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Presos num casamento sem amorDespertai! — 2001 | 8 de janeiro
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Presos num casamento sem amor
“Numa sociedade com elevado índice de divórcios, a probabilidade de casamentos infelizes terminarem em divórcio é maior. E é provável também que mais pessoas deixem de encontrar a felicidade no casamento.” — Conselho da Família na América.
TEM-SE dito que grande parte da felicidade e da infelicidade na vida provém da mesma fonte — o casamento. De fato, poucas coisas na vida podem trazer tanta alegria — ou tanto sofrimento. Como mostra o quadro acompanhante, para muitos o casamento trouxe uma medida bem maior de sofrimento do que de alegria.
Mas as estatísticas de divórcio revelam apenas parte do problema. Para cada casamento que vai por água abaixo, pode-se dizer que inúmeros outros permanecem flutuando, mas em águas estagnadas. “Éramos uma família feliz, mas os últimos 12 anos têm sido horríveis”, confidenciou uma mulher casada há mais de 30 anos. “Meu marido não se preocupa com meus sentimentos. Ele é, na verdade, a pessoa que mais fere meus sentimentos.” Similarmente, um homem casado há mais de 25 anos lamentou: “Minha mulher me disse que não me ama mais. Ela diz que a única forma de continuarmos juntos é convivermos apenas como colegas de quarto e ficarmos cada um para o seu lado nas horas de folga.”
Naturalmente, alguns que chegam a esse ponto se separam. Mas para muitos, o divórcio está fora de cogitação. Segundo a Dra. Karen Kayser, fatores como filhos, estigma social, finanças, amigos, parentes e crenças religiosas podem manter um casal junto, mesmo que não exista mais amor. “Esses casais dificilmente se divorciam legalmente, preferindo permanecer com alguém de quem estão emocionalmente divorciados”, diz.
Será que um casal cuja relação se desgastou precisa se conformar com uma vida de insatisfação? É o casamento sem amor a única alternativa para o divórcio? A experiência mostra que muitos casamentos com problemas podem ser salvos — não só da dor da separação, mas também da infelicidade de viver uma relação sem amor.
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Por que o amor acaba?Despertai! — 2001 | 8 de janeiro
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Por que o amor acaba?
“É mais fácil se apaixonar do que continuar apaixonado.” — Dra. Karen Kayser.
TALVEZ não surpreenda que haja tantos casamentos sem amor. O matrimônio é um relacionamento humano complexo, e muitos entram nele sem estar preparados. “Para tirar a carteira de motorista, a pessoa tem de saber dirigir”, diz o Dr. Dean S. Edell, “mas basta uma assinatura para obter a certidão de casamento”.
Assim, ao passo que muitos casamentos vão bem e são realmente felizes, inúmeros outros estão em crise. Talvez um ou ambos os parceiros tenham se casado com expectativas elevadas, mas não estavam devidamente preparados para manter uma relação duradoura. “Quando duas pessoas começam um relacionamento”, explica o Dr. Harry Reis, “elas se identificam muito uma com a outra”. Acham que aquela pessoa é a “única no mundo que enxerga as coisas como ela. Com o tempo talvez descubram que não é bem assim, e essa constatação pode corroer o casamento”.
Felizmente, muitos casamentos não chegam a esse ponto. Mas consideremos brevemente alguns fatores que em determinados casos acabaram destruindo o amor.
Decepção: “Não era isso o que eu esperava”
“Quando me casei com Jim”, diz Rose, “pensei que seríamos a versão moderna da Bela Adormecida e do Príncipe Encantado — tudo era romance, carinho e consideração um pelo outro”. Mas não demorou muito e o seu “Príncipe Encantado” perdeu o encanto. “Acabei me decepcionando muito com ele”, diz ela.
Muitos filmes, livros e canções populares pintam um quadro irrealista do amor. Durante o namoro, o casal pode achar que está vivendo a realização de um sonho. Mas depois de alguns anos de casados, talvez cheguem à conclusão de que tudo realmente não passou de um sonho! Se a realidade não corresponde às expectativas de viver um conto de fadas, a pessoa pode achar que seu casamento, que tem o potencial de dar certo, é um fracasso total.
É claro que algumas expectativas num casamento são totalmente justificadas. Por exemplo, é apropriado esperar amor, atenção e apoio do cônjuge. No entanto, até mesmo esse desejo pode não ser satisfeito. “Nem parece que sou casada”, diz Meena, uma jovem recém-casada da Índia. “Eu me sinto só e abandonada.”
Incompatibilidade: “Não temos nada em comum”
“Eu e meu marido somos diametralmente opostos em quase tudo”, diz certa mulher. “Não passa um dia em que não me arrependa amargamente
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Há razão para esperança?Despertai! — 2001 | 8 de janeiro
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Há razão para esperança?
“Um dos problemas dos casamentos em crise é a forte convicção de que as coisas não vão melhorar. Isso impede que haja uma mudança porque se perde toda a motivação de tentar algo construtivo.” — Dr. Aaron T. Beck.
IMAGINE que você não esteja se sentindo bem e vai ao médico para fazer um check-up. A sua preocupação se justifica — afinal, sua saúde, ou quem sabe sua vida, pode estar correndo risco. Mas suponha que depois de examiná-lo, o médico lhe dê a boa notícia de que embora seu problema seja grave, tem cura. De fato, ele lhe diz que se você seguir cuidadosamente um programa razoável de dieta e exercícios, poderá ficar totalmente curado. Você sem dúvida ficaria muito aliviado e seguiria com prazer as recomendações do médico.
Compare essa ilustração com o assunto em pauta. Seu casamento não vai bem? Naturalmente, todos os casais têm a sua parcela de problemas e desavenças. Assim, fases difíceis no relacionamento não significam que o amor tenha acabado. Mas e se a situação não vai bem por semanas, meses ou mesmo anos? Se for assim, sua preocupação se justifica, pois o caso é grave: a qualidade de seu casamento pode afetar praticamente todos os aspectos de sua vida — e a de seus filhos. Acredita-se, por exemplo, que a crise conjugal pode ser uma das causas principais da depressão, da baixa produtividade no trabalho e de as crianças não se saírem bem na escola. Mas isso não é tudo. Os cristãos reconhecem que a relação com o cônjuge pode afetar até mesmo sua relação com Deus. — 1 Pedro 3:7.
O fato de existirem problemas entre você e seu cônjuge não significa que a situação não tem esperança. Encarar o casamento com realismo — reconhecendo que as dificuldades são inevitáveis — pode ajudar o casal a não superdimensionar os problemas e a empenhar-se em buscar soluções. Isaac, que é casado, diz: “Nunca pensei que fosse normal os casais terem altos e baixos com relação à felicidade no casamento. Achei que havia algo de errado com a gente!”
Mesmo que o amor tenha acabado, é possível salvar seu casamento. É verdade que as feridas resultantes de um relacionamento conturbado podem ser profundas, em especial se os problemas persistiram por anos. Mas ainda assim há forte razão para esperança. O fator crucial é
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Você pode salvar seu casamento!Despertai! — 2001 | 8 de janeiro
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Você pode salvar seu casamento!
A Bíblia traz muitos conselhos práticos para os que são casados. Isso não surpreende, pois Aquele que inspirou a Bíblia também é o Originador do casamento.
A BÍBLIA apresenta um quadro realista sobre o casamento. Ela reconhece que os que se casam terão “tribulação”, ou seja, dor e aflição. (1 Coríntios 7:28) No entanto, diz também que o casamento pode e deve proporcionar alegria, até mesmo êxtase. (Provérbios 5:18, 19) Não se trata de declarações contraditórias. Elas apenas mostram que, apesar de problemas graves, o casal pode cultivar a intimidade e o amor no seu relacionamento.
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