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jv cap. 4 pp. 33-41

Capítulo 4

O desenvolvimento da grande apostasia

“UM SÓ Senhor, uma só fé.” (Efé. 4:5) Quando, sob inspiração, o apóstolo Paulo escreveu essas palavras (cerca de 60-61 EC), havia uma só fé cristã. Hoje, porém, há uma profusão de denominações, seitas e cultos que afirmam ser cristãos, embora ensinem doutrinas conflitantes e adiram a diferentes normas de conduta. Quão diferente da congregação cristã unida e una que começou no Pentecostes de 33 EC! Como surgiram essas divisões? Para obtermos a resposta, temos de voltar ao primeiro século da Era Comum.

Bem desde o início, o Adversário, Satanás, tentou silenciar as testemunhas cristãs de Jeová trazendo sobre essas perseguição da parte dos de fora da congregação. (1 Ped. 5:8) Foi movida primeiro pelos judeus e, daí, pelo Império Romano gentio. Os primitivos cristãos suportaram com êxito toda sorte de oposição. (Veja Revelação [Apocalipse] 1:9; 2:3, 19.) Mas, o Adversário não desistiu. Se não conseguia silenciá-las por meio de pressão externa, por que não corrompê-las internamente? Enquanto a congregação cristã ainda se achava na infância, sua própria existência foi ameaçada por um inimigo interno — a apostasia.a

Mas a apostasia não se infiltrou sem aviso na congregação. Como Cabeça da congregação, Cristo cuidou de que seus seguidores fossem advertidos de antemão. — Col. 1:18.

“Haverá falsos instrutores entre vós”

“Vigiai-vos”, acautelou Jesus, “dos falsos profetas que se chegam a vós em pele de ovelha”. (Mat. 7:15) Jesus sabia que Satanás tentaria dividir e corromper Seus seguidores. Portanto, desde cedo no seu ministério, ele os advertiu sobre os falsos instrutores.

Donde surgiriam esses falsos instrutores? “Dentre vós mesmos”, disse o apóstolo Paulo, por volta de 56 EC, ao falar a superintendentes em Éfeso. Sim, de dentro da congregação ‘surgiriam homens e falariam coisas deturpadas, para atrair a si os discípulos’. (Atos 20:29, 30) Tais apóstatas egoístas não se contentariam em fazer seus próprios discípulos; buscariam “atrair a si os discípulos”, isto é, os discípulos de Cristo.

O apóstolo Pedro (em cerca de 64 EC) também predisse a corrupção interna e até mesmo descreveu o método que tais apóstatas usariam: “Haverá falsos instrutores entre vós. Estes mesmos introduzirão quietamente seitas destrutivas . . . Explorar-vos-ão também em cobiça com palavras simuladas.” (2 Ped. 2:1, 3) Como espiões ou traidores num campo inimigo, os falsos instrutores, apesar de surgirem de dentro da congregação, introduziriam seus conceitos corrompedores de maneira secreta ou camuflada.

Essas advertências de Jesus e de seus apóstolos não eram em vão. A oposição interna teve começos pequenos, mas logo veio à tona na congregação cristã.

“Já está operando”

Menos de 20 anos após a morte de Jesus, o apóstolo Paulo indicou que ‘já estavam operando’ os esforços de Satanás de causar divisão e desviar as pessoas da fé verdadeira. (2 Tes. 2:7) Já em cerca de 49 EC, numa carta enviada às congregações, o corpo governante observou: “Ouvimos falar que alguns dentre nós vos causaram aflição com discursos, tentando subverter as vossas almas, embora não lhes déssemos nenhumas instruções.” (Atos 15:24) Portanto, alguns dentro da congregação expressavam com veemência seu conceito contrário — neste caso evidentemente sobre a questão de se os cristãos gentios deviam ser circuncidados e observar a Lei mosaica ou não. — Atos 15:1, 5.

Ao avançar o primeiro século, raciocínios divisórios espalharam-se como gangrena. (Compare com 2 Timóteo 2:17.) Em cerca de 51 EC, alguns em Tessalônica erroneamente prediziam que “a presença” do Senhor Jesus era iminente. (2 Tes. 2:1, 2) Por volta de 55 EC, alguns em Corinto haviam rejeitado o claro ensinamento cristão sobre a ressurreição dos mortos. (1 Cor. 15:12) Por volta de 65 EC, outros diziam que a ressurreição já havia ocorrido, que ela era do tipo simbólico, pela qual passavam os cristãos em vida. — 2 Tim. 2:16-18.

Não há escritos inspirados sobre o que aconteceu dentro da congregação cristã durante os 30 anos seguintes. Mas, por volta do tempo em que o apóstolo João escreveu suas cartas (cerca de 98 EC), havia “muitos anticristos” — pessoas que negavam que “Jesus é o Cristo” e que é o Filho de Deus, que veio “na carne”. — 1 João 2:18, 22; 4:2, 3.

Por mais de 60 anos, os apóstolos haviam ‘agido como restrição’, empenhando-se em impedir a onda de apostasia. (2 Tes. 2:7; 2 João 9, 10) Mas, quando a congregação cristã estava para entrar no segundo século, morreu o último apóstolo sobrevivente, João, por volta de 100 EC. A apostasia que aos poucos começara a se infiltrar na congregação estava então a ponto de irromper irrestritamente, com repercussões devastadoras em termos de organização e doutrina.

Clérigos e leigos

“Todos vós sois irmãos”, havia dito Jesus a seus discípulos. “O vosso Líder é um só, o Cristo.” (Mat. 23:8, 10) Portanto, não havia classe clerical dentro das congregações cristãs do primeiro século. Como irmãos de Cristo, ungidos pelo espírito, todos os primitivos cristãos tinham a perspectiva de ser sacerdotes celestiais com Cristo. (1 Ped. 1:3, 4; 2:5, 9) Quanto à organização, cada congregação era supervisionada por um corpo de superintendentes ou anciãos espirituais.b Todos os anciãos tinham autoridade igual, e nenhum deles estava autorizado a ‘dominar sobre’ o rebanho aos seus cuidados. (Atos 20:17; Fil. 1:1; 1 Ped. 5:2, 3) Entretanto, com o avanço da apostasia, as coisas começaram a mudar — rapidamente.

Um dos primeiros desvios foi uma distinção entre os termos “superintendente” (grego: e·pí·sko·pos) e “homem mais idoso” ou “ancião” (grego: pre·sbý·te·ros), de modo que não mais foram usados para se referir ao mesmo cargo de responsabilidade. Apenas cerca de uma década depois da morte do apóstolo João, Inácio, “bispo” de Antioquia, em sua carta aos esmirneus, escreveu: “Cuidem de seguir o bispo [superintendente], assim como Jesus Cristo segue o Pai, e o presbitério [corpo de homens mais idosos] como se fossem os Apóstolos.” Inácio defendia assim a tese de que cada congregação devia ser supervisionada por um bispo,c ou superintendente, que este devia ser reconhecido como distinto dos presbíteros, ou homens mais idosos, e tendo mais autoridade do que estes.

Como, porém, surgiu essa distinção? Augusto Neander, em seu livro The History of the Christian Religion and Church, During the Three First Centuries (História da Religião e da Igreja Cristãs, nos Três Primeiros Séculos), explica o que aconteceu: “No segundo século . . . , deve ter sido criado o cargo permanente de presidente dos presbíteros, a quem, considerando-se que tinha especialmente a supervisão de tudo, se deu o nome de [e·pí·sko·pos], e assim ele se distinguia dos demais presbíteros.”

Estava assim lançada a base para o aparecimento gradual de uma classe clerical. Cerca de um século mais tarde, Cipriano, “bispo” de Cartago, África do Norte, era forte defensor da autoridade dos bispos — como grupo separado dos presbíteros (mais tarde conhecidos como sacerdotesd), dos diáconos e dos leigos. Mas ele não era a favor da primazia de um bispo sobre os demais.e

Ao passo que bispos e presbíteros escalavam os degraus da hierarquia, deixavam em posição de inferioridade os demais crentes na congregação. Isto resultou numa separação entre clérigos (os que lideravam) e leigos (o passivo corpo de crentes). A Cyclopedia de McClintock e Strong explica: “Desde o tempo de Cipriano [que morreu em cerca de 258 EC], pai do sistema hierárquico, a distinção entre clérigos e leigos tornou-se preeminente, e foi logo aceita universalmente. De fato, a partir do terceiro século, o termo clerus . . . era quase exclusivamente aplicado ao ministério para distingui-lo dos leigos. Com o desenvolvimento da hierarquia romana, o clero veio a ser não meramente uma ordem distinta . . . mas também a ser reconhecido como o único sacerdócio.”

Assim, uns 150 anos após a morte do último dos apóstolos, duas grandes mudanças organizacionais ocorreram na congregação: primeiro, a separação entre o bispo e os presbíteros, com o bispo no topo da hierarquia; segundo, a separação entre clérigos e leigos. Em vez de todos os crentes gerados pelo espírito formarem “um sacerdócio real”, o clero era então “reconhecido como o único sacerdócio”.f — 1 Ped. 2:9.

Tais mudanças marcaram um desvio do método bíblico de governar as congregações, empregado nos dias apostólicos. Mudanças organizacionais, porém, não foram as únicas conseqüências da apostasia.

Infiltração de ensinamentos pagãos

Os ensinamentos puros de Cristo estão assentados por escrito — preservados nas Escrituras Sagradas. Por exemplo, Jesus ensinou claramente que Jeová é “o único Deus verdadeiro” e que a alma humana é mortal. (João 17:3; Mat. 10:28) Contudo, com a morte dos apóstolos e o enfraquecimento da estrutura organizacional, tais ensinamentos claros foram corrompidos com a infiltração no cristianismo de doutrinas pagãs. Como podia isso acontecer?

Um fator importante foi a sutil influência da filosofia grega. Explica The New Encyclopœdia Britannica: “A partir de meados do 2.º século AD, os cristãos que tinham conhecimentos de filosofia grega passaram a sentir a necessidade de expressar a sua fé em termos dessa, tanto para sua própria satisfação intelectual como para converter pagãos instruídos.” Desde que pessoas de mentalidade filosófica se tornaram cristãos, não levou muito tempo para que a filosofia grega e o “cristianismo” se tornassem inseparavelmente ligados.

Em resultado dessa união, doutrinas pagãs, como a Trindade e a imortalidade da alma, infiltraram-se no cristianismo contaminado. Esses ensinamentos, porém, remontam a uma época muito anterior à dos filósofos gregos. Na realidade, os gregos os obtiveram de culturas mais antigas, pois há evidência de tais ensinamentos nas antigas religiões egípcias e babilônicas.

Ao passo que doutrinas pagãs continuavam a se infiltrar no cristianismo, outros ensinamentos bíblicos também foram deturpados ou abandonados.

Desvanece-se a esperança do Reino

Os discípulos de Jesus sabiam muito bem que tinham de manter-se vigilantes, à espera da prometida “presença” de Jesus e da vinda de seu Reino. Com o tempo, reconheceu-se que esse Reino dominará a Terra por mil anos e a transformará num paraíso. (Mat. 24:3; 2 Tim. 4:18; Rev. 20:4, 6) Os escritores bíblicos cristãos exortaram as testemunhas do primeiro século a se manterem espiritualmente despertos e separados do mundo. (Tia. 1:27; 4:4; 5:7, 8; 1 Ped. 4:7) Mas, logo que os apóstolos morreram, a expectativa cristã da presença de Cristo e da vinda de seu Reino se desvaneceu. Por quê?

Um fator foi a contaminação espiritual causada pela doutrina grega da imortalidade da alma. À medida que esta se firmava entre os cristãos, a esperança do milênio foi gradativamente abandonada. Por quê? Explica The New International Dictionary of New Testament Theology: “A doutrina da imortalidade da alma foi introduzida para tomar o lugar da escatologia [ensinamento sobre “As Últimas Coisas”] no NT [Novo Testamento], com sua esperança da ressurreição dos mortos e da nova criação (Rev. 21), de modo que a alma recebe o julgamento após a morte e alcança o paraíso, agora considerado ser no além-mundo.” Em outras palavras, os cristãos apóstatas pensavam que a alma sobrevivia ao corpo e que as bênçãos do Reino Milenar de Cristo tinham a ver, por conseguinte, com o domínio espiritual. Transferiram assim o Paraíso da Terra para o céu, que, segundo criam, a alma salva alcança por ocasião da morte. Portanto, não havia necessidade de aguardar a presença de Cristo e a vinda de seu Reino, visto que na morte todos esperavam unir-se a Cristo no céu.g

Ainda outro fator, porém, fez realmente parecer inútil aguardar a vinda do Reino de Cristo. Explica The New Encyclopœdia Britannica: “A [aparente] demora da Parousia resultou no enfraquecimento da expectativa iminente na igreja primitiva. Neste processo de ‘desescatolizar’ [enfraquecer o ensinamento sobre as “Últimas Coisas”], a igreja institucional substituiu incrementadamente o esperado Reino de Deus. A formação da Igreja Católica como instituição hierárquica relaciona-se diretamente com o declínio da iminente expectativa.” (O grifo é nosso.) Portanto, não só foram transferidas da Terra para o céu as bênçãos do milênio, mas o Reino foi deslocado do céu para a Terra. Esta “relocalização” foi completada por Agostinho de Hippo (354-430 EC). Em sua famosa obra The City of God (A Cidade de Deus), ele declarou: “A Igreja mesmo agora é o reino de Cristo e o reino dos céus.”

No ínterim, em cerca de 313 EC, durante o domínio do imperador romano Constantino, o cristianismo, já então grandemente de mentalidade apóstata, recebeu reconhecimento legal. Os líderes religiosos se dispunham a colocar-se a serviço do Estado e, de início, o Estado controlava os assuntos religiosos. (Em pouco tempo, a religião passou a controlar os assuntos do Estado.) Assim começou a cristandade,h parte da qual (a religião católica) com o tempo se tornou a oficial religião estatal de Roma. Agora, o “reino” não só estava no mundo, mas fazia parte do mundo. Que enorme diferença entre isto e o Reino que Cristo pregou! — João 18:36.

A Reforma — um retorno à adoração verdadeira?

Como joio que viceja entre o trigo sufocado, a Igreja de Roma, sob seu governante papal, dominou os assuntos do mundo por séculos. (Mat. 13:24-30, 37-43) Ao se tornar cada vez mais parte do mundo, a Igreja afastou-se mais e mais do cristianismo do primeiro século. Através dos séculos as seitas “heréticas” exigiram reformas dentro da Igreja, mas esta continuou a praticar abuso de poder e a acumular riquezas. Daí, no século 16, a Reforma Protestante, uma revolta religiosa, irrompeu com toda a fúria.

Reformadores, como Martinho Lutero (1483-1546), Ulrich Zwingli (1484-1531) e João Calvino (1509-64), atacaram a Igreja em vários assuntos: Lutero, sobre a venda de indulgências, Zwingli, o celibato do clero e a mariolatria, e Calvino, a necessidade de a Igreja retornar aos princípios originais do cristianismo. O que produziram tais empenhos?

Com certeza, a Reforma realizou algumas coisas boas, sendo a mais notável a tradução da Bíblia para as línguas do povo. O livre-pensamento da Reforma conduziu a uma pesquisa mais objetiva da Bíblia e a um aumentado entendimento das línguas da Bíblia. A Reforma, porém, não foi um retorno à adoração e doutrina verdadeira.i Por que não?

Os efeitos da apostasia se haviam arraigado profundamente, até nos próprios fundamentos da cristandade. Assim, embora vários grupos protestantes se desligassem da autoridade papal de Roma, levaram consigo algumas das falhas básicas da Igreja Católica Romana, que haviam resultado do abandono do verdadeiro cristianismo. Por exemplo, embora variasse um pouco a maneira de administrar as igrejas protestantes, foi mantida a fundamental divisão da igreja numa classe de clérigos dominadores e de leigos subjugados. Foram mantidas também doutrinas antibíblicas, como a Trindade, a imortalidade da alma e o tormento eterno após a morte. E, semelhantes à Igreja Romana, as igrejas protestantes continuaram a fazer parte do mundo, pelo seu íntimo envolvimento nos sistemas políticos e nas classes governantes da elite.

No ínterim, que dizer da expectativa cristã — aguardar a presença de Jesus e a vinda de seu Reino? Por séculos depois da Reforma, as igrejas — tanto católicas como protestantes — ficaram profundamente comprometidas com o poder secular e tendiam a pôr de lado a expectativa da vinda do Reino de Cristo.

Reavivamentos da vigilância

No século 19, porém, o clima religioso conduziu a reavivamentos da vigilância cristã. Em resultado da pesquisa bíblica feita por alguns clérigos e eruditos da Bíblia, foram reestudados ensinamentos tais como a imortalidade da alma, o tormento eterno após a morte, a predestinação e a Trindade. Além disso, alguns estudantes da Bíblia estavam examinando de perto as profecias da Bíblia referentes aos últimos dias. Por conseguinte, vários grupos começaram a pensar seriamente na prometida volta do Senhor. — Mat. 24:3.

Nos Estados Unidos, William Miller predissera que a volta de Cristo em forma visível se daria em 1843 ou em 1844. O teólogo alemão J. A. Bengel fixara a data de 1836; os irvingianos, na Inglaterra, aguardaram primeiro em 1835, daí em 1838, 1864 e 1866. Havia um grupo de menonitas na Rússia que esperaram primeiro que se daria em 1889, depois em 1891.

Tais empenhos de vigilância serviram para despertar em muitos a perspectiva da volta do Senhor. Entretanto, esses empenhos de vigilância cristã terminaram em decepções. Por quê? Em grande parte, porque se confiou demais nos homens e não suficientemente nas Escrituras. Depois de algumas décadas, a maioria desses grupos deixou de existir.

No ínterim, outros desenvolvimentos nesse período tiveram um impacto sobre as esperanças e as expectativas humanas.

A era do “iluminismo” e da industrialização

Em 1848, Karl Marx e Friedrich Engels publicaram O Manifesto Comunista. Em vez de patrocinarem a religião, que Marx chamou de “ópio do povo”, eles defendiam o ateísmo. Embora fossem ostensivamente contra toda religião, na realidade promoveram a religião, ou adoração, do Estado e de seus líderes.

Cerca de uma década depois, em 1859, foi publicada a obra A Origem das Espécies, de Charles Darwin; ela influenciou profundamente o raciocínio científico e religioso daquela época. As teorias da evolução conduziram à contestação da veracidade do relato bíblico sobre a criação e o início do pecado pela desobediência do primeiro casal humano. (Gên., caps. 1-3) O resultado foi o enfraquecimento da fé que muitos tinham na Bíblia.

No ínterim, a Revolução Industrial estava em andamento e tomava impulso. A ênfase passou da agricultura para a indústria e para a produção de máquinas. O aperfeiçoamento da locomotiva a vapor (em princípios do século 19) levara a uma expansão das ferrovias que cruzavam os países de ponta a ponta. Na segunda metade do século 19 foi inventado o telefone (1876), o fonógrafo (1877), a luz elétrica (1878-79), bem como o uso da linotipo para a produção de linhas de tipos para impressão (1884).

A humanidade entrava no período do maior desenvolvimento, de transportes rápidos e meios de comunicação, de toda a História. Embora tais benefícios fossem usados para promover objetivos comerciais e políticos, também estariam disponíveis para o campo religioso. Estava assim montado o cenário para uma modesta iniciativa de um pequeno grupo de estudantes da Bíblia, que viria a ter repercussões internacionais.

[Nota(s) de rodapé]

a Nas Escrituras Gregas Cristãs, o substantivo “apostasia” (grego: a·po·sta·sí·a) tem o sentido de “deserção, abandono ou rebelião”. (Atos 21:21, nota) Ali, refere-se primariamente a deserção religiosa; um afastamento ou abandono da adoração verdadeira.

b Nas Escrituras, os termos “superintendente” e “homem mais idoso”, ou “ancião”, referem-se ao mesmo cargo. (Atos 20:17, 28; Tito 1:5, 7) “Ancião” indica as qualidades maduras daquele assim designado, e “superintendente”, a responsabilidade inerente à designação — zelar pelos interesses das pessoas confiadas aos seus cuidados.

c A palavra “bispo” deriva-se do termo grego e·pí·sko·pos (“superintendente”), do latim vulgar biscopus, variante do latim pós-clássico episcopus.

d A palavra “presbítero” vem de pre·sbý·te·ros (“homem mais idoso”, ou “ancião”); em latim vulgar é prester; em inglês, “priest” (sacerdote).

e Com o tempo, o bispo de Roma, afirmando ser sucessor de Pedro, foi considerado bispo supremo e papa. — Veja O Homem em Busca de Deus, publicado pela Sociedade Torre de Vigia de Bíblias e Tratados, 1990, páginas 270-2.

f É interessante o que diz o Dr. Neander: “Tirou-se a conclusão errada de que, assim como havia no Velho Testamento um sacerdócio visível relacionado com uma determinada classe de homens, tinha de haver também o mesmo no Novo T[estamento] . . . A comparação errada do sacerdócio cristão com o judaico promoveu mais ainda a elevação do episcopado acima do cargo de presbíteros.” — The History of the Christian Religion and Church, traduzido por Henry John Rose, Segunda Edição, Nova Iorque, 1848, página 111.

g Este conceito presume erroneamente que na morte todos os cristãos vão para o céu. Todavia, a Bíblia ensina que apenas 144.000 pessoas são chamadas para reinar com Cristo no céu. (Rev. 7:4-8; 20:4-6) Incontáveis outras pessoas podem ter a esperança da vida eterna num paraíso terrestre sob o Reino de Cristo. — Mat. 6:10; Rev. 7:9, 15.

h Conforme usado neste livro, o termo “cristandade” refere-se ao cristianismo professo, em contraste com o verdadeiro cristianismo da Bíblia.

i Para uma consideração mais completa sobre a Reforma e o que ela conseguiu, veja o capítulo 13, “A Reforma — A Busca Toma um Novo Rumo”, no livro O Homem em Busca de Deus.

[Destaque na página 33]

Quando ainda na infância, a congregação cristã foi ameaçada pela apostasia.

[Destaque na página 34]

A oposição interna teve pequenos começos.

[Destaque na página 37]

Os apóstatas não só transferiram as bênçãos do milênio da Terra para o céu, mas também deslocaram o Reino, do céu para a Terra.

[Foto na página 35]

Cipriano, “bispo” de Cartago, considerava os bispos uma classe separada dos presbíteros, dos diáconos e dos leigos.

[Foto na página 38]

“A Igreja mesmo agora é o reino de Cristo e o reino dos céus.” (Agostinho de Hippo)

[Fotos na página 39]

Martinho Lutero

João Calvino

Ulrich Zwingli

Reformadores que atacaram a Igreja em vários assuntos.

[Fotos na página 40]

“O Manifesto Comunista”, de Karl Marx, na realidade promoveu a adoração do Estado. “A Origem das Espécies”, de Charles Darwin, influenciou profundamente o conceito científico e religioso daquela época.

[Fotos na página 41]

Locomotiva a vapor

Luz elétrica

O primeiro telefone

Antiga linotipo

Fonógrafo

[Quadro na página 36]

Platão e o “cristianismo”

O filósofo grego Platão (nasceu em cerca de 428 AEC) nunca podia imaginar que seus ensinamentos se introduziriam posteriormente no cristianismo apóstata. As principais contribuições de Platão para o “cristianismo” se relacionavam com os ensinamentos da Trindade e da imortalidade da alma.

As idéias de Platão sobre Deus e a natureza influenciaram a doutrina trinitária da cristandade. O “Nouveau Dictionnaire Universel” explica: “A Trindade platônica, sendo em si mesma meramente um rearranjo de trindades mais antigas que remontam a povos mais antigos, parece ser a trindade filosófica racional de atributos, que deu à luz as três hipóstases ou pessoas divinas que as igrejas cristãs ensinam. . . . O conceito desse filósofo grego sobre a trindade divina . . . pode ser encontrado em todas as antigas religiões [pagãs].” — Volume 2, página 1467.

Quanto à doutrina da alma imortal, a “New Catholic Encyclopedia” diz: “O conceito cristão de uma alma espiritual criada por Deus e implantada no corpo por ocasião da concepção para tornar o homem um todo vivente é fruto de um longo desenvolvimento na filosofia cristã. Foi só com Orígenes [morreu em cerca de 254 EC] no Oriente e Sto. Agostinho [morreu em 430 EC] no Ocidente que a alma foi estabelecida como uma substância espiritual e se formou um conceito filosófico sobre sua natureza. . . . A doutrina [de Agostinho] . . . deve muito (incluindo algumas falhas) ao neoplatonismo.” — Volume XIII, páginas 452, 454.

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