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O dia corrido de uma mãeDespertai! — 2002 | 8 de abril
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O dia corrido de uma mãe
4h50: Alex, o filho menor, chorando e meio dormindo, puxa a mãe, Helen. As duas filhas — Penny (5 anos) e Joanna (12) — e o marido, Nick, estão dormindo. Helen ergue Alex, coloca-o ao seu lado na cama e lhe dá de mamar. Ela não consegue voltar a dormir.
5h45: Helen vai para a cozinha, na ponta dos pés, faz café e lê algo.
6h15-7h20: Nick se levanta. Helen acorda Penny e Joanna, prepara o café da manhã e cuida de algumas tarefas domésticas. Às 7h15, Nick sai para o trabalho e, no caminho, deixa Joanna na escola. A mãe de Helen chega para cuidar de Alex.
7h30: Helen deixa Penny no jardim-de-infância. No caminho até o serviço, ela tem tempo de pensar no que está envolvido em ser mãe. “É a tarefa mais difícil de que já cuidei”, diz ela.
8h10: No serviço, uma escrivaninha cheia de coisas para fazer espera por Helen. Ela fica preocupada de perder o emprego se ficar grávida de novo. A família precisa do dinheiro extra.
10h43: Helen desliga o telefone — era uma ligação sobre os filhos — e Nancy, uma colega de trabalho, a consola: “Você cuida tão bem deles!” Helen fica com os olhos cheios de lágrimas.
12h05: Helen come rapidamente um sanduíche e pensa em como eram as coisas antes do nascimento da primeira filha. Naquela época, ela planejava o que faria no tempo de “folga”. “Que piada!”, pensa ela.
15h10: Depois de vários telefonemas de casa, por causa das travessuras de Alex, Helen menciona o vínculo especial que tem com os filhos: “É um tipo de amor que eu nunca senti por ninguém.” Esse sentimento profundo a ajudou a superar as dificuldades iniciais e inesperadas.
17h10: Depois de pegar Joanna na escola, Helen cuida de alguns assuntos na rua. Telefona para Nick para lembrá-lo de que é a vez dele de pegar Penny.
18h-19h30: De volta em casa, Helen dispensa a vovó, cuida de tarefas domésticas e prepara o jantar. Ao ser indagada sobre como é cuidar de uma criança pequena, Helen suspira: “Ela exige nada mais, nada menos do que tudo da mãe: seus braços, seu corpo e seu leite, e até lhe rouba o sono.”
20h30-22h: Helen ajuda Joanna com as tarefas de casa e amamenta Alex. Enquanto Nick lê para Penny durante meia hora, Helen cuida de outras tarefas domésticas.
23h15: Penny e Joanna já foram para a cama, mas Alex ainda está acordado nos braços da mãe. Finalmente, ele pega no sono. “Acho que vou colocá-lo na cama”, diz Helen para Nick, que já está meio dormindo.
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Ser mãe — uma corrida de obstáculosDespertai! — 2002 | 8 de abril
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Ser mãe — uma corrida de obstáculos
Ser mãe é um empreendimento complexo e maravilhoso. As mães têm momentos preciosos que não trocariam por nada no mundo. Mas algumas às vezes se sentem como se estivessem à beira dum colapso. Helen diz que, desde que se tornou mãe, sua vida é como uma corrida de obstáculos. E parece que, à medida que o tempo passa, aumentam a quantidade e a altura dos obstáculos.
Muitas mães sacrificam seu tempo livre e a maior parte da vida social para dar toda a atenção de que os filhos precisam. “Estou sempre de plantão”, diz Esther, mãe de cinco filhos. “Troquei banhos relaxantes por duchas rápidas e jantares românticos por comida de microondas. Há viagens que nunca fiz, lugares que não conheci, coisas que deixei de lado. Mas a roupa está limpa e guardada.”
Naturalmente, a maioria das mães também menciona os momentos únicos de alegria que tiveram ao criar os filhos. Esther diz: “Um sorriso de vez em quando, palavras carinhosas, como: ‘Obrigado, mamãe’, abraços apertados . . . é por causa de coisas como essas que você não desiste.”a
Mães no mercado de trabalho
Para algumas mães, a vida ficou mais complicada porque, além de cuidar das suas responsabilidades tradicionais no lar, tiveram de arrumar emprego para ajudar no orçamento da família. Muitas delas enfrentam o obstáculo de trabalhar fora não porque querem, mas porque precisam. Sabem que, do contrário, a família e em especial os filhos seriam privados de muitas coisas. Seu salário — com freqüência mais baixo do que o de homens em cargos semelhantes — é muito importante.
Por exemplo, em São Paulo, no Brasil, as mulheres representam 42% da força de trabalho. Um jornal da cidade disse que mães que cuidam dos filhos por tempo integral são uma “espécie em extinção”. Na zona rural africana, é comum ver mães com um fardo de lenha na cabeça e uma criança amarrada nas costas.
As exigências do local de trabalho
O mercado de trabalho exige também que as mães gastem muitas horas no emprego. E não é só isso. Quando Maria, que vive na Grécia, foi contratada, seu patrão pediu que ela assinasse um documento no qual se comprometia a não ficar grávida durante três anos. Se ficasse, teria de pagar uma indenização. Maria assinou o documento. Mas cerca de um ano e meio depois, ficou grávida. O patrão mostrou o documento a Maria, que contestou na justiça a política da companhia e agora aguarda o resultado.
Nem todos os casos chegam a esse extremo, mas muitos patrões, por exemplo, pressionam as mães a voltar ao trabalho assim que possível após darem à luz. Em geral, não se concede a elas nenhuma redução na carga horária depois que voltam a trabalhar, apesar de suas novas responsabilidades para com o bebê. Se precisam tirar folgas, saem prejudicadas em sentido financeiro. Além disso, as mães têm de conviver com creches de qualidade inferior e insuficiente apoio financeiro do governo.
Mas também existem algumas mães que trabalham, não por necessidade, mas por realização pessoal. Sandra decidiu voltar a trabalhar depois do nascimento dos filhos. Ela lembra que, quando ficava sozinha em casa com o bebê, “às vezes parava, olhava pela janela e pensava: ‘O que será que o resto do mundo está fazendo?’” E não se pode negar, também, que algumas mães trabalham fora para tentar escapar um pouco do estresse da vida familiar. O jornal britânico The Daily Telegraph noticiou: “Alguns pais e mães procuram algumas horas extras de relativa calma no serviço. Isso cria um círculo vicioso, diminuindo ainda mais o tempo que gastam com os filhos, que vão ficando cada vez mais apáticos, agressivos e indisciplinados.”
Malabarismos
Não é fácil conciliar o serviço e o trabalho em casa. Uma holandesa expressa muito bem como várias mães se sentem: “Cansada, cansada e cansada. Eu já acordo cansada. Quando volto para casa do serviço, estou quebrada. As crianças dizem: ‘Mamãe está sempre cansada’, e isso faz com que eu me sinta culpada. Não quero faltar ao serviço, mas gostaria de ser aquele tipo de mãe que é boa companheira e que consegue fazer tudo. Mas sei que não sou exatamente o exemplo de perfeição que gostaria.”
Como ela, milhões de mães que trabalham fora abraçaram a idéia de que, se passassem ‘tempo de qualidade’ com os filhos, isso ajudaria a compensar suas ausências freqüentes — mas acabaram descobrindo que essa idéia deixa a desejar. Muitas mães hoje dizem que os malabarismos que fazem para lidar com o estresse do trabalho e as responsabilidades do lar as deixam sobrecarregadas, tensas e sem a devida remuneração financeira.
Quando a mulher passa muitas horas longe dos filhos, eles ficam sem o que mais precisam: tempo e atenção maternos. Fernanda Andrade Lima, psicoterapeuta infantil brasileira, comenta que ninguém pode cumprir o papel de mãe tão bem quanto a própria mãe. Ela diz: “A fase mais prejudicial são os primeiros dois anos de vida da criança. Ela ainda é muito pequena para compreender a ausência da mãe.” Outra pessoa pode amenizar a necessidade que a criança tem da mãe, mas não supre a ausência. “O bebê sente que não está recebendo afeto materno”, diz Lima.
Kathy, que trabalha por período integral e é mãe de uma menininha, disse: ‘Eu me sentia tão culpada, como se a abandonasse [na creche]. É duro sentir que você está perdendo de ver o crescimento e o desenvolvimento da sua filha, e é muito esquisito pensar que ela está mais apegada à creche do que a você.’ Uma comissária de bordo do México admitiu: “Depois de algum tempo, seu filho não a reconhece mais e não a respeita, simplesmente porque você não o está criando. Ele sabe que você é a mãe, mas de repente prefere ficar com a mulher que toma conta dele.”
Por outro lado, mães que ficam em casa por tempo integral cuidando dos filhos reclamam do olhar de pena ou de desprezo de muitas pessoas. Em algumas sociedades, acostumadas a exaltar o trabalho remunerado, ser dona-de-casa não é mais considerado um trabalho honrado, de modo que as mulheres se sentem pressionadas a ter a própria carreira, mesmo que não precisem de renda extra.
Têm de se virar sozinhas
Há mais um obstáculo que as mães têm de enfrentar: quando chegam em casa depois de trabalhar o dia inteiro, não podem descansar — precisam cuidar de suas tarefas domésticas rotineiras. Quer ela trabalhe fora quer não, em muitos lugares a mãe ainda é considerada a principal responsável por cuidar da casa e das crianças.
Embora cada vez mais mulheres tenham jornadas de trabalho mais longas, os maridos nem sempre cooperam. O jornal The Sunday Times, de Londres, escreveu: “A Grã-Bretanha é uma nação de pais ausentes, segundo uma nova pesquisa que demonstra que os homens gastam apenas uns 15 minutos por dia com os filhos. . . . Muitos homens não gostam muito de passar tempo com a família. . . . Em contraste, a mãe britânica que trabalha fora gasta uma hora e meia por dia com as crianças.”
Alguns maridos reclamam que a esposa não gosta de delegar tarefas porque insiste em que tudo seja feito exatamente como ela está acostumada a fazer. “Senão, não está bom”, dizem os maridos. É óbvio que, para se beneficiar da cooperação do marido, a dona-de-casa cansada talvez tenha de fazer algumas concessões a como certas tarefas domésticas são cuidadas. Por outro lado, o marido não deve usar esse argumento como desculpa para não ajudar em nada.
Obstáculos adicionais
Tradições antigas também podem ser obstáculos. No Japão, espera-se que, ao criar os filhos, a mãe se espelhe no modo como outras crianças da mesma idade são criadas. Se estas têm aulas de piano ou de pintura, a mãe se sente na obrigação de matricular os filhos nas mesmas aulas. As escolas pressionam os pais para que seus filhos participem nas mesmas atividades extracurriculares que outras crianças. Quando os filhos são diferentes, estão sujeitos a ser importunados por outras crianças, professores, pais de outras crianças e parentes. Algo similar acontece em outros países.
A propaganda e o consumismo podem fazer os filhos se tornarem exigentes. Em países desenvolvidos muitas mulheres acham que têm de dar aos filhos tudo o que eles querem porque vêem outras mães fazerem isso. Se não têm condições de fazê-lo, elas se consideram um fracasso.
Após essa análise de alguns obstáculos enfrentados pelas mães na atualidade, não devemos desperceber um fato: milhões de mães trabalhadoras e abnegadas fazem o melhor que podem em prol de uma das causas mais nobres que existe: criar as futuras gerações da humanidade. Isso é um privilégio. A Bíblia diz: “Os filhos são um presente do Deus Eterno; eles são uma verdadeira bênção.” (Salmo 127:3, Bíblia na Linguagem de Hoje) Miriam, mãe de dois filhos, representa muito bem essas mulheres quando diz: “Apesar dos desafios, a maternidade traz alegrias incomparáveis. É muito gratificante para nós, mães, quando vemos nossos filhos aceitar a instrução e a disciplina dada e se tornar membros responsáveis da sociedade.”
O que ajudará as mães a prezar ainda mais esse presente? O próximo artigo dará algumas sugestões práticas.
[Nota(s) de rodapé]
a Estes artigos tratam especificamente da situação de mães casadas. Um número futuro de Despertai! tratará dos desafios que enfrentam as mães solteiras ou sem cônjuge.
[Quadro na página 6]
Dia das Mães?
No sul da África, as mães têm de enfrentar terrível pobreza, falta de estudo, companheiros irresponsáveis, abusos freqüentes e a epidemia de Aids. Recentemente, no Dia das Mães, o jornal sul-africano The Citizen noticiou: “Milhares de mulheres sofrerão abusos às mãos dos companheiros e algumas perderão a vida no Dia das Mães.” Por causa de problemas como esses, anualmente milhares de mães sul-africanas abandonam seus bebês. Num período recente de dois anos, houve um aumento de 25% no número de bebês abandonados. Mais desesperador ainda é o número crescente de mulheres que se suicidam. Há pouco tempo, uma mulher que morava numa região extremamente pobre segurou os três filhos e ficou parada na frente de um trem que vinha na direção dela. Todos morreram. Para conseguir o sustento, algumas mulheres recorrem à prostituição e à venda de drogas ilegais ou incentivam as filhas a se envolver com essas coisas.
Em Hong Kong, relata-se que “algumas mães jovens matam os bebês quando dão à luz ou os jogam na lata de lixo porque não conseguem lidar com as pressões”. O jornal South China Morning Post mencionou que algumas jovens mulheres casadas, em Hong Kong, “sofrem tanto estresse [que] sua saúde mental pode se deteriorar a ponto de elas se matarem”.
[Quadro na página 7]
A situação das mães em diversos países
Falta de tempo
◯❖ Uma pesquisa em Hong Kong revelou que 60% das mães que trabalham fora acham que não dedicam tempo suficiente aos filhos. E 20% das crianças até três anos, filhos de pais que trabalham fora, vivem longe de casa durante a semana, em geral com os avós.
❖ As mulheres no México passam cerca de 13 anos de suas vidas cuidando de pelo menos um filho menor de cinco anos.
As mães e o trabalho
❖ Na Irlanda, 60% das mulheres ficam em casa para cuidar dos filhos. Na Espanha, na Grécia e na Itália, cerca de 40% das mulheres também fazem isso.
Ajuda nas tarefas domésticas
❖ No Japão, 80% das donas-de-casa disseram que gostariam que alguém da família as ajudasse nas tarefas domésticas, em especial quando elas estão doentes.
❖ Na Holanda, os homens passam cerca de 2 horas por dia com as crianças e 0,7 hora cuidando de tarefas domésticas. As mulheres gastam cerca de 3 horas com os filhos e 1,7 hora com tarefas.
Mães estressadas
❖ Na Alemanha, mais de 70% das mães se sentem estressadas. Cerca de 50% se queixam de dores na coluna ou nos discos intervertebrais. Mais de um terço estão constantemente cansadas e desanimadas. Quase 30% sofrem de dores de cabeça ou enxaquecas.
Vítimas de abusos
❖ Em Hong Kong, 4% das mulheres pesquisadas disseram que haviam sofrido abusos durante a gravidez.
❖ Em uma pesquisa feita pela revista Focus na Alemanha, quase 1 mulher em cada 6 admitiu ter sido atacada fisicamente por um filho pelo menos uma vez.
[Fotos na página 7]
As mães estão sujeitas a estresse à medida que tentam conciliar o trabalho e a vida familiar
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Como enfrentar o desafio de ser mãeDespertai! — 2002 | 8 de abril
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Como enfrentar o desafio de ser mãe
Visto que as crianças representam a nova geração, suas mães — as mulheres que moldam sua personalidade — sem dúvida merecem respeito, honra e apoio. Embora o mundo moderno não seja coerente no seu modo de encarar a maternidade, a Bíblia afirma que os filhos são uma bênção de Deus e que podem trazer muitas alegrias para os pais. (Salmo 127:3-5) Mas as Escrituras não fecham os olhos à real situação das mães. A Bíblia registra muitos dos desafios que elas têm de enfrentar.
As decisões dos pais sobre o modo de criar os filhos têm uma influência profunda e duradoura na vida e no caráter deles. Essas decisões podem provocar grandes mudanças no estilo de vida dos pais, de modo que é preciso ter cuidado ao tomá-las. Entre essas, estão questões como: A mãe deve trabalhar fora? Se deve, quanto? Quem cuidará das crianças quando ela estiver fora? No fim das contas, os pais têm de fazer o que acham ser o melhor para os filhos e o que é direito aos olhos de Deus.
Mas as mães não precisam sentir-se desamparadas quando tiverem de tomar decisões. Podem se consolar com as palavras de Isaías 40:11, que indica que Deus se interessa pelas necessidades das mães e dos bebês, a quem ele “conduzirá com cuidado”. Na Bíblia, encontram-se várias orientações que podem tornar a maternidade agradável e bem-sucedida. Essas instruções demonstram o interesse de Deus pelas mães.
❖ Seja razoável: Os cristãos devem ser conhecidos pela razoabilidade. (Filipenses 4:5) Janet Penley, que é mãe e escritora, aprendeu o valor desse princípio. “De início, eu estava cheia de expectativas”, diz ela. “Eu queria ser a melhor mãe que já existiu. Li todos os livros e escutei todos os especialistas. Mas em vez de me sentir bem-sucedida e competente, acabei me sentindo inadequada e estressada.” Ela diz que “procurar satisfazer as expectativas de outros e tentar se ajustar a algum modelo ‘ideal’ enfraquece o espírito e gera preocupação e sentimentos de culpa”.
❖ Simplifique: “Vivendo numa correria louca, as famílias se arriscam a perder . . . a essência da infância e a alegria da vida familiar”, disse a revista Newsweek. É por isso que muitas mães anseiam uma vida mais simples. Como conseguir isso? Primeiro, estabeleça prioridades, dando atenção às “coisas mais importantes”, que incluem o tempo e o cuidado pessoal de que os filhos precisam. (Filipenses 1:10, 11) Em segundo lugar, analise seu estilo de vida. Talvez tenha de deixar de lado atividades e bens que não são realmente necessários.
O que é mais importante na sua vida? É ter tudo de uma vez, ou será que alguns objetivos podem ser adiados enquanto você se empenha por outros? Carolyn, uma mãe de poucos recursos, conta como enfrenta essa situação: “Mantenho as coisas simples e corto despesas.” Gloria, mãe de três filhos, lembra: “Não tínhamos dinheiro para comprar roupas de grife, mas eu fazia roupas para as crianças e lhes dizia que essas eram muito especiais porque ninguém tinha roupas iguais.”
A Palavra de Deus diz que a pessoa que “guarda o discernimento vai achar o bem”. (Provérbios 19:8) É preciso discernimento para avaliar a infindável variedade de atividades de lazer, novidades e modismos que deixam mães e filhos aturdidos, e daí tomar uma decisão. Judith, uma mãe sul-africana, afirma: “Somos constantemente bombardeados com novos produtos, tecnologia mais moderna e serviços diferenciados.” Angela, mãe de quatro filhos, da Alemanha, conta como ela lida com esse desafio: “É preciso decidir o que é essencial e útil para você e ajudar os filhos a fazer o mesmo.”
❖ Faça as mudanças possíveis: “Guarde consigo a sensatez e o equilíbrio”, incentiva a Bíblia. (Provérbios 3:21, Nova Versão Internacional) Se atualmente você trabalha fora, será que a família não poderia viver só com o salário do seu marido? Para ajudar a responder a essa pergunta, calcule quanto você realmente ganha, depois de subtraídos os gastos com impostos, creche, transporte, roupas, restaurante e outras despesas. Também, o desconto do imposto de renda talvez seja maior se os rendimentos conjuntos do casal os colocarem num patamar mais elevado de renda familiar. Muitas mulheres ficam surpresas de descobrir que sobra muito pouco do seu salário.
Algumas mulheres passam a trabalhar menos horas ou mais perto de casa, o que talvez represente salário menor, porém, mais tempo com os filhos. Se decidir parar de trabalhar e se o seu emprego for importante para você, reforçando sua auto-estima e dando-lhe um senso de realização, pense em maneiras de ter esses efeitos positivos mesmo ficando em casa.
❖ Peça ajuda: A Palavra de Deus vez após vez mostra que um “clamor por ajuda” pode dar resultado. (Êxodo 2:23, 24; Salmo 34:15) Quando a esposa pede ajuda, o marido deve atendê-la. Com a cooperação dele, talvez seja possível dividir as tarefas domésticas para que você tenha tempo de atingir as metas que determinaram juntos, como de dar mais atenção aos filhos. Se possível, a mãe deve recorrer a parentes e amigos de confiança que partilham seus interesses e objetivos.
Muitas mães obtêm apoio valioso de concristãos na congregação local. María, mãe de três filhos, percebeu que “se achegar à congregação” é um dos modos de “Deus demonstrar amor e compaixão e mostrar que se preocupa conosco”.
❖ Tire tempo para descansar: Até Jesus, um homem perfeito e cheio de vigor, convidou os discípulos para ir ‘em particular, a um lugar solitário, e descansar um pouco’. (Marcos 6:30-32) Seu êxito como mãe depende de sua capacidade de manter o equilíbrio em épocas difíceis. É verdade que seus filhos precisam de você, mas para eles também é importante que você esteja feliz e satisfeita. Você precisa de uma quantidade razoável de descanso.
Angela, já mencionada, tem uma programação que lhe permite relaxar: “Reservo alguns momentos tranqüilos de manhã. Tiro pelo menos meia hora para mim mesma. E uma ou duas noites por semana, meu marido e eu mandamos as crianças ir para outra parte da casa e fazer algo em silêncio. Assim, temos uma hora só para nós.”
❖ Dê prioridade à espiritualidade: Já se observou que é muito mais difícil superar os desafios da maternidade quando não se tem objetivos ou prioridades. As famílias cristãs são mais felizes quando todos trabalham juntos, colocando a vontade de Deus em primeiro lugar na sua vida. O apóstolo Paulo escreveu: “A devoção piedosa é proveitosa para todas as coisas, visto que tem a promessa da vida agora e daquela que há de vir.” (1 Timóteo 4:8) Famílias devotadas a Deus e que seguem as orientações divinas encontradas na Bíblia são felizes. Mesmo que apenas um membro da família aplique os princípios bíblicos, será melhor do que se nenhum deles o fizer.
Adele, mãe cristã que trabalha fora por tempo integral, sentiu os benefícios de ter uma mentalidade espiritual. Ela diz: “Temos uma enorme quantidade de orientações e informações nas publicações baseadas na Bíblia que nos explicam o que nossos filhos estão passando e como ajudá-los. Vê-los reagir bem ao alimento espiritual que você lhes fornece faz o esforço valer a pena. Quando você nota pequenas mudanças para melhor no comportamento e no modo de pensar deles, percebe que estão aplicando as orientações e que seu esforço está tendo êxito.”a
Sem dúvida, as mães podem vencer a corrida de obstáculos que têm pela frente. O próprio Deus assegura que os esforços de mães diligentes e abnegadas que confiam nele não serão em vão. Sem dúvida, isso é muito consolador! As mães que cultivarem um relacionamento pessoal com o Criador poderão ver o cumprimento da promessa divina de ‘dar poder ao cansado’. — Isaías 40:29.
[Nota(s) de rodapé]
a As Testemunhas de Jeová já lançaram várias publicações baseadas na Bíblia, preparadas especialmente para os filhos. Entre essas estão Meu Livro de Histórias Bíblicas, Os Jovens Perguntam — Respostas Práticas e O Segredo de Uma Família Feliz.
[Quadro na página 10]
A influência da mãe sobre os filhos
Como mãe, vez por outra você talvez se pergunte que influência tem na vida dos seus filhos. Às vezes parece que colegas, professores, a mídia, os videogames e a música os influenciam muito mais do que você.
Analise o exemplo de Joquebede, mãe de Moisés. Ela vivia numa época extremamente difícil e não tinha muito controle sobre o que aconteceria com seu filho. Mas usou as oportunidades que teve para orientar o desenvolvimento dele. Primeiro, ela exerceu fé e demonstrou ter coragem, recusando-se a permitir que Moisés fosse morto. Deus recompensou sua fé: além de preservar a vida do bebê, ele também orientou os assuntos para que Joquebede servisse como ama do próprio filho. — Êxodo 1:15, 16; 2:1-10.
É evidente que Joquebede ajudou a moldar a personalidade do filho. Quando adulto, Moisés se identificou com os hebreus e o Deus deles, apesar das suas ligações com a realeza egípcia, o que comprova a influência que os pais dele tiveram durante o seu crescimento. — Hebreus 11:24-26.
Como mãe, provavelmente você tem muito mais oportunidades do que Joquebede para influenciar os seus filhos. Está aproveitando os curtos anos da infância deles para ensinar-lhes as instruções divinas? Ou permite que as práticas e atitudes comuns hoje em dia sejam as principais influências na vida deles?
[Fotos na página 10]
Envolva outros nas tarefas domésticas, reserve tempo para si mesma e dê prioridade à espiritualidade
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