Proveito pessoal tirado das leis e dos princípios da Bíblia
“Também o teu próprio servo foi avisado por elas; há grande recompensa em guardá-las.” — Sal. 19:11.
1. Debaixo de que lei vivem hoje os cristãos, e por que há muitas similaridades à Lei dada a Israel?
HOJE em dia, os seguidores de Jesus Cristo vivem sob a lei do sistema cristão de coisas. A lei é administrada por Jesus Cristo, não sob o antigo pacto da lei de Israel, mas sob o novo pacto posto em vigor pelo sangue derramado de Cristo. Nos estatutos do pacto da Lei Mosaica havia muitas similaridades às do sistema cristão de coisas. Isto é de se esperar, porque ‘a Lei era santa e o mandamento era santo, justo e bom’. Era “espiritual”. (Rom. 7:12, 14) E visto que continha uma sombra das boas coisas vindouras, a Lei Mosaica nos mostra o modo de pensar de Deus e a sua maneira de lidar com seu povo. — Heb. 10:1.
2. Por que precisavam de ajuda os judeus sob a Lei, e que ajuda proveu Jeová?
2 Mas a Lei condenava a nação de Israel por causa de sua violação do pacto de Deus. Dizia-se que estavam sob a maldição dela. ((Gál. 3:10) Por este mesmo motivo, Jesus Cristo morreu numa estaca de tortura. Por meio de sua morte, ele pôde remir os judeus de sua pecaminosidade herdada do seu antepassado Adão. Além disso, pela maneira de sua morte, ele pôde remover a maldição adicional que a Lei havia trazido sobre os judeus por causa da sua violação dela. O apóstolo Paulo, que era judeu, explica isto ao dizer: “Cristo nos livrou da maldição da Lei por meio duma compra, por se tornar maldição em nosso lugar, porque está escrito: ‘Maldito é todo aquele pendurado num madeiro.’” (Gál. 3:13; Deu. 21:23) O apóstolo diz que os sacrifícios que faziam cada ano no dia da expiação santificavam quanto à pureza da carne, mas não podiam dar aos judeus pureza de consciência. — Heb. 9:9, 13, 14.
A LEI DO SISTEMA CRISTÃO
3. São os cristãos condenados pela lei do sistema cristão, ou é ela mais fácil de guardar? Explique.
3 São os cristãos similarmente condenados pela lei do sistema cristão de coisas? Ou é a lei cristã mais fácil, de modo que podem viver à altura dela? Nem uma coisa nem outra! A lei do sistema cristão de coisas é de um padrão ainda mais elevado, pois em Romanos 3:31 o apóstolo Paulo escreve a respeito da fé cristã e diz: “Abolimos então a lei por meio de nossa fé? Que isso nunca aconteça! Ao contrário, estabelecemos lei.” Por meio de Cristo Jesus, Jeová restabelece todas as coisas que ele se propôs no início, quando realizou o casamento de Adão e Eva. Por exemplo, sob a lei judaica praticava-se a poligamia e se admitia o divórcio em outras bases, além da do adultério. Ainda não chegara o tempo de Deus de restabelecer o matrimônio na sua condição original. Jesus Cristo explicou que a Lei apenas fazia uma concessão aos judeus, por causa da dureza de seu coração. — Mat. 19:7, 8.
4. Que promessa fez Jeová há muito a respeito de suas leis?
4 Deus havia prometido que com o tempo habilitaria o seu povo a guardar completamente a lei dele: “Vou dar-vos um coração novo, e porei no vosso íntimo um espírito novo, e vou remover da vossa carne o coração de pedra e dar-vos um coração de carne. E porei meu espírito no vosso íntimo, e vou agir de modo a que andeis nos meus regulamentos, e guardareis as minhas decisões judiciais e realmente as cumprireis.” — Eze. 36:26, 27; Heb. 9:10.
NÃO CONDENAÇÃO, MAS VIDA
5. Qual é a diferença entre a situação dos cristãos e o antigo Israel quanto à lei de Deus?
5 Então, qual é a diferença entre a situação dos cristãos e a dos israelitas que estavam sob a Lei Mosaica e que foram condenados por ela? A seguinte: Não teríamos nenhuma esperança de poder guardar a lei de Cristo (que é a lei de Deus para os cristãos) se não fosse que ele proveu para nós um sacrifício melhor do que o provido sob a Lei Mosaica (Heb. 9:23; 10:8-10) Ao passo que toda a humanidade, até o tempo de Pentecostes, 33 E. C., estava sob a regência dos ‘reis’ pecado e morte, agora reina a benignidade imerecida de Deus. (Rom. 5:14, 21) O sacrifício de Cristo provê o perdão de pecados para todos os que têm fé nele, pois lemos em 1 João 2:2: “Ele é um sacrifício propiciatório pelos nossos pecados, contudo, não apenas pelos nossos, mas também pelos do mundo inteiro.”
6. Por que não podia ninguém guardar a Lei, mas como podem os cristãos guardar a lei de Cristo?
6 Ora, nenhum homem imperfeito sob a lei perfeita dada por meio de Moisés podia guardá-la. Como ilustração, talvez não fosse alguém que cometesse assassinato ou adultério; talvez não fosse ladrão; mas o décimo mandamento o condenaria, pois proibia o desejo errado. A pessoa nunca poderia vencer a carne pecaminosa pelos seus próprios esforços. Sob o pacto da Lei, o espírito de Deus operava para ajudar os homens fiéis a serem agradáveis a ele e a fazerem o trabalho que lhes deu. Mas sob a lei de Cristo, introduz-se a benignidade imerecida de Deus por meio do sacrifício de Cristo. Mediante Cristo, o cristão pode realmente chegar a conhecer a Deus e se achegar a ele. (1 João 2:3, 4, 14; 4:8) O perdão dos pecados lhe dá uma consciência limpa. (Heb. 9:14; 1 Ped. 3:21) Ele está realmente na estrada da vida. (João 17:3; 2 Tim. 1:10) O espírito de Deus opera dum modo que lhe ajuda a mudar progressivamente a sua personalidade para se aproximar mais da imagem de Deus. — Efé. 4:22-24; Col. 3:10.
7. Que ajuda provê Jeová hoje para que possamos guardar as suas leis?
7 Embora não haja regra para cada ação sua, o cristão tem a lei de Deus escrita no coração e o espírito de Deus habita nele todo o tempo, ajudando-o a discernir o proceder certo a adotar. O espírito santo habilita a pessoa a vencer os desejos da carne. Quando ela, devido à sua pecaminosidade herdada, viola a lei de Deus, intervêm a benignidade imerecida e a misericórdia para perdoá-la à base do sacrifício de Cristo. Assim mantém uma posição limpa perante Deus, todo o tempo. O cristão só é condenado quando ele se torna violador deliberado e rebelde da lei de Deus. (Rom. 8:1-4) Por isso lemos em Hebreus 10:26-29: “Se praticarmos o pecado deliberadamente, depois de termos recebido o conhecimento exato da verdade, não há mais nenhum sacrifício pelos pecados, mas há uma certa expectativa terrível de julgamento e há um ciúme ardente que vai consumir os que estão em oposição. Qualquer homem que tiver desconsiderado a lei de Moisés morre sem compaixão, pelo testemunho de dois ou três. De quanto mais severa punição, achais, será contado digno aquele que tiver pisado o Filho de Deus e que tiver considerado de pouco valor o sangue do pacto com que foi santificado, e que tiver ultrajado com desdém o espírito de benignidade imerecida?”
LEIS E PRINCÍPIOS
8. No que se refere a obediência às instruções de Deus, por que não podemos fazer uma distinção entre “princípios” e “leis”?
8 Define-se o princípio como sendo uma verdade geral ou fundamental; uma ampla ou fundamental lei, doutrina ou assunção em que se baseiam outras ou da qual se derivam outras; uma lei que governa a conduta. No que se refere a obediência às instruções de Deus, não podemos fazer distinção entre princípios e leis. Toda declaração de Deus que governa seu povo e toda decisão judicial de Deus são uma lei para este.
9. Embora não se pudessem executar os dois maiores mandamentos da Lei, por meio duma agência humana, podem apesar disso ser chamados de “leis”?
9 Jesus disse que o maior mandamento na Lei Mosaica era o de amar a Deus de todo o coração, alma, mente e força, e que o segundo era o de amar o próximo como a si mesmo. (Mar. 12:29-33) Ora, nem a Lei dada a Israel, nem a lei de Cristo, especifica qualquer punição que agentes humanos devessem aplicar a um israelita que deixasse de mostrar amor, a menos que a falta em si mesma manifestasse alguma ação evidentemente errada, tal como furtar, assassinar e assim por diante. Não obstante, embora não se decretasse nenhuma punição pela falta de amor a Deus e ao próximo, o escritor cristão Tiago chama a ordem de amar o próximo de LEI, de “lei régia”. — Tia. 2:8.
DIVERSAS AUTORIDADES
10, 11. (a) Mencione diversas autoridades que podem executar leis para com os cristãos. (b) É possível evitar as conseqüências da violação duma lei de Deus que não pode ser executada por agências humanas?
10 Ao se considerar este assunto, é bom ter em mente que há diversos graus de autoridade sob a autoridade suprema de Jeová Deus. Por exemplo, se violarmos a lei que governa coisas naturais, verificaremos que ela é executada simplesmente por meio dos processos que Jeová colocou nestas mesmas coisas e no modo em que se relacionam entre si. Há também a lei do marido para a esposa, que concede autoridade relativa e tem limites restritivos. (Efé. 5:22-24) Há a lei das “autoridades superiores”, às quais Deus não deu autoridade, mas que permite que exerçam autoridade no campo governamental. Ele ordena que o cristão obedeça a esta autoridade, mas ela é também autoridade relativa, inferior à de Deus. Lemos, por isso, em Romanos 13:1-4: “Toda alma esteja sujeita às autoridades superiores, pois não há autoridade exceto por Deus; as autoridades existentes acham-se colocadas por Deus nas suas posições relativas. Portanto, quem se opõe à autoridade, tem tomado posição contra o arranjo de Deus; os que têm tomado posição contra este receberão um julgamento para si mesmos. Pois, os que governam são objeto de temor, não para as boas ações, mas para as más. Queres tu, pois, não ter temor da autoridade? Persiste em fazer o bem, e terás louvor dela; pois é ministro de Deus para ti, para teu bem. Mas, se fizeres o que é mau, teme; porque não é sem objetivo que leva a espada; pois é ministro de Deus, vingador para expressar furor para com o que pratica o que é mau.”
11 Outra autoridade exercida é a da congregação sobre os seus membros. Ela é relativa, visto que a congregação é responsável a Deus e Cristo. No arranjo cristão existem leis que só Deus pode fazer vigorar, tais como a de amar os irmãos cristãos, de honrar e respeitar os outros e os direitos deles, e de evitar desejos errados e a cobiça. E ele as faz vigorar. Não podemos evitar as conseqüências da transgressão. Deus nos diz claramente: “O que o homem semear, isso também ceifará.” — Gál. 6:7.
EXECUÇÃO ANGÉLICA
12. Quem pode executar a lei de Deus em questões em que a congregação não tem poderes?
12 É bom ter em mente que os anjos se empenham ativamente em ‘reunir dentre o reino de Deus todos os que fazem o que é contra a lei’. (Mat. 13:41) Tais pessoas talvez não cometam um erro pelo qual a congregação possa agir para expulsá-las. Todavia, não obedecem à lei de Deus por meio de Cristo, razão pela qual os anjos executam a lei por expulsá-las.
13. (a) Como é o cristão obrigado pela dedicação a obedecer a toda palavra de Jeová? (b) Neste sentido, qual é o contraste entre o espírito do mundo e a atitude do cristão?
13 Os cristãos precisam reconhecer estes fatos. Sua dedicação não foi feita a uma organização, nem a um trabalho. Nem é a algum homem ou a um governo; é só ao próprio Criador, a Jeová Deus, por meio de Jesus Cristo. Portanto, toda ordem procedente de Sua boca é lei para eles, e sabem que têm de viver segundo ela, assim como Jesus disse ao Diabo: “O homem tem de viver, não somente de pão, mas de cada pronunciação procedente da boca de Jeová.” (Mat. 4:4) Se não viverem segundo ela, será executada contra eles. O espírito de Deus os motiva a o amarem e a não pensarem que podem escolher as leis Dele a que obedecerão e as a que não obedecerão ou que desconsiderarão. O espírito do mundo é tentar “safar-se” com a transgressão. O espírito do mundo é que, se alguém não for apanhado, ele realmente evita as penalidades da lei. Conforme observou certo comentarista, muitos vivem de acordo com um décimo primeiro mandamento: “Não deves ser apanhado.”
TODAS AS LEIS DE DEUS SÃO EXECUTADAS
14. (a) Passam sem punição os que pecam e não são descobertos? (b) Que regra declarou sobre isto o apóstolo Paulo?
14 É verdade que muitas vezes alguém viola uma lei do país e este crime nunca é descoberto. Portanto, aquela pessoa não sofre a pena imposta pela lei do país. Alguns podem cometer adultério e nunca ser descobertos. Por conseguinte, pensam que escaparam da pena da lei da família e da lei do país. Em alguns casos, talvez mesmo escapem de ser descobertos na congregação cristã, pelo menos por um tempo. Em resultado disso, acham que podem continuar a pecar com impunidade. Conforme lemos em Eclesiastes 8:11: “Por não se ter executado prontamente a sentença contra um trabalho mau é que o coração dos filhos dos homens ficou neles plenamente determinado a fazer o mal”. Mas escapam tais pessoas realmente das conseqüências dos seus atos? Não! Porque todas as leis e todos os princípios de Deus são executados com certeza, quer mediante processos naturais, quer mediante uma agência de Deus ou pelo próprio Deus. O apóstolo Paulo declara a regra que governa nestas questões: “Os pecados de alguns homens manifestam-se publicamente, conduzindo diretamente ao julgamento, mas, quanto a outros homens, os pecados deles também se tornam manifestos mais tarde.” — 1 Tim. 5:24.
OBJETIVO DA AÇÃO CONGREGACIONAL
15. (a) Qual é o objetivo primário da ação da congregação contra o violador da lei de Deus? (b) Quando e para com quem está envolvida a ação disciplinar?
15 Na congregação cristã há leis específicas contra o adultério, o incesto, o homossexualismo, a bestialidade, o assassinato, o furto e outras coisas, os quais, quando cometidos por um cristão, trazem o vitupério do mundo sobre a congregação. A Bíblia coloca estas coisas sob a autoridade da congregação, quer dizer, requer-se dela tomar ação. (1 Cor. 5:1-5, 13) Esta ação não é a punição que a lei exige, pelo menos não a plena punição pelo ato. A congregação age, não primariamente para punir a pessoa, mas para se livrar de vitupério, da impureza e da contaminação, por cortar (expulsar) tal pessoa da associação na congregação. Ela pode, se a pessoa estiver arrependida, tomar medidas disciplinares e impor-lhe certas restrições. Se for desassociada (expulsa), não é para discipliná-la, mas para tirá-la da organização limpa de Deus. Esta ação serve também de exemplo para a disciplina da congregação. É assim que devemos entender 1 Timóteo 1:20; 5:20, onde lemos: “Himeneu e Alexandre pertencem a tais, e eu os entreguei a Satanás, para que sejam ensinados pela disciplina a não blasfemarem.” “Repreende perante todos os espectadores aquele que pratica pecado, para que os demais também tenham temor.”
16. Por que podemos dizer que a ação congregacional correta contra o malfeito é uma expressão da vontade de Deus?
16 A congregação age segundo a autoridade que lhe foi dada por Deus para manter a boa posição da congregação perante Deus e para vindicar a justiça de Deus perante o mundo. O próprio Deus declarou em 1 Coríntios 6:9, 10, que a prática de tais coisas manterá a pessoa fora do Reino. Neste caso se aplicam as palavras de Jesus: “Todas as coisas que [vós representantes terrestres de Deus] amarrardes na terra, serão as coisas amarradas no céu.” (Mat. 18:18) Deus já esclareceu a sua vontade na questão. A congregação cristã a executa por expulsar o ofensor.
AMOR AO PRÓXIMO
17. Em que sentido e a lei de se amar o próximo mais ampla do que era na Lei dada a Israel?
17 Por outro lado, no sistema cristão de coisas há também leis tais como a de amar a Deus e o próximo; de fato, a lei cristã nesta questão é mais extensiva do que a lei de Moisés. Em que sentido? Esta última dizia: “Tens de amar o teu próximo como a ti mesmo.” (Lev. 19:18) Mas Jesus disse aos seus apóstolos: “Este é o meu mandamento, que vos ameis uns aos outros, assim como eu vos amei.” Passou a definir aquele amor, dizendo: “Ninguém tem maior amor do que este, que alguém entregue a sua alma a favor de seus amigos.” (João 15:12, 13) Esta é uma LEI. Em lugares tais como a Rússia, as testemunhas de Jeová fazem exatamente isso. Amam os que amam a Deus e sua lei, e levam a estas pessoas as boas novas do Reino sob grande perigo para a sua liberdade e até mesmo para a sua vida. Uma lei corolária é a que não devemos amar o mundo, nem ser seus amigos. Em 1 João 2:15 está escrito: “Não estejais amando nem o mundo, nem as coisas no mundo. Se alguém amar o mundo, o amor do Pai não está nele.” Também em Tiago 4:4: “Adúlteras, não sabeis que a amizade com o mundo é inimizade com Deus? Portanto, todo aquele que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus.”
FREQÜENTAR AS REUNIÕES
18, 19. Em que sentido deve a lei de se freqüentar as reuniões cristãs ser considerada tão séria pelo cristão como as outras leis do arranjo cristão?
18 Depois há a lei de que devemos freqüentar as reuniões de estudo bíblico do povo de Deus, conforme especificada em Hebreus 10:24, 25, que reza: “Consideremo-nos uns aos outros para nos estimularmos ao amor e a obras excelentes, não deixando de nos ajuntar, como é costume de alguns, mas encorajando-nos uns aos outros, e tanto mais quanto vedes chegar o dia.” Ordena-se-nos que não tenhamos nem mesmo os desejos e os anseios deste mundo quanto às coisas materiais, nem seus almejos de satisfação sensual. (1 João 2:15, 16) Para tais coisas há certamente uma sanção ou uma punição, embora a aplicação da sanção não esteja dentro da autoridade da congregação; será aplicada pelo próprio Deus. Portanto, aquele que obedece ou desobedece a uma destas leis certamente receberá a retribuição correspondente. Neste sentido, aplica a congregação a plena punição à pessoa que viola a lei do adultério e que é desassociada? Não; pois, se não se arrepender, receberá por fim a plena punição, a morte, não da parte da congregação, mas das mãos de Deus. — Heb. 10:26-31.
19 Digamos, como ilustração, que haja alguém que persistentemente falta às reuniões. Chega ao ponto em que está completamente afastado da congregação, não se preocupando em nada com os arranjos de Jeová para Seu povo se reunir. A congregação não toma nenhuma ação contra ele; reconheceu o proceder errado dele e procurou ajudá-lo; mas ele se afastou e apartou sozinho. Agora, se ele permanecer nesta situação, não está ainda assim em perigo? Está em grande perigo, pois na vindoura “grande tribulação” será destruído tão certamente como aquele que adotou o proceder obviamente errado. — Mat. 24:21, 22.
ASSOCIAÇÕES
20. Como se executará no violador a lei sobre as más associações?
20 Outro exemplo é a lei contra más associações. Jeová ordenou aos israelitas que não praticassem o ecumenismo, nem fizessem alianças maritais com as nações pagãs, porque isto resultaria em desviar seus filhos de seguirem o seu Deus. (Deu. 7:2-4) Hoje ele diz aos do seu povo que não façam parte do mundo, e, além disso, que nem mesmo se associem de perto com os do mundo. O apóstolo Paulo salienta o motivo disso: “Más associações estragam hábitos úteis.” (1 Cor. 15:33) A congregação não tomará nenhuma ação contra tal pessoa por apenas não fazer caso desta lei. Mas ela está numa posição desfavorável perante Deus. Além disso, as más associações levarão com o tempo certamente a ações flagrantes, tais como bebedice, furtos ou até mesmo pior, alguma forma de culpa de sangue por dirigir automóvel imprudentemente, resultando talvez em homicídio acidental ou intencional.
HÁBITOS CORRETOS
21. Como devemos considerar o conselho sobre tendências, aparência e coisas semelhantes, e o que podemos ganhar ou perder por segui-lo ou por rejeitá-lo?
21 Outras vezes somos admoestados ou advertidos, talvez pela Bíblia, através da Sentinela ou por alguém responsável na congregação, quanto a certas tendências más ou maneira incorreta de se vestir; ou talvez estejamos seguindo costumes que não são compatíveis com o comportamento cristão. Nossas ações podem fazer que outros se ofendam ou tropecem. Podem dar aos de fora a impressão errada do nosso ministério. Não devemos desconsiderar tal aviso só porque não há penalidade que a congregação possa aplicar. Antes, devemos acatá-lo e transformar nossa personalidade, não nos deixando governar por desejos enganosos da velha personalidade, mas ser feitos novos na força que atua sobre a nossa mente. (Efé. 4:22-24) Não devemos resistir, assumindo a atitude de que não queremos que outro nos diga o que é melhor para nós. É realmente Jeová quem nos diz isso, para que possamos obter vida. Na nova ordem de Deus, teremos de fazer primeiro progresso espiritual para alcançar a cura e a perfeição física. Se não fizermos este esforço agora, seremos a espécie de pessoa que Jeová desejará ter na sua nova terra?
PREGAR E ENSINAR
22. De que modo é a obediência à lei de pregar uma questão de vida ou morte para nós?
22 Depois há a lei declarada por Jesus: “Estas boas novas do reino serão pregadas em toda a terra habitada, em testemunho a todas as nações; e então virá o fim.” (Mat. 24:14; 2 Tim. 4:2) Visto que estamos dedicados a Jeová Deus e Cristo Jesus é o Agente Principal de Deus, por cujo sangue Deus nos comprou, as suas palavras são para nós uma ordem, uma lei. (Atos 3:23; 20:28; 1 Cor. 6:20) Novamente, Jesus diz em Mateus 28:19, 20: “Ide, portanto, e fazei discípulos de pessoas de todas as nações, batizando-as em o nome do Pai, e do Filho, e do espírito santo, ensinando-as a observar todas as coisas que vos ordenei.” Aplica-se logo uma pena se não pregar? Não. Não obstante, a recusa de pregar as boas novas do Reino pode manter alguém fora do reino de Deus, do mesmo modo como o faz o adultério, o homossexualismo ou o assassinato. Lemos em Romanos 10:10: “Com o coração se exerce fé para a justiça, mas com a boca se faz declaração pública para a salvação.” Jesus expressou o pensamento de Deus sobre tais coisas quando disse, ao falar sobre a Lei Mosaica: “Quem, portanto, violar um destes mínimos mandamentos e ensinar a humanidade neste sentido, será chamado ‘mínimo’ com relação ao reino dos céus”, o que significa que não estará ali de modo algum. — Mat. 5:19.
PROTEJA O CORAÇÃO
23. O que está errado com aquele que se cuida em obedecer apenas àquelas leis que ele sabe serem executáveis por homens?
23 Por conseguinte, alguém talvez obedeça a algumas das leis de Deus porque são uma questão em que a congregação pode tomar ação disciplinar ou de desassociação. Mas ele talvez desconsidere outras das leis de Deus que não serão executadas por autoridade humana. Tal pessoa não tem a atitude mental correta. Está pensando assim como o iníquo que diz: “Jah não está vendo.” (Sal. 94:7) Seu espírito é mau e a sua atitude é carnal, não espiritual. Precisa transformar a sua mente e ter a “mente de Cristo”. (1 Cor. 2:14-16) Tal pessoa não tem no coração nenhum amor a Deus ou ao seu próximo. Pensa apenas em si mesma e não reconhece que Jeová Deus exige fidelidade nas mínimas coisas e que ele demanda uma prestação de contas em todas as coisas dos seus servos. — Luc. 16:10; Rom. 14:12; Heb. 4:13.
24. Que exemplo temos da importância de se guardar o coração?
24 O cristão precisa certificar-se de que seu coração seja reto; que o motive na direção certa. Senão, deve dar atenção ao coração e começar a servir a Deus porque ama a Ele e a sua lei. Quando alguém não ama a Jeová de todo o coração, tornar-se-á igual aos mencionados pelo apóstolo João, que saíram em apostasia da congregação cristã. João disse: “Criancinhas, é a última hora [antes de se manifestar plenamente a grande apostasia (após o falecimento dos apóstolos)], e, assim como ouvistes que vem o anticristo, já está havendo agora muitos anticristos; sendo que deste fato obtemos o conhecimento de que é a última hora. Saíram do nosso meio, mas não eram dos nossos; pois, se tivessem sido dos nossos, teriam permanecido conosco. Mas, saíram para que se mostrasse que nem todos são dos nossos.” (1 João 2:18, 19) Tais pessoas não eram das que são leais e que pensam de modo certo. Deixaram de usar o coração e a mente em invocar a Deus, em estudar a lei do Cristo e depois aplicar estes princípios na sua vida.
O CRISTÃO PODE SER BEM SUCEDIDO
25. Podem os cristãos ser bem sucedidos em obedecer à lei de Cristo, e o que os habilita a fazer isso?
25 Felizmente, os cristãos podem obedecer à lei de Cristo e ter a aprovação de Deus. Isto é possível por meio da benignidade imerecida de Deus exercida para conosco à base do sacrifício de Cristo. Não é a letra da lei, mas o espírito de Deus que nos leva ao bom êxito. (2 Cor. 3:6) Se formos orientados pelo espírito, então não praticaremos nenhuma transgressão. Se andarmos segundo o espírito, faremos as obras do espírito e não as da carne. De fato, embora não estejamos sob a Lei Mosaica, podemos até mesmo guardar os requisitos justos daquela lei por andarmos segundo o espírito! (Rom. 8:4, 5) Se por causa da fraqueza carnal que temos violarmos inadvertidamente a lei de Deus dada mediante Cristo, nós o admitiremos. Nós o lamentaremos, nos arrependeremos, daremos meia-volta e mudaremos de rumo, e invocaremos a Deus, por meio de Cristo Jesus, para nos perdoar. Além disso, recorreremos à sua organização em busca de ajuda e seremos bem sucedidos. Isto é possível para nós, porque Cristo é nosso grande Sumo Sacerdote, que ofereceu a sua vida em resgate. Jeová administrará benignidade imerecida e nos ajudará em tempo de necessidade. Concordemente, lemos em Hebreus 4:16: “Aproximemo-nos, portanto, com franqueza no falar, do trono de benignidade imerecida, para obtermos misericórdia e acharmos benignidade imerecida para ajuda no tempo certo.”
26. Que proveito podemos tirar de nosso proceder cristão por considerarmos os homens fiéis da antiguidade?
26 Quando olhamos para trás, para os exemplos que Deus nos forneceu no passado, verificamos que todos os que tinham fé ‘andavam com Deus’. Faziam isso do coração. Seguiam o caminho da verdade. Não precisavam de uma regra escrita para orientar cada ação sua, mas seu amor a Deus foi recompensado com o favor dele e ele os orientou no caminho que tomaram, para que não tropeçassem e caíssem completamente. Se nos achegarmos a Jeová, ele se achegará a nós. (Tia. 4:8) Temos de estudar a sua Palavra para fazer isso. Ela é depósito de sabedoria. De fato, a sabedoria é personificada pelo escritor de Provérbios e é representada como dizendo: “Eu mesma amo os que me amam, e os que estão à minha procura são os que me acham. Comigo há riquezas e glória, valores hereditários e justiça. Meus frutos são melhores do que o ouro, sim, melhores do que o ouro refinado, e meus produtos são melhores do que a prata escolhida. Ando na vereda da justiça, no meio da senda do juízo, para fazer os que me amam tomar posse de haveres, e mantenho cheios os seus depósitos.” — Pro. 8:17-21.
27. Como nos mostra o Salmo 19:9 que as leis de Jeová são corretas do ponto de vista espiritual, moral e físico?
27 Sim, as leis de Jeová podem orientar-nos para a vida e são corretas de todo ponto de vista, espiritual, moral e físico. Ele diz: “O temor de Jeová é puro, permanecendo de pé para todo o sempre. As decisões judiciais de Jeová são verdadeiras; mostraram-se inteiramente justas.” — Sal. 19:9.
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Toda ordem de Deus é uma lei para os cristãos, quer seja executada por uma agência humana, quer não.
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A lei de Deus nos ordena a nos reunirmos para adoração. Se nós a desconsiderarmos persistentemente, será que ele nos preservará durante a “grande tribulação”?
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Aceitamos favoravelmente o conselho da Palavra de Deus quanto à necessidade de se vestir com modéstia?
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É realmente o amor a Jeová e à sua lei que o motiva a pregar o reino dele? Isto é o que agrada a Deus.