Jeová — simplesmente Grandioso!
IMPONENTE, magnífico, esplêndido, admirável, nobre, elevado. Estes são apenas alguns dos muitos sinônimos para a palavra “grandioso”, alistados num dicionário popular. E, na verdade, qualquer um destes poderia ser usado para descrever o “Grandioso Criador”, como Jeová é chamado em Eclesiastes 12:1.
‘Mas, espere um pouco’, talvez diga, ‘a tradução da Bíblia que possuo não usa esta palavra descritiva “grandioso”’. Está certa a Tradução do Novo Mundo em usá-la?
Este de modo algum é um exemplo de acréscimo à Palavra de Deus — algo que ela expressamente condena. (Deuteronômio 4:2; 12:32; Provérbios 30:6; Revelação 22:18) Antes, trata-se duma tentativa de transmitir em português moderno o sentido exato e completo do texto hebraico original. A tradução “Criador”, embora basicamente correta, não é suficientemente abrangente. Uma nota ao pé da página sobre este texto na edição com referências da Tradução do Novo Mundo, em inglês, explica: “‘Teu Grandioso Criador.’ Hebr[aico]: Boh·re‘eí·kha. No hebr[aico] é o particípio do verbo ‘criar’ no pl[ural], para denotar grandiosidade ou excelência.”
De modo que os escritores bíblicos, sob inspiração divina, às vezes usaram formas verbais ou substantivos pluralizados para descrever a Deus. Isto não significa, porém, que eles criam num Deus pluralizado ou talvez trino. Ao contrário. “Para nós há realmente um só Deus, o Pai”, escreveu o apóstolo Paulo, acrescentando, “e há um só Senhor, Jesus Cristo”. (1 Coríntios 8:6) O uso que fizeram do plural visava simplesmente destacar a posição incomparável de Jeová. Ele é imponente, magnífico, esplêndido, admirável, nobre e elevado — tudo isso e muito mais. Sim, dito de modo simples, ele é grandioso!
Deus, um Criador e Instrutor Por Excelência
“Pois quem, no céu nublado, pode ser comparado a Jeová?”, perguntou o salmista. “Quem entre os filhos de Deus pode assemelhar-se a Jeová?” (Salmo 89:6) Nem mesmo o Filho primogênito que serviu na criação qual Seu “mestre-de-obras” pode igualar-se ao grau de grandeza de Jeová. Ele mesmo admitiu isto, dizendo na terra quando era o homem Jesus Cristo: “O Pai é maior do que eu.” (João 14:28) E, apesar de ser o “mestre-de-obras” de seu Pai, ele nunca reivindicou o título de concriador. Ele glorificou a Deus como o único e exclusivo Criador. — Veja Gênesis 1:26, 27; Provérbios 8:30 e Mateus 19:4.a
Jeová não é apenas um poderoso, ou deus, dos quais existem muitos, mas ele é o Deus Todo-poderoso, único. (Salmo 82:6; Revelação 11:17) Em vista desta categoria ímpar, é muito apropriado referir-se a ele como “o grandioso Deus”. Foi assim que o profeta Daniel o chamou quando convocado para interpretar um sonho que o Rei Nabucodonosor teve. Ele disse: “O próprio grandioso Deus tem dado a conhecer ao rei o que há de acontecer depois disso. E o sonho é certo e a sua interpretação é fidedigna.” Ao que o rei respondeu: “Verdadeiramente, vosso Deus é Deus de deuses e Senhor de reis, e Revelador de segredos.” — Daniel 2:45, 47.
Um Grandioso Deus, com capacidade de prever o futuro e revelar segredos, obviamente é capaz de guiar o seu povo corretamente, ensinando-o a evitar perigos. Ele é um Instrutor sem igual, o “Grandioso Instrutor”, como Isaías 30:20, 21 o chama. Isto é assim, primeiro, devido à sabedoria máxima incorporada no que ele ensina. Por exemplo, Deus forneceu avisos que alertaram Seu povo aos perigos inerentes no tabaco, no abuso de drogas, na transfusão de sangue e na imoralidade sexual muito antes de estes serem plenamente reconhecidos por cientistas e médicos.b
Em segundo lugar, ele é sem igual em seu método de ensino. Este é sempre positivo, administrado dum modo amoroso, com paciência e perfeita compreensão das necessidades e capacidades individuais do estudante. É, pois, muito eficaz. Não é de admirar que um antigo servo de Deus certa vez perguntasse, a título de comparação: “Eis que o próprio Deus age de modo elevado com o seu poder; que instrutor há semelhante a ele?” — Jó 36:22.
Rei, ‘Aquele que faz’, e Amo
Jerusalém, sede de governo da teocracia prefigurativa, de Jeová, foi chamada de “a vila do grandioso Rei”. (Salmo 48:1, 2) O Salmo 135:21 identifica este “grandioso Rei” como “Jeová, que reside em Jerusalém”. (Veja também Salmo 47:8; Mateus 5:35.) Naturalmente, qual Soberano universal num trono celestial, o Grandioso Rei nunca residiu literalmente em Jerusalém, mas, os reis humanos que reinaram quais Seus representantes residiram ali. — Salmo 10:16; 29:10; Jeremias 10:10; Daniel 4:34.
Agora, desde 1914, Jeová de novo reina por meio de um Rei representativo, desta vez seu Filho, Cristo Jesus, empossado na “Jerusalém celestial”. (Hebreus 12:22; Revelação 11:15; 12:10) Seu Reino messiânico firmará permanentemente a legitimidade da soberania de Jeová e livrará o universo de todos os desafiadores da regência do Grandioso Rei.
Segundo Jó 35:10, Salmo 149:2 e Isaías 54:5, Jeová é também o ‘Grandioso que faz’. Os dois últimos textos referem-se a Jeová fazer de Israel uma nação para servir aos interesses dele. Assim, além de poder criar, Jeová tem também a capacidade de fazer com que suas criações se tornem o que quer que ele deseje, para que Seus propósitos se cumpram. Isto se harmoniza com o próprio significado do nome divino: “Ele Causa Que Venha a Ser.”
Tal Grandioso Rei e ‘Grandioso que faz’ é digno de nossa confiança. Mais ainda, ele é digno de nosso amor, devoção e — acima de tudo — de nossa adoração. Ele merece ser chamado de nosso Grandioso Amo. (Oséias 12:14) Devemos evitar agir como o infiel Israel, que prefigurou a hodierna cristandade. Sobre tais apóstatas, Malaquias escreveu: “‘O filho, da sua parte, honra o pai; e o servo, seu grandioso amo. Portanto, se eu sou pai, onde está a honra dada a mim? E se eu sou um grandioso amo, onde está o medo de mim?’ disse Jeová dos exércitos a vós, sacerdotes, que desprezais o meu nome.” (Malaquias 1:6) Devemos honrar o nosso “grandioso Amo” com temor piedoso, não desprezar o seu nome por tentar ocultá-lo — como certos modernos tradutores têm feito — ou erradicá-lo da Bíblia como se fosse vergonhoso mencioná-lo. Ao contrário, devemos orgulhar-nos de usá-lo ao nos identificar quais Suas testemunhas.
Pleno Reconhecimento da Grandiosidade de Jeová
Deus é a personificação do amor, bem como de todas as outras qualidades boas e positivas. (1 João 4:8) Assim, não nos surpreende que Isaías descreva a este “verdadeiro Deus, Jeová, o Criador dos céus”, simplesmente como “o Grandioso”. Ele é a própria personificação da grandiosidade. — Isaías 42:5.
Se o reconhecermos plenamente como Grandioso Rei que desde 1914 reina num sentido muito especial, nós manteremos estrita neutralidade cristã nos assuntos políticos. Evitaremos tomar partido, mesmo passivamente. E, de modo positivo, apoiaremos o governo de Deus por ‘buscarmos primeiro o reino e a sua justiça’, por pregarmos ativamente “estas boas novas do reino” a outros. — Mateus 6:33; 24:14.
Se o reconhecermos plenamente como Grandioso Amo, evitaremos contradizer em palavras e ações o Seu modo aprovado de fazer as coisas. Nós o obedeceremos prontamente. Devido à sua posição ímpar qual Grandioso Deus, Grandioso Criador e ‘Grandioso que faz’, apreciaremos o seu direito à devoção exclusiva. Não relutaremos quanto a obedecer seus requisitos, nem mesmo os que talvez nos pareçam restritivos demais. Aceitaremos prontamente seus arranjos para manter a paz e a união na congregação e em nossas famílias. — Veja Hebreus 13:17; Efésios 6:1-3.
Se o reconhecermos plenamente como Grandioso Instrutor, não poremos em dúvida nem criticaremos os métodos de instrução que a classe do “escravo fiel e discreto” de Jeová usa atualmente. Em vez disso, apoiaremos as ações disciplinares que às vezes são necessárias no processo de instrução, e ao mesmo tempo tentaremos derivar o máximo de benefício possível das excelentes publicações para o ensino que a organização visível de Deus provê. — Mateus 24:45-47.
Sim, em suma, se reconhecermos plenamente a Jeová como o Grandioso, estaremos ansiosos de agarrar toda oportunidade para servi-lo. Poder, fama e riqueza, conforme desfrutados por políticos, personalidades do mundo artístico, ou capitalistas, nada são quando comparados ao privilégio de estar a serviço do Grandioso.
Muitos talvez se disponham a aceitar a Jeová qual seu Criador e Aquele que os fez. Mas, quando se trata de aceitá-lo qual seu Deus, seu Instrutor, seu Rei e seu Amo — eles se rebelam. Que nunca cometamos este erro. Lembre-se, quer seja como Criador, ‘Aquele que faz’, Deus, Instrutor, Rei ou Amo, Jeová é imponente, esplêndido, magnífico, admirável, nobre, elevado — tudo isto e muito mais. Sim, Jeová é simplesmente grandioso!
[Nota(s) de rodapé]
a É significativo que Gênesis 1:26, ao referir-se a Jeová e seu “mestre-de-obras” juntos, diz “façamos”, ao passo que o versículo seguinte usa a palavra “criar” ao referir-se só a Jeová. Sobre esta palavra hebraica para “criar”, o “Dicionário do Antigo Testamento Hebraico em Inglês e Alemão”, de Koehler e Baumgartner, diz: “No A[ntigo] T[estamento] [este] é um termo teológico, usado exclusivamente para referir-se a Deus.”
b Décadas atrás estes perigos foram biblicamente explicados na Sentinela (em inglês), edições de 1.º de julho de 1942, pp. 205-7; 1.º de julho de 1945, pp. 198-201; 1.º de dezembro de 1949, p. 367, e na Despertai! (em inglês), edição de 22 de julho de 1950, pp. 13-15.