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  • “Persista em falar e não fique calado”
  • ‘Dê Testemunho Cabal’ sobre o Reino de Deus
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‘Dê Testemunho Cabal’ sobre o Reino de Deus
bt cap. 19 pp. 148-155

CAPÍTULO 19

“Persista em falar e não fique calado”

Paulo trabalha para se sustentar, mas dá prioridade ao ministério

Baseado em Atos 18:1-22

1-3. Por que o apóstolo Paulo foi a Corinto, e que desafios ele enfrenta ali?

O ANO de 50 EC está para terminar. O apóstolo Paulo está em Corinto, um rico centro comercial onde há uma grande população de gregos, romanos e judeus.a Paulo não está ali para comprar ou vender mercadorias nem para procurar trabalho. Ele está em Corinto por um motivo muito mais nobre: dar testemunho sobre o Reino de Deus. Ao mesmo tempo, Paulo precisa de um lugar para ficar e está decidido a não ser uma carga em sentido financeiro para outros. Ele não quer dar a ninguém a impressão de que está vivendo à custa da palavra de Deus. O que ele vai fazer?

2 Paulo tem uma profissão — fabricar tendas. Por ser um trabalho braçal, ele não é fácil, mas Paulo está disposto a fazer isso para se sustentar. Será que ele vai encontrar trabalho nessa cidade movimentada? Encontrará um lugar adequado para ficar? Apesar desses desafios, Paulo não perde de vista seu principal trabalho, o ministério.

3 Paulo acabou ficando em Corinto por um bom tempo, e seu ministério ali deu muito fruto. O que podemos aprender das atividades de Paulo em Corinto que nos ajudará a dar testemunho cabal sobre o Reino de Deus em nosso território?

CORINTO — SENHORA DE DOIS MARES

A Corinto antiga ficava num istmo, ou estreita faixa de terra, que ligava a Grécia continental ao norte com a península do Peloponeso ao sul. Esse istmo tinha uns 6 quilômetros de largura em seu ponto mais estreito, de modo que Corinto tinha dois portos: no golfo de Corinto ficava o porto de Lecaion, que atendia às rotas marítimas que seguiam para a Itália, a Sicília e a Espanha, a oeste; no golfo Sarônico ficava o porto de Cencreia, que atendia às rotas marítimas do mar Egeu, da Ásia Menor, da Síria e do Egito.

Visto que os fortes ventos no mar ao extremo sul do Peloponeso tornavam perigosas as viagens marítimas, em geral os comandantes dos navios de carga preferiam ancorar em um dos dois portos de Corinto, transportar a carga por terra e colocá-la num navio no porto do outro lado do istmo. Barcos leves podiam até mesmo ser puxados de um lado do istmo para o outro numa plataforma que passava por cima de uma estrada pavimentada que ia de mar a mar. Assim, a localização da cidade permitia que ela dominasse o comércio marítimo de leste a oeste e também o comércio terrestre de norte a sul. O ativo comércio levava a Corinto não apenas riquezas, mas também a promiscuidade comum a muitos portos.

Nos dias do apóstolo Paulo, Corinto era a capital da província romana da Acaia e um importante centro administrativo. A diversidade religiosa da cidade é comprovada pela presença de um templo usado para a adoração do imperador, santuários e templos dedicados a várias divindades gregas e egípcias, além de uma sinagoga judaica. — Atos 18:4.

As competições atléticas realizadas perto de Corinto a cada dois anos perdiam em importância apenas para os Jogos Olímpicos. Paulo estava em Corinto quando as competições de 51 EC foram realizadas. Assim, comenta certo dicionário bíblico, “dificilmente é mera coincidência o fato de que a primeira vez que [Paulo] fez alusão ao atletismo tenha sido numa carta aos coríntios”. — 1 Cor. 9:24-27.

“Eram fabricantes de tendas” (Atos 18:1-4)

4, 5. (a) Onde Paulo ficou enquanto esteve em Corinto, e que trabalho fez para se sustentar? (b) Como Paulo talvez tenha aprendido a fabricar tendas?

4 Pouco depois de chegar a Corinto, Paulo conheceu um casal hospitaleiro — um judeu chamado Áquila, e sua esposa, Priscila, ou Prisca. O casal se mudou para Corinto por causa de um decreto do Imperador Cláudio ordenando que “todos os judeus deixassem Roma”. (Atos 18:1, 2) Áquila e Priscila não só receberam Paulo em sua casa como o convidaram a trabalhar com eles. Lemos: “Visto que tinham a mesma profissão, [Paulo] ficou na casa deles e trabalhou com eles, pois eram fabricantes de tendas.” (Atos 18:3) Paulo ficou na casa desse bondoso casal durante seu ministério em Corinto. No período em que morou com eles, Paulo talvez tenha escrito algumas das cartas que mais tarde se tornaram parte do cânon da Bíblia.b

5 Como é que Paulo, um homem instruído “aos pés de Gamaliel”, também sabia fabricar tendas? (Atos 22:3) Pelo visto, os judeus do primeiro século não achavam que ensinar uma profissão a seus filhos fosse algo que estivesse abaixo de sua dignidade, mesmo que esses jovens ainda fossem receber educação adicional. Paulo era de Tarso, na Cilícia, região famosa por um tecido chamado cilicium, usado para fabricar tendas. Sendo assim, é provável que Paulo tenha aprendido essa profissão ainda jovem. O que estava envolvido na fabricação de tendas? Esse trabalho podia envolver tecer o pano de tenda ou cortar e costurar o tecido grosso e rústico a fim de fabricar as tendas. Seja como for, era um trabalho duro.

6, 7. (a) Como Paulo encarava a fabricação de tendas, e o que indica que Áquila e Priscila tinham um ponto de vista parecido? (b) Como os cristãos hoje seguem o exemplo de Paulo, Áquila e Priscila?

6 Paulo não considerava a fabricação de tendas sua vocação, ou carreira. Ele trabalhava nisso apenas para se sustentar enquanto realizava seu ministério, declarando as boas novas “sem custo”. (2 Cor. 11:7) E como Áquila e Priscila encaravam a profissão que tinham? Por serem cristãos, eles sem dúvida tinham o mesmo ponto de vista de Paulo. De fato, quando Paulo deixou Corinto em 52 EC, Áquila e Priscila deixaram casa e trabalho e foram com ele para Éfeso, onde sua casa passou a ser usada como local de reunião da congregação ali. (1 Cor. 16:19) Mais tarde, eles voltaram para Roma e depois foram novamente para Éfeso. Esse zeloso casal colocava os interesses do Reino em primeiro lugar e, de coração, dava de si para servir a outros, ganhando assim a gratidão de “todas as congregações das nações”. — Rom. 16:3-5; 2 Tim. 4:19.

7 Os cristãos hoje seguem o exemplo de Paulo, Áquila e Priscila. Ministros zelosos trabalham arduamente ‘para não ser um peso financeiro’ a outros. (1 Tes. 2:9) É elogiável que muitos proclamadores do Reino de tempo integral trabalhem meio período ou realizem trabalhos temporários para se sustentar no que realmente é sua vocação, o ministério cristão. Como Áquila e Priscila, muitos servos de Jeová bondosos oferecem hospedagem aos superintendentes de circuito. Os que ‘mostram hospitalidade’ dessa forma sabem como é animador e encorajador fazer isso. — Rom. 12:13.

CARTAS INSPIRADAS QUE FORNECERAM ENCORAJAMENTO

O apóstolo Paulo ficou em Corinto um ano e meio, por volta de 50-52 EC, e durante esse tempo escreveu pelo menos duas cartas que se tornaram parte das Escrituras Gregas Cristãs — Primeira e Segunda aos Tessalonicenses. Ele escreveu sua Carta aos Gálatas nesse mesmo período ou pouco depois.

Primeira aos Tessalonicenses é o primeiro dos escritos inspirados de Paulo. O apóstolo visitou Tessalônica por volta de 50 EC, durante sua segunda viagem missionária. A congregação formada ali logo teve de enfrentar oposição, o que obrigou Paulo e Silas a deixar a cidade. (Atos 17:1-10, 13) Preocupado com o bem-estar da recém-formada congregação, Paulo tentou voltar para lá duas vezes, mas “Satanás bloqueou o [seu] caminho”. Por isso, Paulo enviou Timóteo para consolar e fortalecer os irmãos. Provavelmente no final de 50 EC, Timóteo voltou a Corinto, levando a Paulo um bom relatório a respeito da congregação em Tessalônica. Depois disso, Paulo escreveu essa carta. — 1 Tes. 2:17–3:7.

Segunda aos Tessalonicenses provavelmente foi escrita pouco depois da primeira carta, talvez em 51 EC. Que foi escrita em Corinto é sugerido pelo fato de que, em ambas as cartas, Timóteo e Silvano (chamado Silas no livro de Atos) enviaram cumprimentos junto com Paulo e não há registro de que esses três homens tenham servido juntos novamente depois que Paulo esteve nessa cidade. (Atos 18:5, 18; 1 Tes. 1:1; 2 Tes. 1:1) Por que Paulo escreveu essa segunda carta? Pelo visto ele havia recebido outras notícias a respeito da congregação, talvez por meio da mesma pessoa que havia entregado a primeira carta. Essas notícias motivaram Paulo a não apenas elogiar os irmãos por seu amor e perseverança, mas também a corrigir o conceito equivocado de alguns que achavam que a presença do Senhor era iminente. — 2 Tes. 1:3-12; 2:1, 2.

Na Carta aos Gálatas, Paulo dá a entender que já havia visitado os irmãos na Galácia pelo menos duas vezes. Em 47-48 EC, Paulo e Barnabé visitaram Antioquia da Pisídia, Icônio, Listra e Derbe, cidades que ficavam na província romana da Galácia. Em 49 EC, Paulo visitou novamente essa região junto com Silas. (Atos 13:1–14:23; 16:1-6) Paulo escreveu a carta porque os judaizantes, que chegaram ali logo depois de ele ter deixado a região, estavam ensinando que a circuncisão e a obediência à Lei de Moisés eram necessárias para os cristãos. Sem dúvida, Paulo escreveu aos gálatas assim que ouviu falar desses ensinos falsos. É possível que ele tenha escrito essa carta enquanto esteve em Corinto, mas pode ser também que a tenha escrito em Éfeso, durante uma breve escala na sua viagem de volta a Antioquia da Síria, ou na própria Antioquia quando chegou lá. — Atos 18:18-23.

“Muitos coríntios . . . passaram a crer” (Atos 18:5-8)

8, 9. Como Paulo reagiu quando os judeus se opuseram ao seu intenso testemunho, e onde ele foi pregar a partir de então?

8 Que Paulo encarava seu trabalho secular apenas como um meio para alcançar seu objetivo principal ficou evidente quando Silas e Timóteo chegaram da Macedônia com presentes generosos. (2 Cor. 11:9) Imediatamente, Paulo “passou a se dedicar inteiramente à pregação da palavra”. (Atos 18:5) Mas esse intenso testemunho aos judeus gerou grande oposição. Para deixar claro que não tinha culpa pelo fato de os judeus terem recusado a mensagem salvadora de vidas sobre o Cristo, Paulo sacudiu suas roupas e disse a esses opositores: “Que o sangue de vocês recaia sobre a sua própria cabeça. Eu estou limpo. De agora em diante irei às pessoas das nações.” — Atos 18:6; Eze. 3:18, 19.

9 Onde Paulo pregaria então? Um homem chamado Tício Justo, pelo visto um prosélito que morava ao lado da sinagoga, abriu as portas de sua casa para Paulo. Assim, Paulo saiu da sinagoga e entrou na casa desse homem. (Atos 18:7) Paulo continuou morando com Áquila e Priscila enquanto estava em Corinto, mas a casa de Tício Justo se tornou o centro de suas atividades de pregação.

10. O que mostra que Paulo não estava decidido a pregar apenas às pessoas das nações?

10 Será que a afirmação de Paulo de que ele iria a pessoas das nações significa que ele parou completamente de pregar a todos os judeus e prosélitos, mesmo os receptivos? Dificilmente esse era o caso. Por exemplo, “Crispo, presidente da sinagoga, tornou-se crente no Senhor, junto com todos os da sua casa”. Pelo visto, muitos dos que frequentavam a sinagoga se juntaram a Crispo, pois a Bíblia diz: “Muitos coríntios que tinham ouvido a palavra passaram a crer e foram batizados.” (Atos 18:8) Assim, a casa de Tício Justo se tornou o local onde a recém-formada congregação cristã de Corinto se reunia. Se esse relato tiver sido escrito em ordem cronológica, como é o estilo de Lucas, então a conversão daqueles judeus ou prosélitos aconteceu depois de Paulo ter sacudido suas roupas. Nesse caso, isso revelaria muito sobre a razoabilidade do apóstolo.

11. Como as Testemunhas de Jeová hoje imitam a Paulo ao pregar às pessoas que afirmam ser cristãs?

11 Em muitos países hoje, as igrejas da cristandade estão bem estabelecidas e exercem forte influência sobre seus membros. Em alguns países e ilhas, os missionários da cristandade converteram um grande número de pessoas. Muitos que afirmam ser cristãos estão presos a tradições, assim como os judeus em Corinto no primeiro século. Mas, iguais a Paulo, nós, Testemunhas de Jeová, zelosamente pregamos a essas pessoas, aproveitando qualquer conhecimento das Escrituras que elas talvez tenham ao lhes transmitir as verdades bíblicas. Mesmo quando elas se opõem a nós ou quando seus líderes religiosos nos perseguem, não perdemos a esperança. Entre aqueles que “têm zelo por Deus, mas não segundo o conhecimento exato”, pode haver muitos mansos que precisam ser encontrados. — Rom. 10:2.

“Muitas pessoas nesta cidade pertencem a mim” (Atos 18:9-17)

12. Que garantia Paulo recebeu em uma visão?

12 Caso Paulo se tenha perguntado se deveria continuar ou não seu ministério em Corinto, ele logo obteve a resposta na noite em que o Senhor Jesus apareceu a ele em uma visão e disse: “Não tenha medo, mas persista em falar e não fique calado, porque eu estou com você e ninguém o atacará de modo a lhe fazer mal. Pois muitas pessoas nesta cidade pertencem a mim.” (Atos 18:9, 10) Que visão encorajadora! O próprio Senhor garantiu a Paulo que o protegeria de qualquer dano e que havia muitos merecedores na cidade. Qual foi a reação de Paulo àquela visão? Lemos: “Ele permaneceu ali um ano e seis meses, ensinando a palavra de Deus entre eles.” — Atos 18:11.

13. Do que Paulo talvez se tenha lembrado ao se aproximar do tribunal, mas por que podia esperar um resultado diferente?

13 Depois de passar cerca de um ano em Corinto, Paulo obteve uma prova adicional do apoio do Senhor. “Os judeus, num esforço conjunto, atacaram Paulo e o levaram ao tribunal”, chamado béma. (Atos 18:12) Considerado por alguns como uma plataforma elevada, feita de mármore azul e branco e repleta de figuras entalhadas, o béma talvez ficasse perto do centro da praça principal de Corinto. A área em frente ao béma talvez fosse grande o suficiente para reunir um número grande de pessoas. Descobertas arqueológicas sugerem que o tribunal ficava a apenas alguns passos da sinagoga e, portanto, perto da casa de Tício Justo. Ao se aproximar do béma, Paulo talvez se tenha lembrado do apedrejamento de Estêvão, que às vezes é chamado de primeiro mártir cristão. Paulo, na época conhecido como Saulo, havia aprovado “o assassinato dele”. (Atos 8:1) Será que algo parecido aconteceria agora com Paulo? Não, pois Jesus havia prometido: “Ninguém lhe . . . fará mal.” — Atos 18:10; Bíblia Fácil de Ler.

Gálio dando por encerrado o caso de Paulo diante dos acusadores furiosos. Soldados romanos tentam controlar a multidão de homens irados.

“Então os expulsou do tribunal.” — Atos 18:16

14, 15. (a) Que acusação os judeus lançaram contra Paulo, e por que Gálio deu o caso por encerrado? (b) O que aconteceu com Sóstenes, e qual pode ter sido o resultado disso?

14 O que aconteceu quando Paulo chegou ao tribunal? O magistrado era Gálio, procônsul da Acaia e irmão mais velho do filósofo romano Sêneca. Os judeus lançaram a seguinte acusação contra Paulo: “Este homem está persuadindo as pessoas a adorar a Deus de uma maneira contrária à lei.” (Atos 18:13) Os judeus deram a entender que Paulo estava convertendo pessoas ilegalmente. Mas Gálio viu que Paulo não havia cometido “algo errado” e que não era culpado de nenhum “crime grave”. (Atos 18:14) Gálio não tinha a menor intenção de se envolver nas controvérsias dos judeus. Tanto é que, antes mesmo que Paulo pudesse dizer qualquer coisa em sua defesa, Gálio deu o caso por encerrado. Os acusadores ficaram com raiva e a descarregaram em Sóstenes, que talvez tivesse substituído Crispo como presidente da sinagoga. Eles agarraram Sóstenes “e começaram a espancá-lo diante do tribunal”. — Atos 18:17.

15 Por que Gálio não impediu que a multidão espancasse Sóstenes? Gálio talvez achasse que Sóstenes fosse o líder da turba que se virou contra Paulo e que, portanto, estava tendo o que merecia. Qualquer que tenha sido o caso, é possível que esse incidente tenha tido um resultado positivo. Em sua primeira carta à congregação de Corinto, escrita vários anos mais tarde, Paulo se referiu a certo Sóstenes como irmão. (1 Cor. 1:1, 2) Será que esse era o mesmo Sóstenes que havia sido espancado em Corinto? Em caso afirmativo, aquela experiência dolorosa talvez tenha ajudado Sóstenes a aceitar o cristianismo.

16. Que influência devem ter sobre nosso ministério as seguintes palavras do Senhor: “Persista em falar e não fique calado, porque eu estou com você”?

16 Lembre-se de que foi depois de os judeus terem rejeitado a pregação de Paulo que o Senhor Jesus lhe garantiu: “Não tenha medo, mas persista em falar e não fique calado, porque eu estou com você.” (Atos 18:9, 10) Fazemos bem em ter essas palavras em mente, especialmente quando nossa mensagem não é aceita. Nunca se esqueça de que Jeová vê o coração e atrai os sinceros. (1 Sam. 16:7; João 6:44) Isso é um grande incentivo para nos mantermos ocupados no ministério. Todos os anos, centenas de milhares de pessoas são batizadas — centenas a cada dia. Aos que obedecem ao mandamento de ‘fazer discípulos de pessoas de todas as nações’, Jesus garante: “Eu estou com vocês todos os dias, até o final do sistema de coisas.” — Mat. 28:19, 20.

“Se Jeová quiser” (Atos 18:18-22)

17, 18. Em que Paulo talvez tenha refletido ao viajar para Éfeso?

17 Não se pode afirmar se a atitude de Gálio em relação aos acusadores de Paulo resultou num período de paz para a recém-formada congregação cristã de Corinto. Mas Paulo ficou ali “vários dias” antes de se despedir dos irmãos. Em meados do primeiro semestre de 52 EC, ele fez planos de ir à Síria de navio, partindo do porto de Cencreia, que ficava uns 11 quilômetros a leste de Corinto. Antes de sair de Cencreia, porém, Paulo “cortou rente o cabelo, pois tinha feito um voto”.c (Atos 18:18) Depois disso, ele levou Áquila e Priscila com ele e atravessou o mar Egeu rumo a Éfeso, na Ásia Menor.

18 Enquanto o navio partia de Cencreia, Paulo provavelmente refletia no período que passou em Corinto. Ele tinha muitas boas lembranças e motivos para ter um grande senso de realização. Seu ministério de um ano e meio ali deu muitos frutos. A primeira congregação em Corinto havia sido formada, e a casa de Tício Justo era seu local de reunião. Entre os que se haviam tornado cristãos estavam Tício Justo, Crispo e sua família, e muitos outros. Paulo amava esses novos irmãos, pois os havia ajudado a se tornarem cristãos. Mais tarde, Paulo escreveria a eles, descrevendo-os como uma carta de recomendação inscrita em seu coração. Nós também nos sentimos achegados àqueles a quem tivemos o privilégio de ajudar a aceitar a adoração verdadeira. Como é recompensador ver essas “cartas [vivas] de recomendação”! — 2 Cor. 3:1-3.

19, 20. O que Paulo fez ao chegar a Éfeso, e o que aprendemos dele a respeito de buscar alvos espirituais?

19 Ao chegar a Éfeso, Paulo foi direto ao trabalho; ele “entrou na sinagoga e raciocinou com os judeus”. (Atos 18:19) Dessa vez, Paulo ficou pouco tempo em Éfeso. Embora lhe tivessem pedido para ficar mais tempo, Paulo “não aceitou”. Ao se despedir, ele disse aos efésios: “Voltarei novamente para cá, se Jeová quiser.” (Atos 18:20, 21) Paulo certamente reconhecia que havia muito trabalho de pregação a ser feito em Éfeso. O apóstolo pretendia voltar, mas decidiu deixar esse assunto nas mãos de Jeová. Não é esse um bom exemplo para termos em mente? Ao buscarmos alcançar alvos espirituais, precisamos tomar a iniciativa. Mas sempre devemos confiar na orientação de Jeová e procurar agir de acordo com sua vontade. — Tia. 4:15.

20 Depois de deixar Áquila e Priscila em Éfeso, Paulo foi de navio até Cesareia. Pelo visto, ele “subiu” a Jerusalém e cumprimentou a congregação ali. (Veja a nota de estudo em Atos 18:22, nwtsty.) Então Paulo foi para Antioquia da Síria, local que servia como uma espécie de base para as suas atividades missionárias. Sua segunda viagem missionária havia sido concluída com sucesso. O que o aguardava na sua próxima e última viagem missionária?

O VOTO DE PAULO

Atos 18:18 diz que, enquanto esteve em Cencreia, Paulo “cortou rente o cabelo, pois tinha feito um voto”. Que tipo de voto era?

Em geral, um voto é uma promessa solene feita voluntariamente a Deus em que a pessoa se compromete a realizar certo ato, fazer uma oferta ou viver sob determinada condição. Alguns acham que Paulo cortou o cabelo a fim de cumprir um voto de nazireu. Mas deve-se notar que, de acordo com as Escrituras, ao completar o período de serviço especial a Jeová, um nazireu tinha de rapar a cabeça “à entrada da tenda de reunião”. Isso parece indicar que esse requisito só podia ser cumprido em Jerusalém e, portanto, não em Cencreia. — Núm. 6:5, 18.

O relato de Atos não diz quando Paulo fez esse voto. Ele pode até mesmo o ter feito antes de se tornar cristão. O relato também não diz se Paulo fez algum pedido específico a Jeová. Uma obra de referência sugere que o fato de Paulo ter rapado o cabelo pode ter sido “uma expressão de agradecimento a Deus por sua proteção, a qual permitiu que [Paulo] completasse seu ministério em Corinto”.

a Veja o quadro “Corinto — senhora de dois mares”.

b Veja o quadro “Cartas inspiradas que forneceram encorajamento”.

c Veja o quadro “O voto de Paulo”.

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