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  • Surpreendidos pelo terremoto assassino!

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  • Surpreendidos pelo terremoto assassino!
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g86 22/2 pp. 21-25

Surpreendidos pelo terremoto assassino!

Informe Duma Testemunha Ocular no México

“Eu trabalhava no 10.º andar quando o prédio começou a tremer. Apoiei-me na porta, que subitamente se soltou e caiu sobre mim. Ao tentar sair deslizando de debaixo do entulho, avistei meus filhos espalhados no meio dos destroços. Meu filho mais velho, José, estava ensopado de sangue. Eu estava seguro de que minha família tinha morrido!” — José Melendrez.

ERA dia 19 de setembro de 1985. Às 7,19 horas da manhã, os 18.000.000 de habitantes da Cidade do México foram abalados por um dos maiores terremotos deste século, que media 8.1 na escala Richter.

Muitos foram beneficiados pela hora do ocorrido. Uma hora mais tarde, as escolas e os estabelecimentos comerciais estariam repletos de pessoas, em prédios que poderiam tornar-se gigantescos túmulos.

Dentre as mais de 700 construções que desabaram na Cidade do México, pelo menos 100 eram escolas!

Disse o embaixador dos EUA, John Gavin, que, a bordo dum helicóptero, observou a devastação: “Parecia como se gigantesco pé tivesse pisoteado os prédios.” Presas dentro deles havia milhares de pessoas — tanto mortas como vivas! De acordo com o diário mexicano, El Universal, mais de 8.000 corpos foram achados nos primeiros 15 dias, mas os cálculos do total de mortos chegavam a 35.000.

Mais de 40.000 sobreviventes foram medicados nos hospitais e postos de socorro. Longas filas de pessoas aguardavam a oportunidade de identificar os mortos. Os nomes das vítimas eram lidos na televisão, e citados no rádio e nos jornais. Homens, mulheres e crianças perambulavam pelas ruas, desesperados — sem nenhum lugar para ir. Pelo menos 400.000 pessoas foram atingidas, de uma forma ou de outra.

Notáveis Sobreviventes

Quando ocorreu o sismo, a esposa de José Melendrez achava-se no apartamento deles, no 11.º andar, um andar acima do local de trabalho dele. Ela relata: “Eu ajudava minha filhinha Elizabeth, de 6 anos, a aprontar-se para a escola. Subitamente, o prédio começou a ribombar. Corri para avisar meu filho, José, e a esposa dele, ao mesmo tempo que chamava minhas duas filhas, Lourdes e Carmela. Elas levaram Elizabeth para o terraço, e, à medida que o prédio ruía, eu me agarrei à escada. Quando o terremoto cessou, o 11.º andar estava no nível do 4.º andar!

“Observamos, sem poder fazer nada, o piso ruir sob José e sua esposa, atirando-os ainda mais para baixo no meio dos destroços. Estávamos seguros de que tinham morrido, especialmente depois de ouvirmos um aquecedor e um bujão de gás explodirem simultaneamente no sexto piso. O bujão de gás, pesando 1.500 quilos, atingiu meu filho. Todavia, para nossa surpresa, ainda estavam vivos!”

De forma notável, a inteira família Melendrez sobreviveu, embora José Júnior ficasse gravemente ferido. “Para nós, foi uma experiência muito dolorosa”, explica José, o pai, “mas agradecemos a Jeová Deus toda a ajuda amorosa que recebemos de nossos irmãos cristãos”.

Gregório Montes e família moravam no quinto andar de um prédio de 8 pavimentos. Explica ele: “Maria, minha esposa, estava acostumada a levantar cedo para levar nossa filha, Lupita, à escola. Deixaram o prédio por volta das 7,15 horas, poucos minutos antes do sismo. Eu e minhas filhinhas de 5 e 6 anos acordamos aterrorizados, com o prédio tremendo. Tudo se mexia! Mas, quando comecei a orar a Jeová, de imediato sentimos uma calma sobre nós.

“Bem nesse momento, janelas inteiras começaram a romper-se e estourar! Paredes começaram a ruir. Já então eu tinha ouvido berros de mulheres e crianças aterrorizadas. Continuei de joelhos, orando a Jeová, enquanto minhas duas filhinhas se mantinham quietinhas, sentadas na cama.

“De súbito — no meio de toda a gritaria, o prédio balançando, e o pó voando por toda a parte — o edifício ruiu! Foi como se estivéssemos descendo num elevador! Embora uma das minhas filhas naquele instante me dissesse calmamente: ‘Papai, o Armagedom começou’, garanti-lhe que ainda não era isto.

“Houve um momento de silêncio — tudo estava escuro e poeirento. O espaço entre o teto e o piso de nosso apartamento ficou reduzido a apenas uns 50 centímetros! Apanhado no meio dos destroços, pude ver minhas filhas cobertas de entulhos e de vidros. Todavia, não ficaram feridas — nem um arranhão sequer!

“De sua posição na rua, minha esposa, Maria, e Lupita, viram a queda do edifício. Estavam certas de que tínhamos morrido. No entanto, dentre as 32 famílias que moravam no prédio, estávamos entre as poucas pessoas que sobreviveram!”

Judith Ramirez, de 16 anos, já estava na escola quando o terremoto assolou. “A professora começara a dar um ditado para a turma”, disse ela. “Daí, subitamente, senti que o prédio tremia, como se eu estivesse num navio em alto-mar. Instalou-se o pânico. Os alunos tentaram sair do prédio por quebrar as vidraças e rebentar portas.

“Duma janela do terceiro piso, pude ver que a metade do prédio tinha ruído, enquanto cerca de 500 estudantes e funcionários da escola ainda estavam lá dentro! Eu receava que nossa parte do prédio também ruísse. Visto que as escadarias tinham desaparecido, conseguimos sair da escola por um túnel aberto para nós. Quando por fim nos livramos dos destroços, vimos prédios incendiados e o caos nas ruas.”

Mãos à Obra de Socorro!

Pouco depois do terremoto, o Governo mexicano deu os primeiros passos para cuidar da situação. As autoridades da polícia, dos bombeiros, bem como outras, coordenaram seus esforços para salvar tantas vidas quantas fosse possível. Cerca de 2.800 fuzileiros navais participaram nas operações de resgate, junto com dezenas de milhares de outros. As forças militares também foram postas em estado de alerta, para impedir possíveis saques. Mais de 22.000 vítimas foram cuidadas nos centros e acampamentos de socorros.

Aviões carregados de suprimentos e de equipamento de socorros chegaram de cerca de 50 países. Centenas de peritos estrangeiros vieram como voluntários. A cooperação de tantos milhares de pessoas foi coberta pela mídia em todo o mundo. Em resultado deste trabalho de equipe, em questão de dez dias depois do sismo, foram resgatadas 3.266 pessoas, e pelo menos 17.000 desaparecidos foram por fim localizados. Mas, resgatar um sobrevivente não era uma tarefa fácil.

Perigosos Esforços de Resgate

Gritos de indivíduos ainda presos entre as ruínas eram ouvidos mais de uma semana depois do terremoto! Um jovem voluntário simplesmente sentou-se, enterrou a face entre braços cruzados, e chorou. Sentiu-se completamente sem ação. Os socorristas amiúde não conseguiam remover os escombros, por receio de que os prédios ruíssem, e isso aumentava o desespero.

Por outro lado, havia uma sensação de alegria cada vez que um sobrevivente era resgatado. “Tive a satisfação de resgatar nove pessoas”, disse o paramédico Juan Labastida. Tinha vindo numa equipe de resgate dos Estados Unidos. “Embora nos faltasse equipamento vital”, explicou, “arrastamo-nos por entre os destroços, de algum jeito, procurando sobreviventes. Não foi nada fácil”.

Descrevendo como salvaram duas vidas, contou ele: “Depois de chegarmos ao que tinha restado dum restaurante, utilizamos um aparelho eletrônico especial para detectar vibrações. Suas leituras são tão sensíveis que se detectam até vibrações da energia do corpo humano. Sem tal aparelho, é possível que jamais teríamos captado a presença de quatro pessoas presas lá dentro! Com o emprego de longa mangueira, canalizamos água e oxigênio para a despensa do restaurante, onde dois homens e duas mulheres estavam presos por vários dias.

“Enquanto a equipe de resgate aguardava do lado de fora das ruínas, eu e um perito da França começamos a ir penetrando no prédio. O mesmo aparelho eletrônico também detectava vibrações — sinais de debilidade — das paredes e dos pisos, ao irmos penetrando no prédio. Ensinaram-nos a tocar as paredes e os pisos com as mãos. Se o prédio estava prestes a ruir, sentíamos uma sensação de formigamento, causada pelo pó que caía de dentro das paredes. Levamos sete horas para alcançar os sobreviventes.

“Quando chegamos até eles, os dois homens tinham morrido. As duas mulheres apresentavam-se clinicamente mortas, mas submetemo-las à ressuscitação boca a boca e às massagens cardíacas até que finalmente reviveram, 15 minutos depois! Sim, valeram nossos esforços!”

Tudo Já Passou?

“Sexta-feira à noite, o dia depois do terremoto”, explicou um membro da equipe da filial da Sociedade Watch Tower no México: ‘Foi-me mostrada a casa de Sergio Moran, no segundo andar. As paredes tinham rachado, e os pesados tetos e pisos estavam debilitados. Surpreendentemente, o prédio tinha agüentado o terremoto, embora muitos prédios vizinhos tivessem ruído, deixando mortos e feridos em seus destroços.

“A vizinhança estava tensa e lúgubre. Ambulâncias chegavam e partiam o dia inteiro. Bem ali na esquina havia uma longa fila de pessoas que esperavam a oportunidade de identificar os corpos de amigos e parentes. Eu tinha acabado de gastar o dia inteiro percorrendo a pé a área central da cidade. Proibia-se a passagem por muitas ruas, devido aos prédios altos que estavam inclinados e ameaçavam ruir a qualquer momento. Ao se ouvirem os gritos de socorro de pessoas ainda presas no meio das ruínas, era muito difícil conter as lágrimas.

“Subitamente, quando eu falava com Sergio Moran, deu-se um segundo terremoto! De início, houve um silêncio mortal. Eu perguntei a mim mesmo: ‘Poderia ser apenas imaginação minha?’ Daí, as luzes se apagaram. Os relógios pararam às 19,38 horas — cerca de 36 horas depois do primeiro sismo. O prédio em que me encontrava começou a balançar de um lado para o outro. Tirei todas as dúvidas da mente. Tudo estava acontecendo de novo!

“Estando ainda no segundo piso, fomos com muito esforço até a saída e apoiamo-nos entre as ombreiras das portas. Oramos intensamente a Jeová, pedindo ajuda. À medida que o prédio tremia, podíamos ouvir um gemido penetrante, vindo do espaço entre o teto e as vigas que o apoiavam. Depois de termos visto a condição da casa, eu estava certo de que o prédio ruiria! Todavia, ele se agüentou de pé, e conseguimos chegar sãos e salvos à rua, onde deparamos o caos, berros e incertezas.

“Felizmente, a segunda onda de tremores não atingiu aquela área com tanta virulência como o primeiro terremoto. Nos 12 dias que se seguiram ao primeiro sismo, relataram-se pelo menos 73 tremores de terra, com leituras na escala Richter entre 3.5 e 7.3!”

“Haverá Grandes Terremotos”

Cristo Jesus mencionou “terremotos num lugar após outro” como uma das modalidades do “sinal” que indica que vivemos na “terminação do sistema de coisas”. (Mateus 24:3, 7) Não se referia simplesmente a tremores; antes, ele declarou que “haverá grandes terremotos”. (Lucas 21:11) Assim, o recente desastre no México — junto com os mais de 600 grandes terremotos ocorridos desde 1914 — contribui para a realidade da profecia bíblica que se cumpre em nossos dias.

As Testemunhas de Jeová no México — embora apanhadas de surpresa por um instante — avaliam as confortadoras palavras de Cristo Jesus: “Quando estas coisas [diferentes aspectos do sinal] principiarem a ocorrer, erguei-vos e levantai as vossas cabeças, porque o vosso livramento está-se aproximando.” (Lucas 21:28) Sim, assegura-se-nos um futuro mais brilhante. No vindouro novo sistema de coisas, de Deus, o povo Dele será protegido de terremotos e de outros desastres semelhantes. — Revelação 21:3, 4. Pelo menos 38 Testemunhas de Jeová e pessoas que se associavam com elas perderam a vida nesta tragédia. Também, houve consideráveis perdas materiais. Pelo menos 146 famílias de Testemunhas perderam suas casas. Como a Bíblia observa, em virtude do ‘tempo e do imprevisto’, situações angustiantes podem sobrevir a qualquer um de nós. — Eclesiastes 9:11.

Ajuda Amorosa

No entanto, as Testemunhas de Jeová agiram de imediato para localizar todas as Testemunhas nas áreas atingidas. “Foi maravilhoso ver a preocupação amorosa que sentiam por nós”, relata Victor Castellanos. Mais de 5.000 quilos de alimentos foram recebidos e distribuídos a todos os atingidos. As famílias das Testemunhas nas áreas não-atingidas compartilharam suas casas e bens materiais com seus irmãos cristãos desabrigados.

Escapando com vida de sua casa destroçada, Juan Chavez, a esposa e dois dos filhos deles, foram de carro até a escola local a fim de tentarem encontrar seus dois outros filhos. Voltando para casa, esta família de 6 pessoas ficou surpresa de ver ajuntada em torno de sua casa uma grande multidão de seus irmãos cristãos — incluindo um superintendente viajante e anciãos locais.

“Eles pensavam que ainda estávamos presos lá dentro e queriam ajudar-nos!”, relata a Sra. Chavez. “Foi surpreendente! Nem sequer conhecíamos algumas das Testemunhas que vieram ajudar-nos.”

Sim, embora o terremoto assassino tenha deixado suas cicatrizes no México, não influiu adversamente sobre a fé e a coragem das Testemunhas de Jeová ali. Como diz a Sra. Melendrez, citada anteriormente: “Todos aproveitamos a situação para disseminar a esperança do Reino a todos com quem entramos em contato. O terremoto não nos fez desistir de nossos esforços de servir a Jeová. Pelo contrário, sentimo-nos mais fortes em nossa fé e mais determinados do que nunca.”

[Fotos na página 22]

José Melendrez e esposa, e o prédio em que moravam.

[Fotos na página 23]

Judith Ramirez sobreviveu ao desabamento da escola CONALEP.

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