Paciência no ministério com regularidade

QUE o ministro cristão precisa de paciência e perseverança se torna bem evidente do relatório no Anuário das Testemunhas de Jeová para 1962, em inglês. Mostra-se ali que, em média, em 175 terras fora dos países atrás da Cortina de Ferro foram devotadas 2.940 horas ao ministério de campo pelas testemunhas de Jeová por cada pessoa nova que começou a participar regularmente no testemunho. Não resta dúvida quanto a seguirem o sábio conselho do discípulo Tiago: “Sede vós também pacientes, e fortalecei os vossos corações, pois a vinda do Senhor está próxima.” — Tia. 5:8, ALA.a

Naturalmente, quanto à paciência, o maior exemplo de todos não é fornecido por nenhum outro a não ser pelo próprio Jeová Deus. Quanta paciência tem ele demonstrado para com as criaturas humanas que erraram, com os que viveram antes do Dilúvio, com a nação de Israel e desde então com os da cristandade! Ele é “longânimo” e “com muita longanimidade” tem tolerado “os vasos de ira, preparados para a perdição”. — Êxo. 34:6; Rom. 9:22, ALA.

Segundo somente ao exemplo de paciência de Deus foi a fornecida pelo seu Filho, Jesus Cristo. Amorosamente, ele manifestou paciência, em especial nos seus tratos com seus discípulos. Não ficou desanimado, embora na última noite do seu ministério humano todos os seus seguidores o tivessem desertado. E que paciência se requereu dele para esperar, após sentar-se à destra de seu Pai, em 33 E. C., até que chegasse o tempo marcado pelo seu Pai para agir contra o difamador do nome de Jeová, tempo este que chegou, conforme demonstrado pela profecia e pela cronologia bíblica, em 1914! — Sal. 110:1; Apo. 12:5-9.

Outro exemplo de paciência que os ministros cristãos fazem bem de notar é o do agricultor, conforme é trazido à nossa atenção pelo discípulo Tiago. Um agricultor não pode apressar as suas colheitas, mas precisa cooperar com as leis da natureza. Ele lança a semente e dai pode regar, capinar e cultivar, mas precisa esperar para que as plantas cresçam. Não há muito que ele possa fazer para apressar a safra; o melhor que pode fazer é trabalhar para que possa ser da mais excelente qualidade. — Tia. 5:7.

Requer-se de todos os ministros cristãos a paciência. É preciso paciência para continuar no ministério numa época não favorável, seja isso por causa de restrições jurídicas, oposição da parte da própria família, inclemência do tempo ou saúde precária. Requer também paciência continuar em face dos laços do materialismo e outros induzimentos oferecidos pelo mundo de Satanás. — 2 Tim. 4:2; 1 João 2:15-17.

Conforme mostrou Jesus na sua ilustração do semeador, nem todas as sementes caem em terra adequada e boa. Portanto, o ministro cristão não deve ficar desanimado simplesmente porque algumas de suas sementes caem na margem do caminho e são retiradas por Satanás e pelos seus agentes, ou porque algumas parecem prosperar por algum tempo, só para serem murchas pela perseguição por serem semeadas num solo pedregoso, ou sufocadas pelo materialismo, por terem caído entre espinhos. Jesus teve a mesma experiência. A coisa a fazer é continuar a semear e plantar, regar e cultivar, confiando que Jeová fará que algumas delas cresçam. — Luc. 8:5-15; 1 Cor. 3:6.

A regularidade no ministério está intimamente relacionada com a paciência e é da mesma forma essencial para produzir frutos. Que espécie de colheita poderia um agricultor que fosse irregular no cultivo de suas plantações esperar ter, um agricultor que só trabalhasse quando lhe conviesse ou quando sentisse vontade? Assim também se dá com o ministério cristão. Requer regularidade. Significa estabelecer um alvo para participar regularmente cada semana no testemunho do Reino, pelo menos dez horas por mês — na distribuição de revistas bíblicas, na pregação de casa em casa com a Bíblia e especialmente em dirigir com regularidade estudos bíblicos com pessoas de boa vontade nos seus lares.

A fim de produzirem os frutos do Reino, os ministros cristãos precisam exercer paciência com regularidade. Isto requer não só zelo, mas também os outros frutos do espírito, conforme Pedro mostra: “Associai com a vossa fé a virtude; com a virtude, o conhecimento; com o conhecimento, o domínio próprio, a perseverança; com a perseverança, a piedade; com a piedade, a fraternidade; com a fraternidade, o amor. Porque estas cousas, existindo em vós e em vós aumentando, fazem com que não sejais nem inativos, nem Infrutuosos no pleno conhecimento de nosso Senhor Jesus Cristo.” — 2 Ped. 1:5-8, ALA.

Sim, a paciência no ministério com regularidade resultará em mais louvor a Jeová Deus e na salvação tanto do ministro cristão como dos que o ouvem. — 1 Tim. 4:16.

[Nota(s) de rodapé]