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  • Sua vida é controlada pelo destino?
    A Sentinela — 1996 | 1.° de setembro
    • Sua vida é controlada pelo destino?

      “ALA NÒ DON.” Na língua bambara, de Mali, África Ocidental, essa expressão significa: “É obra de Deus.” Expressões como essa são muito comuns naquela parte do mundo. Na língua uolofe costuma-se dizer: “Yallah mo ko def” (Deus fez isso). E num dos dialetos da tribo dogon o que se diz é: “Ama biray” (Deus causou isso).

      Essas expressões têm seus equivalentes em outros países. Quando alguém morre ou ocorre uma tragédia costuma-se dizer: “Chegou a sua hora” e “Foi da vontade de Deus”. Na África Ocidental é comum ver em veículos de transporte coletivo e em tabuletas nas lojas os dizeres: “O homem põe, Deus dispõe”. Muita gente acha que esses dizeres não passam de figura de retórica, mas em muitos casos eles revelam uma crença bem arraigada no fatalismo.

      O que exatamente é fatalismo? A Enciclopédia World Book define fatalismo como “a crença de que os acontecimentos são determinados por forças que os seres humanos não podem controlar”. Que “forças” são essas? Há milhares de anos, os babilônios criam que o destino da pessoa era fortemente influenciado pela configuração das estrelas por ocasião do nascimento. (Note o que diz Isaías 47:13.) Os gregos criam que o destino estava nas mãos de três deusas poderosas que teciam, mediam e cortavam o fio da vida. No entanto, foram os teólogos da cristandade que criaram a idéia de que o próprio Deus determina o destino da pessoa!

      “Santo” Agostinho, por exemplo, repudiava “as opiniões falsas e nocivas” dos astrólogos, mas dizia que “confessar que Deus existe, e ao mesmo tempo negar que Ele tenha presciência de eventos futuros, é a mais óbvia tolice”. Dizia que, se Deus era mesmo todo-poderoso, ele tinha “de saber todas as coisas antes de acontecerem”, não deixando “nada sem ser predeterminado”. No entanto, Agostinho defendia com veemência a idéia de que o homem ainda tem livre-arbítrio, apesar de Deus saber de antemão tudo o que acontece. — The City of God (A Cidade de Deus), Livro V, Capítulos 7-9.

      Séculos depois, o teólogo protestante João Calvino foi um pouco mais além, argumentando que alguns são “predestinados [por Deus] a ser filhos e herdeiros do reino celestial”, mas que outros são predestinados para ser “recipientes do seu furor”!

      Hoje em dia, a crença no destino é levada a sério em muitas partes do mundo. É o caso de Ousmane, um jovem na África Ocidental. Ele era um dos melhores alunos na escola, mas foi reprovado nos exames finais! Iria repetir um ano letivo e ainda passar vergonha diante da família e dos amigos. Um amigo procurou consolá-lo, dizendo que tinha sido a vontade de Deus. Sua mãe também culpou o destino pela reprovação.

      A princípio, Ousmane se conformou com essas palavras de consolo. Afinal, se ele foi reprovado porque essa era mesmo a vontade de Deus, não havia nada que ele pudesse ter feito para impedir isso. Mas seu pai tinha outro ponto de vista e disse-lhe que a culpa era dele mesmo, não de Deus. Ousmane foi reprovado simplesmente por ter negligenciado os estudos.

      Com a fé no destino abalada, Ousmane decidiu investigar o assunto. Nós o convidamos a fazer o mesmo, examinando o artigo que se segue.

  • A Bíblia ensina a crença no destino?
    A Sentinela — 1996 | 1.° de setembro
    • A Bíblia ensina a crença no destino?

      DIFAMAÇÃO! CALÚNIA! Quando um membro respeitado da comunidade acha que um boato sujou seu nome ou sua reputação, ele se sente impelido a esclarecer as coisas. E talvez até leve os responsáveis à Justiça.

      O fatalismo nada mais é do que calúnia contra o Deus Todo-Poderoso. Segundo essa teoria, o próprio Deus é o responsável por todas as tragédias e infortúnios que sobrevêm ao homem. Se você crê no destino, deve imaginar que o Soberano Universal elaborou uma agenda que diz coisas como: ‘Hoje, João se ferirá num acidente de carro; Fatou terá um ataque de malária; a casa do Mamadou será destruída numa tempestade’! Você se sentiria mesmo induzido a servir um Deus como esse?

      ‘Mas, se Deus não é o responsável pelos nossos infortúnios, quem é?’ Essa é a pergunta de quem acredita no destino. E era a pergunta de Ousmane, o jovem do artigo anterior. Mas ele não teve de adivinhar nem fazer conjecturas para descobrir a verdade sobre isso. Ele aprendeu que Deus se livra dessa calúnia por meio dos ensinos da Bíblia, Sua Palavra inspirada. (2 Timóteo 3:16) Então, vejamos o que a Bíblia diz sobre esse assunto.

      De quem é a culpa?

      Enchentes, tempestades, terremotos — catástrofes como essas em geral são atribuídas a Deus. Mas a Bíblia não indica que Deus seja o causador desses desastres naturais. Veja o caso de uma tragédia que aconteceu séculos atrás no Oriente Médio. A Bíblia diz que o único sobrevivente dessa catástrofe relatou: “O próprio fogo de Deus [expressão hebraica que em muitos casos significa relâmpago] caiu dos céus e passou a arder entre as ovelhas e os ajudantes, e foi consumi-los.” — Jó 1:16.

      Embora esse homem, aterrorizado, possa ter achado que Deus é quem tinha mandado o relâmpago, a Bíblia mostra que o responsável foi outro. Leia Jó 1:7-12 e verá que a tempestade não foi causada por Deus, mas por seu Adversário, Satanás, o Diabo! Não que todo e qualquer infortúnio seja obra direta de Satanás, mas fica claro que não há motivo para culpar a Deus.

      Na verdade, em muitos casos a própria pessoa é que é culpada quando algo sai errado. Fracassos na escola, no trabalho ou nos relacionamentos humanos podem ser fruto da falta de esforço e de um bom treinamento, ou talvez da falta de consideração pelos outros. Doenças, acidentes e mortes também podem ser conseqüência de negligência. O simples uso do cinto de segurança, por exemplo, reduz muito a probabilidade de um acidente automobilístico fatal. O cinto de segurança de nada adiantaria se existisse mesmo o inalterável “destino”. Assistência médica e saneamento também reduzem tremendamente o número de mortes prematuras. Até mesmo algumas tragédias em geral atribuídas a Deus são, na verdade, provocadas pelo homem: o triste legado da má administração humana da Terra. — Note o que diz Revelação (Apocalipse) 11:18.

      “O tempo e o imprevisto”

      É verdade que não se sabe claramente quais são as causas de muitos acontecimentos lamentáveis. Mas note o que a Bíblia diz em Eclesiastes 9:11: “Retornei para ver debaixo do sol que a corrida não é dos ligeiros, nem a batalha dos poderosos, nem tampouco são os sábios os que têm alimento, nem tampouco são os entendidos os que têm riquezas, nem mesmo os que têm conhecimento têm o favor; porque o tempo e o imprevisto sobrevêm a todos eles.” Por isso não há por que acreditar que o Criador esteja por trás de certos desastres ou que as vítimas de algum modo estejam sendo punidas.

      O próprio Jesus Cristo foi contra o modo de pensar fatalista. Referindo-se a uma tragédia de que as pessoas que o ouviam estavam bem a par, Jesus perguntou: “Aqueles dezoito, sobre os quais caiu a torre de Siloé, matando-os, imaginais que eles se mostraram maiores devedores do que todos os outros homens que habitam em Jerusalém? Deveras, eu vos digo que não.” (Lucas 13:4, 5) É evidente que ele não atribuiu esse desastre à intervenção divina, mas a um “imprevisto”.

      Os efeitos devastadores da imperfeição

      E as mortes e doenças por causas inexplicáveis? A Bíblia descreve a condição humana sem recorrer a meias-palavras: “Em Adão todos morrem.” (1 Coríntios 15:22) O ser humano morre desde que Adão, nosso antepassado, entrou no caminho da desobediência. Exatamente como Deus advertira, Adão deixou à sua descendência o legado da morte. (Gênesis 2:17; Romanos 5:12) Em última análise, portanto, todas as doenças originam-se de Adão, o ancestral que temos em comum. As fraquezas que herdamos também têm muito a ver com os desapontamentos e com os fracassos pelos quais passamos na vida. — Salmo 51:5.

      Pense no problema da pobreza. A crença no destino é um fator que em muitos casos leva a pessoa a resignar-se a uma vida de dificuldades. Ela acredita que esse é seu destino. A Bíblia mostra, porém, que a culpa é da imperfeição humana, não do destino. Algumas pessoas ficam pobres por causa da preguiça ou da má administração de recursos, ou seja, ‘colhem o que plantam’. (Gálatas 6:7; Provérbios 6:10, 11) Milhões e milhões vivem na pobreza por serem vítimas da ganância de quem está no poder. (Note o que diz Tiago 2:6.) “Homem tem dominado homem para seu prejuízo”, diz a Bíblia. (Eclesiastes 8:9) Não há evidência alguma que justifique atribuir a pobreza a Deus ou ao destino.

      Prejuízos da crença no destino

      Outro argumento persuasivo contra a crença no destino são os possíveis efeitos do fatalismo. Jesus Cristo disse: “Toda árvore boa produz fruto excelente, mas toda árvore podre produz fruto imprestável.” (Mateus 7:17) Avaliaremos um “fruto” do fatalismo: sua influência sobre o senso de responsabilidade da pessoa.

      É importante ter um senso de responsabilidade bem ajustado. Essa é uma das coisas que motivam os pais a sustentar a família, os trabalhadores a cumprir seus deveres com toda a consciência, os fabricantes a produzir com qualidade. A crença no destino pode entorpecer o senso de responsabilidade. Imagine, por exemplo, que o sistema de direção de um carro está com defeito. Se o dono do carro tem um forte senso de responsabilidade, ele o manda consertar, por respeito à sua vida e à vida dos passageiros. Já quem acredita no destino talvez ignore o risco por pensar que o carro só terá uma pane se for ‘da vontade de Deus’!

      A crença no destino sem dúvida pode facilmente ser um estímulo para a imprudência e para a preguiça, pode levar a pessoa a não aceitar a responsabilidade por seus atos, e pode ainda ser um incentivo para uma quantidade enorme de outras características negativas.

      Barreira à relação com Deus?

      O mais prejudicial de tudo é que a crença no destino pode suprimir o senso de responsabilidade, ou obrigação, para com Deus. (Eclesiastes 12:13) O salmista incentiva todos a ‘saborear e ver que Jeová é bom’. (Salmo 34:8) Deus tem certos requisitos para a pessoa poder beneficiar-se de Sua bondade. — Salmo 15:1-5.

      Um deles é o arrependimento. (Atos 3:19; 17:30) Arrependendo-nos, admitimos os erros e fazemos as mudanças necessárias. Por sermos imperfeitos, todos nós temos muito do que nos arrepender. Mas a pessoa que se acha uma vítima indefesa do destino dificilmente vê a necessidade de arrepender-se ou de assumir a responsabilidade por seus erros.

      Sobre Deus, o salmista disse: “Tua benevolência é melhor do que a vida.” (Salmo 63:3) No entanto, a crença no destino convence milhões de pessoas de que Deus é a causa do seu sofrimento. Naturalmente, isso deixa muitos amargurados com o Criador, o que os impede de ter com ele uma relação realmente achegada. Afinal, como sentir amor por alguém que, a seu ver, causa todos os seus problemas e provações? É por isso que o fatalismo ergue uma barreira entre Deus e o homem.

      Livre da tirania do destino

      O jovem Ousmane, mencionado no início, era escravo da crença no destino, mas deixou de acreditar nisso quando as Testemunhas de Jeová o ajudaram a avaliar seu modo de pensar à luz da Bíblia. Isso lhe rendeu uma profunda sensação de alívio e uma nova e positiva visão da vida. O mais importante de tudo é que ele veio a conhecer a Jeová como Deus “misericordioso e clemente, vagaroso em irar-se e abundante em benevolência e em verdade”. — Êxodo 34:6.

      Ousmane entendeu também que Deus tem um propósito com relação ao futuro, embora não planeje cada pormenor da nossa vida.a A 2 Pedro 3:13 diz: “Há novos céus e uma nova terra que aguardamos segundo a sua promessa, e nestes há de morar a justiça.” As Testemunhas de Jeová já ajudaram milhões de pessoas a cultivar a esperança de viver para sempre como parte da prometida “nova terra”. E gostariam de ajudá-lo também.

      À medida que você for assimilando o conhecimento exato da Bíblia, você entenderá que seu futuro não depende do destino, porque não está predeterminado nem fora do seu controle. As palavras de Moisés aos antigos israelitas aplicam-se bem a isso: “Pus diante de ti a vida e a morte, a bênção e a invocação do mal; e tens de escolher a vida para ficar vivo, tu e tua descendência, amando a Jeová, teu Deus, escutando a sua voz e apegando-te a ele.” (Deuteronômio 30:19, 20) O futuro está nas suas mãos, não nas mãos do destino.

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