Sirvamos quais pescadores de homens

“Jesus disse a Simão: ‘Pára de estar com medo. Doravante apanharás vivos a homens.’” — LUCAS 5:10.

1, 2. (a) Que papel tem desempenhado a pesca na história da humanidade? (b) Que novo tipo de pesca foi introduzido há quase 2.000 anos?

DURANTE milhares de anos, a humanidade tem pescado nos mares, nos lagos e nos rios da Terra em busca de alimentos. No antigo Egito, os peixes do Nilo eram uma parte importante da alimentação. Quando as águas do Nilo foram transformadas em sangue, nos dias de Moisés, os egípcios não só sofreram por causa da resultante falta de água, mas também porque os peixes morreram, afetando os suprimentos alimentares. Mais tarde, no Sinai, quando Jeová deu a Israel a Lei, ele lhes disse que podiam comer certos peixes, mas que outros eram impuros, não devendo ser consumidos. Isto indicava que os israelitas comeriam peixes quando entrassem na Terra Prometida, de modo que alguns deles seriam pescadores. — Êxodo 7:20, 21; Levítico 11:9-12.

² No entanto, há quase 2.000 anos, introduziu-se na humanidade outro tipo de pesca. Tratava-se duma pesca espiritual, que beneficiaria não só os pescadores, mas também os peixes! Esta espécie de pesca ainda é praticada hoje, com enormes benefícios para milhões de pessoas em todo o mundo.

‘Apanhar Vivos a Homens’

3, 4. Que dois pescadores mostraram grande interesse em Jesus Cristo?

³ No ano 29 EC, Jesus, Aquele que introduziria esta nova forma de pesca foi batizado no rio Jordão, por João, o Batizador. Algumas semanas mais tarde, João indicou Jesus a dois discípulos seus, e disse: “Eis o Cordeiro de Deus!” Um destes discípulos, de nome André, prontamente disse ao seu irmão Simão Pedro: “Achamos o Messias”! É interessante que tanto André como Simão eram pescadores por profissão. — João 1:35, 36, 40, 41; Mateus 4:18.

⁴ Passado algum tempo, Jesus estava pregando às multidões à beira do mar da Galiléia, não muito longe de onde Pedro e André moravam. Dizia ao povo: “Arrependei-vos, pois o reino dos céus se tem aproximado.” (Mateus 4:13, 17) Podemos imaginar quão ansiosos estavam Pedro e André para ouvir a mensagem dele. No entanto, é provável que não se dessem conta de que Jesus estava prestes a dizer-lhes algo que mudaria a vida deles para sempre. Além disso, o que Jesus ia dizer e fazer na presença deles tem um significado importante para todos nós, hoje.

5. Como pôde o pescador Pedro servir a Jesus?

⁵ Lemos: “Em certa ocasião, quando a multidão o apertava e escutava a palavra de Deus, ele estava parado à beira do lago de Genesaré. E viu dois barcos atracados à beira do lago, mas os pescadores tinham desembarcado e lavavam as suas redes.” (Lucas 5:1, 2) Lá naquele tempo, os pescadores profissionais freqüentemente trabalhavam de noite, e estes homens limpavam suas redes depois de uma noite de pesca. Jesus decidiu usar um dos barcos deles para pregar com mais eficiência à multidão. “Embarcando num dos barcos, que era o de Simão, pediu-lhe que o afastasse um pouco da terra. Assentou-se então, e, de dentro do barco, começou a ensinar as multidões.” — Lucas 5:3.

6, 7. Que milagre de pesca realizou Jesus, levando a que declaração sobre a pesca?

⁶ Note que Jesus tinha em mente mais do que ensinar as multidões: “Quando parou de falar, disse a Simão: ‘Rema para onde é fundo, e abaixai as vossas redes para uma pesca.’” Lembre-se de que esses pescadores já haviam trabalhado a noite inteira. Não surpreende que Pedro respondesse: “Preceptor, labutamos toda a noite e não apanhamos nada, mas, ao teu pedido, abaixarei as redes.” O que aconteceu quando fizeram isso? “Cercaram uma grande multidão de peixes. De fato, suas redes começaram a romper-se. Acenaram então para os seus associados no outro barco, para que viessem e os auxiliassem; e eles vieram, e encheram ambos os barcos, de modo que estes começaram a afundar-se.” — Lucas 5:4-7.

⁷ Jesus havia realizado um milagre. Aquele trecho do mar havia sido improdutivo a noite inteira; agora estava cheio de peixes. Este milagre teve um grande efeito sobre Pedro. “Simão Pedro prostrou-se aos joelhos de Jesus, dizendo: ‘Afasta-te de mim, porque sou homem pecaminoso, Senhor.’ Pois à vista da safra de peixes que apanharam, tanto ele como os com ele foram tomados de assombro, e assim também Tiago e João, filhos de Zebedeu, que eram parceiros de Simão.” Jesus acalmou a Pedro e então disse as palavras que haviam de mudar a vida de Pedro. “Pára de estar com medo. Doravante apanharás vivos a homens.” — Lucas 5:8-10.

Pescadores de Homens

8. Como reagiram quatro pescadores profissionais ao convite de ‘apanharem vivos a homens’?

⁸ Assim, Jesus comparou homens a peixes, e convidou este humilde pescador a deixar seu ofício secular em troca de um forma muito mais grandiosa de pesca — apanhar vivos a homens. Pedro e seu irmão André aceitaram o convite. “Abandonando imediatamente as redes, seguiram-no.” (Mateus 4:18-20) A seguir, Jesus chamou Tiago e João, que estavam no seu barco consertando as redes. Convidou-os também a se tornarem pescadores de homens. Como reagiram? “Deixando imediatamente o barco e seu pai, seguiram-no.” (Mateus 4:21, 22) Jesus mostrou ter habilidade como pescador de almas. Nesta ocasião, apanhou vivos a quatro homens.

9, 10. Que fé mostraram ter Pedro e seus companheiros, e como foram treinados na pesca espiritual?

⁹ O pescador profissional ganha a vida por vender seus peixes, mas o pescador espiritual não pode fazer isso. Portanto, esses discípulos mostraram ter muita fé quando abandonaram tudo para seguir Jesus. Não tinham nenhuma dúvida, porém, de que sua pesca espiritual seria bem-sucedida. Jesus pudera fazer águas improdutivas pulular de peixes literais. De modo similar, quando os discípulos abaixassem suas redes nas águas da nação israelita, podiam ter certeza de que, com a ajuda de Deus, apanhariam vivos a homens. A pesca espiritual que começou lá naquele tempo prossegue, e Jeová ainda fornece uma pesca abundante.

¹⁰ Durante mais de dois anos, esses discípulos foram treinados por Jesus na pesca de homens. Ocasionalmente, dava-lhes instruções específicas e os enviava à sua frente para pregar. (Mateus 10:1-7; Lucas 10:1-11) Quando Jesus foi traído e morto, os discípulos ficaram aturdidos. Mas será que a morte de Jesus significava que não haveria mais pesca de homens? Os acontecimentos logo forneceram a resposta.

Pesca no Mar da Humanidade

11, 12. Depois da sua ressurreição, que milagre realizou Jesus relacionado com a pesca?

¹¹ Pouco depois da morte de Jesus, fora de Jerusalém, e da sua ressurreição, os discípulos voltaram à Galiléia. Em certa ocasião, sete deles estavam juntos perto do mar da Galiléia. Pedro disse que ia pescar, e os outros foram com ele. Como de costume, pescaram à noite. De fato, novamente lançaram sua rede ao mar a noite inteira sem pescar nada. De madrugada, alguém que observaram parado na margem clamou para eles: “Criancinhas, será que tendes algo para comer?” Os discípulos clamaram em resposta: “Não.” Então o homem parado na margem disse-lhes: “‘Lançai a rede do lado direito do barco e achareis algo.’ Lançaram-na então, mas não puderam mais recolhê-la por causa da multidão de peixes.” — João 21:5, 6.

¹² Que acontecimento espantoso! É provável que os discípulos se lembrassem do milagre anterior envolvendo a pesca, e pelo menos um deles deu-se conta de quem estava na margem. “Aquele discípulo a quem Jesus amava disse a Pedro: ‘É o Senhor!’ Por isso, Simão Pedro, ouvindo que era o Senhor, cingiu-se de sua roupa de cima, pois estava nu, e lançou-se no mar. Mas os outros discípulos vieram no pequeno barco, pois não estavam longe da terra, apenas a cerca de noventa metros.” — João 21:7, 8.

13. Após a ascensão de Jesus ao céu, que programa de pesca internacional teve início?

¹³ O que indicava este milagre? Que a obra de pescar homens não havia terminado. Isto foi salientado quando Jesus passou a dizer três vezes a Pedro — e por meio dele a todos os discípulos — que pastoreasse as ovelhas de Jesus. (João 21:15-17) Sim, iria haver um programa de alimentação espiritual. Ele havia profetizado antes da sua morte: “Estas boas novas do reino serão pregadas em toda a terra habitada, em testemunho a todas as nações.” (Mateus 24:14) Chegara então o tempo para começar o cumprimento desta profecia no primeiro século. Os discípulos dele estavam prestes a abaixar suas redes no mar da humanidade, e essas redes não seriam levantadas vazias. — Mateus 28:19, 20.

14. De que modo foi abençoada a pesca feita pelos seguidores de Jesus nos anos antes da destruição de Jerusalém?

¹⁴ Antes de ascender ao trono de seu Pai no céu, Jesus disse aos seus seguidores: “Ao chegar sobre vós o espírito santo, recebereis poder e sereis testemunhas de mim tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria, e até à parte mais distante da terra.” (Atos 1:8) Quando se derramou espírito santo sobre os discípulos em Pentecostes de 33 EC, começou internacionalmente a grande pesca espiritual. Já no dia de Pentecostes foram apanhadas vivas três mil almas, e pouco depois, “o número dos homens chegou a cerca de cinco mil”. (Atos 2:41; 4:4) O aumento continuou. O registro nos informa: “Os crentes no Senhor continuavam a ser acrescidos, multidões deles, tanto de homens como de mulheres.” (Atos 5:14) Em pouco tempo, samaritanos aceitaram as boas novas, e pouco depois o fizeram também gentios incircuncisos. (Atos 8:4-8; 10:24, 44-48) Uns 27 anos depois de Pentecostes, o apóstolo Paulo escreveu aos cristãos colossenses que as boas novas haviam sido “pregadas em toda a criação debaixo do céu”. (Colossenses 1:23) É evidente que os discípulos de Jesus haviam pescado longe das águas da Galiléia. Haviam baixado suas redes entre os judeus dispersos no Império Romano, bem como nos aparentemente pouco prometedores mares de povos não-judaicos. E levantaram suas redes cheias. No que se referia aos cristãos do primeiro século, a profecia de Jesus, em Mateus 24:14, cumpriu-se antes de Jerusalém ser destruída em 70 EC.

Pesca de Homens “no Dia do Senhor”

15. Que obra adicional de pesca foi profetizada no livro de Revelação, e quando seria realizada?

¹⁵ No entanto, havia mais à frente. Perto do fim do primeiro século, Jeová concedeu ao último apóstolo sobrevivente, João, uma revelação de coisas que iriam acontecer durante o “dia do Senhor”. (Revelação [Apocalipse] 1:1, 10) Uma particularidade destacada havia de ser a proclamação mundial das boas novas. Lemos: “Eu vi outro anjo voando pelo meio do céu, e ele tinha boas novas eternas para declarar, como boas notícias aos que moram na terra, e a toda nação, e tribo, e língua, e povo.” (Revelação 14:6) Os servos de Deus, sob direção angélica, pregariam as boas novas literalmente em toda a Terra habitada, não apenas em todo o Império Romano. Seria empreendida uma pesca global de almas, e nossos dias têm presenciado o cumprimento desta visão.

16, 17. Quando começou a pesca espiritual nesses últimos dias, e como Jeová a tem abençoado?

¹⁶ Como se tem feito a pesca durante este século 20? No começo, os pescadores eram comparativamente poucos. Após o fim da Primeira Guerra Mundial, havia apenas cerca de quatro mil pregadores ativos das boas novas, homens e mulheres zelosos que na maior parte eram dos ungidos. Eles lançavam suas redes onde quer que Jeová abrisse o caminho, e muitas almas foram apanhadas vivas. Depois da Segunda Guerra Mundial, Jeová tornou acessíveis novas águas para a pesca. Missionários que haviam cursado a Escola Bíblica de Gileade da Torre de Vigia (dos EUA) encabeçavam a obra em muitas terras. Países tais como o Japão, a Itália e a Espanha, os quais inicialmente talvez parecessem bastante infrutíferos, por fim produziram abundantes safras de almas. Soubemos também recentemente quão bem-sucedida tem sido a pesca na Europa Oriental.

¹⁷ Atualmente, em muitos países, as redes quase que se estão rompendo. A grande pesca de almas tem tornado necessária a formação de novas congregações e circuitos. Para acomodá-los, continua a construção de novos Salões do Reino e Salões de Assembléias. Há necessidade de mais anciãos e mais servos ministeriais para cuidar do aumento. Aqueles fiéis lá em 1919 iniciaram uma obra poderosa. Isaías 60:22 cumpriu-se em sentido literal. ‘O pequeno tornou-se mil’, e aqueles quatro mil pescadores tornaram-se mais de quatro milhões hoje em dia. E o fim ainda não chegou.

18. Como podemos imitar o excelente exemplo dos pescadores espirituais de homens do primeiro século?

¹⁸ O que significa tudo isso para nós, individualmente? O texto diz que, quando Pedro, André, Tiago e João foram convidados para se tornarem pescadores de homens, “abandonaram tudo e . . . seguiram [Jesus]”. (Lucas 5:11) Que belo exemplo de fé e de dedicação! Podemos nós cultivar o mesmo espírito de abnegação, a mesma prontidão de servir a Jeová, não importa qual o custo? Milhões de pessoas responderam que podem. No primeiro século, os discípulos pescavam homens onde quer que Jeová permitisse. Quer entre os judeus, quer entre os gentios, pescavam sem reservas. Preguemos nós também a todos sem hesitação ou preconceito.

19. O que devemos fazer quando as águas em que pescamos não parecem produtivas?

¹⁹ Que dizer, porém, se o seu território atualmente parece improdutivo? Não fique desanimado. Lembre-se de que Jesus encheu as redes dos discípulos depois de terem pescado a noite inteira sem resultado. O mesmo pode acontecer em sentido espiritual. Por exemplo, na Irlanda, Testemunhas fiéis trabalharam por anos com resultados bastante limitados. No entanto, recentemente, houve uma mudança. O Anuário das Testemunhas de Jeová de 1991 relata que, no fim do ano de serviço de 1990, a Irlanda havia tido 29 auges consecutivos! Talvez o seu território seja algum dia similarmente produtivo. Enquanto Jeová o permite, continue pescando!

20. Quando nos devemos empenhar na pesca de homens?

²⁰ Em Israel, os pescadores iam pescar de noite, quando todos os outros estavam quentinhos e confortáveis na cama. Não saíam quando lhes era conveniente, mas quando podiam apanhar mais peixes. Nós também devemos analisar nosso território para, como que, irmos pescar quando a maioria das pessoas estão em casa e receptivas. Pode ser às noitinhas, nos fins de semana ou em outra ocasião. Não importa quando seja, façamos todo o possível para achar pessoas sinceras.

21. De que nos devemos lembrar, quando nosso território é freqüentemente trabalhado?

²¹ Que dizer se o nosso território for muitas vezes trabalhado? Pescadores profissionais no mundo freqüentemente se queixam de que suas áreas de pesca estão esgotadas. Mas podem nossas áreas de pesca espiritual ser esgotadas? De maneira alguma! Muitos territórios produzem aumentos mesmo quando freqüentemente trabalhados. Alguns até produzem mais porque são bem trabalhados. Não obstante, quando os mesmos lares são visitados muitas vezes, certifique-se bem de anotar todos os não-em-casa e de contatá-los mais tarde. Familiarize-se com uma variedade de assuntos para conversar. Tenha em mente que alguém em breve fará uma nova visita, de modo que não abuse da boa acolhida, nem antagonize desintencionalmente os da casa. E desenvolva habilidades no trabalho nas ruas, bem como no testemunho informal. Abaixe suas redes espirituais em toda ocasião e de toda maneira possível.

22. Que grandioso privilégio temos no tempo atual?

²² Lembre-se de que nesta pesca tanto os pescadores como os peixes se beneficiam. Se aqueles que apanharmos perseverarem, poderão viver para sempre. Paulo incentivou Timóteo: “Permanece nestas coisas, pois, por fazeres isso, salvarás tanto a ti mesmo como aos que te escutam.” (1 Timóteo 4:16) Foi Jesus quem primeiro treinou seus discípulos na pesca espiritual, e esta obra continua a ser feita sob a direção dele. (Veja Revelação 14:14-16.) Quão grande é nosso privilégio de trabalhar sob ele para realizá-la! Continuemos a abaixar nossas redes enquanto Jeová o permite. Que obra mais grandiosa poderia haver do que apanhar vivas a almas?

Como encara você a rede de arrasto e os peixes?

“A vós é concedido entender os segredos sagrados do reino dos céus.” — MATEUS 13:11.

1, 2. Por que deveríamos interessar-nos nas ilustrações de Jesus?

GOSTA de saber segredos ou de resolver quebra-cabeças? O que diria se isso o ajudasse a entender mais claramente o papel que você desempenha no propósito de Deus? Felizmente, poderá obter tal compreensão privilegiada por meio duma ilustração apresentada por Jesus. Ela deixou intrigados a muitos dos que a ouviram e a incontáveis outros desde então, mas você poderá compreendê-la.

² Veja o que Jesus disse no capítulo 13 de Mateus sobre o seu uso de ilustrações. Seus discípulos perguntaram: “Por que é que lhes falas usando ilustrações?” (Mateus 13:10) Sim, por que usava Jesus ilustrações que a maioria não entenderia? Ele respondeu, nos versículos 11 a -13 de Mat. 13: “A vós é concedido entender os segredos sagrados do reino dos céus, mas a esses não é concedido. . . . É por isso que lhes falo usando ilustrações, porque olhando, olham em vão, e ouvindo, ouvem em vão, nem entendem.”

3. Como pode beneficiar-nos a compreensão das ilustrações de Jesus?

³ Jesus aplicou então Isaías 6:9, 10, que descreve um povo espiritualmente surdo e cego. Nós, porém, não precisamos ser assim. Se compreendermos as ilustrações dele e agirmos em harmonia com elas, poderemos ser muito felizes — agora e por um futuro infindável. Jesus oferece-nos a cordial garantia: “Felizes são os vossos olhos porque observam, e os vossos ouvidos porque ouvem.” (Mateus 13:16) Esta garantia abrange todas as ilustrações de Jesus, mas enfoquemos apenas a breve parábola da rede de arrasto, registrada em Mateus 13:47-50.

Uma Ilustração de Profundo Significado

4. Que ilustração contou Jesus, conforme registrada em Mateus 13:47-50?

⁴ “O reino dos céus é semelhante a uma rede de arrasto lançada ao mar e que apanhou peixes de toda espécie. Quando ela ficou cheia, arrastaram-na para a praia, e, assentando-se, reuniram os excelentes em vasos, mas os imprestáveis lançaram fora. Assim será na terminação do sistema de coisas: os anjos sairão e separarão os iníquos dos justos, e lançá-los-ão na fornalha ardente. Ali é que haverá o seu choro e o ranger de seus dentes.”

5. Que perguntas surgem sobre o significado da parábola da rede de arrasto?

⁵ É provável que já tenha visto homens pescando com rede, pelo menos em filmes ou na televisão, de modo que a parábola de Jesus não é difícil de visualizar. Mas que dizer dos pormenores e do significado? Por exemplo, Jesus disse que esta ilustração era sobre “o reino dos céus”. Mas, ele certamente não queria dizer que “toda espécie” de pessoas, as excelentes e as imprestáveis, ou iníquas, estarão no Reino. Também, quem é que faz a pesca? Ocorreu esta pesca e separação nos dias de Jesus, ou será que se limita ao nosso tempo, “na terminação do sistema de coisas”? Pode ver a si mesmo incluído nesta parábola? Como poderá evitar que acabe entre aqueles que chorarão e rangerão os dentes?

6. (a) Por que devemos estar vivamente interessados em compreender a parábola da rede de arrasto? (b) Qual é uma chave do seu entendimento?

⁶ Essas perguntas mostram que esta ilustração afinal não é tão simples assim. Não se esqueça, porém: “Felizes são os vossos olhos porque observam, e os vossos ouvidos porque ouvem.” Vejamos se podemos aprofundar-nos no significado dela, para que nossos ouvidos não sejam insensíveis e nossos olhos não se fechem para com o seu sentido. Na realidade, já temos uma chave vital para desvendar o seu significado. O artigo precedente falou de Jesus convidar pescadores galileus a abandonar aquela ocupação e a empreender uma obra espiritual como “pescadores de homens”. (Marcos 1:17) Disse-lhes: “Doravante apanharás vivos a homens.” — Lucas 5:10.

7. O que ilustrava Jesus ao falar de peixes?

⁷ Em harmonia com isso, os peixes nesta parábola representam humanos. Portanto, quando o versículo 49 de Mat. 13 fala da separação dos iníquos dos justos, não se refere a justos ou iníquos da vida marinha, mas a pessoas justas ou iníquas. De modo similar, o versículo 50 de Mat. 13 não nos deve induzir a pensar em animais marinhos chorando ou rangendo os dentes. Não. Esta parábola trata do recolhimento de humanos e da sua posterior separação, que é muito importante, conforme mostra o desfecho.

8. (a) O que podemos aprender do desfecho para os peixes imprestáveis? (b) Em vista do que se disse sobre os peixes imprestáveis, o que podemos concluir a respeito do Reino?

⁸ Note que os peixes imprestáveis, isto é, os iníquos, serão lançados na fornalha acesa, onde terão de chorar e ranger os dentes. Em outro lugar, Jesus relacionou esse choro e ranger de dentes com estar fora do Reino. (Mateus 8:12; 13:41, 42) Em Mateus 5:22 e 18:9, ele mencionou até mesmo a “Geena ardente”, referindo-se à destruição para sempre. Não mostra isso quão vital é compreender o significado desta ilustração e agir de acordo? Todos nós sabemos que não há nem haverá iníquos no Reino de Deus. Portanto, quando Jesus disse que “o reino dos céus é semelhante a uma rede de arrasto”, ele deve ter-se referido a que, relacionado com o Reino de Deus, há algo semelhante a uma rede abaixada para recolher diversas espécies de peixe.

9. Como estão os anjos envolvidos na ilustração da rede de arrasto?

⁹ Depois de se abaixar a rede de arrasto e recolher os peixes, haveria uma obra de separação. Quem disse Jesus que estaria envolvido? Mateus 13:49 identificou estes pescadores-separadores como anjos. Portanto, Jesus falava da supervisão angélica exercida sobre um instrumento, na Terra, usado para identificar homens — alguns como excelentes e próprios para o Reino do céu, outros que se mostrariam impróprios para tal chamada.

A Pesca — Quando?

10. Por meio de que raciocínio podemos determinar que a pesca se estendeu por um considerável período de tempo?

¹⁰ O contexto nos ajuda a descobrir quando isso se aplica. Pouco antes, Jesus apresentara uma ilustração a respeito da semeadura de semente excelente, mas que depois se semeou sobre ela joio no campo, o qual representa o mundo. Ele explicou em Mateus 13:38 que a semente excelente representava “os filhos do reino; mas o joio são os filhos do iníquo”. Esses cresceram lado a lado durante muitos séculos até a colheita na terminação do sistema de coisas. O joio foi então separado e depois queimado. Colocando isso em paralelo com a ilustração da rede de arrasto, vemos que apanhar criaturas na rede se estenderia por um longo período de tempo. — Mateus 13:36-43.

11. Como se empreendeu uma pesca internacional no primeiro século?

¹¹ Segundo a parábola de Jesus, os peixes seriam recolhidos indiscriminadamente, quer dizer, a rede de arrasto recolheria tanto peixes excelentes como peixes imprestáveis. Enquanto os apóstolos viviam, os anjos que dirigiam a operação de pesca usavam a organização cristã de Deus para apanhar “peixes” que se tornavam cristãos ungidos. Poder-se-ia dizer que, antes de Pentecostes de 33 EC, a pesca de homens feita por Jesus apanhou cerca de 120 discípulos. (Atos 1:15) Mas, uma vez estabelecida a congregação de cristãos ungidos, começou a pesca por meio da rede de arrasto, e foram apanhados milhares de peixes excelentes. A partir de 36 EC, a pesca estendeu-se amplamente a águas internacionais, quando gentios foram atraídos ao cristianismo e se tornaram membros da congregação ungida de Cristo. — Atos 10:1, 2, 23-48.

12. O que se desenvolveu após a morte dos apóstolos?

¹² Nos séculos depois de os apóstolos terem saído de cena, continuou a haver alguns cristãos que se esforçavam a encontrar a verdade divina e a se apegar a ela. Pelo menos alguns destes tiveram a aprovação de Deus, e ele os ungiu com espírito santo. Todavia, a morte dos apóstolos removeu uma influência refreadora, permitindo o desenvolvimento duma ampla apostasia. (2 Tessalonicenses 2:7, 8) Desenvolveu-se uma organização que professava indignamente ser a congregação de Deus. Afirmava falsamente ser a nação santa, ungida com o espírito de Deus para governar com Jesus.

13. Por que se pode dizer que a cristandade desempenhou um papel nas operações de pesca com a rede de arrasto?

¹³ Acha que os infiéis que professavam o cristianismo tinham uma parte na ilustração da rede de arrasto? Ora, há motivos para se responder que sim, que eles tinham parte. A rede de arrasto simbólica incluía a cristandade. Na verdade, durante séculos, a Igreja Católica tentou impedir que o povo comum tivesse a Bíblia. Não obstante, no decorrer dos séculos, membros da cristandade desempenharam um papel-chave em traduzir, copiar e distribuir a Palavra de Deus. Mais tarde, as Igrejas formaram ou apoiaram sociedades bíblicas, as quais traduziram a Bíblia para as línguas de terras remotas. Enviaram também missionários que eram médicos e professores, os quais produziram os chamados “cristãos-de-arroz”, que se tornaram tais por receberem alimentos e benefícios materiais. Isto resultou no recolhimento de um vasto número de peixes imprestáveis, que não tinham a aprovação de Deus. Mas, pelo menos, expôs milhões de não-cristãos à Bíblia e a uma forma de cristianismo, embora corrupta.

14. Como foi a pesca de peixes excelentes ajudada por certo trabalho feito pelas Igrejas da cristandade?

¹⁴ Durante todo esse tempo, os fiéis espalhados que aderiam à Palavra de Deus esforçavam-se ao máximo. Em qualquer época, constituíam a verdadeira congregação ungida de Deus na Terra. E podemos estar certos de que eles também apanhavam peixes, ou homens, muitos dos quais Deus encararia como excelentes e que ungiria com o seu espírito. (Romanos 8:14-17) Essas pessoas excelentes que professavam o cristianismo puderam levar a verdade bíblica a muitos daqueles que se haviam tornado “cristãos-de-arroz” ou que haviam obtido um conhecimento limitado da Bíblia através das Escrituras traduzidas para a sua língua pelas sociedades bíblicas da cristandade. Deveras, o recolhimento de peixes excelentes prosseguiu, embora a maioria dos ajuntados pela cristandade fosse imprestável do ponto de vista de Deus.

15. Especificamente, o que é representado pela rede de arrasto da parábola?

¹⁵ Portanto, a rede de arrasto representa um instrumento terrestre que professa ser a congregação de Deus e que recolhe peixes. Tem incluído tanto a cristandade como a congregação de cristãos ungidos, sendo que estes últimos têm continuado a recolher peixes excelentes sob a direção invisível dos anjos, em harmonia com Mateus 13:49.

Nosso Tempo É Especial

16, 17. Por que é o tempo em que vivemos tão importante no cumprimento da ilustração de Jesus a respeito da rede de arrasto?

¹⁶ Consideremos agora o fator tempo. Durante séculos, a rede de arrasto ajuntou peixes excelentes, bem como muitos imprestáveis, ou iníquos. Veio então o tempo em que os anjos ficaram envolvidos em fazer uma obra decisiva de separação. Quando? Ora, o versículo 49 de Mat. 13 diz claramente que é durante a “terminação do sistema de coisas”. Isto se harmoniza com o que Jesus disse na ilustração das ovelhas e dos cabritos: “Quando o Filho do homem chegar na sua glória, e com ele todos os anjos, então se assentará no seu trono glorioso. E diante dele serão ajuntadas todas as nações, e ele separará uns dos outros assim como o pastor separa as ovelhas dos cabritos.” — Mateus 25:31, 32.

¹⁷ Assim, de acordo com Mateus 13:47-50, desde que começou a “terminação do sistema de coisas” em 1914, tem estado em progresso uma obra decisiva de separação sob direção angélica. Isto se tornou especialmente evidente depois de 1919, quando o restante dos ungidos foi liberto de uma temporária servidão, ou cativeiro, espiritual e se tornou um instrumento mais eficaz para a realização da pesca.

18. Como tem sido os peixes excelentes reunidos em vasos?

¹⁸ O que devia acontecer com os peixes excelentes, separados? O versículo 48 de Mat. 13 diz que os pescadores-separadores angélicos “reuniram os [peixes] excelentes em vasos, mas os imprestáveis lançaram fora”. Os vasos são recipientes protetores em que se colocam os peixes excelentes. Tem isso acontecido em nosso tempo? Decididamente que sim. Ao passo que os simbólicos peixes excelentes têm sido apanhados vivos, eles têm sido reunidos em congregações de verdadeiros cristãos. Essas congregações, semelhantes a vasos, têm ajudado a protegê-los e a reservá-los para serviço divino, não concorda? Todavia, alguns poderiam pensar: ‘Tudo bem, mas o que tem isso que ver com a minha vida atual e com o meu futuro?’

19, 20. (a) Por que é vital hoje compreender o sentido desta parábola? (b) Que pesca importante tem sido feita desde 1919?

¹⁹ O cumprimento do que foi aqui ilustrado não se limitou aos séculos entre o tempo dos apóstolos e 1914. Durante aquele período, a rede de arrasto passou a recolher tanto falsos como verdadeiros professos do cristianismo. Sim, recolhia tanto peixes imprestáveis como excelentes. Além disso, a separação feita pelos anjos não terminou lá por volta de 1919. Decididamente, não. Em alguns aspectos, esta ilustração da rede de arrasto é aplicável até ao nosso tempo. Nós estamos envolvidos e assim também está nosso futuro imediato. É imperativo que compreendamos como e por que se dá isso, se quisermos que as seguintes palavras se apliquem a nós: “Felizes são os vossos olhos porque observam, e os vossos ouvidos porque ouvem” com entendimento. — Mateus 13:16.

²⁰ É provável que saiba que, depois de 1919, os do restante ungido passaram a atarefar-se na pregação em cooperação com os anjos, os quais continuaram a usar a simbólica rede de arrasto para levar peixes à praia, a fim de separar os excelentes dos imprestáveis. As estatísticas daquele período mostram que a pesca dos peixes excelentes para a unção com o espírito de Deus continuou com o recolhimento dos últimos dos 144.000 pela rede simbólica. (Revelação [Apocalipse] 7:1-4) Mas, por volta de meados dos anos 30, o recolhimento de peixes excelentes para a unção com espírito santo basicamente terminou. Devia a congregação do restante ungido como que desfazer-se da rede e simplesmente ficar ociosa, à espera da sua recompensa celestial? De modo algum!

Seu Envolvimento na Pesca

21. Que outra pesca tem ocorrido em nosso tempo? (Lucas 23:43)

²¹ A ilustração de Jesus, a respeito da rede de arrasto, enfocou os peixes excelentes, que seriam recompensados com um lugar no Reino dos céus. Todavia, além desta ilustração, ocorre outra pesca simbólica numa vasta escala, assim como foi ilustrada no artigo precedente. Esta pesca não trata dos excelentes peixes ungidos da ilustração de Jesus, mas de peixes simbólicos que são apanhados vivos e que recebem a maravilhosa esperança de vida numa terra paradísica. — Revelação 7:9, 10; compare com Mateus 25:31-46.

22. Que resultado feliz podemos aguardar, e qual é a alternativa?

²² Se você tiver tal esperança, então poderá regozijar-se de que Jeová permitiu que se continue até agora com uma pesca vitalizadora. Isto lhe possibilita obter uma perspectiva maravilhosa. Uma perspectiva? Sim, esta é a palavra apropriada a usar, visto que o resultado será em harmonia com a nossa contínua fidelidade Àquele que dirige o persistente esforço de pesca. (Sofonias 2:3) Lembre-se de que, na ilustração, nem todos os peixes apanhados pela rede de arrasto obtiveram um resultado favorável. Jesus disse que os imprestáveis, ou iníquos, são separados dos justos. Para que fim? Em Mateus 13:50, Jesus descreveu a conseqüência séria para os peixes imprestáveis, ou iníquos. Estes serão lançados na fornalha ardente, que significa a destruição eterna. — Revelação 21:8.

23. O que torna essa pesca hoje tão importante?

²³ Os excelentes peixes ungidos, bem como os peixes simbólicos que poderão viver para sempre na Terra, aguardam um futuro glorioso. Portanto, é com boa razão que os anjos cuidam de que se realize agora uma bem-sucedida operação de pesca em todo o globo. E que pesca se consegue! Teria razão em dizer que, a seu próprio modo, esta pesca é tão milagrosa como aquela dos peixes literais que os apóstolos apanharam quando abaixaram as redes segundo a orientação de Jesus.

24. O que devemos querer fazer com respeito à pesca espiritual?

²⁴ Participa você o mais ativamente possível nesta obra de pesca espiritual, salvadora de vidas? Não importa qual tenha sido a nossa participação individual até agora, cada um de nós pode tirar proveito de observar o que se realiza em todo o globo na grandiosa obra de pesca e de salvar vidas agora em progresso. Isto deve estimular-nos a um zelo ainda maior em abaixar as redes para uma pesca nos dias logo à frente! — Veja Mateus 13:23; 1 Tessalonicenses 4:1.

A pesca de homens em águas globais

“Se eu, agora, estou declarando as boas novas, não é razão para me jactar, pois me é imposta a necessidade. Realmente, ai de mim se eu não declarasse as boas novas!” — 1 CORÍNTIOS 9:16.

1, 2. (a) Quem é que aceitou realmente o desafio subentendido em 1 Coríntios 9:16, e por que responde assim? (b) Que responsabilidade aceitaram as Testemunhas de Jeová?

NESTE século 20, quem têm realmente aceitado o desafio apresentado pelas palavras de Paulo acima citadas? Quem têm saído aos milhões pelo mundo afora para pescar homens e mulheres “cônscios de sua necessidade espiritual”? (Mateus 5:3) Quem têm arriscado encarceramento e morte, e quem os têm sofrido em muitos países por cumprirem a ordem de Cristo em Mateus 24:14?

² O registro responde: as Testemunhas de Jeová. Só no ano passado, mais de quatro milhões de Testemunhas foram de casa em casa “declarando as boas novas” em 211 países e territórios, e em mais de 200 línguas. Não foi apenas um grupo seleto de missionários treinados. Não, todas as Testemunhas de Jeová sentem ter a responsabilidade de pregar e de ensinar de casa em casa, e em qualquer ocasião apropriada. Por que acham ser necessário compartilhar suas crenças com outros? Porque se dão conta de que o conhecimento acarreta responsabilidade. — Ezequiel 33:8, 9; Romanos 10:14, 15; 1 Coríntios 9:16, 17.

A Pesca de Homens, um Desafio Global

3. Quão extensa tem de ser a pesca?

³ Esta grande pescaria não se restringe como que a algum rio ou lago, ou mesmo a um só oceano. Não, pois, conforme Jesus ordenou, deve ser realizada “em todas as nações”. (Marcos 13:10) Antes de ascender ao Pai, Jesus disse aos seus discípulos: “Ide, portanto, e fazei discípulos de pessoas de todas as nações, batizando-as em o nome do Pai, e do Filho, e do espírito santo, ensinando-as a observar todas as coisas que vos ordenei. E eis que estou convosco todos os dias, até à terminação do sistema de coisas.” — Mateus 28:19, 20.

4. (a) O que deve ter deixado surpresos os primitivos seguidores judeus de Jesus? (b) Como encaram as Testemunhas de Jeová o alcance da sua pregação?

⁴ Esta comissão deve ter deixado surpresos os seguidores judeus de Jesus. Ele estava dizendo aos seus discípulos judeus que estes teriam de ir então aos gentios “impuros” de todas as nações e ensiná-los. Assimilar o impacto desta tarefa e agir em harmonia com ela exigiu um reajuste da parte deles. (Atos 10:9-35) Mas não havia escapatória; Jesus dissera-lhes numa parábola que “o campo é o mundo”. Por isso, as Testemunhas de Jeová encaram hoje o mundo inteiro como o lugar em que têm direitos de pesca. Não pode haver um limite de “200 milhas marítimas” ou “águas territoriais” restringindo a comissão que receberam de Deus. Às vezes, onde não há liberdade religiosa, é preciso usar de discrição. Não obstante, elas pescam com um senso de urgência. Por que procedem assim? Porque os acontecimentos mundiais e o cumprimento de profecias bíblicas indicam que nos encontramos na parte final dessa pesca global. — Mateus 13:38; Lucas 21:28-33.

Progresso na Pesca Global

5. Que tipo de pessoas reage favoravelmente à pesca global?

⁵ A maioria dos herdeiros ungidos do Reino foram ‘pescados’ dentre as nações antes de 1935, de modo que seu pleno número já foi basicamente completado. Portanto, especialmente a partir de 1935, as Testemunhas de Jeová têm procurado aquelas pessoas humildes que podem ser descritas como os “mansos” que “possuirão a terra”. (Salmo 37:11, 29) Trata-se de pessoas que “suspiram e gemem por causa de todas as coisas detestáveis que se fazem”. Elas tomam ação a favor do Reinado de Deus antes de a “grande tribulação” atingir o depravado e corrupto sistema de coisas de Satanás e os adoradores deste serem lançados na “fornalha ardente” da destruição final. — Ezequiel 9:4; Mateus 13:47-50; 24:21.

6, 7. (a) Que medidas foram adotadas em 1943 com respeito à pregação? (b) Qual tem sido o resultado?

⁶ Foi a pesca global bem-sucedida até agora? Que os fatos respondam. Lá em 1943, a Segunda Guerra Mundial ainda grassava, mas os fiéis irmãos ungidos na sede mundial das Testemunhas de Jeová em Brooklyn, Nova Iorque, previram que se teria de realizar uma vasta pesca global. Assim, que medidas tomaram?a — Revelação (Apocalipse) 12:16, 17.

⁷ Em 1943, a Sociedade Torre de Vigia (dos EUA) estabeleceu uma escola missionária chamada de Gileade (em hebraico: “Montão de Testemunho”; Gênesis 31:47, 48) que passou a treinar cada seis meses cem missionários, a fim de que estes pudessem ser enviados como pescadores simbólicos a toda a Terra. Lá naquele tempo, havia apenas 126.329 Testemunhas pescando ativamente homens em 54 terras. Em dez anos, estes dados virtualmente haviam pulado para 519.982 Testemunhas em 143 terras! A Escola de Gileade, certamente, produzia intrépidos pescadores e pescadoras, dispostos a penetrar em culturas estrangeiras e a adaptar-se a novas águas de pesca. Em resultado disso, milhares de pessoas sinceras reagiram favoravelmente. Esses missionários, e as Testemunhas locais com quem trabalhavam, lançaram o alicerce para o maravilhoso aumento que está havendo agora.

8, 9. (a) Que exemplos de uma notável obra missionária poderiam ser citados? (b) Que considerável aumento têm os missionários visto nos seus campos? (Veja também o Anuário das Testemunhas de Jeová de 1992.)

⁸ Muitos veteranos fiéis daquelas primeiras classes de Gileade ainda servem nas suas designações estrangeiras, embora tenham agora mais de 70 ou mesmo 80 anos. Um exemplo típico deles é Eric Britten, de 82 anos, e sua esposa, Cristina, que se formaram na 15.^ª classe de Gileade, em 1950, e ainda servem no Brasil. Quando foram servir no Brasil, havia ali menos de 3.000 Testemunhas no país. Agora há mais de 300.000! Certamente, no Brasil, ‘o pequeno tornou-se uma nação forte’ porque a pesca tem sido produtiva. — Isaías 60:22.

⁹ E o que podemos dizer dos missionários na África? A maioria deles adaptou-se a uma cultura bem diferente e passou a amar o povo africano. Típicos deles são os irmãos John e Eric Cooke, e suas respectivas esposas, Kathleen e Myrtle, que atualmente servem na África do Sul. John e Eric formaram-se na oitava turma, em 1947. Um ou outro desses irmãos já serviu em Angola, Zimbábue, Moçambique e África do Sul. Alguns missionários faleceram na África por causa de enfermidades, e outros por causa de guerra e de perseguição, tais como Alan Battey e Arthur Lawson, que morreram durante a recente guerra civil na Libéria. Todavia, as águas africanas mostraram-se bem produtivas. Há agora mais de 400.000 Testemunhas espalhadas por todo este vasto continente.

Todos Têm Parte Nisso

10. Por que e de que modo fazem os pioneiros uma obra elogiável?

¹⁰ Todavia, deve-se reconhecer que, embora os missionários estrangeiros ascendessem a alguns milhares, os publicadores e os pioneirosb locais tornaram-se milhões. Eles estão fazendo a maior parte da pregação em toda a Terra. Em 1991, houve em média mais de 550.000 pioneiros e ministros viajantes. Que número impressionante, quando pensamos em que todas essas Testemunhas fiéis fazem esforços especiais para participar na grande pesca, trabalhando em média de 60 a 140 horas por mês na pregação. Muitos fazem isso com grandes sacrifícios e despesas pessoais. Mas, por quê? Porque amam a Jeová, seu Deus, de todo o coração, mente, alma e força, e amam seu próximo como a si mesmos. — Mateus 22:37-39.

11. Que evidência segura há de que o espírito de Jeová opera entre o Seu povo?

¹¹ O que podemos dizer a respeito dos outros mais de três milhões e meio das Testemunhas que não estão no serviço de tempo integral, mas que, não obstante, se empenham plenamente no serviço de Jeová, conforme as suas circunstâncias? Algumas são esposas, até mesmo mães que cuidam de filhos pequenos, mas que mesmo assim devotam parte de seu tempo valioso à pesca global. Muitas Testemunhas são maridos ou pais, com emprego secular por tempo integral; ainda assim, reservam tempo nos fins de semana e às noitinhas para ensinar a verdade a estranhos. Depois há uma grande multidão de homens e mulheres solteiros, e de jovens, que participam na pregação e recomendam a verdade pela sua conduta. Que outro grupo religioso tem mais de quatro milhões de voluntários não-assalariados que todo mês pregam as boas novas do Reinado de Deus? Isto certamente é evidência do espírito de Jeová em operação! — Salmo 68:11; Atos 2:16-18; compare com Zacarias 4:6.

Fatores Que Contribuem Para o Crescimento

12. Por que e em que números aceitam as pessoas a verdade?

¹² Esta vasta obra de pregação traz todo ano resultados notáveis. Em 1991, mais de 300.000 novas Testemunhas foram batizadas pela imersão total em água. Isto equivale a mais de 3.000 congregações de 100 Testemunhas cada uma! Como se consegue tudo isso? Lembremo-nos de que Jesus disse: “Ninguém pode vir a mim, a menos que o Pai, que me enviou, o atraia . . . Está escrito nos Profetas: ‘E todos eles serão ensinados por Jeová.’ Todo aquele que do Pai ouviu e aprendeu vem a mim.” Portanto, não é por mero esforço humano que alguém reage favoravelmente à pesca global. Jeová percebe a condição de coração dos merecedores e os atrai a si. — João 6:44, 45; Mateus 10:11-13; Atos 13:48.

13, 14. Que excelente atitude tem sido manifestada por muitas Testemunhas?

¹³ No entanto, pescadores humanos são os agentes que Jeová usa para atrair a si as pessoas. Assim, a atitude destes para com as pessoas e o território onde pescam é importante. Quão animador é ver que a vasta maioria deles tem tomado a peito as palavras de Paulo dirigidas aos gálatas: “Assim, não desistamos de fazer aquilo que é excelente, pois ceifaremos na época devida, se não desfalecermos.” — Gálatas 6:9.

¹⁴ Muitas Testemunhas fiéis já pregam por décadas, ao passo que observam de perto os acontecimentos no mundo. Viram a ascensão e a queda do nazismo, do fascismo e de outros sistemas totalitários. Alguns presenciaram as muitas guerras que ocorreram desde 1914. Viram líderes mundiais fixarem sua esperança na Liga das Nações e depois nas Nações Unidas. Viram a obra de Jeová ser proscrita e mais tarde legalizada, em muitas terras. Em tudo isso, as Testemunhas de Jeová não desistiram de fazer o que é excelente, inclusive de servir quais pescadores de homens. Que notável registro de integridade! — Mateus 24:13.

15. (a) Que ajuda temos tido para nos adaptar às necessidades de nosso território mundial? (b) Como têm essas publicações ajudado no seu território?

¹⁵ Tem havido outros fatores que contribuíram para este aumento mundial. Um deles é a atitude flexível dos pescadores de homens para com as necessidades do território. Em vista da migração de povos de culturas, religiões e línguas diferentes, as Testemunhas de Jeová têm ampliado seu entendimento desses diversos pontos de vista. E a congregação mundial tem ajudado enormemente nisso por preparar Bíblias e publicações bíblicas em mais de 200 línguas. A Tradução do Novo Mundo das Escrituras Sagradas, inteira ou em parte, existe agora em 13 idiomas, inclusive em tcheco e em eslovaco. A brochura Viva Para Sempre em Felicidade na Terra! está agora disponível em 198 idiomas, desde o albanês até o zulu, com uma tiragem de 72 milhões de exemplares. O livro O Maior Homem Que Já Viveu já está disponível em 69 idiomas. O Homem em Busca de Deus, publicado em 29 idiomas, fornece uma introspecção na origem e nas crenças dos principais sistemas religiosos do mundo e mostra ser de ajuda extraordinária na pesca global.

16. Como reagiram alguns às necessidades de outras terras?

¹⁶ Que mais tem contribuído para promover a pesca global? Milhares de pessoas estiveram dispostas a aceitar a ‘chamada macedônia’. Assim como Paulo esteve disposto a se mudar da Ásia Menor para a Macedônia, na Europa, à chamada de Deus, muitas Testemunhas se têm mudado para países e territórios onde há mais necessidade de pregadores do Reino, bem como de anciãos e de servos ministeriais. Têm sido como pescadores literais que acham as águas locais muito pescadas, e que se mudam para águas onde há menos barcos e os peixes são abundantes. — Atos 16:9-12; Lucas 5:4-10.

17. Que exemplos temos de pessoas que aceitaram a ‘chamada macedônia’?

¹⁷ Turmas mais recentes da escola missionária de Gileade têm incluído estudantes de diversos países europeus, que aprenderam o inglês e se ofereceram para servir em outras terras e culturas. Do mesmo modo, por meio da Escola de Treinamento Ministerial, muitos irmãos solteiros recebem por dois meses um treinamento intensivo e depois são enviados a outras nações, para fortalecer as congregações e os circuitos. Outras áreas de pesca extraordinária são os territórios agora acessíveis na Europa Oriental e nas antigas repúblicas soviéticas. — Veja Romanos 15:20, 21.

18. (a) Por que costumam ser os pioneiros ministros eficientes? (b) Como podem eles ajudar outros na congregação?

¹⁸ Uma ajuda adicional na pescaria mundial é a Escola do Serviço de Pioneiro, cursada por pioneiros regulares. Com duas semanas de estudo intensivo da publicação Brilhando Como Iluminadores no Mundo, preparada exclusivamente para pioneiros, estes melhoram na sua habilidade ministerial ao considerarem assuntos tais como “Siga o Caminho do Amor”, “Siga a Jesus Como Modelo” e “Desenvolva a Arte de Ensino”. Quão gratas são as congregações de terem estas equipes de qualificados pescadores que trabalham de casa em casa, os quais podem treinar muitos nesta grande pescaria! — Mateus 5:14-16; Filipenses 2:15; 2 Timóteo 2:1, 2.

Podemos Melhorar?

19. Iguais ao apóstolo Paulo, como podemos melhorar nosso ministério?

¹⁹ Nós, iguais a Paulo, queremos ter uma atitude positiva, com vistas ao futuro. (Filipenses 3:13, 14) Ele se adaptava a todos os tipos de pessoas e circunstâncias. Sabia estabelecer uma base comum e raciocinar baseado nas atitudes e culturas locais. Nós podemos iniciar estudos bíblicos por estar atentos às reações do morador à mensagem do Reino e depois adaptar nossa apresentação às necessidades da pessoa. Em vista da ampla variedade de compêndios bíblicos que temos, podemos oferecer aquele que se ajusta ao ponto de vista da pessoa. Nossa flexibilidade e atenção também são fatores importantes na pesca produtiva. — Atos 17:1-4, 22-28, 34; 1 Coríntios 9:19-23.

20. (a) Por que é nossa pesca tão importante agora? (b) Qual é agora nossa responsabilidade individual?

²⁰ Por que é esta extraordinária pesca global tão importante agora? Porque à base das profecias bíblicas refletidas nos eventos que têm ocorrido e que estão ocorrendo é evidente que o sistema mundial de Satanás se encaminha para um clímax desastroso. Portanto, o que é que nós, Testemunhas de Jeová, devemos estar fazendo? Os três artigos de estudo, nesta revista, destacaram a responsabilidade de sermos diligentes e zelosos na nossa atividade de pesca em nossa parte das águas globais. Temos a sólida garantia da Bíblia de que Jeová não se esquecerá da nossa diligente pesca. Paulo declarou: “Deus não é injusto, para se esquecer de vossa obra e do amor que mostrastes ao seu nome, por terdes ministrado aos santos e por continuardes a ministrar. Mas, desejamos que cada um de vós mostre a mesma diligência, para ter a plena certeza da esperança até o fim.” — Hebreus 6:10-12.

[Nota(s) de rodapé]

[Tabela na página 24]

RESULTADOS DA PESCA INTERNACIONAL

Ano Terras Testemunhas

1939 61 71.509

1943 54 126.329

1953 143 519.982

1973 208 1.758.429

1983 205 2.652.323

1991 211 4.278.820