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  • Coisas previstas pela presciência de Deus
  • A Sentinela Anunciando o Reino de Jeová — 1971
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A Sentinela Anunciando o Reino de Jeová — 1971
w71 1/2 pp. 89-94

Coisas previstas pela presciência de Deus

EM TODO o registro bíblico, o uso da presciência e da predeterminação por Deus é constantemente ligado com seu próprio propósito e vontade. Visto que os propósitos de Deus estão certos de se cumprirem, ele pode saber de antemão os resultados, o fim derradeiro de seus propósitos, e pode predeterminá-los, como também os passos que achar próprio dar para realizá-los. (Isa. 14:24-27) Fala-se, por isso, de Jeová como formando seu propósito quanto aos eventos ou às ações no futuro. (2 Reis 19:25; Isa. 46:11) Como o Grande Oleiro, Deus “opera todas as coisas segundo o modo aconselhado por sua vontade”, em harmonia com seu propósito (Efé. 1:11), e “faz que todas as suas obras cooperem para o bem daqueles que” o amam. (Rom. 8:28) Portanto, é especificamente com relação aos seus propósitos predeterminados que Deus “desde o princípio conta o final e desde outrora as coisas que não se fizeram”. — Isa. 46:9-13.

Quando Deus criou o primeiro casal humano, este era perfeito, e Deus pôde olhar para o resultado de toda a sua obra criativa e achar tudo “muito bom”. (Gên. 1:26, 31; Deu. 32:4) Em vez de, com desconfiança, preocupar-se com quais seriam as ações futuras do casal humano, o registro diz que ele “passou a repousar”. (Gên. 2:2) Podia fazer isso, pois, em virtude de sua onipotência e de sua sabedoria suprema, nenhuma futura ação, circunstância ou contingência poderia apresentar um obstáculo intransponível ou um problema irremediável que impedisse a realização de seu propósito soberano. — 2 Crô. 20:6; Isa. 14:27; Dan. 4:35.

PRESCIÊNCIA ACERCA DE CLASSES DE PESSOAS

Apresentam-se casos em que Deus sabia de antemão qual o rumo que certos grupos, certas nações ou a maioria da humanidade tomariam, e assim predisse o rumo básico de suas ações futuras e predeterminou que ação correspondente ele tomaria para com tais. Contudo, tal presciência ou predeterminação não privava as pessoas dentro de tais grupos coletivos ou setores da humanidade do exercício da livre escolha quanto a que proceder determinado queriam adotar. Isto se pode ver dos seguintes exemplos:

Antes do dilúvio dos dias de Noé, Jeová anunciou seu propósito de causar este ato de destruição, resultando em perda de vida humana bem como animal. A narrativa bíblica mostra, porém, que tal determinação divina foi feita depois de se criarem condições que exigiam tal ação. Além disso, Deus, que é capaz de ‘conhecer o coração dos filhos da humanidade’, fez um exame e verificou que “toda inclinação dos pensamentos do . . . coração [da humanidade] era só má, todo o tempo”. (2 Crô. 6:30; Gên. 6:5) Todavia, pessoas, Noé e sua família, obtiveram o favor de Deus e escaparam da destruição. — Gên. 6:7, 8; 7:1.

O mesmo se deu com a nação de Israel; embora Deus lhe desse a oportunidade de se tornar “um reino de sacerdotes e uma nação santa” por guardar o seu pacto, contudo, uns quarenta anos depois, quando a nação estava na fronteira da Terra da Promessa, Jeová predisse que eles violariam o seu pacto, e, como nação, o abandonariam. Esta presciência não era sem base anterior, porém, visto que já se havia revelado insubordinação e rebelião nacional. Por isso, Deus disse: “Porque bem sei a sua inclinação que hoje estão desenvolvendo antes de eu os introduzir na terra que lhes jurei.” (Deu. 31:21; Sal. 81:10-13) O resultado a que tal inclinação manifesta levaria então, no sentido de maior iniqüidade, podia ser sabido de antemão por Deus sem o tornar responsável devido à sua presciência, assim como alguém saber de antemão que determinado edifício construído com materiais inferiores e trabalho deficiente vai estragar-se, não faz que ele seja responsável por tal estrago. Certos profetas proferiram avisos proféticos das expressões predeterminadas de julgamento da parte de Deus, todas as quais tinham base nas já existentes condições e atitudes de coração. (Sal. 7:8, 9; Pro. 11:19; Jer. 11:20) Novamente, porém, as pessoas podiam aceitar o conselho, a repreensão e os avisos de Deus, e algumas fizeram isto e mereceram seu favor. — Jer. 21:8, 9; Eze. 33:1-20.

O Filho de Deus, que também podia ler o coração humano (Mat. 9:4; Mar. 2:8; João 2:24, 25), foi divinamente dotado dos poderes da presciência e predisse condições, eventos e expressões do julgamento divino no futuro. Predisse o julgamento da Geena para os escribas e fariseus como classe (Mat. 23:15, 33), mas ele não disse com isso que cada fariseu ou escriba individual estava condenado de antemão à destruição, conforme mostra o caso do apóstolo Paulo. (Atos 26:4, 5) Jesus predisse tribulações para a população impenitente de Jerusalém e de outras cidades, mas não indicou que seu Pai havia predeterminado que cada pessoa dessas cidades devia sofre-las. (Mat. 11:20-23; Luc. 19:41-44; 21:20, 21) Sabia também de antemão a que levaria a inclinação e a atitude de coração da humanidade e predisse as condições que se desenvolveriam entre a humanidade no tempo da ‘terminação do sistema de coisas”, bem como as realizações dos próprios propósitos de Deus. — Mat. 24:3, 7-14, 21, 22.

PRESCIÊNCIA ACERCA DE PESSOAS

Além de haver presciência acerca de classes, houve determinadas pessoas envolvidas especificamente nas previsões divinas. Estas incluem Esaú e Jacó, o faraó do êxodo, Sansão, Salomão, Jeremias, João Batista, Judas Iscariotes e o próprio Filho de Deus, Jesus.

Nos casos de Sansão, Jeremias e João Batista, Jeová usou de presciência antes do nascimento deles. Esta presciência, porém, não especificava qual seria o destino final deles. Antes, à base de tal presciência, Jeová predeterminou que Sansão vivesse segundo o voto nazireu e iniciasse a libertação de Israel dos filisteus, que Jeremias servisse como profeta e que João Batista fizesse a obra preparatória como predecessor do Messias. (Juí. 13:3-5; Jer. 1:5; Luc. 1:13-17) Embora fossem altamente favorecidos por tais privilégios, isto não lhes garantia a salvação eterna, nem mesmo que permaneceriam fiéis até à morte (embora todos os três o fizessem). Assim, Jeová predisse que um dos muitos filhos de Davi se chamaria Salomão e predeterminou que Salomão seria usado para construir o templo. (2 Sam. 7:12, 13; 1 Reis 6:12; 1 Crô. 22:6-19) Todavia, embora favorecido assim, e mesmo tendo o privilégio de escrever certos livros da Bíblia Sagrada, Salomão caiu na apostasia nos seus últimos anos. — 1 Reis 11:4, 9-11.

Também com Esaú e Jacó, a presciência de Deus não fixou seu destino eterno, mas, antes, determinou ou predeterminou qual dos grupos nacionais, descendentes dos dois filhos, obteria uma posição dominante sobre o outro. (Gên. 25:23-26) Esta predominância prevista também indicava a obtenção do direito da primogenitura por Jacó, direito que acompanhava o privilégio de fazer parte da linhagem por meio da qual viria o “descendente” de Abraão. (Gên. 27:29; 28:13, 14) Deste modo, Jeová Deus esclareceu que sua escolha de pessoas para certos usos não se prende aos costumes ou procederes costumeiros segundo as expectativas dos homens. Tampouco são os privilégios divinamente designados dispensados apenas à base de obras, ao ponto de alguém poder achar que ele ‘mereceu o direito’ de tais privilégios e que estes lhe ‘são devidos’. Este ponto foi salientado pelo apóstolo Paulo ao mostrar por que Deus, pela benignidade imerecida, podia conceder às nações gentias os privilégios antes aparentemente reservados para Israel. — Rom. 9:1-6, 10-13, 30-32.

A citação de Paulo a respeito de Jeová ‘amar a Jacó [Israel] e odiar a Esaú [Edom]’ é de Malaquias 1:2, 3, escrito muito depois do tempo de Jacó e Esaú. Portanto, a Bíblia não diz necessariamente que Jeová tinha tal opinião a respeito dos gêmeos antes do nascimento deles. É um fato cientificamente estabelecido que grande parte da disposição geral e do temperamento da criança são determinados no tempo da concepção, devido aos fatores genéticos contribuídos pelo pai e pela mãe. Que Deus pode ver tais fatores é evidente; Davi fala de Jeová como vendo “até mesmo meu embrião”. (Sal. 139:14-16; veja também Eclesiastes 11:5.) Não se pode dizer até que ponto tal percepção divina afetou a predeterminação de Jeová a respeito dos dois meninos, mas, de qualquer modo, sua preferência de Jacó acima de Esaú não condenava em si mesmo a Esaú ou seus descendentes, os edomitas, à destruição. A “mudança de pensamento” que Esaú buscava seriamente com lágrimas, porém, era só uma tentativa mal sucedida de mudar a decisão de seu pai Isaque, de a bênção especial do primogênito permanecer inteiramente sobre Jacó. Assim, não indicou nenhum arrependimento perante Deus da parte de Esaú, quanto à sua atitude materialista. — Gên. 27:32-34; Heb. 12:16, 17.

Tais casos de presciência antes do nascimento da pessoa não estão em conflito com as qualidades reveladas e as normas anunciadas de Deus. Tampouco há qualquer indício de que Deus obrigou as pessoas a agir contra a sua própria vontade. Nos casos de faraó, Judas Iscariotes e o próprio Filho de Deus não há evidência de que a presciência de Jeová tenha sido exercida antes de a pessoa vir à existência. Estes casos individuais ilustram certos princípios, relacionados com a presciência e a predeterminação de Deus.

Um destes princípios é o de Deus submeter pessoas à prova por causar ou permitir certas circunstâncias ou eventos, ou por fazer que tais pessoas ouçam suas mensagens inspiradas, com o resultado de se verem obrigadas a exercer seu livre arbítrio para fazer uma decisão e assim revelar determinada atitude de coração, vista por Jeová. (Pro. 15:11; 1 Ped. 1:6, 7; Heb. 4:12, 13) Conforme a reação das pessoas, Deus pode também moldá-las no proceder que selecionaram de sua própria vontade. (1 Crô. 28:9; Sal. 33:13-15; 139:1-4, 23, 24) De modo que o “coração do homem terreno” primeiro se inclina de certo modo antes de Jeová dirigir os passos dele. (Pro. 16:9; Sal. 51:10) Quando em prova, a condição do coração da pessoa pode tornar-se fixa, quer endurecida em injustiça e rebelião, como foi o coração de faraó no tempo do êxodo, quer firmado na devoção inquebrantável a Jeová Deus e a fazer a vontade dele. (Êxo. 4:21; 8:15, 32) Tendo atingido tal ponto de sua própria escolha, o resultado final do proceder da pessoa pode então ser conhecido de antemão e predito sem qualquer injustiça ou violação do livre arbítrio do homem. — Veja Jó 34:10-12.

O proceder traidor de Judas Iscariotes cumpriu a profecia divina e demonstrou a presciência de Jeová, bem como a de seu Filho. (Sal. 41:9; 55:12, 13; 109:8; Atos 1:16-20) Todavia, não se pode dizer que Deus predeterminou ou predestinou que o próprio Judas adotasse tal proceder. As profecias prediziam que um conhecido íntimo de Jesus seria seu traidor, mas não especificavam qual dos seus conhecidos o seria. Novamente, os princípios bíblicos excluem a possibilidade de Deus ter predeterminado as ações de Judas. A norma divina declarada pelo apóstolo é: “Nunca ponhas as mãos apressadamente sobre nenhum homem; tampouco sejas partícipe dos pecados de outros; mantém-te casto.” (1 Tim. 5:22) Em evidência da preocupação de Jesus, de que a seleção de seus doze apóstolos fosse feita sábia e corretamente, ele passou a noite em oração a seu Pai, antes de divulgar a sua decisão. (Luc. 6:12-16) Se Judas já tivesse sido divinamente predeterminado para ser o traidor, isto resultaria em incoerência quanto à direção e orientação da parte de Deus, e segundo a regra, faria dele partícipe dos pecados que tal pessoa cometeria.

Por isso, parece evidente que, quando Judas foi selecionado como apóstolo, o coração dele não deu indício definido de uma atitude traiçoeira. Permitiu que uma ‘raiz venenosa brotasse’ e o aviltasse, resultando no seu desvio e em ele aceitar, não a direção de Deus, mas a orientação do Diabo num proceder de furtos e de traição. (Heb. 12:14, 15; João 13:2; Atos 1:24, 25; Tia. 1:14, 15) Quando este desvio atingiu certo ponto, o próprio Jesus podia ler o coração de Judas e predizer a sua traição. — João 13:10, 11.

É verdade que no relato em João 6:64, sobre a ocasião em que alguns discípulos tropeçaram por causa de certos ensinos de Jesus, lemos que “Jesus sabia desde o princípio [“desde o início”, Pontifício Instituto Bíblico] quem eram os que não criam e quem era o que o havia de trair”. Embora a palavra “princípio” seja usada em 2 Pedro 3:4 para se referir ao começo da criação, pode referir-se também a outros tempos. (Luc. 1:2; João 15:27) Por exemplo, quando o apóstolo Pedro falou sobre o espírito santo cair sobre os gentios “assim como tinha também caído sobre nós, no princípio”, ele se referia ao dia de Pentecostes de 33 E. C., quando se deu o “princípio” do derramamento do espírito santo com certo fim. (Atos 11:15; 2:1-4) É portanto interessante observar o seguinte comentário sobre João 6:64 no (Comentário Crítico, Doutrinário e Homilético, em inglês, de Schaff-Lange: “[‘Princípio’] não significa metafisicamente desde o princípio de todas as coisas . . ., nem desde o princípio de Ele, [Jesus] conhecer a cada um . . ., nem desde o princípio de Ele reunir os discípulos em torno de Si, nem desde o princípio do Seu ministério messiânico . . ., mas desde os primeiros germes secretos da descrença [que causou o tropeço de alguns discípulos]. De modo que Ele também conhecia Seu traidor desde o princípio.” — Veja 1 João 3:8, 11, 12.

O MESSIAS

Jeová Deus sabia de antemão e predisse os sofrimentos do Messias, a morte que sofreria e sua subseqüente ressurreição. (Atos 2:22, 23, 30, 31; 3:18; 1 Ped. 1:10, 11) O cumprimento das coisas determinadas pelo uso que Deus fez de tal presciência dependia em parte do uso do próprio poder de Deus e em parte das ações dos homens. (Atos 4:27, 28) Tais homens, porém, deixaram-se voluntariamente vencer pelo adversário de Deus, Satanás, o Diabo. (João 8:42-44; Atos 7:51-54) Portanto, assim como até mesmo os cristãos nos dias de Paulo ‘não desconheciam os desígnios’ de Satanás, Deus previu os desejos e métodos iníquos que seu adversário projetaria contra o seu Ungido. (2 Cor. 2:11) É evidente que o poder de Deus podia também frustrar ou mesmo bloquear qualquer ataque ou tentativa contra o Messias, que não se harmonizasse com a maneira ou o tempo profetizados.

A declaração do apóstolo Pedro, de que o Cristo, como Cordeiro sacrificial de Deus, “era conhecido de antemão, antes da fundação [forma da palavra grega katabolé] do mundo [kósmou]” é tomada pelos defensores do predestinacionismo como significando que Deus usou de tal presciência antes da criação da humanidade. (1 Ped. 1:19, 20) A palavra grega katabolé, traduzida “fundação”, significa literalmente “lançar ou deitar” e pode referir-se à ‘geração’ dum descendente, como em Hebreus 11:11, que se refere a Abraão ‘lançar’ sêmen humano para gerar um filho e a Sara conceber este filho. Embora tivesse havido a “fundação” do mundo da humanidade quando Deus criou o primeiro casal humano, conforme Hebreus 4:3, 4, aquele casal perdeu depois sua posição como filhos de Deus. (Gên. 3:22-24; Rom. 5:12) No entanto, pela benignidade imerecida de Deus, permitiu-se que ‘lançassem’ (semeassem) e concebessem descendência, tendo assim prole, sendo que a respeito de um deles a Bíblia mostra especificamente que ele obteve o favor de Deus e se colocou na situação de receber redenção e salvação, a saber, Abel. (Gên. 4:1, 2; Heb. 11:4) É digno de nota que Jesus, em Lucas 11:49-51, mencione “o sangue de todos os profetas, derramado desde a fundação do mundo”, e equipare isto com as palavras “desde o sangue de Abel até o sangue de Zacarias”. Abel é assim ligado por Jesus com a “fundação do mundo”, com aquele período geral de tempo.

O Messias ou Cristo havia de ser o Descendente prometido, por meio de quem todas as pessoas justas de todas as famílias da terra haviam de ser abençoadas. (Gál. 3:8, 14) A primeira menção de tal “descendente” ocorre após a rebelião no Éden já se ter iniciado, mas antes do nascimento de Abel. (Gên. 3:15) Isto foi mais de quatro mil anos antes de se fazer a revelação do “segredo sagrado” da administração que haveria por meio do Messias; portanto, deveras, “por tempos de longa duração tem sido guardado em silêncio”. — Rom. 16:25-27; Efé. 1:8-10; 3:4-11.

No tempo devido, Jeová Deus designou seu próprio Filho primogênito para desempenhar o papel profetizado do “descendente” e tornar-se o Messias. Não há nada para mostrar que o Filho tivesse sido “predestinado” para tal papel mesmo antes de sua criação ou antes de irromper a rebelião no Éden. A seleção que Deus finalmente fez dele como o encarregado de cumprir as profecias tampouco foi feita sem base anterior. O período de associação íntima entre Deus e seu Filho, antes de o Filho ser enviado à terra, sem dúvida resultou em Jeová ‘conhecer’ seu Filho a um ponto em que Ele podia ter a certeza de que seu Filho cumpriria fielmente as promessas e os quadros proféticos. — Veja Romanos 15:5; Filipenses 2:5-8; Mateus 11:27; João 10:14, 15.

OS ‘CHAMADOS E ESCOLHIDOS’

Restam aqueles textos que tratam dos “chamados” ou “escolhidos” cristãos. (Jud. 1; Mat. 24:24) São descritos como “escolhidos segundo a presciência de Deus” (1 Ped. 1:1, 2), ‘escolhidos antes da fundação do mundo’, ‘predeterminados para a adoção como filhos de Deus’ (Efé. 1:3-5, 11) e ‘selecionados desde o princípio para a salvação e chamados para este mesmo destino’. (2 Tes. 2:13, 14) A compreensão destes textos depende de eles se referirem à predeterminação de certos indivíduos ou à descrição da predeterminação duma classe de pessoas, a saber, da congregação cristã, o “um só corpo” (1 Cor. 10:17) dos que serão co-herdeiros de Cristo Jesus no seu reino celestial. — Efé. 1:22, 23; 2:19-22; Heb. 3:1, 5, 6.

Se estas palavras se aplicassem a indivíduos específicos como predeterminados para a salvação eterna, então se seguiria que tais indivíduos nunca poderiam ser infiéis ou falhar na sua vocação, pois a presciência deles por parte de Deus não se poderia mostrar inexata e sua predeterminação deles para certo destino nunca poderia falhar ou ser frustrada. No entanto, os mesmos apóstolos que foram inspirados a escrever as palavras precedentes mostraram que alguns dos “comprados” e “santificados” pelo sangue do sacrifício resgatador de Cristo, e que “provaram a dádiva celestial gratuita” e “se tornaram participantes do espírito santo . . . e [dos] poderes do vindouro sistema de coisas”, se apartariam além de arrependimento e trariam sobre si a destruição. — 2 Ped. 2:1, 2, 20-22; Heb. 6:4-6; 10:26-29.

Por outro lado, considerados como se aplicando a uma classe, à congregação cristã ou à “nação santa” dos chamados, como um todo (1 Ped. 2:9), os textos já citados significariam que Deus sabia de antemão e predeterminou a produção de tal classe (mas não os indivíduos específicos que a formariam). Estes textos significariam também que ele prescreveu e predeterminou o modelo com o qual se teriam de harmonizar todos os que no devido tempo fossem chamados para ser membros dela, tudo o que se faria segundo o seu propósito. (Rom. 8:28-30; Efé. 1:3-12; 2 Tim. 1:9, 10) Ele predeterminou também as obras que se poderiam esperar ser executadas por tais, e serem eles provados por causa dos sofrimentos que o mundo lhes causaria. — Efé. 2:10; 1 Tes. 3:3, 4.

De modo que o uso da presciência por Deus não nos livra da responsabilidade de nos esforçarmos a nos harmonizar com a sua vontade justa.

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