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  • Como era o mundo 50 anos atrás?
    Despertai! — 1995 | 8 de setembro
    • Como era o mundo 50 anos atrás?

      TEM você idade suficiente para se lembrar de como era o mundo em 1945? Ele começava a se recuperar da Segunda Guerra Mundial, que iniciou em 1939 quando a Grã-Bretanha e a França declararam guerra à Alemanha por causa da invasão da Polônia pelos nazistas. Se é jovem demais para se lembrar disso, lembra-se da guerra na Coréia, que estourou em 1950? Ou da guerra no Vietnã, que se arrastou dos anos 50 até 1975? Ou da guerra no Kuwait, provocada pelo Iraque em 1990?

      Não lhe impressiona o fato de que numa retrospectiva da história desde a Segunda Guerra Mundial nos venha à lembrança tantas guerras adicionais que semearam a desgraça e o sofrimento para milhões de pessoas e destruíram a vida de outros tantos? Que legado deixou a Segunda Guerra Mundial para as pessoas daquele tempo?

      Efeitos da Segunda Guerra Mundial

      Cerca de 50 milhões de pessoas foram mortas na Segunda Guerra Mundial e, por volta de 1945, milhões de refugiados vagavam pela Europa tentando voltar para casa, em pequenas e grandes cidades devastadas por bombas, a fim de reconstruir a sua vida destroçada. Centenas de milhares de mulheres e de moças, especialmente na Rússia e na Alemanha, tentavam superar o trauma do estupro às mãos de exércitos invasores. Havia racionamento na maior parte da Europa — alimentos e roupa eram escassos. Centenas de milhares de soldados desmobilizados procuravam emprego. Milhões de viúvas e órfãos choravam a perda de seus maridos ou pais.

      Os judeus ainda tentavam digerir a realidade do Holocausto, que exterminou milhões deles junto com suas possibilidades de produzir novas gerações. Milhões de pessoas — da Alemanha, Estados Unidos, França, Grã-Bretanha, Rússia, e de muitas outras nações — morreram nessa guerra. Perdeu-se um enorme potencial genético a serviço de interesses políticos e comerciais de potências mundiais e seus governantes.

      Muitos países foram tão massacrados pela Segunda Guerra Mundial que sua principal prioridade tinha de ser a recuperação econômica. A falta de alimentos perdurou na Europa por vários anos depois da guerra. A Espanha, embora oficialmente neutra na Segunda Guerra Mundial, havia sido profundamente afetada pela sua própria guerra civil (1936-39) e por embargos comerciais — cupons de racionamento de alimentos ainda eram usados em junho de 1952.

      No Extremo Oriente, a lembrança das atrocidades dos japoneses ainda estava viva na memória de vítimas na Birmânia, China, Filipinas e outros países orientais. Os Estados Unidos, embora se saíssem como nação vitoriosa, sofreram a perda de uns 300.000 militares, cerca da metade destes nas zonas de guerra do Pacífico. No Japão, a pobreza, a tuberculose e longas filas de distribuição de alimento racionado foi o que restou para a população civil.

      A conclamação de Churchill

      No seu discurso de vitória, proferido em 13 de maio de 1945 ao povo britânico ao fim da Segunda Guerra Mundial na Europa, o Primeiro-Ministro Winston Churchill declarou: “Eu quisera poder dizer-vos esta noite que todas as nossas labutas e dificuldades acabaram. . . . Preciso alertar-vos . . . que ainda há muito o que fazer, e que deveis estar preparados para mais esforços da mente e do corpo, e para mais sacrifícios em favor de grandes causas.” Com boa previsão, esperando a expansão do comunismo, ele disse: “No continente europeu ainda temos de nos certificar de que . . . as palavras ‘liberdade’, ‘democracia’ e ‘libertação’ não sejam distorcidas do legítimo significado que sempre lhes atribuímos.” Daí, ele fez uma conclamação desafiadora: “Avante, resolutos, inabaláveis, indômitos, até que a tarefa inteira seja cumprida e o mundo inteiro esteja seguro e livre [de guerras e opressões].” — O grifo é nosso.

      Meio século de conflitos e mortes

      Num discurso proferido em 1992, o secretário-geral da ONU, Boutros Boutros-Ghali admitiu que “desde a criação das Nações Unidas, em 1945, mais de 100 grandes conflitos ao redor do mundo fizeram cerca de 20 milhões de mortos”. Elevando ainda mais o saldo de mortos, a revista World Watch declarou: “Este tem sido o século menos pacífico da História.” A mesma fonte atribui a certo pesquisador as palavras: “Mais pessoas foram mortas por guerras neste século do que em toda a história humana anterior em conjunto. Cerca de 23 milhões dessas mortes foram infligidas depois da Segunda Guerra Mundial.”

      O jornal The Washington Post, porém, publicou ainda outra estimativa: “Desde o fim da Segunda Guerra Mundial foram travadas cerca de 160 guerras ao redor do globo, com mais de 7 milhões de mortes em campos de batalha e 30 milhões de civis. Além disso, há os feridos, os estuprados e os feitos refugiados.” Isso não inclui os milhões de vítimas de crimes violentos, em toda a Terra, nos últimos 50 anos!

      Agora, em 1995, ainda há conflitos mortíferos fomentados por ódios ardentes e que matam não só soldados mercenários, mas também milhares de civis na África, nos Bálcãs, no Oriente Médio e na Rússia.

      Pode-se, portanto, dizer que 50 anos depois de 1945 ‘o mundo inteiro é seguro e livre’ de guerras e opressões? Que progresso fez a humanidade em tornar a Terra um lugar adequado e seguro para viver? O que aprendemos em 50 anos? Progrediu a humanidade nas coisas realmente importantes — valores, moral, ética? Os dois artigos seguintes responderão a essas perguntas. Um quarto artigo abordará as perspectivas futuras de todos nós na nossa aldeia global.

      [Quadro na página 4]

      Recordações da era pós-Segunda Guerra Mundial

      Um inglês, agora na casa dos 60, recorda-se: “Em fins dos anos 40, não tínhamos televisão em casa. O rádio era o principal estímulo à nossa imaginação. Visto que eu ainda freqüentava a escola, a leitura e os deveres de casa me ocupavam a mente. Eu ia ao cinema mais ou menos uma vez por mês. Aos sábados, eu pedalava vários quilômetros para ir ver meu time de futebol jogar. Relativamente poucas famílias podiam ter carro ou telefone. Como outros milhões na Grã-Bretanha, não tínhamos banheiro completo. A privada ficava fora da casa, e a banheira na cozinha, que servia também de quarto de banho. Durante a guerra, havíamos subsistido com refeições à base de alimentos desidratados — ovos, leite e batatas em pó. Frutas, como laranjas e bananas, eram um luxo esporádico. A sua chegada no mercado local levava todo mundo a correr para fazer fila e adquirir a sua porção determinada. Muitas mulheres tinham de trabalhar em fábricas de armamentos. As pessoas mal podiam imaginar as incríveis mudanças que ocorreriam — um mundo de TVs, vídeos, computadores, espaços cibernéticos, fax, vôos espaciais e engenharia genética.”

  • 1945-1995: 50 anos de progresso?
    Despertai! — 1995 | 8 de setembro
    • 1945-1995: 50 anos de progresso?

      TEM visto melhoras na sua qualidade de vida nos últimos 50 anos?a Considere a medicina. Em alguns países, como Canadá, Cuba, Grã-Bretanha e Suécia, a implantação do programa de seguridade, com seu sistema de medicina socializada, garantiu que, independentemente da condição financeira do paciente, médicos e hospitais estejam disponíveis a todos.

      Por falta de espaço, não abordaremos todos os aspectos do progresso ou das mudanças ocorridas na última metade do século.

      Mesmo algumas das nações em desenvolvimento melhoraram os padrões de saúde de seus cidadãos. A revista JAMA, da Associação Médica Americana, reconheceu que “alguns ministros da saúde do Terceiro Mundo lograram êxito em prover assistência médica básica a todos a um custo que seus países podem suportar. . . . Fez-se notável progresso em reduzir a mortalidade infantil na China, Costa Rica, Sri Lanka e no estado indiano de Kerala”.

      Progresso material

      Materialmente falando, em comparação com a situação econômica que existia em 1945, muitos estão em condições bem melhores em 1995. Muitos que 50 anos atrás só podiam ter o essencial hoje têm carro, televisão, videocassete, som a laser, geladeira, telefone celular e outros produtos da vida moderna. Talvez você seja um desses milhões.

      Como explicam os autores da série de livros A History of Private Life, “por trinta anos depois da Segunda Guerra Mundial a França [além de outros países europeus] teve um firme crescimento econômico, que, embora não eliminasse as distinções de classe, trouxe nova prosperidade para todos os níveis sociais. Com uma casa ‘adequada’, um automóvel ‘modesto’ e um aparelho de TV, além das acrescentadas vantagens da seguridade social e medicina moderna, cada qual pode desfrutar, se não um paraíso na Terra, pelo menos uma existência tolerável”.

      Mas, perguntamos: será que possuir mais bens materiais significa que a situação das pessoas é melhor em todos os sentidos? Significa o acúmulo de benefícios materiais que a vida automaticamente é melhor ou mais segura? Mais bens para alguns ainda deixa muitos pobres sem as necessidades da vida. Isto aumenta as tentações para furtos, assaltos, fraudes e outros crimes mais violentos. Alguns pobretões estão decididos a se tornar ricaços a todo custo. Por exemplo, na cidade de Nova York, mais de 100.000 carros são roubados por ano. Benefícios materiais não garantem uma vida mais segura.

      Tem havido melhoras em outros campos, ainda que não tanto quanto alguns gostariam.

      Mulheres: naquele tempo e hoje

      A Segunda Guerra Mundial deu ímpeto a um novo papel para algumas mulheres. Muitas estavam acostumadas a ser mães e donas-de-casa, enquanto o marido era o ganha-pão. A Segunda Guerra Mundial mudou tudo isso. Os homens foram à guerra, e suas esposas de repente trabalhavam em fábricas de armamentos ou em outros empregos deixados vagos pelos homens. Em tempos mais recentes, algumas entraram para as forças armadas e aprenderam a matar. Milhões de mulheres tornaram-se arrimo de família e sentiram o gosto de um estilo de vida diferente com sua independência financeira. Esta foi a pequena fresta que aos poucos abriu a porta para as “mulheres liberadas” de hoje. Na sua luta pela igualdade, algumas mulheres dizem que em muitos países ainda há um longo caminho a percorrer. Elas dizem que existe uma “cobertura de vidro” que impede a ascensão delas em muitas carreiras.

      Migrações em massa criam problemas

      Outra enorme mudança ocorrida nos últimos 50 anos é o abandono da vida no campo e na lavoura em busca de uma vida melhor na cidade. Alguns realizaram esse sonho. Mas, em que resultou isso para muitos outros?

      Todos os anos milhões migram para cidades já superpovoadas, onde as moradias são insuficientes e caras. Um resultado? Favelas, que viram focos de doença, crime e desestabilização política. Essas moradias rústicas, muitas vezes feitas de sucatas de papelão, madeira ou chapas de zinco, são os barracos, barracas ou chabolas (espanhol), que abrigam as classes menos favorecidas do mundo. Essas favelas, ou gecekondu (“construído numa noite”, em turco), são uma incontestável realidade da vida — seja na África, na Índia, na América do Sul ou em qualquer outra parte.

      O presente e o futuro para alguns países africanos

      Que dizer da África? Dois médicos deram o seguinte título a um artigo que escreveram na revista JAMA: “A África no precipício: futuro ominoso, porém ainda não sem esperança”. Eles reconheceram que as condições políticas e sociais na maior parte da África apresentam uma situação potencialmente explosiva. Escreveram: “Para a África subsaariana [área que abrange 45 países], os últimos 20 anos foram desastrosos. A região tem sido assolada por fomes, secas, guerras civis, corrupção política, Aids, rápido aumento de população, menos produção de alimentos, degradação ambiental . . . Os especialistas predizem com unanimidade que mais decadência econômica, pobreza e sofrimentos são inevitáveis, pelo menos a curto prazo.” O mesmo artigo informa que 32 dos 40 países mais pobres do mundo ficam na África subsaariana.

      E o que dizer do atual clima moral do mundo? O próximo artigo abordará brevemente o “progresso” neste respeito.

      [Nota(s) de rodapé]

      a Por falta de espaço, não abordaremos todos os aspectos do progresso ou das mudanças ocorridas na última metade do século.

  • Como está o mundo hoje?
    Despertai! — 1995 | 8 de setembro
    • Como está o mundo hoje?

      VOCÊ que tem suficiente idade para se lembrar de 1945 viu alguma mudança nos costumes e na moral? Milhões aceitaram a “nova moralidade”, que supostamente oferece maior liberdade. Mas, a que preço?

      Um homem de 70 anos, que serviu na marinha americana durante a Segunda Guerra Mundial, declarou: “Nos anos 40 havia bem mais confiança entre as pessoas, e os vizinhos ajudavam uns aos outros. Onde morávamos, na Califórnia, nem era preciso trancar as portas. Não havia crimes de rua e, com certeza, nenhuma violência armada nas escolas. Agora, a confiança entre as pessoas praticamente desapareceu.” Qual é a situação hoje na parte do mundo em que você vive? Relata-se que, na cidade de Nova York, metade dos adolescentes com mais de 14 anos portam armas. Em algumas escolas usam-se detectores de metal para prevenir a entrada de canivetes, estiletes e revólveres. Anualmente, cerca de um milhão de adolescentes nos Estados Unidos engravidam, e uma dentre três provoca aborto. Há meninas que já são mães — crianças tendo bebês.

      O poderoso lobby em favor dos gays e lésbicas atua tão bem na promoção desse estilo de vida que cada vez mais pessoas o toleram ou adotam. Mas, junto com outros, eles também têm pago um alto preço em forma de doenças e morte causadas por doenças sexualmente transmissíveis, como a Aids. A epidemia da Aids disseminou-se entre a população heterossexual e os consumidores de drogas. Tem desferido um golpe mortal por toda a África, Europa, América do Norte e do Sul. E não há fim à vista.

      A obra A History of Private Life declara: “Violência, alcoolismo, drogas: estas são as principais formas de comportamento transviado na sociedade sueca.” Essa declaração condiz com a realidade da maioria dos países no mundo Ocidental. Com o colapso dos valores religiosos, tem havido uma enxurrada de degradação moral mesmo entre muitos clérigos.

      Abuso de drogas: naquele tempo e agora

      Nos anos 40, o abuso de drogas era praticamente desconhecido da população em geral no Ocidente. As pessoas já haviam ouvido falar em morfina, ópio e cocaína, é verdade, mas apenas um grupo relativamente pequeno abusava dessas drogas. Não havia barões da droga nem traficantes, como hoje. Não havia vendedores de drogas nas esquinas de rua. Mas, qual é a situação em 1995? Muitos leitores sabem a resposta pelo que vivenciam na sua própria comunidade. Assassinatos relacionados com drogas estão virando uma ocorrência diária em muitas das principais cidades do mundo. Políticos e juízes ficam subjugados a poderosos barões da droga que podem ordenar e executar o assassinato de qualquer pessoa influente que não coopere. A história recente da Colômbia e suas conexões da droga são prova disso.

      O flagelo das drogas ceifa anualmente cerca de 40.000 vidas, só nos Estados Unidos. Este problema obviamente não existia em 1945. Não é de admirar que, depois de décadas de tentativas da parte de governos de erradicar o abuso de drogas, Patrick Murphy, ex-chefe de polícia da cidade de Nova York, escrevesse um artigo para o Washington Post com o título “A guerra contra as drogas acabou: as drogas venceram”! Ele disse que “o comércio de drogas . . . está agora entre os mais bem-sucedidos empreendimentos nos [Estados Unidos], com lucros que podem chegar a 150 bilhões de dólares este ano”. O problema é colossal e parece insolúvel. O abuso de drogas tem uma crescente clientela e, como em muitos outros vícios, seus clientes são viciados. É uma indústria que sustenta a economia de várias nações.

      John K. Galbraith, professor de economia, escreveu em seu livro The Culture of Contentment: “O tráfico de drogas, tiros a esmo e outros crimes, bem como a desorientação e desintegração da família são hoje aspectos da vida cotidiana.” Ele diz que certas comunidades de grupos minoritários, em muitas das grandes cidades americanas, “são agora centros de terror e de desespero”. Ele escreve que “pode-se esperar mais ressentimentos e convulsões sociais”. Por quê? Porque, diz ele, os ricos ficam cada vez mais ricos e os pobres — “a subclasse”, cujo número está aumentando — ficam cada vez mais pobres.

      Os tentáculos do crime internacional

      Atualmente, sobram evidências de que grupos criminosos estão espalhando a sua influência no mundo inteiro. Por anos, o crime organizado, com suas “famílias”, tem tido seus vínculos entre a Itália e os Estados Unidos. Mas agora o secretário-geral da ONU, Boutros Boutros-Ghali, tem alertado que “o crime organizado em escala transnacional . . . zomba de fronteiras e torna-se uma força universal”. Disse ele: “Na Europa, na Ásia, na África e na América, as forças das trevas estão ativas e nenhuma sociedade é poupada.” Ele disse também que “o crime transnacional . . . mina os próprios fundamentos da ordem democrática internacional. Perverte o clima comercial, corrompe líderes políticos e mina os direitos humanos”.

      O mapa mudou

      Vaclav Havel, presidente da República Tcheca, disse num discurso na Filadélfia, EUA, que os dois mais importantes acontecimentos políticos na segunda metade do século 20 foram o colapso do colonialismo e a queda do comunismo na Europa Oriental. A comparação de um mapa de 1945 com um de 1995 logo aponta as convulsões que têm ocorrido no cenário mundial, em especial na África, na Ásia e na Europa.

      Compare a situação política dessas duas datas. Nos decorridos 50 anos, o comunismo atingiu seu apogeu e acabou renegado na maioria dos ex-países comunistas. Nessas nações, o governo totalitário cedeu lugar a alguma forma de “democracia”. Contudo, muitos estão sofrendo os efeitos da transformação de sua sociedade numa economia de mercado. O desemprego se alastra e, em muitos casos, o dinheiro perde o valor. Em 1989, o rublo russo valia US$ 1,61. Quando esta matéria foi escrita, eram precisos mais de 4.300 rublos para igualar um dólar!

      Segundo a revista Modern Maturity existem hoje cerca de 40 milhões de russos que vivem abaixo da linha de pobreza. Certa senhora russa disse: “Não podemos nem morrer. Não dá para pagar o enterro.” Mesmo um funeral simples custa uns 400.000 rublos. Corpos não-sepultados se amontoam nos necrotérios. Ao mesmo tempo, convém lembrar que mais de 36 milhões de americanos vivem abaixo da linha de pobreza nos Estados Unidos.

      O correspondente financeiro do Guardian Weekly, Will Hutton, escreveu a respeito dos problemas da Europa Oriental. Sob o título “Começa a era da ansiedade”, ele declarou: “O colapso do comunismo e o recolhimento da Rússia ao seu menor tamanho desde o século 18 são eventos cujas implicações ainda não conhecemos bem.” Cerca de 25 novos Estados substituíram o ex-Império Soviético. Ele diz que “o júbilo com que foi recebido o colapso do comunismo virou agora crescente ansiedade quanto ao futuro. . . . O mergulho na anarquia econômica e política é cada vez mais provável — e a Europa Ocidental não pode esperar permanecer imune”.

      Com um enfoque tão pessimista, não é surpresa que Hutton conclua seu artigo dizendo: “O mundo precisa de uma bússola melhor do que meros apelos em favor da democracia e da economia de livre mercado — mas não há nenhuma ao seu alcance.” Portanto, onde podem as nações encontrar uma solução? Veja no próximo artigo.

      [Quadro/Foto na página 10]

      A ONU desde 1945

      Por que a ONU, criada em 1945, tem sido incapaz de evitar tantas guerras? O secretário-geral Boutros Boutros-Ghali declarou em seu discurso “Agenda para a paz”: “As Nações Unidas ficaram impotentes para lidar com muitas dessas crises por causa dos vetos — 279 deles — apresentados no Conselho de Segurança, o que era um vivo reflexo das divisões existentes naquele período [da Guerra Fria entre os governos capitalistas e comunistas].”

      Significa isso que a ONU não tem tentado manter a paz entre as nações? Tem tentado, sim, mas a um custo elevado. “Treze operações mantenedoras de paz foram organizadas de 1945 a 1987; 13 outras desde então. Calculadamente 528.000 militares, policiais e civis já haviam servido sob a bandeira das Nações Unidas até janeiro de 1992. Mais de 800, de 43 países, já morreram a serviço da Organização. Os custos dessas operações já somavam uns 8,3 bilhões de dólares em 1992.”

      [Crédito]

      Tanque e míssil: foto do U.S. Army

      [Quadro na página 11]

      Televisão

      Educadora ou corrompedora?

      Relativamente poucas casas tinham televisão em 1945. Ela ainda estava na sua fase primitiva de imagens em preto e branco. Hoje, a TV é uma tolerada ladra de tempo e intrusa em quase todas as casas dos países desenvolvidos e em todas as vilas e aldeias de países em desenvolvimento. Embora a minoria dos programas sejam educativos e edificantes, a maioria são degradantes para os valores de moral e atendem aos instintos mais baixos do público. Com a popularização de fitas de vídeo, a exploração da pornografia e de filmes impróprios para menores apenas aceleram a morte do bom gosto e da moral sadia.

      [Foto na página 9]

      As guerras, como a do Vietnã, custaram mais de 20 milhões de vidas, desde 1945

  • 1995: como será o nosso futuro?
    Despertai! — 1995 | 8 de setembro
    • 1995: como será o nosso futuro?

      “O mundo precisa de uma bússola melhor do que meros apelos em favor da democracia e da economia de livre mercado — mas não há nenhuma ao seu alcance.” − Will Hutton, Guardian Weekly.

      DO PONTO de vista humano, essa declaração pode parecer correta. Parece que o mundo carece de uma bússola confiável que aponte na direção da paz, segurança, justiça, eqüidade e bom governo. O homem já testou praticamente todo tipo de governo, de monarquias a repúblicas, de ditaduras a democracias, mas, ainda assim, constata que seu mundo é, a bem dizer, ingovernável. Que direção devia ele agora tomar?

      Apresenta-se uma escolha: a descida para um mundo de ainda mais violência, crime, corrupção, injustiça, hipocrisia religiosa e política, ódio nacionalístico e exploração dos pobres. Alguns dizem que este é o caminho que leva à anarquia. Ou então a árdua e abnegada escalada para um mundo melhor com base na solução de Deus para o problema de governo, apresentada na Bíblia. É árdua porque exige coragem moral, sacrifício pessoal, um conceito espiritual da vida e crença num Deus de propósitos. Mas, para que a escalada dê certo, é preciso que o homem seja humilde — humilde perante seu Criador. Precisa recorrer a Deus em busca dum governo justo. O apóstolo cristão Pedro aconselhou: “Humilhai-vos, portanto, sob a mão poderosa de Deus, para que ele vos enalteça no tempo devido, ao passo que lançais sobre ele toda a vossa ansiedade, porque ele tem cuidado de vós.” — 1 Pedro 5:6, 7; Revelação (Apocalipse) 4:11.

      Quem acende o estopim do ódio?

      O homem sozinho não pode mudar o mundo para o bem permanentemente — os elementos egoístas e vis são numerosos demais, poderosos demais. O profeta Jeremias estava certo quando escreveu: “Bem sei, ó Jeová, que não é do homem terreno o seu caminho. Não é do homem que anda o dirigir o seu passo.” (Jeremias 10:23) Sem Deus, o homem não pode dirigir bem os seus passos em benefício da inteira família humana. Por que não? Porque, além de nossa imperfeição herdada, há aquele inimigo invisível, Satanás, sempre pronto para acender o estopim, como fez em Ruanda, lançando as pessoas num conflito sangrento. — Gênesis 8:21; Mateus 4:1-11.

      Para acender o estopim do preconceito, do ódio e do assassinato no coração e na mente das pessoas, Satanás costuma impingir às nações conceitos de superioridade nacional, tribal e religiosa. Essa educação arraigada no ódio é inculcada desde a infância por pais cujas mentes estão bloqueadas nisso, muitas vezes por séculos de tradição. Daí, essa tradição é reforçada por sistemas escolares e ensinos religiosos. Assim, milhões são criados com ódio e preconceito nos seus corações. São condicionados, sofrem lavagem cerebral desde a infância, para se virar contra o seu semelhante às ordens de demagogos políticos e religiosos inescrupulosos. A repetição de lemas e mensagens irracionais pode ser o estopim de um fogo descontrolado que termina numa “faxina étnica” ou num pogrom.

      Indicando o que pode acontecer no futuro próximo, Martin van Creveld, historiador militar em Israel, escreveu em The Transformation of War (A Transformação da Guerra): ‘Da posição avantajada do presente, vêem-se todos os indicativos de que os fanatismos religiosos cumprirão um papel maior na motivação de conflitos armados’ no Ocidente do que em qualquer outra época “nos últimos 300 anos”. Assim, a religião, em vez de ser uma força em prol da paz e de uma maior espiritualidade da humanidade, perpetua seu papel histórico de provocar ódios, conflitos e matanças.

      Prometido um futuro diferente

      Para que as pessoas se habilitem para a vida num novo mundo justo, é preciso que participem do cumprimento da profecia de Isaías: “Ele [Jeová] nos instruirá sobre os seus caminhos e nós andaremos nas suas veredas . . . E ele certamente fará julgamento entre as nações e resolverá as questões com respeito a muitos povos. E terão de forjar das suas espadas relhas de arado, e das suas lanças, podadeiras. Não levantará espada nação contra nação, nem aprenderão mais a guerra.” — Isaías 2:3, 4.

      Quem cumpre hoje essa magnífica profecia no mundo inteiro? Quem, em Ruanda, preferiu morrer a matar concrentes de outra tribo? Quem preferiu morrer nos campos de concentração nazistas a servir nos exércitos de Hitler? Quem, em muitos países, preferiu cumprir penas de prisão a receber adestramento militar? São aqueles em quem se cumpre Isaías 54:13: “E todos os teus filhos serão pessoas ensinadas por Jeová e a paz de teus filhos será abundante.”

      As Testemunhas de Jeová no mundo inteiro têm essa paz porque sempre aceitaram os ensinos de Jeová contidos na sua Palavra, a Bíblia. Elas seguem os ensinos e o exemplo de Jesus Cristo. E o que disse ele? “Eu vos dou um novo mandamento, que vos ameis uns aos outros; assim como eu vos amei, que também vos ameis uns aos outros. Por meio disso saberão todos que sois meus discípulos, se tiverdes amor entre vós.” (João 13:34, 35) As Testemunhas de Jeová praticam esse amor a tal ponto que, embora se componham de ex-católicos e ex-protestantes, elas agora trabalham unidas na Irlanda do Norte. Embora fossem inimigos religiosos no passado, servem agora lado a lado como cristãos em Israel, no Líbano e em outros países. Não mais aprendem a guerrear. Como tudo seria diferente se todas as pessoas no mundo aplicassem as palavras de Jesus na sua vida!

      As Testemunhas de Jeová acreditam na proximidade do novo mundo prometido por Deus, um mundo que será dirigido por um governo celestial. Que base têm para uma esperança tão positiva?

      A prometida ação decisiva de Deus

      Na sua Palavra, a Bíblia, Deus promete um governo justo para toda a humanidade obediente. Por meio de seu profeta Daniel, ele profetizou que, no tempo do fim do presente sistema, estabeleceria um governo permanente e justo. “Nos dias daqueles reis o Deus do céu estabelecerá um reino que jamais será arruinado. E o próprio reino não passará a qualquer outro povo. Esmiuçará e porá termo a todos estes reinos, e ele mesmo ficará estabelecido por tempos indefinidos.” (Daniel 2:44) Trata-se do mesmo Reino que Cristo ensinou seus seguidores a pedir, na sua famosa oração: “Nosso Pai nos céus, santificado seja o teu nome. Venha o teu reino. Realize-se a tua vontade, como no céu, assim também na terra.” — Mateus 6:9, 10.

      O que pedimos a Deus nessa oração é que ele cumpra as suas promessas relacionadas com o seu governo justo. E sabemos que Deus não pode mentir. Paulo falou da “vida eterna que Deus, que não pode mentir, prometeu antes dos tempos de longa duração”. (Tito 1:2; Hebreus 6:17, 18) E o que prometeu Deus? O apóstolo Pedro responde: “Há novos céus e uma nova terra que aguardamos segundo a sua promessa, e nestes há de morar a justiça.” — 2 Pedro 3:13; Isaías 65:17; Revelação 21:1-4.

      Antes que se possa desfrutar plenamente desse governo justo aqui na Terra, é preciso uma grande operação de limpeza. Profecias bíblicas convergem indicando que tal ação de livrar o mundo da presença de Satanás e de suas forças iníquas ocorrerá em breve. (Veja Mateus, capítulo 24; Lucas, capítulo 21 e Marcos, capítulo 13.) Este ato final de limpeza é chamado de batalha do Armagedom, “a guerra do grande dia de Deus, o Todo-poderoso”. — Revelação 16:14, 16.

      Apesar do que muitos possam pensar, o ano 2000 não é significativo. Afinal, essa data vale apenas para a cristandade. Outras culturas têm seus próprios sistemas de datação. O significativo é que agora é o tempo de a pessoa recorrer a Deus e à sua Palavra, para comprovar por si mesma qual é “a boa, e aceitável, e perfeita vontade de Deus”. (Romanos 12:1, 2) O que importa é que agora é tempo de escolher — caminhar para um futuro abençoado por Deus, ou continuar na trilha de frustrações do mundo de Satanás. Incentivamo-lo a escolher o caminho de Deus. Escolha a vida! — Deuteronômio 30:15, 16.

      [Destaque na página 14]

      “Há novos céus e uma nova terra que aguardamos segundo a sua promessa.” — 2 Pedro 3:13

      [Foto na página 13]

      Somente sob o governo do Reino de Deus poderão as nações transformar suas espadas em relhas de arado

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