, isto o levaria a entreter desejos incorretos e, por fim, resultaria no pecado e na morte. — Tia. 1:14, 15; compare com Gênesis 1:29; Mateus 4:4. 

Que os fatores determinantes são a vontade e a faculdade de escolha individuais da criatura, em vez de sua perfeição física e mental, torna-se logo evidente. Se insistíssemos que um homem perfeito não poderia seguir um proceder errado quando estivesse envolvida uma questão moral, não deveríamos logicamente argumentar também que uma criatura imperfeita seria incapaz de seguir o proceder correto quando estivesse envolvida tal questão moral? Contudo, algumas criaturas imperfeitas realmente seguem o proceder correto em questões morais que envolvem a obediência a Deus, até mesmo preferindo sofrer perseguição a deixar tal proceder; ao passo que, ao mesmo tempo, outros se empenham deliberadamente em praticar o que sabem ser errado. Assim, nem todas as más ações podem ser justificadas pela imperfeição humana. Os fatores decisivos são a vontade e a faculdade de escolha do indivíduo. Do mesmo modo, não seria a perfeição humana, em si, que garantiria o comportamento correto da parte do primeiro homem, mas, antes, o exercício de seu próprio livre-arbítrio e de sua própria faculdade de escolha, conforme motivado pelo amor a seu Deus e ao que era certo. — Pro. 4:23. 

Servos de Deus “sem defeito” e “inculpes”

O justo Noé mostrou-se “sem defeito entre os seus contemporâneos”. (Gên. 6:9) Jó era “inculpe e reto”. (Jó 1:8) Expressões similares são feitas a respeito de outros servos de Deus. Visto que todos descendiam do pecador Adão, e portanto, eram pecadores, é claro que tais homens eram “sem defeito” e “inculpes” no sentido de que se enquadravam perfeitamente nos requisitos de Deus para eles, requisitos estes que levavam em conta a imperfeição e a deficiência deles. (Compare com Miquéias 6:8.) Assim como um oleiro não esperaria a mesma qualidade ao moldar um vaso de barro comum como ao moldar um vaso com barro refinado especial, assim também os requisitos de Jeová levam em conta a fraqueza dos humanos imperfeitos. (Sal. 103:10-14; Isa. 64:8) Embora cometessem erros e enganos, devido à sua imperfeição carnal, tais homens fiéis manifestavam, não obstante, ‘um coração pleno [Heb., shalém]’ para com Jeová. (1 Reis 11:4; 15:14; 2 Reis 20:3; 2 Crô. 16:9) Assim, nos limites que lhes era possível atingir, a devoção deles era plena, sã, satisfazendo os requisitos divinos no seu caso. Visto que Deus, o Juiz, mostrava-se satisfeito com a adoração deles, nenhuma criatura humana ou espiritual poderia, de direito, achar falhas no serviço que prestavam a Ele. — Compare com Lucas 1:6; Hebreus 11:4-16; Romanos 14:4; veja Jeová (Por que ele pode lidar de forma coerente com humanos imperfeitos). 

As Escrituras Gregas Cristãs reconhecem a imperfeição inerente da humanidade que descende de Adão. Tiago 3:2 mostra que o indivíduo seria um “homem perfeito, capaz de refrear . . . todo o seu corpo”, caso pudesse refrear sua língua e não tropeçar em palavra; mas, nisto, “todos nós tropeçamos muitas vezes“. (Compare com V. 8.) Outrossim, declara-se que os humanos podem alcançar certos tipos de perfeição relativa. Jesus disse a seus seguidores: “Concordemente, tendes de ser perfeitos, assim como o vosso Pai celestial é perfeito.” (Mat. 5:48) Aqui, Jesus se referia à questão do amor e da generosidade. Mostrava que simplesmente ‘amarmos os que nos amam’ constituía um amor incompleto, falho; assim, seus seguidores deveriam aperfeiçoar o amor deles, ou conduzi-lo a uma medida mais plena, por amarem também os inimigos deles, deste modo imitando o exemplo de Deus. (Mat. 5:43-47) Similarmente, mostrou-se ao jovem que perguntara a Jesus sobre qual a maneira de ganhar a vida eterna que a adoração dele, a qual já incluía a obediência aos mandamentos da Lei, ainda era deficiente em pontos vitais. Se ele ‘quisesse ser perfeito’, deveria fazer que sua adoração atingisse pleno desenvolvimento (compare com Lucas 8:14; Isaías 18:5) por satisfazer tais aspectos. — Mat. 19:21; compare com Romanos 12:2. 

O apóstolo João mostra que o amor de Deus é aperfeiçoado nos cristãos que permanecem em união com Ele, guardando a palavra de seu Filho e amando uns aos outros. (1 João 2:5; 4:11-17) Tal amor perfeito lança fora o temor; confere “franqueza no falar”. Aqui o contexto mostra que João fala da “franqueza no falar para com Deus”, como na oração. (1 João 3:19-22; compare com Hebreus 4:16; 10:19-22.) Aquele em quem o amor a Deus atinge sua plena expressão pode dirigir-se confiantemente a seu Pai celeste sem se sentir condenado no coração, como se fosse um hipócrita ou estivesse desaprovado. Sabe que está obedecendo os mandamentos de Deus e praticando o que agrada a seu Pai, e é espontâneo em suas expressões e petições a Jeová. Não se sente como se tivesse sido submetido, por Deus, à uma ‘liberdade condicional’, estando restrito quanto àquilo que tem o privilégio de dizer ou pedir. (Compare com Números 12:10-15; Jó 40:1-5; Lamentações 3:40-44; 1 Pedro 3:7.) Nenhum temor mórbido o inibe; não se achega ao “dia de julgamento” como se estivesse cônscio de alguma ‘mancha negra’ contra ele, ou como se tencionasse ‘ocultar’ certas coisas. (Compare com Hebreus 10:27, 31.) Assim, como um filho não teme pedir qualquer coisa a seus pais amorosos, também o cristão em quem o amor se acha plenamente desenvolvido tem certeza de que “não importa o que peçamos segundo a sua vontade, ele nos ouve. Ainda mais, se soubermos que ele nos ouve com respeito àquilo que pedimos, sabemos que havemos de ter as coisas pedidas, visto que as pedimos a ele.” — 1 João 5:14, 15. 

Assim, este ‘perfeito amor’ não elimina todo tipo de temor. Não extingue o temor reverente e filial para com Deus, fruto do profundo respeito pela posição, pelo poder e pela justiça Dele. (Sal. 111:9, 10; Heb. 11:7) Tampouco acaba com o temor normal que faz com que a pessoa evite o perigo, quando possível, a fim de proteger assim a si mesma e à sua vida, ou o temor causado por algo subitamente alarmante. — Compare com 1 Samuel 21:10-15; 2 Coríntios 11:32, 33; Jó 37:1-5; Habacuque 3:16, 18. 

Também, por meio do “perfeito vínculo” do amor se consegue plena união, fazendo com que os verdadeiros cristãos sejam “aperfeiçoados em um”. (Col. 3:14; João 17:23) Obviamente, a perfeição desta união também é relativa, e não significa que todas as diferenças de personalidade — tais como as habilidades, os hábitos, a consciência individuais, e fatores idênticos — sejam eliminadas. Uma vez atingida, contudo, a sua plenitude deveras conduz à ação, à crença e ao ensino unificados. — Rom. 15:5,  6; 1 Cor. 1:10; Efé. 4:3; Fil. 1:27. 

A PERFEIÇÃO DE CRISTO JESUS 

Jesus nasceu como um humano perfeito, santo, sem pecado. (Luc. 1:30-35; Heb. 7:26) A sua perfeição física, naturalmente, não era infinita, mas se circunscrevia à esfera humana; ele sentia as limitações humanas, cansava-se, ficava com sede, com fome, e era mortal. (Mar. 4:36-39; João 4:6, 7; Mat. 4:2; Mar. 15:37, 44, 45) O propósito de Jeová Deus era ter a seu Filho na qualidade de seu Sumo Sacerdote em favor da humanidade. Embora humano perfeito, Jesus tinha de ser ‘aperfeiçoado’ (Gr., teleióo) para tal posição, preenchendo cabalmente os requisitos determinados por seu Pai, e sendo conduzido ao fim ou alvo estabelecido. Tais requisitos exigiam que Jesus se tornasse “igual aos seus ‘irmãos’ em todos os sentidos”, que suportasse sofrimentos, que aprendesse a obediência sob prova, da mesma forma que seus “irmãos” ou seguidores de suas pisadas o fariam. Assim, ele seria capaz de se “compadecer das nossas fraquezas, [como] alguém que foi provado em todos os sentidos como nós mesmos, porém, sem pecado”. (Heb. 2:10-18; 4:15, 16; 5:7-10) Adicionalmente, depois de sua morte qual sacrifício perfeito e de sua ressurreição, receberia vida espiritual, imortal, nos céus, sendo assim “aperfeiçoado para sempre” para seu cargo sacerdotal. (Heb. 7:15 a 8:4; 9:11-14, 24) Da mesma maneira, todos os que servirão junto com Cristo quais subsacerdotes serão ‘aperfeiçoados’, isto é, serão conduzidos ao alvo celeste que perseguem, e para o qual são chamados. — Fil. 3:8-14; Heb. 12:22, 23; Rev. 20:6. 

O “Aperfeiçoador de nossa fé”

Jesus é chamado de “o Agente Principal [ou Líder Principal] e Aperfeiçoador da nossa fé”. (Heb. 12:2) Na verdade, muito antes da vinda de Jesus Cristo, a fé de Abraão foi “aperfeiçoada” por suas obras de fé e de obediência, de modo que Abraão obteve a aprovação de Deus e se tornou um co-participante com Deus num pacto juramentado. (Tia. 2:21-23; Gên. 22:15-18) Mas a fé de todos aqueles homens de fé que viveram antes do ministério terrestre de Jesus era incompleta ou imperfeita, no sentido de que eles não entendiam então as profecias ainda não cumpridas a respeito de Jesus qual Descendente e Messias de Deus. (1 Ped. 1:10-12) Através de seu nascimento, de seu ministério, de sua morte e de sua ressurreição à vida celeste, tais profecias vieram a cumprir-se e a fé a respeito de Cristo ficou com seu fundamento reforçado, sendo completado por fatos históricos. Assim, a fé, neste sentido aperfeiçoado, “chegou” por meio de Cristo Jesus (Gál. 3:24, 25), que deste modo provou ser o “líder” (NTV), o “pioneiro” (Moffatt, em inglês) ou o Agente Principal de nossa fé. No seu cargo celeste, Jesus continuou a ser o Aperfeiçoador da fé de seus seguidores, como ao derramar sobre eles o espírito santo, em Pentecostes, e por meio de revelações que, progressivamente, completaram e desenvolveram a fé que possuíam. — Atos 2:32, 33; Heb. 2:4; Rev. 1:1, 2; 22:16; Rom. 10:17. 

‘NÃO APERFEIÇOADOS À PARTE DE NÓS’ 

Após recapitular os serviços prestados por homens fiéis do período pré-cristão, de Abel em diante, o apóstolo diz que nenhum deles obteve “o cumprimento da promessa, visto que Deus previu algo melhor para nós, a fim de que eles não fossem aperfeiçoados à parte de nós”. (Heb. 11:39, 40) O “nós” aqui se refere claramente aos cristãos ungidos (Heb. 1: 2; 2:1-4), “participantes da chamada celestial” (Heb. 3:1), para os quais Cristo “inaugurou. . . [um] caminho novo e vivente” para o lugar santo da presença celeste de Deus. (Heb. 10:19, 20) Tal chamada celeste inclui o serviço quais sacerdotes celestes de Deus e de Cristo, durante o reinado milenar de Cristo. O “poder para julgar” também lhes é conferido. (Rev. 20:4-6) Ao falar da “revelação dos filhos de Deus”, pela qual a criação espera ansiosamente, Paulo se refere, evidentemente, a tal investidura destes chamados em seus gloriosos cargos e funções celestes. (Rom. 8:18, 19) Logicamente, portanto, é a vida e os privilégios celestes que os chamados obtêm que é o “algo melhor”, previsto por Deus para tais cristãos ungidos. (Heb. 11:40) A revelação deles, contudo, deve resultar em libertação da escravização à corrupção para aqueles que, dentre a criação, alcancem “a liberdade gloriosa dos filhos de Deus”. (Rom. 8:19-22) Mostra-nos Hebreus 11:35 que os homens fiéis dos tempos pré-cristãos mantiveram integridade sob sofrimento, “a fim de que pudessem alcançar uma ressurreição melhor“, evidentemente melhor que a dos “mortos” mencionados no início do versículo, pessoas que foram ressuscitadas para apenas virem a morrer de novo. (Compare com 1 Reis 17:17-23; 2 Reis 4:17-20, 32-37.) Para tais homens fiéis dos tempos pré-cristãos, portanto, ‘serem aperfeiçoados’ deve-se relacionar com sua ressurreição ou sua restauração à vida, e, depois disso, com o serem ‘libertos da escravização à corrupção’ através dos serviços prestados pelo sacerdócio de Cristo Jesus e seus subsacerdotes, durante o governo milenar.

A VOLTA DA HUMANIDADE À PERFEIÇÃO NA TERRA 

Segundo a oração: “Realize-se a tua vontade, como no céu, assim também na terra“, este planeta deverá sentir o pleno impacto e o total efeito da realização dos propósitos de Deus. (Mat. 6:10) Isto implica na eliminação de todas as falhas e de todos os defeitos, de modo que o que reste se enquadre nos padrões divinos de excelência, de plenitude e de sanidade. Que isto incluirá a perfeição das condições terrestres e das criaturas humanas, torna-se evidente de Revelação 5:9, 10. Declara-se ali que as pessoas ‘compradas para Deus’ (compare com Revelação 14:1, 3) se tornam um “reino e sacerdotes para o nosso Deus, e reinarão sobre a terra”. O dever dos sacerdotes sob o pacto da Lei não era apenas de representar as pessoas perante Deus, quando elas ofereciam sacrifícios, mas eles, os sacerdotes, também eram encarregados de proteger a saúde física daquela nação, oficiando na purificação dos que se tornavam impuros, e decidindo quando a cura havia ocorrido, nos casos de lepra. (Lev., caps. 13-15) Mais do que isso, cabia ao sacerdócio a responsabilidade de contribuir para o aprimoramento e a saúde, tanto mental como espiritual, do povo. (Deut. 17:8-13; Mal. 2:7) Visto que a Lei tinha “uma sombra das boas coisas vindouras”, é de esperar que o sacerdócio celeste sob Cristo Jesus, que operará durante seu reinado milenar (Rev. 20:4-6), faça um trabalho similar. — Heb. 10:1. 

Que “a humanidade” experimentará a remoção das lágrimas, do pranto, do clamor, da dor e da morte, é garantido pelo quadro profético de Revelação 21:1-5. Por meio de Adão, o pecado — e conseqüentemente o sofrimento e a morte — introduziram-se na raça humana (Rom. 5:12), e esses figuram, certamente, entre as “coisas anteriores” que passarão. A morte é o salário do pecado, e “como último inimigo, a morte há de ser reduzida a nada” por meio do governo do reino de Cristo. (Rom. 6:23; 1 Cor. 15:25, 26, 56) Para a humanidade, isto significa o retorno ao estado perfeito desfrutado pelo homem no começo da história humana, no Éden. Assim, os humanos desfrutarão não só da perfeição quanto à fé e ao amor, mas a perfeição quanto à impecabilidade, correspondendo de forma plena e sem falhas aos padrões justos de Deus para os humanos. A profecia em Revelação 21:1-5 também se relaciona ao reinado milenar de Cristo, visto que a “Nova Jerusalém”, cuja ‘descida’ é associada com a eliminação das aflições da humanidade, revela-se ser a “noiva” ou congregação de Cristo, portanto, os componentes do sacerdócio real do reinado milenar de Cristo. — Rev. 21:9, 10; Efé. 5:25-32; 1 Ped. 2:9; Rev. 20:4-6. 

A perfeição humana será relativa, limitada à esfera humana. Contudo, certamente dará, aos que a atingirem, a capacidade de usufruir a vida terrestre na medida mais plena possível. ‘Alegria até a fartura [ou, “plenamente”] está com a. . . face [de Jeová]’, e ‘estar a tenda de Deus com a humanidade’ mostra que isto se refere à humanidade obediente, àqueles para os quais Jeová volta a sua face, em aprovação. (Sal. 16:11; Rev. 21:3; compare com Salmo 15:1-3; 27:4, 5; 61:4; Isaias 66:23.) Entretanto, a perfeição não significa o fim da variedade, conforme às vezes as pessoas presumem. O reino animal, produto da ‘atuação perfeita’ de Jeová (Gên. 1:20-24; Deut. 32:4), abriga enorme variedade. Da mesma maneira, a perfeição do planeta Terra não é incompatível com a variedade, a mudança ou o contraste; dá margem a que haja tanto o simples como o complexo, o desadornado e o adornado, o azedo e o doce, o áspero e o suave, os prados e as florestas, as montanhas e os vales. Abarca o estimulante frescor do começo da primavera, à quentura do verão, com seus límpidos céus azuis, o encanto das cores do outono e a beleza pura da neve recém-caída. (Gên. 8:22) Os humanos perfeitos não serão, pois, estereotipados, possuindo personalidades, talentos e habilidades idênticas. Conforme indicado pelas definições iniciais, a perfeição não tem necessariamente tal sentido. 

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