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PrefeitoEstudo Perspicaz das Escrituras, Volume 2
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a Jeová, e Jeová o libertou; os próprios conspiradores sofreram a morte na cova dos leões. — Da 6:6, 7, 24.
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Pregador, pregaçãoEstudo Perspicaz das Escrituras, Volume 2
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PREGADOR, PREGAÇÃO
O conceito bíblico sobre “pregação” é melhor determinado por meio dum exame do sentido dos termos hebraicos e gregos originais. O termo grego ke·rýs·so, geralmente traduzido por “pregar”, basicamente significa ‘fazer proclamação como arauto, ser um arauto, oficiar como arauto, proclamar (como conquistador)’. O substantivo aparentado é ké·ryx e significa ‘arauto, mensageiro público, enviado, pregoeiro (que fazia proclamação e mantinha a ordem nas assembleias, etc.)’. Outro substantivo aparentado é ké·ryg·ma, que significa ‘aquilo que é bradado por um arauto, proclamação, anúncio (de vitória nos jogos), mandado, intimação’. (A Greek-English Lexicon [Léxico Grego-Inglês], de H. Liddell e R. Scott, revisado por H. Jones, Oxford, 1968, p. 949) De modo que ke·rýs·so não transmite a ideia de se proferir um sermão para um grupo restrito de discípulos, mas sim a de uma proclamação aberta e pública. Isto é ilustrado pelo uso dessa palavra para descrever o “forte anjo [a] proclamar [ke·rýs·son·ta] com voz alta: ‘Quem é digno de abrir o rolo e de soltar os seus selos?’” — Re 5:2; veja também Mt 10:27.
A palavra eu·ag·ge·lí·zo·mai significa “declarar boas novas”. (Mt 11:5) Palavras aparentadas são: di·ag·gél·lo, “divulgar; notificar; declarar” (Lu 9:60; At 21:26; Ro 9:17) e ka·tag·gél·lo, “publicar; falar a respeito; proclamar; propalar”. (At 13:5; Ro 1:8; 1Co 11:26; Col 1:28) A principal diferença entre ke·rýs·so e eu·ag·ge·lí·zo·mai é que a primeira destaca a maneira de se fazer a proclamação, isto é, que se trata de pronunciamento público, autorizado, e a última destaca o conteúdo dela, ou seja, declarar ou trazer o eu·ag·gé·li·on, o evangelho ou boas novas.
Ke·rýs·so corresponde até certo ponto ao hebraico ba·sár, que significa “portar novas; anunciar; agir como portador de novas”. (1Sa 4:17; 2Sa 1:20; 1Cr 16:23) Ba·sár, contudo, não implica uma função oficial do mesmo calibre.
A Pregação nas Escrituras Hebraicas. Noé é a primeira pessoa a ser chamada de “pregador” (2Pe 2:5), ainda que o profetizar feito anteriormente por Enoque possa ter-se divulgado por meio de pregação. (Ju 14, 15) Pregar Noé a justiça, antes do Dilúvio, evidentemente incluía uma chamada ao arrependimento e um aviso da vindoura destruição, como se vê da referência de Jesus ao fato de que as pessoas não “fizeram caso”. (Mt 24:38, 39) Por conseguinte, a proclamação pública de Noé, divinamente autorizada, não era primariamente um anúncio de boas novas.
Após o Dilúvio, muitos homens, como Abraão, serviram como profetas, proferindo revelações divinas. (Sal 105:9, 13-15) No entanto, antes do estabelecimento de Israel na Terra Prometida, parece não ter havido nenhuma pregação regular ou vocacional de modo público. Os primitivos patriarcas não tinham ordens de agir como arautos. Durante o período de operação do reino, em Israel, os profetas realmente atuaram como porta-vozes públicos, proclamando os decretos, os julgamentos e as convocações de Deus em locais públicos. (Is 58:1; Je 26:2) A proclamação de Jonas a Nínive ajusta-se bem à ideia transmitida por ké·ryg·ma, e ela é assim descrita. (Veja Jon 3:1-4; Mt 12:41.) O ministério dos profetas, porém, era em geral muito mais amplo do que o de um arauto ou pregador, e, em alguns casos, eles utilizaram outros para agir como porta-vozes seus. (2Rs 5:10; 9:1-3; Je 36:4-6) Algumas de suas mensagens e visões foram apresentadas por escrito, em vez de oralmente (Je 29:1, 30, 31; 30:1, 2; Da caps. 7-12); muitas foram proferidas em audiência privada, e os profetas empregavam também atos simbólicos para transmitir ideias. — Veja PROFECIA; PROFETA.
Foram proclamadas admoestações, avisos e julgamentos, e também boas novas — sobre vitórias, libertações e bênçãos — bem como louvores a Jeová Deus. (1Cr 16:23; Is 41:27; 52:7; nestes textos usa-se o termo hebraico ba·sár.) Às vezes, mulheres bradavam ou cantavam as novas de batalhas vencidas ou de um vindouro livramento. — Sal 68:11; Is 40:9; compare isso com 1Sa 18:6, 7.
As Escrituras Hebraicas também apontavam para a obra de pregação que seria feita por Cristo Jesus e a congregação cristã. Jesus citou Is 61:1, 2 como predizendo a sua comissão divina e a sua autorização para pregar. (Lu 4:16-21) Em cumprimento do Salmo 40:9 (os versículos precedentes sendo aplicados pelo apóstolo Paulo a Jesus em He 10:5-10), Jesus ‘anunciou as boas novas [forma de ba·sár] de justiça na grande congregação’. O apóstolo Paulo citou Isaías 52:7 (a respeito de o mensageiro portar as novas da libertação de Sião de sua condição cativa) e relacionou-o com a obra de pregação pública dos cristãos. — Ro 10:11-15.
Nas Escrituras Gregas Cristãs. Embora fosse primariamente ativo nas regiões desérticas, João, o Batizador, fez a obra dum pregador ou mensageiro público, anunciando a chegada do Messias e do Reino de Deus aos judeus que vieram ao seu encontro, concitando-os ao arrependimento. (Mt 3:1-3, 11, 12; Mr 1:1-4; Lu 3:7-9) Ao mesmo tempo, João atuou como profeta, instrutor (tinha discípulos) e evangelizador. (Lu 1:76, 77; 3:18; 11:1; Jo 1:35) Ele era “representante de Deus” e testemunha Sua. — Jo 1:6, 7.
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