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  • O glamouroso mundo do entretenimento
    Despertai! — 1992 | 8 de novembro
    • O glamouroso mundo do entretenimento

      HOLLYWOOD! Onde quer que você viva no mundo, esse nome provavelmente lhe faz lembrar filmes e entretenimento. Chamada de capital mundial do entretenimento ou Cidade da Fantasia, nenhum outro lugar é tão sinônimo de artes e espetáculos como esse distrito de Los Angeles, na Califórnia. Certamente parece ser o centro mundial do brilho e do glamour. Como disse certo escritor: “A imagem de Hollywood como fabricante de dourados sonhos cinematográficos tornou-se mundial.”

      Entretenimento — Um Grande Negócio

      Mas não é só a imagem de Hollywood que se espalhou pelo mundo inteiro; “Hollywood” é um enorme e global negócio de exportação. De fato, segundo a revista Time, atrás apenas dos equipamentos aeroespaciais, o entretenimento é o maior produto de exportação dos Estados Unidos. Essa indústria arrecada centenas de bilhões de dólares por ano, e uma considerável parcela — uns 20 por cento — vem de outros países.

      Os Estados Unidos recebem 35 por cento da renda do mercado mundial de livros, 50 por cento da venda mundial de discos e fitas musicais, 55 por cento de fitas de cinema e de vídeo e de 75 a 85 por cento da renda da TV.

      Em troca dessa vasta fortuna, Hollywood diverte o mundo. O mundo nem sempre gosta disso — mais de um país já reclamou do imperialismo cultural americano, à medida que seus jovens abandonam a cultura local em troca do brilho importado americano. Mas isso não significa que o entretenimento venha só dos Estados Unidos. Muitos países têm a sua própria indústria do entretenimento — filmes, TV, discos, fitas, livros, esportes, e assim por diante.

      Entretenimento — Quão Fácil É Hoje

      Independentemente de quem diverte ou de quem devia divertir o mundo, o notável é que o entretenimento é hoje tão acessível, tão abundante, que estamos diante de uma verdadeira revolução. Para ilustrar: se vivesse no século passado, com quanta freqüência seria entretido por artistas treinados e talentosos? Mesmo se tivesse vivido no mais rico dos países, muitos da geração atual provavelmente o encarariam como alguém que sofreu penúria de entretenimento. Por exemplo, você teria de se deslocar até uma sala de óperas ou de concertos sinfônicos. Hoje, simplesmente ouvimos aparelhos de som que tocam qualquer tipo de música que existe, ou, recostados no sofá da nossa sala de estar, ao toque de um botão, somos entretidos por quase todo tipo imaginável de apresentações artísticas.

      Em qualquer país desenvolvido, em muitas casas há pelo menos uma TV, um videocassete, um CD ou um toca-fitas, além de outros aparelhos eletrônicos. Algumas crianças crescem com aparelhos de TV por toda a casa, quase tão comuns como espelhos. Em países menos desenvolvidos, muitas aldeias ou povoados têm o seu próprio centro local de TV, onde à noite as pessoas se congregam para entretenimento. A humanidade tornou-se obcecada pela TV. As horas de lazer são preenchidas com cada vez mais formas de entretenimento.

      Há algo de errado nisso? Existem perigos no entretenimento moderno? Ou será que a atual profusão de entretenimento simplesmente reflete uma fartura de riquezas? Façamos um exame equilibrado desse glamouroso mundo do entretenimento.

  • Conceito equilibrado sobre entretenimento
    Despertai! — 1992 | 8 de novembro
    • Conceito equilibrado sobre entretenimento

      “DEVE-SE trabalhar para viver e não viver para trabalhar.” Este clichê, de tão batido que é, pode fazer a pessoa esquecer quão verdadeiro ele é. De fato, ‘viver só para trabalhar’ pode ser prejudicial para a pessoa. Pode transformá-la num viciado em trabalho, um trabalhador compulsivo, que só pensa em trabalho.

      Considere, por exemplo, o problema surgido no Japão, um país conhecido por sua rígida ética de trabalho. É comum esperar que os empregados trabalhem horas extras todas as noites e nos fins de semana. Segundo a revista canadense Maclean’s, o trabalhador japonês mediano despende 2.088 horas por ano no emprego, em comparação com 1.654 do trabalhador mediano canadense. Todavia, a revista disse: “As empresas japonesas tiveram de enfrentar um problema diferente: empregados que sofreram karoshi, ou morte por excesso de trabalho. Jornais relataram casos de homens de 40 a 50 anos que sofreram ataques de coração ou derrames cerebrais depois de trabalharem 100 dias sem um dia de descanso.” O Ministério do Trabalho japonês teve até de lançar uma campanha de publicidade cheia de rimas cativantes, para instar as pessoas a folgar nos fins de semana e se descontrair. Que contraste com alguns países ocidentais, onde é preciso persuadir as pessoas a trabalhar uma semana completa!

      Os Benefícios do Divertimento

      Acertadamente, porém, os especialistas em geral consideram o vício do trabalho como doença, não como virtude. A diversão também faz parte da vida, e não só quando ainda se é pequeno; adultos e crianças têm essa mesma necessidade. Por quê? Que proveito tiram as pessoas do lazer ou do divertimento? Um manual sobre o assunto fez uma lista: “Auto-expressão, companheirismo, integração da mente e do corpo, saúde física, necessária mudança de ritmo numa apertada carga horária, descanso e descontração, oportunidade de tentar algo novo e conhecer novas pessoas, edificar relações, consolidar a família, contato com a natureza, . . . e simplesmente sentir-se bem sem analisar por quê. Todos esses são benefícios que as pessoas derivam de seu lazer.”

      Os sociólogos têm escrito muitos livros sobre lazer e divertimento, e eles concordam que o lazer é essencial tanto para o indivíduo como para a sociedade. Mas, com certeza, ninguém entende melhor a natureza humana do que o Criador da humanidade. O que acha ele sobre isso?

      Contrário ao que alguns parecem pensar, a Bíblia não é contra o prazer e a recreação. Ela nos diz que Jeová é um Deus feliz e que ele espera que seus servos também o sejam. (Salmo 144:15b; 1 Timóteo 1:11) Em Eclesiastes 3:1-4 vemos que há “um tempo determinado . . . para rir” e “tempo para saltitar”. A palavra hebraica para “rir” usada aqui relaciona-se com palavras que significam “brincar”. O mesmo livro bíblico nos diz que “para o homem não há nada melhor do que comer, e deveras beber, e fazer sua alma ver o que é bom por causa do seu trabalho árduo”. — Eclesiastes 2:24.

      Hoje, uma das formas mais comuns de lazer é deixar-se entreter, descontrair-se e apreciar a exibição de talentos alheios. Mas isso tampouco é inteiramente novo. Segundo a Bíblia, há milênios as pessoas têm-se deliciado em ver outros dançar, cantar, tocar instrumentos musicais ou competir nos esportes.

      Como forma de recreação, o entretenimento pode-nos fazer muito bem. Quem não deriva certo prazer dos feitos de um ágil atleta, da suave graça de uma bailarina, do clima de suspense de um bom e saudável filme de aventura, ou da cadenciada melodia que perdura nos ouvidos até muito depois de a música terminar? E, sem dúvida, a maioria de nós gosta de se descontrair com um bom livro, virando as páginas cada vez mais depressa à medida que nos empolgamos com uma história bem escrita.

      Um entretenimento assim nos pode descontrair, e mais do que isso. Pode estimular-nos, reanimar-nos, tocar o nosso coração, fazer-nos rir — e até mesmo ser informativo. A literatura, por exemplo, pode-nos ensinar muito sobre a natureza humana. As obras de Shakespeare são um claro exemplo disso.

      Os Perigos do Entretenimento

      Para termos um conceito equilibrado do moderno entretenimento, porém, precisamos reconhecer seus perigos bem como seus benefícios. Fala-se muito a respeito da influência corrompedora do entretenimento, mas, em geral, os perigos podem ser divididos em duas categorias amplas: quantidade e qualidade, ou seja, o quanto de entretenimento está disponível e o seu conteúdo. Vejamos primeiro a qualidade.

      Vivemos em tempos ruins, que a Bíblia chama de “tempos críticos, difíceis de manejar”. (2 Timóteo 3:1) Não é de admirar, então, que o moderno entretenimento reflita a nossa era, não raro nos seus piores aspectos. A violência sádica, a crassa imoralidade e as mais vis das reações humanas — como o racismo — tudo isso se infiltra no entretenimento popular, contaminando-o em variados graus. No limite extremo, o que devia ser entretenimento não passa de pornografia e imundície. Veja alguns exemplos.

      Filmes: Nas mais altas honrarias de Hollywood, os Oscars, três dos homens indicados na categoria de “melhor ator” este ano haviam interpretado o papel de assassinos psicopatas, todos os quais matam bem explicitamente na tela. Segundo consta, um dos personagens arranca com os dentes um naco de carne do rosto de uma mulher enquanto a estupra. Financeiramente, um dos maiores sucessos do ano foi um filme chamado no Brasil de Instinto Selvagem. O filme começa com uma cena de sexo explícito, na qual a mulher, com um furador de gelo, dá repetidas estocadas em seu amante amarrado com cordas, cobrindo-se de sangue.

      Música: Tanto a música rap como a heavy metal recentemente têm sido alvo de crescente crítica devido a similares problemas de conteúdo. Canções que glorificam a degradação sexual e o abuso de mulheres, a violência e o ódio contra várias raças e contra policiais, e até mesmo o satanismo, têm sido incluídas em discos de rap e de heavy metal. Em certos lugares, os discos com tal matéria explícita têm de ter selos de aviso. Mas como o ‘rapeiro’ Ice-T alegadamente admitiu, ele coloca letras chocantes nas suas canções justamente para merecer tal selo; isso garante atrair os curiosos. Prince, um dos astros do rock, cantou louvores ao incesto irmão-irmã. Não raro, os vídeos musicais simplesmente dão a tal crassa imoralidade uma acrescentada dimensão visual. O vídeo da popular estrela Madonna, Justify My Love, ganhou fama por apresentar sadomasoquismo e atividade homossexual. Até mesmo o MTV, um canal de TV americano conhecido por não ter maiores escrúpulos em transmitir vez por outra vídeos imorais, recusou-se a levar esse ao ar.

      Livros: Considere alguns exemplos recolhidos de recentes críticas literárias. O Psicopata Americano detalha os horripilantes atos de um assassino em série, que pratica coisas indescritivelmente medonhas com os corpos de suas vítimas, inclusive o canibalismo. Vox gira em torno de uma longa conversa telefônica na qual um homem e uma mulher, que antes não se conheciam, estimulam-se sexualmente com conversa erótica. Raptor conta as aventuras sexuais pervertidas de dois hermafroditos (pessoas que têm órgãos sexuais dos dois sexos) do sexto século. Os livros de romance em geral endossam e glorificam o adultério e a fornicação. As histórias em quadrinhos, outrora um tanto inócuas para as crianças, hoje em muitos casos apresentam vívidas cenas de sexo, violência e ocultismo.

      Esportes: Os apelos para banir o boxe continuam. Apesar de aumentadas evidências de que cada golpe nocauteador inflige algum dano irreversível ao cérebro, enormes ganhos financeiros e milhões de espectadores continuam a atrair lutadores ao ringue. Repetidos golpes já mataram literalmente centenas de boxeadores.

      Outros esportes, porém, têm índices de morte até mesmo maiores. Não é incomum ler sobre violência nas praças de esporte, ou entre espectadores. Distúrbios provocados pelo nacionalismo ou por uma mal-orientada “devoção ao time” têm matado centenas de pessoas em estádios ao redor do mundo. As touradas, que o semanário alemão Die Zeit chama de “provavelmente o evento esportivo mais bestial que sobreviveu até os dias de hoje”, teve um recente surto de popularidade na Espanha e no sul da França. Depois que um touro chifrou no coração o famoso matador de 21 anos, José Cubero, o herói tombado foi mais tarde carregado em seu esquife numa arena de Madri, sob os aplausos de 15.000 ardorosos fãs. A sua morte foi exibida repetidas vezes na TV espanhola.

      Esses são casos extremos, é verdade, e isso não significa que todo o entretenimento nessas diversas categorias seja mau. Mas o conceito equilibrado do entretenimento tem de passar pelo reconhecimento de que esses extremos existem e que são populares. Por quê? Bem, já percebeu que o que parecia extremo alguns anos atrás agora não mais sensibiliza as pessoas? Os extremos tendem a se integrar nas massas; as pessoas se acostumam a eles. Ao que você se acostumará?

      A Questão da Quantidade

      Mesmo que todo o entretenimento fosse completamente sadio, porém, ainda há a questão da enorme quantidade. A indústria do entretenimento produz uma prodigiosa torrente de material. Nos Estados Unidos, por exemplo, mais de 110.000 livros diferentes foram publicados só em 1991. Se você pudesse ler um livro inteiro por dia, levaria mais de 300 anos para ler apenas os livros produzidos num ano! A indústria cinematográfica americana produz bem mais de 400 filmes por ano, e muitos países os importam, além de produzirem seus próprios filmes. A indústria indiana produz anualmente centenas de filmes em hindi. E quem seria capaz de numerar os discos comuns, os compactos e as fitas que são produzidos todos os anos? E há também a TV.

      Em alguns países desenvolvidos, existem dezenas de canais de TV disponíveis — estações a cabo, canais via satélite, além das emissoras convencionais. Isso significa que pode fluir para dentro de casa uma corrente constante de entretenimento 24 horas por dia. Esportes, música, dramas, comédia, ficção científica, debates e entrevistas, filmes, tudo a um simples toque de botão. Com um videocassete, ficam disponíveis também milhares de filmes, além de incontáveis vídeos sobre como fazer coisas, vídeos musicais, e até mesmo educativos, sobre natureza, história e ciência.

      Mas como arranjar tempo para todo esse entretenimento? A tecnologia pode fazer o milagre do entretenimento instantâneo — imagine quão atônito ficaria Mozart se pudesse ouvir uma de suas sinfonias num aparelho de som estéreo! No entanto, a tecnologia não pode criar o tempo necessário para se usufruir todos esses prazeres. De fato, em certos países de alto desenvolvimento tecnológico tem havido uma tendência de menos tempo para o lazer, em vez de mais.

      Portanto, se o permitirmos, o entretenimento poderá facilmente devorar todo o nosso tempo de lazer. E é bom lembrar que o entretenimento é apenas uma das formas de recreação, em geral a mais passiva. A maioria de nós precisa também sair de casa e fazer algo mais ativo, participar em vez de simplesmente sentar-se e deixar-se entreter. Pode-se caminhar, desfrutar de boas companhias, participar em jogos.

      Se é um erro permitir que o entretenimento devore todo o nosso tempo de lazer, muito pior ainda é permitir que ele consuma o tempo que deve ser usado para obrigações mais elevadas, tais como as para com o nosso Criador, a nossa família, o nosso trabalho e os nossos amigos! É absolutamente essencial, pois, ter um conceito equilibrado sobre o entretenimento! Como se pode decidir que tipo de entretenimento é ruim para nós e quanto é demais?

      [Fotos na página 7]

      Certos entretenimentos podem tocar nosso coração e ser informativos.

  • Que entretenimento escolherá?
    Despertai! — 1992 | 8 de novembro
    • Que entretenimento escolherá?

      TER um conceito equilibrado sobre o entretenimento é uma coisa. Mostrar equilíbrio na escolha de entretenimento é algo bem diferente. É muito fácil ver que o entretenimento tem o seu devido lugar, mas uma boa parte dele é lixo e simples perda de tempo. Ainda assim, confrontamo-nos com decisões diárias a fazer — nem sempre fáceis.

      Como já vimos, a indústria do entretenimento não facilita a decisão. Há uma estonteante variedade de escolha, mas por milhares de anos a Bíblia tem dado aos sinceros a orientação que precisam. A tecnologia moderna não tornou obsoletos os princípios bíblicos; ao contrário, eles nunca foram tão úteis e tão necessários como nestes tempos atribulados. Vejamos, pois, como aplicar esses princípios no tocante às duas áreas de perigo do entretenimento — seu conteúdo e o tempo que consome.

      Quais São as Orientações da Bíblia?

      Um jovem se mata, e descobre-se que ele estava profundamente envolvido com música de rock heavy metal que encorajava o suicídio. Uma mocinha de 14 anos mata a sua mãe a pancadas e, pelo que parece, também estava obcecada por heavy metal. Um garoto de 15 anos mata uma mulher, e seu advogado afirma que ele foi influenciado por filmes de violência sádica. Estréia um filme sobre violência de gangues, e ocorrem brigas de gangues ali mesmo nos cinemas e nas filas de espera.

      Obviamente, o conteúdo do entretenimento que escolhemos de algum modo nos afeta. Alguns especialistas talvez descartem os relatos acima como evidência isolada e não conclusiva. Mas os princípios bíblicos incidem diretamente sobre o problema. Por exemplo, considere estas palavras profundas: “Quem anda com pessoas sábias tornar-se-á sábio, mas irá mal com aquele que tem tratos com os estúpidos.” (Provérbios 13:20) Não é verdade que alguns entretenimentos equivalem a exatamente isso — andar, ou associar-se, com pessoas estúpidas ou moralmente insensatas? Similarmente, 1 Coríntios 15:33 reza: “Não sejais desencaminhados. Más associações estragam hábitos úteis.” Não há nada de dúbio nestas palavras, não se trata de peritos de conceitos opostos atirando estatísticas uns contra os outros. É a simples lei da natureza humana. Se nos associarmos regularmente com os de moral baixa, os nossos próprios hábitos sofrerão.

      Tais princípios também são válidos no tocante a idolatrar os astros dos esportes, do cinema, da TV e da música. Embora esses astros não raro glorifiquem a violência ou a imoralidade, tanto nos seus desempenhos como na sua vida pessoal, seus fãs — em especial os jovens — ainda assim parece que os adoram. O jornal The European observou recentemente: “Sociólogos dizem que numa sociedade cada vez mais secularizada os superastros talvez cumpram o papel outrora desempenhado pela religião na vida de muitos jovens.” Mas note o que diz o Salmo 146:3: “Não confieis nos nobres, nem no filho do homem terreno, a quem não pertence a salvação.” E Provérbios 3:31 diz: “Não fiques invejoso do homem de violência, nem escolhas a quaisquer dos seus caminhos.”

      Ainda outro princípio-chave: ao tomar decisões, os cristãos devem levar em conta o efeito dessas decisões não apenas sobre si mesmos mas também sobre outros na congregação cristã, inclusive os que têm uma consciência mais sensível. (1 Coríntios 10:23-33) No lado positivo, os princípios bíblicos também nos ajudam a estabelecer normas seguras para a escolha de entretenimento. O apóstolo Paulo aconselhou: “Por fim, irmãos, todas as coisas que são verdadeiras, todas as que são de séria preocupação, todas as que são justas, todas as que são castas, todas as que são amáveis, todas as coisas de que se fala bem, toda virtude que há e toda coisa louvável que há, continuai a considerar tais coisas.” — Filipenses 4:8.

      Esses princípios têm guiado o povo de Deus por séculos. Os cristãos na antiga Roma não precisavam de uma lei explícita que lhes dissesse que as lutas de gladiadores, com toda a sua matança e sadismo, não eram um entretenimento apropriado. Eles simplesmente aplicavam princípios como o acima, dessa forma protegendo a si mesmos, a suas famílias e a suas congregações.

      Como Escolher

      Os cristãos genuínos hoje fazem o mesmo. Na escolha de entretenimento, primeiro verificam o seu conteúdo moral. Como? Bem, antes de comprar um disco, por exemplo, eles examinam a capa. Que tipo de propaganda faz a música? Promove valores depravados? Ódio? Rebelião? Fúria? Sexo e sedução? Às vezes dá para examinar as letras. Similarmente, muitos livros têm um sumário do conteúdo na sobrecapa, e, às vezes, há críticas disponíveis. Também no caso de filmes, muitas vezes há avaliações nos jornais e nas revistas locais. Alguns países usam um sistema de classificação de filmes que talvez sirva como guia. Obviamente, se certos entretenimentos são considerados pelo mundo degradado de hoje como sexualmente explícitos, imorais ou violentos demais, é difícil imaginar que o cristão rebaixaria as suas normas e voluntariamente assimilaria tal entretenimento na sua mente e no seu coração.

      Por outro lado, o sábio Rei Salomão certa vez alertou: “Não fiques justo demais, nem te mostres excessivamente sábio. Por que devias causar a ti mesmo a desolação?” (Eclesiastes 7:16) A autojustiça é uma armadilha muito fácil em que se cair quando se trata de entretenimento. Talvez tenhamos fortes convicções a respeito da escolha que fizemos, tendo pesado os princípios bíblicos cuidadosamente e com oração. Todavia, talvez verifiquemos que outros, que se pautam pelos mesmos princípios, decidem um pouco diferente. Não permita que isso lhe roube a alegria. Cada um de nós tem de responsabilizar-se por suas próprias escolhas. — Gálatas 6:4.

      Quanto É Demais?

      O sistema de valores do mundo está espantosamente fora de proporções no tocante à prioridade que dá ao lazer. Por exemplo, um editorial recente na revista comercial Parks & Recreation chamou a recreação de “a essência da vida”. Similarmente, The New York Times Magazine disse recentemente a respeito da noite de sábado, uma ocasião comum para recreação: “Se fizermos a conta, haverá muitos mais dias de semana na nossa vida do que sábados à noite, mas é pelo sábado à noite que vale a pena viver.” Alguns sociólogos chegam a afirmar que nas nações mais afluentes do mundo a sociedade agora se baseia no lazer, sendo a própria religião apenas mais uma atividade de lazer.

      Os cristãos não se surpreendem com essa distorção de prioridades. A Bíblia há muito predisse que nestes críticos “últimos dias” as pessoas seriam “amantes de si mesmas, . . . mais amantes de prazeres do que amantes de Deus”. (2 Timóteo 3:1-4) Mas os princípios bíblicos nos ajudam a ordenar corretamente as nossas próprias prioridades. Como disse Jesus, ‘temos de amar a Jeová, nosso Deus, de todo o nosso coração, de toda a nossa alma, de toda a nossa mente e de toda a nossa força’. (Marcos 12:30) Por conseguinte, para os do povo de Deus, o amor a Ele vem em primeiro lugar na vida. Longe de relegarem seu ministério cristão a uma atividade de lazer, este é para eles a sua prioridade máxima. Até mesmo seu serviço secular apenas fornece os meios para dedicar-se a essa carreira vital. — Mateus 6:33.

      Portanto, no tocante a entretenimento, o cristão tem de calcular o custo, determinar quanto tempo vai tomar em comparação com quanto tempo vale. (Lucas 14:28) Se a busca de entretenimento significará negligenciar coisas importantes, tais como estudo bíblico pessoal ou familiar, estar com concrentes, o ministério cristão, ou obrigações familiares essenciais, não valerá o preço.

      O Que Sua Escolha Revela a Seu Respeito

      O tempo que dedicamos ao entretenimento diz muito a respeito de nossas prioridades, assim como o conteúdo do entretenimento que escolhemos diz muito a respeito de nossa moral e da sinceridade de nossa dedicação. As nossas escolhas revelarão às pessoas na comunidade que tipo de pessoas somos, que valores defendemos. A nossa escolha dirá aos nossos amigos, à nossa família e à nossa congregação se somos equilibrados ou rígidos, coerentes ou hipócritas, justos ou autojustos.

      Que as suas decisões sejam um reflexo de suas crenças e de seus valores, bem como dos de sua família, visto que você está perante o Criador, que examina o coração e a motivação de todos nós. Hebreus 4:13 diz: “Não há criação que não esteja manifesta à sua vista, mas todas as coisas estão nuas e abertamente expostas aos olhos daquele com quem temos uma prestação de contas.” Apenas Deus pode ver a resposta à pergunta que está no âmago da questão: seremos nós realmente guiados pelos Seus princípios em todos os aspectos da vida?

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