Segundo Marcos*
1 [O] princípio das boas novas* a respeito de* Jesus Cristo: 2 Conforme está escrito em Isaías, o profeta: “(Eis que eu envio o meu mensageiro* diante da tua face, o qual preparará o teu caminho;)+ 3 eis que alguém está clamando no ermo: ‘Preparai o caminho de Jeová,* fazei retas as suas estradas’”,+ 4 apareceu João, o batizador,* no ermo, pregando [o] batismo [em símbolo] de arrependimento para o perdão de pecados.+ 5 Conseqüentemente, todo o território da Judéia e todos os habitantes de Jerusalém saíam a ter com ele e eram batizados por ele no rio Jordão, confessando abertamente os seus pecados.+ 6 Ora, João estava vestido de pêlos de camelo e com um cinto de couro em volta dos seus lombos,+ e comia gafanhotos+ e mel silvestre.+ 7 E pregava, dizendo: “Depois de mim vem alguém mais forte do que eu; não sou nem apto para me abaixar e desatar os cordões de suas sandálias.+ 8 Eu vos batizei com água, mas ele vos batizará com espírito santo.”+
9 No decorrer daqueles dias, veio Jesus de Nazaré da Galiléia e foi batizado por João no Jordão.+ 10 E, subindo da água, viu imediatamente os céus serem partidos e o espírito descer como pomba sobre* ele;+ 11 e uma voz saiu dos céus: “Tu és meu Filho, o amado; eu te tenho aprovado.”+
12 E o espírito* impeliu-o imediatamente a ir para o ermo.+ 13 Ele continuou assim no ermo por quarenta dias,+ sendo tentado por Satanás,+ e estava com os animais selváticos, mas os anjos lhe ministravam.+
14 Ora, depois de João ter sido preso, Jesus entrou na Galiléia,+ pregando as boas novas de Deus+ 15 e dizendo: “Tem-se cumprido o tempo designado+ e o reino de Deus se tem aproximado. Arrependei-vos+ e tende fé nas boas novas.”
16 Andando à beira do mar da Galiléia, viu Simão+ e André, irmão de Simão, lançando [suas redes] ao mar, pois eram pescadores.+ 17 De maneira que Jesus lhes disse: “Vinde após mim, e eu farei que vos torneis pescadores de homens.”+ 18 E eles abandonaram imediatamente as suas redes e o seguiram.+ 19 E, tendo andado um pouco mais adiante, viu Tiago, o [filho] de Zebedeu, e João, seu irmão, de fato, enquanto estavam no seu barco consertando as suas redes;+ 20 e logo os chamou. Eles, por sua vez, abandonaram seu pai Zebedeu, no barco, com os homens contratados, e foram após ele. 21 E entraram em Cafarnaum.+
Assim que chegou o sábado, entrou na sinagoga e começou a ensinar. 22 E ficaram assombrados com o seu modo de ensinar,+ pois eis que os ensinava como quem tinha autoridade e não como os escribas.+ 23 Também, logo naquela ocasião havia na sinagoga deles um homem sob o poder dum espírito impuro, e ele gritou,+ 24 dizendo: “Que temos nós contigo,* Jesus, nazareno?+ Vieste destruir-nos? Eu sei+ exatamente quem és, o Santo+ de Deus.”+ 25 Mas Jesus censurou-o, dizendo: “Cala-te e sai dele!”+ 26 E o espírito impuro, depois de o lançar em convulsão, e berrando ao máximo da sua voz, saiu dele.+ 27 Ora, todos ficaram tão assombrados, que começaram uma discussão entre si, dizendo: “Que é isso? Um novo ensino! Ele dá ordens com autoridade, até mesmo a espíritos impuros, e eles lhe obedecem.”+ 28 De modo que o relato a respeito dele se espalhou imediatamente em todas as direções, através de toda a região circunvizinha na Galiléia.+
29 E saíram imediatamente da sinagoga e entraram na casa de Simão+ e André, junto com Tiago e João. 30 Ora, a sogra+ de Simão estava acamada com febre,+ e falaram-lhe dela imediatamente. 31 E, dirigindo-se a ela, levantou-a, tomando-a pela mão; e a febre a abandonou+ e ela começou a ministrar-lhes.+
32 Ao anoitecer, tendo-se posto o sol, trouxeram-lhe todos os doentes+ e os possessos de demônios;+ 33 e a cidade toda estava ajuntada na frente da porta. 34 Curou assim a muitos dos que estavam enfermos com várias doenças+ e expulsou muitos demônios, mas não deixou os demônios falar, porque sabiam que ele era Cristo.+
35 E, de manhã cedo, quando ainda estava escuro, levantou-se e foi para fora, e partiu para um lugar solitário,+ e ali começou a orar.+ 36 No entanto, Simão e os com ele foram à sua procura 37 e acharam-no, e disseram-lhe: “Todos te procuram.” 38 Mas ele lhes disse: “Vamos a outro lugar, às vilas vizinhas, para que eu pregue+ também ali, pois é com este objetivo que saí.”+ 39 E foi, pregando nas sinagogas deles, em toda a Galiléia, e expulsando os demônios.+
40 Veio também a ele um leproso, suplicando-lhe, até de joelhos, [e] dizendo-lhe: “Se apenas quiseres, podes tornar-me limpo.”+ 41 Em vista disso, penalizou-se,+ e, estendendo a mão, tocou nele e disse-lhe: “Eu quero. Torna-te limpo.”+ 42 E a lepra desapareceu-lhe imediatamente e ele se tornou limpo.+ 43 Outrossim, dando-lhe ordens estritas, mandou-o imediatamente embora 44 e disse-lhe: “Cuida de que não digas nada a ninguém, mas vai, mostra-te ao sacerdote+ e oferece pela tua purificação as coisas determinadas por Moisés,+ em testemunho para eles.”+ 45 Mas, depois de se afastar, o homem principiou a proclamar isso consideravelmente e a divulgar o relato, de modo que [Jesus]* não podia mais entrar abertamente numa cidade, mas continuava fora, nos lugares solitários. Contudo, eles continuavam a vir a ele, de todos os lados.+
2 No entanto, depois de alguns dias, entrou novamente em Cafarnaum, e relatou-se que ele estava em casa.+ 2 Conseqüentemente, ajuntaram-se muitos, a ponto de não haver mais lugar, nem mesmo junto à porta, e ele começou a falar-lhes a palavra.+ 3 E [certos] homens vieram trazer-lhe um paralítico, carregado por quatro.+ 4 Mas, não podendo levá-lo diretamente a [Jesus],* por causa da multidão, removeram o telhado por cima do lugar onde ele estava, e, tendo aberto um buraco, abaixaram a maca em que o paralítico estava deitado.+ 5 E, quando Jesus viu a fé que tinham,+ disse ao paralítico: “Filho, teus pecados estão perdoados.”+ 6 Ora, alguns dos escribas estavam ali sentados e raciocinavam nos seus corações:+ 7 “Por que fala este homem dessa maneira? Ele está blasfemando. Quem pode perdoar pecados senão um só, Deus?”+ 8 Mas, Jesus, tendo discernido imediatamente pelo seu espírito que estavam raciocinando deste modo no íntimo, disse-lhes: “Por que estais raciocinando essas coisas em vossos corações?+ 9 O que é mais fácil, dizer ao paralítico: ‘Teus pecados estão perdoados’, ou dizer: ‘Levanta-te, apanha a tua maca e anda’?+ 10 Mas, a fim de que saibais que o Filho do homem+ tem na terra autoridade para perdoar pecados”+ — ele disse ao paralítico: 11 “Eu te digo: Levanta-te, apanha a tua maca e vai para a tua casa.”+ 12 Com isso, este se levantou e apanhou imediatamente a sua maca, e saiu andando na frente de todos,+ de modo que todos ficaram simplesmente arrebatados e glorificaram a Deus, dizendo: “Nunca vimos nada igual.”+
13 Novamente, foi para a beira do mar; e toda a multidão vinha a ele, e ele começou a ensiná-los. 14 Mas, ao passar para diante, avistou Levi,+ o [filho] de Alfeu, sentado na coletoria, e disse-lhe: “Sê meu seguidor.” E ele, levantando-se, seguiu-o.+ 15 Mais tarde, aconteceu que estava recostado à mesa, na casa deste, e muitos cobradores de impostos+ e pecadores se recostavam com Jesus e seus discípulos, pois havia muitos deles e começavam a segui-lo.+ 16 Mas os escribas dos fariseus, quando viram que ele comia com os pecadores e os cobradores de impostos, começaram a dizer aos discípulos: “Come ele com os cobradores de impostos e os pecadores?”+ 17 Ao ouvir isso, Jesus disse-lhes: “Os fortes não precisam de médico, mas sim os enfermos. Não vim chamar os que são justos, mas pecadores.”+
18 Ora, os discípulos de João e os fariseus praticavam o jejum. Vieram assim e disseram-lhe: “Por que é que os discípulos de João e os discípulos dos fariseus praticam o jejum, mas os teus discípulos não praticam o jejum?”+ 19 E Jesus disse-lhes: “Será que os amigos do noivo* podem jejuar+ enquanto o noivo está com eles? Enquanto tiverem o noivo consigo, não podem jejuar.+ 20 Mas, virão dias em que o noivo lhes será tirado, e então, naquele dia, jejuarão.+ 21 Ninguém costura um remendo de pano não pré-encolhido numa velha roupa exterior; se o fizer, a sua plena força [o] arrancará dela, o novo da velha, e o rasgão ficará pior.+ 22 Também, ninguém põe vinho novo em odres velhos; se o fizer, o vinho rebentará os odres e se perderá tanto o vinho como os odres.+ Mas, põe-se vinho novo em odres novos.”+
23 Aconteceu então que ele estava passando pelas searas, no sábado, e seus discípulos, em caminho, principiaram a arrancar+ espigas.+ 24 De modo que os fariseus foram dizer-lhe: “Olha! Por que fazem eles no sábado o que não é lícito?”+ 25 Mas ele lhes disse: “Nunca lestes nenhuma vez o que Davi+ fez quando passou necessidade e ficou com fome, ele e os homens com ele?+ 26 Como entrou na casa de Deus, no relato sobre Abiatar,+ o principal sacerdote,* e comeu os pães da apresentação,*+ os quais não é lícito+ comer, a não ser aos sacerdotes, e deu também deles aos homens que estavam com ele?”+ 27 Prosseguiu assim a dizer-lhes: “O sábado veio à existência por causa do homem,+ e não o homem por causa do sábado;+ 28 portanto, o Filho do homem é Senhor até mesmo do sábado.”+
3 Novamente, ele entrou numa sinagoga, e ali havia um homem com a mão ressequida.+ 2 Vigiaram-no assim de perto para ver se curaria o homem no sábado, a fim de que pudessem acusá-lo.+ 3 E ele disse ao homem com a mão ressequida: “Levanta-te [e vem] para o centro.” 4 A seguir, disse-lhes: “É lícito, no sábado, fazer uma boa ação ou fazer uma má ação, salvar ou matar uma alma?”*+ Mas eles ficaram calados. 5 E, depois de olhar para eles, ao redor, com indignação, estando profundamente contristado com a insensibilidade dos seus corações,+ disse ao homem: “Estende a tua mão.” E ele a estendeu, e sua mão foi restabelecida.+ 6 Os fariseus saíram então e começaram imediatamente a entrar em conselho contra ele com os partidários de Herodes,*+ a fim de o destruírem.+
7 Mas Jesus, com os seus discípulos, retirou-se para o mar; e seguia-o uma grande multidão da Galiléia e da Judéia.+ 8 Até mesmo de Jerusalém, e da Iduméia, e de além do Jordão, e dos arredores de Tiro+ e de Sídon, veio ter com ele uma grande multidão, ao ouvir [falar] de quantas coisas fazia. 9 E ele disse aos seus discípulos que mantivessem continuamente à sua disposição um pequeno barco, para que a multidão não o apertasse. 10 Porque curava a muitos, com o resultado de que todos os que tinham moléstias penosas lançavam-se sobre ele para tocá-lo.+ 11 Até mesmo os espíritos impuros,+ sempre que o viam, prostravam-se diante dele e clamavam, dizendo: “Tu és o Filho de Deus.”+ 12 Muitas vezes, porém, os advertia rigorosamente que não o dessem a conhecer.+
13 E subiu a um monte e convocou os que quis,+ e eles foram ter com ele.+ 14 E formou [um grupo de] doze, aos quais chamou também de “apóstolos”, para que continuassem com ele e para que pudesse enviá-los a pregar+ 15 e a ter autoridade para expulsar os demônios.+
16 E os [do grupo dos] doze que formou eram Simão, a quem também deu o sobrenome de Pedro,+ 17 e Tiago, o [filho] de Zebedeu, e João, irmão de Tiago+ (a estes deu também o sobrenome de Boanerges,* que significa Filhos do Trovão), 18 e André, e Filipe, e Bartolomeu, e Mateus, e Tomé, e Tiago, [filho] de Alfeu, e Tadeu, e Simão, o Cananita, 19 e Judas Iscariotes, que mais tarde o traiu.+
E ele entrou numa casa. 20 Mais uma vez se ajuntou a multidão, de modo que não puderam mais nem sequer tomar uma refeição.+ 21 Mas, quando os seus parentes+ ouviram isso, saíram para o pegarem, pois diziam: “Ele perdeu o juízo.”+ 22 Também os escribas que desceram de Jerusalém diziam: “Ele está com Belzebu* e expulsa os demônios por meio do governante dos demônios.”+ 23 Portanto, tendo-os chamado a si, começou a dizer-lhes com ilustrações:* “Como pode Satanás expulsar a Satanás? 24 Ora, se um reino fica dividido contra si mesmo, este reino não pode ficar de pé;+ 25 e se uma casa fica dividida contra si mesma, esta casa não poderá ficar de pé.+ 26 Também, se Satanás se levantou contra si mesmo e ficou dividido, não pode ficar de pé, mas está chegando ao fim.+ 27 De fato, ninguém que tenha entrado na casa dum homem forte é capaz de saquear+ os seus bens móveis, a menos que primeiro amarre o homem forte, e então saqueará a sua casa.+ 28 Deveras, eu vos digo que todas as coisas serão perdoadas aos filhos dos homens, não importa que pecados e blasfêmias cometam blasfemamente.+ 29 No entanto, quem blasfemar contra o espírito santo, nunca terá perdão, mas é culpado de pecado eterno.”+ 30 Isto, porque diziam: “Ele tem um espírito impuro.”+
31 Vieram então sua mãe e seus irmãos,+ e, visto que estavam em pé do lado de fora, mandaram chamá-lo.+ 32 Acontece que havia uma multidão sentada em volta dele, de modo que lhe disseram: “Eis que tua mãe e teus irmãos, lá fora, estão-te procurando.”+ 33 Mas ele lhes disse, em resposta: “Quem é minha mãe e meus irmãos?”+ 34 E, tendo olhado em volta para os sentados ao redor dele num círculo, disse: “Eis minha mãe e meus irmãos!+ 35 Todo aquele que faz a vontade de Deus, este é meu irmão, e [minha] irmã e [minha] mãe.”+
4 E ele principiou novamente a ensinar à beira do mar.+ E ajuntou-se perto dele uma multidão muito grande, de modo que entrou num barco e ficou sentado lá fora no mar, mas toda a multidão estava à beira do mar, em terra.+ 2 Começou assim a ensinar-lhes muitas coisas com ilustrações+ e a dizer-lhes no seu ensino:+ 3 “Escutai. Eis que o semeador saiu a semear.+ 4 E, ao passo que semeava, alguma [semente] caiu à beira da estrada, e vieram as aves e a comeram.+ 5 E outra [semente] caiu no lugar pedregoso, onde, naturalmente, não tinha muito solo, e brotou imediatamente, por não ter profundidade de solo.+ 6 Mas, ao se levantar o sol, ficou queimada, e, por não ter raiz, secou-se.+ 7 E outra [semente] caiu entre os espinhos, e os espinhos cresceram e a sufocaram, e ela não deu fruto.+ 8 Mas outras caíram em solo excelente,+ e, crescendo e aumentando, começaram a dar fruto, e deram trinta, e sessenta, e cem vezes mais.”+ 9 Ele acrescentou então a palavra: “Escute aquele que tem ouvidos para escutar.”+
10 Então, quando ficou sozinho, os em volta dele, com os doze, começaram a interrogá-lo sobre as ilustrações.+ 11 E ele passou a dizer-lhes: “A vós tem sido dado o segredo sagrado+ do reino de Deus, mas, para os de fora, todas as coisas ocorrem em ilustrações,+ 12 a fim de que, olhando, olhem mas não vejam, e, ouvindo, ouçam mas não compreendam o sentido disso, nem jamais se voltem e se lhes dê perdão.”+ 13 Outrossim, disse-lhes: “Vós não sabeis esta ilustração, e, portanto, como entendereis todas as outras ilustrações?
14 “O semeador semeia a palavra.+ 15 Estes, então, são os à beira da estrada, onde se semeia a palavra; mas, assim que [a] ouvem, vem Satanás+ e tira a palavra que foi semeada neles.+ 16 E, semelhantemente, estes são os semeados nos lugares pedregosos: assim que ouvem a palavra, aceitam-na com alegria.+ 17 Contudo, não têm raiz em si mesmos, mas continuam por algum tempo; então, assim que surge tribulação ou perseguição por causa da palavra, tropeçam.+ 18 Há ainda outros que são semeados entre os espinhos; estes são os que ouviram a palavra,+ 19 mas as ansiedades+ deste sistema de coisas* e o poder enganoso das riquezas,+ e os desejos+ do resto das coisas, estão intervindo e sufocam a palavra, e ela se torna infrutífera.+ 20 Finalmente, os que foram semeados em solo excelente são os que escutam a palavra e a recebem favoravelmente, e dão fruto, trinta, e sessenta, e cem vezes mais.”+
21 E prosseguiu a dizer-lhes: “Será que se traz uma lâmpada para ser posta debaixo dum cesto de medida ou debaixo duma cama? Não é trazida para ser posta sobre um velador?+ 22 Pois não há nada escondido, exceto com o fim de ser exposto; nada tem ficado cuidadosamente oculto, a não ser com o fim de vir à tona.+ 23 Escute quem tem ouvidos para escutar.”+
24 Disse-lhes mais ainda: “Prestai atenção ao que estais ouvindo.+ Com a medida com que medirdes, será medido para vós,+ sim, ainda se vos acrescentará mais.+ 25 Pois ao que tem, mais será dado; mas ao que não tem, até o que tem será tirado dele.”+
26 Prosseguiu assim dizendo: “Deste modo, o reino de Deus é como quando um homem lança semente no solo,+ 27 e dorme à noite e se levanta de dia, e a semente brota e cresce alta, e ele não sabe exatamente como.+ 28 O solo, por si mesmo, dá gradualmente fruto, primeiro a lâmina, depois a espiga, finalmente o grão cheio na espiga. 29 Mas, assim que o fruto o permite, ele mete a foice, porque veio o tempo da colheita.”
30 E prosseguiu dizendo: “A que compararemos o reino de Deus, ou com que ilustração o definiremos?+ 31 Semelhante a um grão de mostarda, que ao tempo em que é semeado no solo é a menor de todas as sementes que há na terra+ — 32 mas, depois de semeado, brota e se torna maior do que todas as outras hortaliças e produz grandes ramos,+ de modo que as aves do céu+ podem achar pousada sob a sua sombra.”+
33 Assim, com muitas ilustrações+ desta sorte, falava-lhes a palavra, até onde eram capazes de escutar. 34 Deveras, não lhes falava sem ilustração, mas explicava todas as coisas em particular, aos seus discípulos.+
35 E naquele dia, ao cair a noite, disse-lhes: “Passemos para a outra margem.”+ 36 Assim, depois de terem despedido a multidão, levaram-no, assim como estava, no barco, e havia outros barcos com ele.+ 37 Levantou-se então uma violenta tempestade de vento e as ondas abatiam-se sobre o barco, de modo que o barco estava ficando inundado.+ 38 Mas ele estava na popa, dormindo sobre um travesseiro. Acordaram-no assim e disseram-lhe: “Instrutor, não te importas que estejamos prestes a perecer?”+ 39 E ele, acordando, censurou o vento e disse ao mar: “Silêncio! Cala-te!”+ E o vento cessou, e deu-se uma grande calmaria.+ 40 Disse-lhes então: “Por que sois medrosos? Não tendes ainda nenhuma fé?” 41 Mas eles sentiam um temor incomum e diziam um ao outro: “Quem é realmente este, porque até mesmo o vento e o mar lhe obedecem?”+
5 Pois bem, chegaram ao outro lado do mar, ao país dos gerasenos.*+ 2 E assim que ele saiu do barco, veio ao encontro dele, dentre os túmulos memoriais, um homem sob o poder dum espírito impuro.+ 3 Seu antro era entre os túmulos; e, até aquele tempo, absolutamente ninguém fora capaz de amarrá-lo, nem mesmo com uma cadeia, 4 porque tinha sido muitas vezes amarrado com grilhões e cadeias, mas as cadeias foram quebradas por ele e os grilhões foram até despedaçados; e ninguém tinha força para subjugá-lo. 5 E ele clamava continuamente, noite e dia, nos túmulos e nos montes, e se cortava com pedras. 6 Mas, ao avistar Jesus de certa distância, correu e prestou-lhe homenagem, 7 e, tendo clamado com alta voz,+ disse: “Que tenho eu que ver contigo,* Jesus, Filho do Deus Altíssimo?+ Eu te ponho sob juramento+ por Deus, que não me atormentes.”+ 8 Porque lhe dissera: “Sai do homem, ó espírito impuro.”+ 9 Mas, começou a perguntar-lhe: “Qual é teu nome?” E ele lhe disse: “Meu nome é Legião,+ porque há muitos de nós.”+ 10 E suplicou-lhe muitas vezes que não enviasse os espíritos para fora do país.+
11 Ora, havia uma grande manada de porcos+ pastando no monte.+ 12 Por isso lhe suplicaram, dizendo: “Manda-nos para os porcos, para que entremos neles.” 13 E ele lho permitiu. Os espíritos impuros saíram assim e entraram nos porcos; e a manada precipitou-se despenhadeiro abaixo para dentro do mar, cerca de dois mil deles, e afogaram-se um por um no mar.+ 14 Mas os seus porqueiros fugiram e relataram isso na cidade e na zona rural; e as pessoas vieram ver o que tinha acontecido.+ 15 Vieram assim a Jesus e viram o [homem] possesso de demônios sentado vestido e de juízo são, esse [homem] que tinha tido a legião; e ficaram temerosos. 16 Os que tinham visto isso relataram-lhes também como isso tinha acontecido ao [homem] possesso de demônios, e acerca dos porcos. 17 E principiaram assim a suplicar-lhe que saísse dos seus distritos.+
18 Então, ao entrar ele no barco, o [homem] que tinha estado possesso de demônios começou a suplicar-lhe que pudesse continuar com ele.+ 19 No entanto, ele não o deixou, mas disse-lhe: “Vai para casa, para teus parentes+ e relata-lhes todas as coisas que Jeová*+ tem feito para ti e a misericórdia+ que teve de ti.” 20 E ele foi embora e principiou a proclamar* em Decápolis*+ todas as coisas que Jesus fizera para ele, e todos começaram a ficar admirados.+
21 Depois de Jesus ter passado novamente de volta, no barco, para a margem oposta, ajuntou-se a ele uma grande multidão; e ele estava à beira do mar.+ 22 Veio então um dos presidentes da sinagoga, de nome Jairo, e, ao avistá-lo, lançou-se-lhe aos pés+ 23 e suplicou-lhe muitas vezes, dizendo: “Minha filhinha está nas últimas. Vem, por favor, e põe tuas mãos+ sobre ela, para que possa ficar boa e viver.”+ 24 Foi assim com ele. E uma grande multidão seguia-o e apertava-o.+
25 Ora, havia ali uma mulher que já por doze anos+ padecia dum fluxo de sangue,+ 26 e ela tinha sido submetida a muitas dores, por muitos médicos,+ e tinha gasto todos os seus recursos, sem ter sido beneficiada, mas, antes, tinha ficado pior. 27 Quando ouviu as coisas a respeito de Jesus, veio por detrás, na multidão, e tocou+ na roupa exterior dele; 28 pois dizia: “Se eu apenas tocar na sua roupagem exterior, ficarei boa.”*+ 29 E a sua fonte de sangue secou-se imediatamente, e ela sentiu no seu corpo que tinha sido curada da penosa doença.+
30 Jesus, também, reconhecendo imediatamente em si mesmo que saíra poder+ dele, voltou-se na multidão e começou a dizer: “Quem tocou na minha roupagem exterior?”+ 31 Mas os seus discípulos começaram a dizer-lhe: “Vês que a multidão te aperta,+ e dizes tu: ‘Quem me tocou?’” 32 No entanto, ele estava olhando em volta para ver aquela que tinha feito isso. 33 A mulher, porém, amedrontada e trêmula, sabendo o que lhe tinha acontecido, veio e prostrou-se diante dele, e disse-lhe toda a verdade.+ 34 Disse-lhe ele: “Filha, a tua fé te fez ficar boa.* Vai em paz*+ e fica curada da tua doença penosa.”+
35 Enquanto ainda falava, vieram alguns homens da casa do presidente da sinagoga e disseram: “Tua filha morreu! Por que incomodar ainda o instrutor?”+ 36 Mas Jesus, ouvindo a palavra falada, disse ao presidente da sinagoga: “Não temas, apenas exerce fé.”+ 37 Não deixou então ninguém acompanhá-lo, exceto Pedro, e Tiago, e João, irmão de Tiago.+
38 Chegaram assim à casa do presidente da sinagoga, e ele observou a confusão barulhenta, e os que choravam e deixavam escapar muitos lamentos, 39 e, tendo entrado, disse-lhes: “Por que estais causando confusão barulhenta e choro? A menina não morreu, mas está dormindo.”+ 40 A isso começaram a rir-se dele desdenhosamente. Mas ele, tendo mandado todos para fora, tomou consigo o pai e a mãe da menina, e os com ele, e entrou onde estava a menina.+ 41 E, tomando a mão da menina, disse-lhe: “Talita cumi”, que, traduzido, significa: “Donzela, digo-te: Levanta-te!”+ 42 E a donzela levantou-se imediatamente e começou a andar, pois tinha doze anos de idade. E eles ficaram logo fora de si com grande êxtase.+ 43 Mas ele lhes ordenou vez após vez que não deixassem ninguém saber+ disso, e disse que dessem a ela algo para comer.
6 E ele partiu dali e entrou no seu próprio território, e seus discípulos o seguiram.+ 2 Chegando o sábado, principiou a ensinar na sinagoga; e a maioria dos ouvintes ficaram assombrados e disseram: “Onde obteve este homem tais coisas?+ E por que foi dada tal sabedoria a este homem, e se realizam tais obras poderosas pelas suas mãos? 3 Não é este o carpinteiro,+ filho de Maria+ e irmão de Tiago,+ e José,* e Judas, e Simão?+ E não estão as suas irmãs aqui conosco?” Começaram assim a tropeçar por causa dele.+ 4 Mas Jesus prosseguiu a dizer-lhes: “O profeta não passa sem honra a não ser no seu próprio território,+ e entre os seus parentes e na sua própria casa.”+ 5 Assim, não pôde fazer ali nenhuma obra poderosa, exceto pôr as suas mãos sobre alguns doentios e curá-los. 6 Deveras, admirou-se de sua falta de fé. E percorreu as aldeias num circuito, ensinando.+
7 Convocou então os doze e principiou a enviá-los de dois em dois,+ e começou a dar-lhes autoridade sobre os espíritos impuros.+ 8 Deu-lhes também ordens de não levarem nada para a viagem, a não ser apenas um bastão, nem pão, nem alforje,+ nem dinheiro de cobre nos bolsos dos seus cintos,+ 9 mas de amarrarem sandálias, e de não usarem duas peças de roupa interior.+ 10 Outrossim, disse-lhes: “Onde quer que entrardes numa casa,+ ficai ali até sairdes daquele lugar.+ 11 E qualquer lugar que não vos receber, nem vos ouvir, ao sairdes dali, sacudi fora a sujeira que está debaixo dos vossos pés, em testemunho* para eles.”+ 12 Partiram assim e pregavam, a fim de que as pessoas se arrependessem;+ 13 e expulsavam muitos demônios,+ e untavam muitos doentios com óleo+ e os curavam.+
14 Ora, isso chegou aos ouvidos do Rei Herodes, pois o nome de [Jesus]* tornara-se público e as pessoas diziam:* “João, o batizador,* tem sido levantado dentre os mortos, e por esta razão operam nele as obras poderosas.”+ 15 Mas outros diziam: “É Elias.”+ Ainda outros diziam: “É um profeta semelhante a um dos profetas.”+ 16 Ouvindo-o, porém, Herodes começou a dizer: “O João a quem eu decapitei, este é o que tem sido levantado.”+ 17 Pois o próprio Herodes mandara prender João e amarrá-lo na prisão, por causa de Herodias, esposa de Filipe, seu irmão, porque se tinha casado com ela.+ 18 Pois João dissera várias vezes a Herodes: “Não te é lícito ter a esposa de teu irmão.”+ 19 Herodias, porém, nutria ressentimento+ contra ele e queria matá-lo, mas não podia.+ 20 Porque Herodes tinha temor+ de João, sabendo que era homem justo e santo;+ e guardava-o a salvo. E, ao ouvi-lo,+ estava muito perplexo quanto a que fazer; contudo, continuava a ouvi-lo de bom grado.
21 Chegou, porém, um dia conveniente,+ no seu aniversário natalício,+ em que Herodes ofereceu uma refeição noturna a seus dignitários e comandantes militares,* e aos principais da Galiléia. 22 E entrou a filha desta mesma Herodias e dançou, e ela agradou a Herodes e aos que se recostavam+ com ele. O rei disse à donzela: “Pede-me o que quiseres, e eu to darei.” 23 Sim, jurou-lhe: “O que for que me pedires, até a metade do meu reino,+ eu to darei.”+ 24 E ela saiu e disse à sua mãe: “Que devo pedir?” Ela disse: “A cabeça de João, o batizador.”+ 25 E entrando logo apressadamente, foi ter com o rei e fez a sua solicitação, dizendo: “Quero que me dês imediatamente, numa travessa, a cabeça de João Batista.” 26 Embora o rei ficasse profundamente contristado, contudo, não quis desconsiderá-la, em vista dos juramentos e dos que se recostavam à mesa.+ 27 O rei mandou assim imediatamente um guarda pessoal e ordenou-lhe que trouxesse a cabeça dele. E ele foi e o decapitou na prisão,+ 28 e trouxe a cabeça dele numa travessa, e a deu à donzela, e a donzela a deu à sua mãe.+ 29 Quando os discípulos dele ouviram isso, vieram e tomaram seu cadáver, e o deitaram num túmulo memorial.+
30 E os apóstolos ajuntaram-se diante de Jesus e relataram-lhe todas as coisas que tinham feito e ensinado.+ 31 E ele lhes disse: “Vinde, vós mesmos, em particular, a um lugar solitário,+ e descansai um pouco.”+ Porque havia muitos que vinham e iam, e não tinham folga nem para tomar uma refeição.+ 32 Por isso se afastaram no barco para um lugar solitário, à parte.+ 33 Havia, porém, quem os viu partir e muitos ficaram sabendo disso, e afluíram para lá a pé, de todas as cidades, e chegaram primeiro que eles.+ 34 Ora, ao desembarcar, ele viu uma grande multidão, mas teve pena+ deles, porque eram como ovelhas sem pastor.+ E principiou a ensinar-lhes muitas coisas.+
35 A hora, então, já ficara avançada, e seus discípulos aproximaram-se dele e começaram a dizer: “O lugar é isolado e a hora já está avançada.+ 36 Despede-os, para que possam ir à zona rural e às aldeias circunvizinhas, e comprar para si algo para comer.”+ 37 Em resposta, disse-lhes: “Dai-lhes vós algo para comer.” Disseram-lhe então: “Devemos ir e comprar pães no valor de duzentos denários,* e dar [os pães] ao povo para comer?”+ 38 Disse-lhes ele: “Quantos pães tendes? Ide ver!” Depois de averiguarem isso, disseram-lhe: “Cinco, além de dois peixes.”+ 39 E ele mandou que todos se recostassem por companhias+ na grama verde.+ 40 E eles se deitaram em grupos de cem e de cinqüenta.+ 41 Tomando então os cinco pães e os dois peixes, olhou para o céu e proferiu uma bênção,+ e partiu+ os pães e começou a dá-los aos discípulos, para que estes os pusessem diante das pessoas; e repartiu os dois peixes entre todos. 42 Todos comeram assim e ficaram satisfeitos;+ 43 e recolheram os pedaços, doze cestos cheios, além dos peixes. 44 Ademais, os que comeram dos pães foram cinco mil homens.+
45 E ele, sem demora, compeliu os discípulos a entrar no barco e a passar adiante, para a margem oposta, para Betsaida, enquanto ele mesmo despedia a multidão.+ 46 Mas, depois de despedir-se deles, subiu a um monte para orar.+ 47 Tendo então anoitecido, o barco estava no meio do mar, mas ele estava sozinho em terra.+ 48 E quando viu que tinham dificuldade+ no remar, porque o vento lhes era contrário, dirigiu-se a eles por volta da quarta vigília da noite,* andando sobre o mar; mas estava inclinado a passar por eles. 49 Quando o avistaram andando sobre o mar, pensaram: “É uma aparição!” e clamaram em voz alta.+ 50 Pois todos eles o viram e ficaram aflitos. Mas, falou-lhes imediatamente e disse-lhes: “Coragem! Sou eu; não temais.”+ 51 E subiu para junto deles no barco, e o vento cessou. Em vista disso, ficaram grandemente pasmados no seu íntimo,+ 52 porque não tinham compreendido o significado dos pães, mas os seus corações continuavam obtusos no entendimento.+
53 E tendo feito a travessia, chegaram a Genesaré e ancoraram perto.+ 54 Mas, assim que saíram do barco, as pessoas o reconheceram 55 e percorreram toda aquela região, e principiaram a carregar em macas os que estavam adoentados, para onde souberam que ele estava. 56 E onde quer que entrasse em aldeias ou em cidades, ou na zona rural,+ colocavam os doentes nas feiras e imploravam-lhe que pudessem tocar+ pelo menos a orla+ de sua roupa exterior. E quantos a tocavam, ficavam bons.*+
7 Ajuntaram-se então em volta dele os fariseus e alguns dos escribas que tinham vindo de Jerusalém.+ 2 E quando viram alguns dos discípulos dele comer a sua refeição com mãos aviltadas, isto é, não lavadas+ — 3 pois os fariseus e todos os judeus não comem sem lavar as mãos até os cotovelos,* apegando-se à tradição dos homens dos tempos anteriores, 4 e, ao voltarem do mercado, não comem sem se purificarem por aspersão; e há muitas outras tradições+ que receberam para se apegarem [a elas]: batismo de copos, e de jarros, e de vasos de cobre+ — 5 de modo que estes fariseus e escribas lhe perguntaram: “Por que é que teus discípulos não se comportam segundo a tradição dos homens dos tempos anteriores, mas tomam a sua refeição com mãos aviltadas?”+ 6 Ele lhes disse: “Isaías profetizou aptamente a respeito de vós, hipócritas, como está escrito:+ ‘Este povo honra-me com os lábios, os seus corações, porém, estão longe de mim.+ 7 É em vão que persistem em adorar-me, porque ensinam por doutrinas os mandados de homens.’+ 8 Deixando o mandamento de Deus, vós vos apegais à tradição de homens.”+
9 Outrossim, ele lhes disse ainda: “Jeitosamente pondes de lado o mandamento+ de Deus, a fim de reterdes a vossa tradição. 10 Por exemplo, Moisés disse: ‘Honra a teu pai e a tua mãe’,+ e: ‘Quem injuriar pai ou mãe, acabe na morte.’*+ 11 Mas vós dizeis: ‘Se um homem disser a seu pai ou à sua mãe: “Tudo o que eu tenho, que da minha parte te poderia ser de proveito, é corbã,*+ (isto é, uma dádiva dedicada+ a Deus,)”’* — 12 não o deixais mais fazer nem uma única coisa para seu pai ou para sua mãe,+ 13 e assim invalidastes a palavra de Deus+ pela vossa tradição que transmitistes. E fazeis muitas coisas+ semelhantes a esta.” 14 Assim, chamando a si a multidão, passou a dizer-lhes: “Escutai-me, todos vós, e compreendei o significado.+ 15 Não há nada de fora dum homem passando para dentro dele que possa aviltá-lo; mas as coisas que procedem do homem são as que aviltam o homem.”+ 16* ——
17 Então, tendo entrado numa casa, afastado da multidão, seus discípulos começaram a interrogá-lo a respeito da ilustração.+ 18 De modo que lhes disse: “Estais vós também sem percepção, iguais a eles?+ Não percebeis que nada de fora que passe para dentro dum homem pode aviltá-lo, 19 visto que passa, não para dentro do [seu] coração, mas para os [seus] intestinos, e sai para o esgoto?”*+ Assim declarou limpos todos os alimentos.*+ 20 Outrossim, ele disse: “O que sai do homem é o que avilta o homem;+ 21 pois, de dentro, dos corações dos homens,+ saem raciocínios prejudiciais: fornicações,*+ ladroagens, assassínios,+ 22 adultérios, cobiças,+ atos de iniqüidade, fraude, conduta desenfreada*+ e um olho invejoso,* blasfêmia, soberba, irracionalidade. 23 Todas estas coisas iníquas saem de dentro e aviltam o homem.”+
24 Ele se levantou e foi dali para as regiões de Tiro e Sídon.+ E entrou numa casa e não quis que alguém soubesse disso. Contudo, não pôde passar despercebido;+ 25 mas uma mulher, cuja filhinha tinha um espírito impuro, ouviu logo a respeito dele e veio, e prostrou-se aos seus pés.+ 26 A mulher era grega, siro-fenícia de nacionalidade; e ela persistia em pedir-lhe que expulsasse de sua filha o demônio.+ 27 Mas ele começou por dizer-lhe: “Deixa primeiro os filhos ficar satisfeitos, pois não é direito tirar o pão dos filhos+ e lançá-lo aos cachorrinhos.”+ 28 Em resposta, porém, ela lhe disse: “Sim, senhor, e, no entanto, os cachorrinhos debaixo da mesa comem das migalhas+ das criancinhas.”+ 29 A isto ele lhe disse: “Por dizeres isso, vai; o demônio saiu de tua filha.”+ 30 Ela foi assim para sua casa e achou+ a criancinha deitada na cama e o demônio já tinha saído.
31 Voltando então das regiões de Tiro, passou por Sídon para o mar da Galiléia, subindo através das regiões de Decápolis.*+ 32 Ali lhe trouxeram um surdo com um impedimento na fala, e suplicaram-lhe que pusesse a sua mão sobre ele.+ 33 E ele o levou à parte, separado da multidão, e pôs os seus dedos nos ouvidos do homem, e, depois de cuspir, tocou na língua dele.+ 34 E, com um olhar para o céu,+ suspirou+ profundamente e disse-lhe: “Efatá”, isto é: “Abre-te.” 35 Ora, sua faculdade de ouvir foi aberta+ e o impedimento* de sua língua foi solto, e começou a falar normalmente. 36 Com isso os advertiu que a ninguém o dissessem;+ mas, quanto mais os advertia, tanto mais o proclamavam.+ 37 Deveras, estavam ficando assombrados+ de maneira mais extraordinária, dizendo: “Todas as coisas ele tem feito bem. Faz até os surdos ouvir e os mudos falar.”+
8 Naqueles dias, quando havia novamente uma grande multidão e não tinham nada para comer, convocou os discípulos e disse-lhes:+ 2 “Tenho pena+ da multidão, porque já faz três dias que permanecem perto de mim e não têm nada para comer; 3 e, se eu os enviar em jejum para seus lares, desfalecerão pela estrada. Deveras, alguns deles vieram de longe.” 4 Mas os seus discípulos responderam-lhe: “Donde poderia alguém satisfazê-los de pães aqui, num lugar isolado?”+ 5 Contudo, prosseguiu a perguntar-lhes: “Quantos pães tendes?” Disseram: “Sete.”+ 6 E ordenou que a multidão se recostasse no chão, e tomou os sete pães, deu graças,+ partiu-os e começou a dá-los aos seus discípulos para os servirem, e serviram-nos à multidão.+ 7 Tinham também alguns peixinhos; e, tendo-os abençoado, disse-lhes que os servissem também.+ 8 Concordemente, comeram e ficaram satisfeitos, e recolheram os pedaços que sobraram, sete cabazes cheios.+ 9 Contudo, havia cerca de quatro mil [homens]. Por fim os despediu.+
10 E ele entrou imediatamente no barco, com seus discípulos, e chegou às regiões de Dalmanuta.+ 11 Ali saíram os fariseus e começaram a discutir com ele, buscando [obter] dele um sinal do céu, para o porem à prova.+ 12 Ele gemeu então profundamente+ com seu espírito e disse: “Por que busca esta geração um sinal? Deveras, eu digo: Nenhum sinal será dado a esta geração.”+ 13 Com isso os deixou, embarcou novamente e dirigiu-se à margem oposta.
14 Aconteceu que se esqueceram de levar pães, e, com a exceção de um só pão, não tinham nada consigo no barco.+ 15 E ele começou a ordenar-lhes expressamente, dizendo: “Mantende os olhos abertos, acautelai-vos do fermento dos fariseus e do fermento de Herodes.”+ 16 Disputaram então entre si sobre o fato de não terem pães.+ 17 Notando isso, ele lhes disse: “Por que disputais sobre não terdes pães?+ Não percebeis ainda e não compreendeis o significado? Estão os vossos corações obtusos no entendimento?+ 18 ‘Embora tenhais olhos, não vedes; e embora tenhais ouvidos, não ouvis?’+ E não vos lembrais, 19 quando parti os cinco pães+ para os cinco mil [homens], quantos cestos cheios de pedaços recolhestes?” Disseram-lhe: “Doze.”+ 20 “Quando parti os sete para os quatro mil [homens], quantos cabazes cheios de pedaços recolhestes?” E disseram-lhe: “Sete.”+ 21 Com isso disse-lhes: “Ainda não compreendeis o significado?”+
22 Aportaram então em Betsaida. Trouxeram-lhe ali um cego e suplicaram-lhe que tocasse+ nele. 23 E ele tomou o cego pela mão, levou-o para fora da aldeia, e, tendo cuspido+ nos olhos dele, pôs as mãos sobre ele e começou a dizer-lhe: “Vês alguma coisa?” 24 E o homem olhou* e começou a dizer: “Vejo homens, pois observo o que parecem ser árvores, mas estão andando.” 25 Então pôs as mãos novamente sobre os olhos do homem, e o homem viu claramente e ficou restabelecido, e estava vendo tudo distintamente. 26 Mandou-o assim para casa, dizendo: “Mas não entres na aldeia.”+
27 Jesus e seus discípulos partiram então para as aldeias de Cesaréia de Filipe, e, em caminho, ele começou a interrogar os seus discípulos, dizendo-lhes: “Quem dizem os homens que eu sou?”+ 28 Disseram-lhe: “João Batista,*+ e outros, Elias,+ ainda outros, Um dos profetas.”+ 29 E ele lhes fez a pergunta: “Vós, porém, quem dizeis que eu sou?” Pedro* disse-lhe, em resposta: “Tu és o Cristo.”+ 30 Então os advertiu estritamente que não dissessem [isso] a ninguém a respeito dele.+ 31 Principiou também a ensinar-lhes que o Filho do homem tinha de passar por muitos sofrimentos e ser rejeitado pelos anciãos e pelos principais sacerdotes, e pelos escribas, e ser morto,+ e [que tinha de ser] levantado três dias depois.+ 32 De fato, fez esta declaração com franqueza. Mas Pedro tomou-o à parte e começou a censurá-lo.+ 33 Ele se voltou, olhou para os seus discípulos e censurou Pedro, dizendo: “Para trás de mim, Satanás, porque não tens os pensamentos de Deus, mas os de homens.”*+
34 Chamou então a multidão a si, com seus discípulos, e disse-lhes: “Se alguém quer vir após mim, repudie-se a si mesmo e apanhe a sua estaca de tortura,* e siga-me continuamente.+ 35 Pois, todo aquele que quiser salvar a sua alma,* perdê-la-á; mas todo aquele que perder a sua alma por causa de mim e das boas novas, salvá-la-á.+ 36 Realmente, de que proveito é para um homem ganhar o mundo inteiro e pagar com a perda da sua alma?+ 37 O que, realmente, daria o homem em troca de sua alma?+ 38 Porque todo aquele que ficar envergonhado de mim e das minhas palavras, nesta geração adúltera e pecaminosa, deste o Filho do homem também se envergonhará,+ quando chegar na glória de seu Pai, com os santos anjos.”+
9 Ainda mais, prosseguiu a dizer-lhes: “Deveras, eu vos digo: Há alguns dos que estão parados aqui, que não provarão absolutamente a morte, até que primeiro vejam o reino de Deus já vindo em poder.”+ 2 Concordemente, seis dias depois, Jesus tomou a Pedro, e a Tiago, e a João, e os levou a sós a um alto monte. E ele foi transfigurado diante deles,+ 3 e sua roupagem exterior tornou-se cintilante, muito mais branca do que qualquer lavadeiro na terra poderia alvejar.+ 4 Apareceu-lhes também Elias com Moisés, e estes estavam conversando com Jesus.+ 5 E, como resposta, Pedro disse a Jesus: “Rabi, é excelente que estejamos aqui; armemos, pois, três tendas, uma para ti, e uma para Moisés, e uma para Elias.”+ 6 De fato, não sabia que resposta devia dar, porque ficaram bastante temerosos. 7 E formou-se uma nuvem, encobrindo-os, e uma voz+ saiu da nuvem: “Este é meu Filho,+ o amado; escutai-o.”+ 8 Repentinamente, porém, olharam em volta e não viram mais ninguém com eles, a não ser apenas Jesus.+
9 Ao descerem do monte, ordenou-lhes expressamente que não relatassem+ a ninguém o que viram, até depois de o Filho do homem se ter levantado dentre os mortos.+ 10 E tomaram a palavra a peito,* mas discutiram entre si o que significava este levantamento dentre os mortos. 11 E começaram a interrogá-lo, dizendo: “Por que dizem os escribas que primeiro tem de vir+ Elias?”+ 12 Disse-lhes ele: “Elias vem primeiro e restabelece todas as coisas;+ mas, como é que está escrito a respeito do Filho do homem, que ele tem de passar por muitos sofrimentos+ e não ser tido em conta?+ 13 Mas eu vos digo: Elias,+ de fato, já veio, e fizeram com ele quantas coisas quiseram, assim como está escrito a seu respeito.”+
14 Ao chegarem então perto dos outros discípulos, notaram uma grande multidão em volta deles e escribas discutindo com eles.+ 15 Mas, assim que toda a multidão o avistou, ficaram atônitos, e, correndo para ele, começaram a cumprimentá-lo. 16 E ele lhes perguntou: “O que estais discutindo com eles?” 17 E um da multidão respondeu-lhe: “Instrutor, eu te trouxe meu filho, porque tem um espírito sem fala;+ 18 e, onde quer que o apanhe, lança-o ao chão, e ele espuma e range os dentes, e perde a sua força. E eu disse aos teus discípulos que o expulsassem, mas eles não foram capazes.”+ 19 Em resposta, ele lhes disse: “Ó geração sem fé,+ até quando terei de continuar convosco? Até quando terei de suportar-vos? Trazei-mo.”+ 20 De modo que lho trouxeram. Mas à vista dele, o espírito lançou [o menino]* imediatamente em convulsões, e depois de ele cair ao chão, rolava por ali espumando.+ 21 E perguntou ao pai dele: “Há quanto tempo lhe acontece isso?” Ele disse: “Desde a infância; 22 e repetidas vezes o lança tanto no fogo como na água para o destruir.+ Mas, se puderes fazer algo, tem pena de nós e ajuda-nos.” 23 Jesus disse-lhe: “Esta expressão: ‘Se puderes’! Ora, todas as coisas podem suceder ao que tem fé.”+ 24 Clamando imediatamente, o pai do menino dizia: “Tenho fé! Ajuda-me onde necessito de fé!”*+
25 Jesus, observando então que a multidão afluía, censurou+ o espírito impuro, dizendo-lhe: “Espírito sem fala e surdo, ordeno-te que saias dele e não entres mais nele.” 26 E depois de clamar e de passar por muitas convulsões, saiu;+ e [o menino] ficou como que morto, de modo que a maioria deles dizia: “Ele está morto!” 27 Mas Jesus o tomou pela mão e o levantou, e ele se ergueu.+ 28 Assim, depois de entrar numa casa, seus discípulos passaram a perguntar-lhe em particular: “Por que não o pudemos expulsar?”+ 29 E ele lhes disse: “Esta espécie não pode sair exceto por oração.”+
30 Partiram dali e passaram através da Galiléia, mas ele não quis que se soubesse disso. 31 Pois estava ensinando os seus discípulos e dizia-lhes: “O Filho do homem há de ser entregue* às mãos dos homens, e matá-lo-ão;+ mas, embora seja morto, será levantado três dias depois.”+ 32 No entanto, não estavam entendendo a declaração e tinham medo de interrogá-lo.+
33 E entraram em Cafarnaum. Então, quando ele estava dentro da casa, fez-lhes a pergunta: “Sobre que estáveis disputando na estrada?”+ 34 Eles ficaram calados, pois, na estrada tinham disputado entre si quem era maior.+ 35 Assentou-se assim, chamou os doze e disse-lhes: “Se alguém quer ser o primeiro, tem de ser o último de todos e ministro de todos.”+ 36 E tomou uma criancinha, postou-a no meio deles, e, pondo os seus braços em volta dela, disse-lhes:+ 37 “Todo aquele que receber uma dessas criancinhas à base do meu nome, a mim me recebe; e todo aquele que me receber, recebe não [só] a mim, mas [também] aquele que me enviou.”+
38 João disse-lhe: “Instrutor, vimos certo homem expulsar demônios pelo uso de teu nome, e tentamos impedi-lo,+ porque não nos acompanhava.”+ 39 Mas Jesus disse: “Não tenteis impedi-lo, porque ninguém há que faça uma obra poderosa à base do meu nome que logo possa injuriar-me;+ 40 pois quem não é contra nós, é por nós.+ 41 Porque quem vos der um copo+ de água a beber em razão de pertencerdes a Cristo,+ deveras, eu vos digo que de nenhum modo perderá a sua recompensa. 42 Mas, quem fizer tropeçar a um destes pequenos que crêem, melhor lhe seria que se lhe pusesse em volta do pescoço uma mó daquelas que o burro faz girar e que fosse realmente lançado no mar.+
43 “E se a tua mão te fizer alguma vez tropeçar, corta-a; melhor te é entrares na vida aleijado, do que ires com as duas mãos para a Geena,* para o fogo inextinguível.+ 44* —— 45 E, se o teu pé te fizer tropeçar, corta-o; melhor te é entrares na vida coxo,+ do que seres com os dois pés lançado na Geena.+ 46* —— 47 E, se o teu olho te fizer tropeçar, lança-o fora;+ melhor te é entrares com um olho no reino de Deus, do que seres com os dois olhos lançado na Geena,+ 48 onde o seu gusano+ não morre e o fogo não se extingue.
49 “Porque cada um tem de ser salgado+ com fogo. 50 O sal é excelente; mas, se o sal perder a sua força,* com que é que o temperareis?+ Tende sal+ em vós mesmos e mantende a paz+ entre vós.”
10 Dali ele se levantou e chegou às fronteiras da Judéia e ao outro lado do Jordão, e novamente se ajuntaram a ele as multidões, e assim como costumava fazer, tornou a ensiná-las.+ 2 Aproximaram-se então fariseus, e, para o porem à prova, começaram a interrogá-lo, se era lícito que um homem se divorciasse da esposa.+ 3 Em resposta, ele lhes disse: “Que vos ordenou Moisés?” 4 Disseram: “Moisés concedeu a escrita dum certificado de repúdio e divorciar-se [dela].”+ 5 Mas Jesus disse-lhes: “Foi por causa da dureza de vossos corações+ que ele vos escreveu este mandamento. 6 No entanto, desde [o] princípio da criação ‘Ele* os fez macho e fêmea.+ 7 Por esta razão deixará o homem seu pai e sua mãe, 8 e os dois serão uma só carne’;+ de modo que não são mais dois, mas uma só carne. 9 Portanto, o que Deus pôs sob o mesmo jugo, não o separe o homem.”+ 10 Quando novamente na casa,+ os discípulos começaram a interrogá-lo a respeito disso. 11 E ele lhes disse: “Quem se divorciar* de sua esposa e se casar com outra, comete adultério+ contra ela, 12 e, se uma mulher, depois de divorciar-se de seu marido, se casar com outro, ela comete adultério.”+
13 As pessoas começaram então a trazer-lhe criancinhas, para que as tocasse; mas os discípulos as censuraram.+ 14 Vendo isso, Jesus ficou indignado e disse-lhes: “Deixai vir a mim as criancinhas; não tenteis impedi-las, pois o reino de Deus pertence a tais.+ 15 Deveras, eu vos digo: Quem não receber o reino de Deus como uma criancinha, de modo algum entrará nele.”+ 16 E tomou as criancinhas nos seus braços e começou a abençoá-las, impondo-lhes as suas mãos.+
17 E, enquanto saía, chegou correndo certo homem e se pôs de joelhos diante dele, perguntando-lhe: “Bom Instrutor, que tenho de fazer para herdar a vida eterna?”*+ 18 Jesus disse-lhe: “Por que me chamas de bom?+ Ninguém é bom, exceto um só, Deus.+ 19 Sabes os mandamentos: ‘Não assassines,+ não cometas adultério,+ não furtes,+ não dês falso testemunho,+ não defraudes,+ honra a teu pai e a tua mãe.’”+ 20 O homem disse-lhe: “Instrutor, todas estas coisas tenho guardado desde a minha mocidade.” 21 Jesus olhou para ele e sentiu amor por ele, e disse-lhe: “Uma coisa falta a respeito de ti: Vai, vende o que tiveres e dá aos pobres, e terás um tesouro no céu, e vem ser meu seguidor.”+ 22 Mas ele ficou triste com as palavras e se afastou contristado, pois tinha muitas propriedades.+
23 Depois de olhar em volta, Jesus disse aos seus discípulos: “Quão difícil será para os de dinheiro+ entrar no reino de Deus!”+ 24 Mas os discípulos ficaram surpresos+ com as suas palavras. Em resposta, Jesus disse-lhes novamente: “Filhos, quão difícil é entrar no reino de Deus! 25 É mais fácil um camelo passar pelo orifício duma agulha, do que um rico entrar no reino de Deus.”+ 26 Eles ficaram ainda mais assombrados e disseram-lhe: “Quem, de fato, pode ser salvo?”+ 27 Olhando diretamente para eles, Jesus disse: “Para homens é impossível, mas não é assim para Deus, pois para Deus todas as coisas são possíveis.”+ 28 Pedro principiou a dizer-lhe: “Eis que abandonamos todas as coisas e te temos seguido.”+ 29 Jesus disse: “Deveras, eu vos digo: Ninguém abandonou casa, ou irmãos, ou irmãs, ou mãe, ou pai, ou filhos, ou campos, por minha causa e pela causa das boas novas,+ 30 que não receba cem vezes mais+ agora, neste período de tempo, casas, e irmãos, e irmãs, e mães, e filhos, e campos, com perseguições,+ e no vindouro sistema de coisas* a vida eterna. 31 No entanto, muitos dos primeiros serão últimos, e os últimos, primeiros.”+
32 Estavam então avançando pela estrada, subindo a Jerusalém, e Jesus ia na frente deles, e eles estavam pasmados; mas os que seguiam começaram a temer. Tornou a tomar à parte os doze e principiou a dizer-lhes as seguintes coisas destinadas a lhe sobrevirem:+ 33 “Aqui estamos, avançando para Jerusalém, e o Filho do homem será entregue aos principais sacerdotes e aos escribas, e condená-lo-ão à morte e o entregarão a [homens das] nações,+ 34 e divertir-se-ão às custas dele, e cuspirão nele, e o açoitarão, e o matarão, mas, três dias depois será levantado.”+
35 E Tiago e João, os dois filhos de Zebedeu,+ aproximaram-se dele e disseram-lhe: “Instrutor, queremos que faças para nós o que for que te peçamos.”+ 36 Disse-lhes ele: “Que quereis que eu faça para vós?” 37 Disseram-lhe: “Concede-nos que nos assentemos um à tua direita e outro à tua esquerda, na tua glória.”+ 38 Mas Jesus disse-lhes: “Não sabeis o que pedis. Podeis beber o copo que eu estou bebendo ou ser batizados com o batismo* com que eu estou sendo batizado?”+ 39 Disseram-lhe: “Podemos.” A isso Jesus disse-lhes: “Bebereis o copo que eu estou bebendo e sereis batizados com o batismo com que eu estou sendo batizado.+ 40 No entanto, este assentar-se à minha direita ou à minha esquerda não é meu para dar,+ mas pertence àqueles para quem tem sido preparado.”
41 Ora, quando os outros dez ficaram sabendo disso, principiaram a indignar-se com Tiago e João.+ 42 Mas Jesus, depois de chamá-los a si, disse-lhes: “Sabeis que os que parecem estar governando as nações dominam sobre elas, e seus grandes exercem autoridade sobre elas.+ 43 Não é assim entre vós; mas quem quiser tornar-se grande entre vós, terá de ser o vosso ministro,+ 44 e quem quiser ser o primeiro entre vós, tem de ser o escravo de todos.+ 45 Pois até mesmo o Filho do homem veio, não para que se lhe ministrasse,+ mas para ministrar e dar a sua alma* como resgate+ em troca de muitos.”+
46 E chegaram a Jericó. Mas quando ele, e seus discípulos, e uma multidão considerável, estavam saindo de Jericó, encontrava-se sentado à beira da estrada Bartimeu (filho de Timeu), um mendigo cego.+ 47 Quando ouviu que era Jesus, o nazareno, principiou a gritar e a dizer: “Filho de Davi,+ Jesus, tem misericórdia de mim!”+ 48 A isso, muitos começaram a dizer-lhe severamente que se calasse; mas ele gritava tanto mais: “Filho de Davi, tem misericórdia de mim!”+ 49 Jesus parou assim e disse: “Chamai-o.” E chamaram o cego, dizendo-lhe: “Coragem! Levanta-te, ele te chama.”+ 50 Lançando de si a sua roupa exterior, pulou de pé e foi ter com Jesus. 51 E Jesus disse-lhe, em resposta: “Que queres que eu faça para ti?”+ O cego disse-lhe: “Rabôni,* deixa-me recuperar a vista.”+ 52 E Jesus disse-lhe: “Vai, tua fé te fez ficar bom.”*+ E ele recuperou imediatamente a vista+ e começou a segui-lo pela estrada.+
11 Ora, quando chegaram perto de Jerusalém, a Betfagé e Betânia,+ no Monte das Oliveiras, mandou dois de seus discípulos+ 2 e disse-lhes: “Ide à aldeia que está ao alcance de vossa vista, e assim que entrardes nela, achareis amarrado um jumentinho em que ninguém da humanidade ainda montou; soltai-o e trazei-o.+ 3 E, se alguém vos disser: ‘Por que fazeis isso?’ dizei: ‘O Senhor precisa dele, e o mandará logo de volta para cá.’”+ 4 Foram assim embora e acharam o jumentinho amarrado à porta, do lado de fora, numa rua lateral, e soltaram-no.+ 5 Mas, alguns dos parados ali começaram a dizer-lhes: “Que estais fazendo, soltando o jumentinho?”+ 6 Disseram a estes exatamente o que Jesus dissera; e deixaram-nos ir.+
7 E trouxeram o jumentinho+ a Jesus e puseram nele suas roupas exteriores, e ele se sentou nele.+ 8 Também, muitos estenderam suas roupas exteriores+ pela estrada, mas outros cortaram folhagem+ dos campos.+ 9 E os que iam na frente e os que vinham atrás clamavam: “Salva, rogamos!*+ Bendito é aquele que vem em nome de Jeová!*+ 10 Bendito é o reino vindouro de nosso pai Davi!*+ Salva, rogamos, nas maiores alturas!”* 11 E ele entrou em Jerusalém, no templo; e olhou em volta, para todas as coisas, e, visto que a hora já estava avançada, saiu com os doze para Betânia.+
12 No dia seguinte, tendo eles saído de Betânia, ficou com fome.+ 13 E avistando de certa distância uma figueira que tinha folhas, dirigiu-se para ela, para ver se acharia nela algo. Mas, chegando-se a ela, não encontrou nada senão folhas, pois não era a estação dos figos.+ 14 Assim, como resposta, ele lhe disse: “Nunca mais ninguém coma de ti fruto.”+ E os seus discípulos estavam escutando.
15 Chegaram então a Jerusalém. Ali entrou no templo e principiou a lançar fora os que vendiam e compravam no templo, e derrubou as mesas dos cambistas e as bancas dos que vendiam pombas;+ 16 e não deixou ninguém carregar qualquer utensílio através do templo, 17 mas ensinava e dizia: “Não está escrito: ‘Minha casa será chamada casa de oração+ para todas as nações’?+ Mas vós fizestes dela um covil de salteadores.”+ 18 E os principais sacerdotes e os escribas ouviram isso, e começaram a procurar um meio de destruí-lo;+ pois estavam com temor dele, porque toda a multidão ficava continuamente assombrada com o seu ensino.+
19 E sempre que ficava tarde no dia, saíam da cidade. 20 Mas, passando de manhã cedo, viram a figueira já seca, das raízes para cima.+ 21 Pedro, portanto, lembrando-se, disse-lhe: “Rabi, eis que se secou a figueira que amaldiçoaste.”+ 22 E Jesus disse-lhe em resposta: “Tende fé em Deus. 23 Deveras, eu vos digo que quem disser a este monte: ‘Sê levantado e lançado no mar’, e não duvidar no seu coração, mas tiver fé, que aquilo que disser vai acontecer, ele o terá assim.+ 24 É por isso que vos digo: Todas as coisas pelas quais orais e que pedis, tende fé que praticamente já [as] recebestes, e as tereis.+ 25 E quando estiverdes orando em pé, perdoai+ o que tiverdes contra outro; a fim de que o vosso Pai, que está nos céus, também vos perdoe as vossas falhas.”+ 26* ——
27 E chegaram novamente a Jerusalém. E andando ele pelo templo, chegaram-se a ele os principais sacerdotes, e os escribas, e os anciãos,+ 28 e começaram a dizer-lhe: “Com que autoridade fazes estas coisas? Ou quem te deu tal autoridade para fazeres estas coisas?”+ 29 Jesus disse-lhes: “Eu vos farei uma só pergunta. Respondei-me, e eu também vos direi com que autoridade faço estas coisas.+ 30 Era o batismo+ de João do céu ou dos homens? Respondei-me.”+ 31 Começaram então a raciocinar entre si, dizendo: “Se dissermos: ‘Do céu’, ele dirá: ‘Por que é, então, que não acreditastes nele?’+ 32 Mas, atrevemo-nos a dizer: ‘Dos homens’?” — Estavam com temor da multidão, pois todos consideravam que João tinha sido realmente um profeta.+ 33 Bem, disseram a Jesus, em resposta: “Não sabemos.” E Jesus disse-lhes: “Tampouco eu vos digo com que autoridade faço estas coisas.”+
12 Principiou também a falar-lhes com ilustrações: “Um homem plantou um vinhedo+ e pôs uma cerca em volta dele, e escavou um recipiente para o lagar, e erigiu uma torre,+ e o arrendou a lavradores,+ e foi viajar para fora.+ 2 Então, na época devida, enviou um escravo aos lavradores, para obter alguns dos frutos do vinhedo da parte dos lavradores.+ 3 Mas tomaram-no, espancaram-no e mandaram-no embora de mãos vazias.+ 4 E enviou-lhes novamente outro escravo; e a este bateram na cabeça e desonraram.+ 5 E enviou outro, e a este mataram; e muitos outros, dos quais espancaram alguns e mataram outros. 6 Ele tinha mais um, um filho amado.+ Por fim o enviou a eles, dizendo: ‘Respeitarão meu filho.’+ 7 Mas esses lavradores disseram entre si: ‘Este é o herdeiro.+ Vinde, matemo-lo, e a herança será nossa.’+ 8 Tomaram-no assim e mataram-no,+ e lançaram-no fora do vinhedo.+ 9 Que fará o dono do vinhedo? Virá e destruirá os lavradores, e dará o vinhedo+ a outros.+ 10 Nunca lestes esta escritura: ‘A pedra+ que os construtores rejeitaram, esta se tem tornado a principal pedra angular.+ 11 Isto procede de Jeová,* e é maravilhoso aos nossos olhos’?”+
12 Em vista disso, começaram a procurar um meio de se apoderar dele, mas temiam a multidão, porque observavam que falara a ilustração pensando neles. Deixaram-no assim e afastaram-se.+
13 A seguir, enviaram-lhe alguns dos fariseus e dos partidários de Herodes,*+ para apanhá-lo na sua palavra.+ 14 Ao chegarem, disseram-lhe: “Instrutor, sabemos que és veraz e que não te importas com ninguém, pois não olhas para a aparência exterior dos homens, mas ensinas o caminho de Deus em harmonia com a verdade:+ É lícito ou não pagar a César* o imposto por cabeça? 15 Devemos pagar ou não devemos pagar?”+ Percebendo a hipocrisia deles, disse-lhes: “Por que me pondes à prova? Trazei-me um denário* para ver.”+ 16 Trouxeram-lhe um. E ele lhes disse: “De quem é esta imagem e inscrição?” Disseram-lhe: “De César.”+ 17 Jesus disse então: “Pagai de volta* a César as coisas de César,+ mas a Deus as coisas de Deus.”+ E começaram a maravilhar-se dele.+
18 Chegaram-se a ele então uns saduceus, que dizem não haver ressurreição, e fizeram-lhe a pergunta:+ 19 “Instrutor, Moisés nos escreveu que, se o irmão de alguém morre e deixa esposa, mas não deixa filho, seu irmão+ deve tomar a esposa e suscitar dela descendência para seu irmão.+ 20 Havia sete irmãos; e o primeiro tomou uma esposa, mas quando morreu, não deixou descendência.+ 21 E o segundo a tomou, porém morreu sem deixar descendência; e o terceiro, do mesmo modo. 22 E os sete não deixaram nenhuma descendência. Por fim morreu também a mulher.+ 23 Na ressurreição, de qual deles será ela esposa? Pois os sete a tiveram como esposa.”+ 24 Jesus disse-lhes: “Não é por isso que estais equivocados, por não conhecerdes nem as Escrituras, nem o poder de Deus?+ 25 Porque, quando se levantarem dentre os mortos, nem os homens se casam, nem as mulheres são dadas em casamento, mas são como os anjos nos céus.+ 26 Mas, a respeito dos mortos, que eles são levantados, não lestes no livro de Moisés, no relato sobre o espinheiro, que Deus lhe disse: ‘Eu sou o Deus de Abraão, e o Deus de Isaque, e o Deus de Jacó’?+ 27 Ele não é Deus de mortos, mas de viventes. Estais muito equivocados.”+
28 Ora, um dos escribas, que se aproximara e os ouvira discutindo, sabendo que ele lhes tinha respondido de modo excelente, perguntou-lhe: “Que mandamento é o primeiro de todos?”+ 29 Jesus respondeu: “O primeiro é: ‘Ouve, ó Israel: Jeová,* nosso Deus, é um só Jeová,*+ 30 e tens de amar a Jeová,* teu Deus, de todo o teu coração, e de toda a tua alma,* e de toda a tua mente, e de toda a tua força.’+ 31 O segundo é este: ‘Tens de amar o teu próximo como a ti mesmo.’+ Não há outro mandamento maior do que estes.” 32 O escriba disse-lhe: “Instrutor, bem disseste em harmonia com a verdade: ‘Ele é Um só, e não há outro senão Ele’;+ 33 e este amá-lo de todo o coração e de todo o entendimento, e de toda a força, e este amar o próximo como a si mesmo, vale muito mais do que todos os holocaustos e sacrifícios.”+ 34 Jesus, em vista disso, discernindo que tinha respondido inteligentemente, disse-lhe: “Não estás longe do reino de Deus.” Mas, ninguém tinha mais coragem de interrogá-lo.+
35 No entanto, ao dar uma resposta, Jesus começou a dizer, ao ensinar no templo: “Como é que os escribas dizem que o Cristo é filho de Davi?+ 36 O próprio Davi disse, pelo espírito santo:+ ‘Jeová* disse ao meu Senhor: “Senta-te à minha direita, até que eu ponha os teus inimigos debaixo dos teus pés.”’+ 37 O próprio Davi o chama de ‘Senhor’, mas como é que ele é seu filho?”+
E a grande multidão escutava-o com prazer.+ 38 E ele prosseguiu a dizer no seu ensino: “Acautelai-vos dos escribas,+ que querem andar de vestes compridas e querem cumprimentos nas feiras,* 39 e os primeiros assentos nas sinagogas e os lugares mais destacados nas refeições noturnas.+ 40 Estes são os que devoram as casas+ das viúvas, e que, por pretexto, fazem longas orações; estes receberão um julgamento mais pesado.”+
41 E ele se assentou, tendo os cofres do tesouro+ ao alcance da vista, e começou a observar como a multidão lançava dinheiro* nos cofres do tesouro;* e muitos ricos lançavam [neles] muitas moedas.+ 42 Veio então uma viúva pobre e lançou [neles] duas pequenas moedas* de muito pouco valor.*+ 43 Ele chamou então a si os discípulos e lhes disse: “Deveras, eu vos digo que esta viúva pobre lançou [neles] mais do que todos estes que lançam dinheiro nos cofres do tesouro;+ 44 pois todos eles lançaram [neles] dos seus excedentes, mas ela, de sua carência, lançou [neles] tudo o que tinha, todo o seu meio de vida.”+
13 Ao sair do templo, um dos seus discípulos disse-lhe: “Instrutor, vê que sorte de pedras e que sorte de edifícios!”+ 2 No entanto, Jesus disse-lhe: “Observas estes grandes edifícios?+ De modo algum ficará aqui pedra sobre pedra+ sem ser derrubada.”+
3 E, enquanto ele estava sentado no Monte das Oliveiras, com o templo à vista, Pedro,+ e Tiago, e João, e André começaram a perguntar-lhe em particular:+ 4 “Dize-nos: Quando serão estas coisas e qual será o sinal quando todas estas coisas estão destinadas a chegar a uma terminação?”*+ 5 Jesus principiou assim a dizer-lhes: “Acautelai-vos de que ninguém vos desencaminhe.+ 6 Muitos virão à base do meu nome, dizendo: ‘Sou eu’, e desencaminharão a muitos.+ 7 Além disso, quando ouvirdes [falar] de guerras e de relatos de guerras, não fiqueis apavorados; [estas coisas] têm de acontecer, mas ainda não é o fim.*+
8 “Pois nação se levantará* contra nação e reino contra reino;+ haverá terremotos*+ num lugar após outro; haverá escassez de víveres.+ Estas [coisas] são um princípio das dores de aflição.+
9 “Quanto a vós, acautelai-vos; entregar-vos-ão aos tribunais locais*+ e sereis espancados nas sinagogas,+ e sereis postos diante de governadores e reis, por minha causa, em testemunho* para eles.+ 10 Também, em todas as nações têm de ser pregadas* primeiro+ as boas novas.+ 11 Mas, quando vos levarem para vos entregar, não estejais ansiosos de antemão sobre o que haveis de falar;+ mas, o que vos for dado naquela hora, isso falai, porque não sois vós quem fala, mas o espírito santo.+ 12 Outrossim, irmão entregará irmão à morte, e o pai ao filho,+ e os filhos se levantarão contra os pais, e os farão matar;+ 13 e vós sereis pessoas odiadas por todos, por causa do meu nome.+ Mas aquele que tiver perseverado até o fim*+ é o que será salvo.+
14 “No entanto, quando avistardes a coisa repugnante+ que causa desolação+ estar de pé num lugar onde não devia (que o leitor use de discernimento),+ então, comecem a fugir para os montes os que estiverem na Judéia.+ 15 Que o homem [que estiver] no alto da casa não desça, nem entre para tirar algo de sua casa;+ 16 e que o homem [que estiver] no campo não volte para as coisas deixadas atrás, para apanhar sua roupa exterior.+ 17 Ai das mulheres grávidas e das que amamentarem naqueles dias!+ 18 Persisti em orar que não ocorra no tempo do inverno;+ 19 pois estes dias serão [dias de] tribulação+ tal como nunca ocorreu desde [o] princípio da criação, que Deus criou, até esse tempo,* nem ocorrerá de novo.+ 20 De fato, se Jeová*+ não tivesse abreviado os dias, nenhuma carne se salvaria. Mas, por causa dos escolhidos,+ que ele escolheu,+ abreviou os dias.+
21 “Então, também, se alguém vos disser: ‘Eis aqui está o Cristo!’, ‘eis ali está ele!’,+ não [o] acrediteis.+ 22 Porque surgirão falsos cristos e falsos profetas,+ e farão sinais e prodígios,+ a fim de desencaminhar, se possível, os escolhidos.+ 23 Vós, portanto, vigiai;+ eu vos disse todas as coisas de antemão.+
24 “Mas, naqueles dias, depois dessa tribulação, o sol ficará escurecido e a lua não dará a sua luz, 25 e as estrelas cairão do céu, e os poderes que estão nos céus serão abalados.+ 26 E então verão o Filho do homem+ vir* nas nuvens, com grande poder e glória.+ 27 E então enviará os anjos e ajuntará os seus escolhidos+ desde os quatro ventos, desde a extremidade da terra até a extremidade do céu.+
28 “Agora, aprendei da figueira a ilustração: Assim que o seu ramo novo se torna tenro e brota suas folhas, sabeis que o verão está próximo.+ 29 Assim também vós, quando virdes estas coisas acontecer, sabei que ele está próximo, às portas.+ 30 Deveras, eu vos digo que esta geração* de modo algum passará até que todas estas coisas aconteçam.+ 31 Céu+ e terra passarão, mas as minhas palavras+ não passarão.+
32 “Acerca daquele dia e daquela hora ninguém sabe, nem os anjos no céu, nem o Filho, senão o Pai.+ 33 Persisti em olhar, mantende-vos despertos,+ pois não sabeis quando é o tempo designado.+ 34 É semelhante a um homem que viajou para fora+ e deixou a sua casa, dando autoridade aos seus escravos, a cada um o seu trabalho, e ordenou ao porteiro que se mantivesse vigilante. 35 Portanto, mantende-vos vigilantes,+ pois não sabeis quando vem o senhor da casa, quer tarde no dia,* quer à meia-noite,* quer ao canto do galo,* quer cedo de manhã;*+ 36 a fim de que, ao chegar ele repentinamente, não vos ache dormindo.+ 37 Mas, o que eu vos digo, digo a todos: Mantende-vos vigilantes.”+
14 Ora, a páscoa+ e a [festividade+ dos] pães não fermentados era dali a dois dias.+ E os principais sacerdotes e os escribas estavam procurando um meio de se apoderarem dele por meio dum ardil e de o matarem;+ 2 pois diziam repetidas vezes: “Não durante a festividade; talvez haja um alvoroço do povo.”+
3 E, enquanto ele estava em Betânia, na casa de Simão, o leproso,+ ao estar recostado durante uma refeição, veio uma mulher com um vaso de alabastro com óleo perfumado, nardo genuíno, muito dispendioso. Rompendo o vaso de alabastro, começou a derramá-lo sobre a cabeça dele.+ 4 À vista disso, alguns expressavam indignação entre si mesmos: “Por que se deu este desperdício de óleo perfumado?+ 5 Pois este óleo perfumado poderia ter sido vendido por mais de trezentos denários* e dado aos pobres!” E sentiam grande desgosto com ela.+ 6 Mas Jesus disse: “Deixai-a. Por que procurais causar-lhe aflição? Ela fez uma ação excelente para comigo.+ 7 Porque vós sempre tendes convosco os pobres,+ e quando quiserdes, podeis sempre fazer-lhes bem, mas a mim nem sempre tendes.+ 8 Ela fez o que pôde; antecipou-se em derramar óleo perfumado sobre o meu corpo, em vista de meu enterro.+ 9 Deveras, eu vos digo: Onde quer que se pregarem as boas novas em todo o mundo,+ o que esta mulher fez também será contado em lembrança dela.”+
10 E Judas Iscariotes, um dos doze, dirigiu-se aos principais sacerdotes, a fim de traí-lo a eles.+ 11 Quando ouviram isso, alegraram-se e prometeram dar-lhe dinheiro de prata.+ Ele começou assim a buscar um modo de traí-lo convenientemente.+
12 Ora, no primeiro dia dos* pães não fermentados,+ quando costumavam sacrificar a [vítima] pascoal, seus discípulos+ disseram-lhe: “Aonde queres que vamos e preparemos para comeres a páscoa?”+ 13 Em vista disso, ele enviou dois dos seus discípulos e disse-lhes: “Ide à cidade, e um homem levando um vaso de barro com água virá ao encontro de vós.+ Segui-o, 14 e onde quer que ele entrar, dizei ao dono da casa: ‘O Instrutor diz: “Onde está a sala dos hóspedes para mim, onde eu possa comer a páscoa+ com meus discípulos?”’+ 15 E ele vos mostrará uma grande sala de sobrado, mobiliada em preparação; ali preparai para nós.”+ 16 Os discípulos saíram, assim, e entraram na cidade, e acharam-no assim como ele lhes dissera; e fizeram preparativos para a páscoa.+
17 Depois de anoitecer, chegou ele com os doze.+ 18 E, enquanto se recostavam à mesa e comiam, Jesus disse: “Deveras, eu vos digo: Um de vós, que está comendo+ comigo, me trairá.”+ 19 Eles principiaram a ficar contristados e a dizer-lhe um por um: “Não sou por acaso eu?”+ 20 Ele lhes disse: “É um dos doze, aquele que mete comigo [a mão] no prato fundo comum.+ 21 É verdade, o Filho do homem vai embora, assim como está escrito a respeito dele, mas ai daquele homem por quem o Filho do homem está sendo traído! Teria sido melhor para este homem, se não tivesse nascido.”+
22 E, enquanto continuavam a comer, tomou um pão, proferiu uma bênção, partiu-o e o deu a eles, e disse: “Tomai-o, isto significa meu corpo.”+ 23 E, tomando um copo, rendeu graças e o deu a eles, e todos beberam dele.+ 24 E disse-lhes: “Isto significa* meu ‘sangue+ do pacto’,+ que há de ser derramado+ em benefício de muitos.+ 25 Deveras, eu vos digo: De modo algum beberei mais do produto da videira, até o dia em que o beberei novo* no reino de Deus.”+ 26 Finalmente, depois de cantarem louvores,*+ saíram para o Monte das Oliveiras.+
27 E Jesus disse-lhes: “Todos vós tropeçareis, porque está escrito: ‘Golpearei o pastor,+ e as ovelhas serão espalhadas.’+ 28 Mas, depois de eu ter sido levantado, irei na frente de vós para a Galiléia.”+ 29 Mas Pedro disse-lhe: “Ainda que todos os outros tropecem, eu não.”+ 30 Em vista disso, Jesus disse-lhe: “Deveras, eu te digo: Hoje, sim, esta noite, antes de o galo cantar duas vezes, até mesmo tu me terás repudiado três vezes.”+ 31 Mas ele começou a dizer profusamente: “Mesmo que eu tenha de morrer contigo, de modo algum te repudiarei.” Também todos os outros começaram a dizer a mesma coisa.+
32 Chegaram assim ao lugar de nome Getsêmani, e ele disse aos seus discípulos: “Sentai-vos aqui enquanto eu oro.”+ 33 E tomou a Pedro, e a Tiago, e a João,+ e principiou a ficar atônito e muito aflito.+ 34 E ele lhes disse: “Minha alma está profundamente contristada,+ até à morte. Ficai aqui e mantende-vos vigilantes.”+ 35 E, avançando um pouco, passou a prostrar-se no chão e começou a orar que, se fosse possível, a hora se afastasse dele.+ 36 E prosseguiu a dizer: “Aba,* Pai,+ todas as coisas te são possíveis; remove de mim este copo. Contudo, não o que eu quero, mas o que tu queres.”+ 37 E veio e os achou dormindo, e disse a Pedro: “Simão, estás dormindo? Não tiveste força para te manteres vigilante por uma hora?+ 38 Homens, mantende-vos vigilantes e orai,+ a fim de que não entreis em tentação. O espírito, naturalmente, está ansioso, mas a carne é fraca.”+ 39 E ele se afastou novamente e orou, dizendo a mesma palavra.+ 40 E veio novamente e os achou dormindo, pois estavam com os olhos pesados, e por isso não sabiam o que lhe responder.+ 41 E veio pela terceira vez e disse-lhes: “Numa ocasião destas, vós estais dormindo e descansando! Basta! Chegou a hora!+ Eis que o Filho do homem está sendo traído às mãos de pecadores.+ 42 Levantai-vos, vamos embora.+ Eis que se tem aproximado aquele que me trai.”+
43 E imediatamente, enquanto ainda falava, chegou Judas, um dos doze, e com ele uma multidão com espadas e cacetes, da parte dos principais sacerdotes, e dos escribas, e dos anciãos.+ 44 Ora, o que o traía havia-lhes dado um sinal convencionado, dizendo: “A quem eu beijar, este é ele; detende-o e levai-o seguramente* embora.”+ 45 E ele veio diretamente e se aproximou dele, e disse: “Rabi!” e beijou-o+ mui ternamente. 46 Deitaram assim mãos nele e o detiveram.+ 47 No entanto, um dos que estavam parados ali puxou a espada e golpeou o escravo do sumo sacerdote, e cortou-lhe a orelha.+ 48 Mas Jesus, em resposta, disse-lhes: “Viestes com espadas e com cacetes, como contra um salteador, para prender-me?+ 49 Dia após dia estava eu convosco no templo, ensinando;+ contudo, não me detivestes. Não obstante, é para que se cumpram+ as Escrituras.”+
50 E todos o abandonaram+ e fugiram.+ 51 Mas, certo jovem, que usava uma roupa de linho fino por cima do [corpo] nu, começou a segui-lo de perto; e tentaram apoderar-se dele,+ 52 mas ele largou a sua roupa de linho e escapou nu.*
53 Levaram então Jesus ao sumo sacerdote, e todos os principais sacerdotes, e os anciãos, e os escribas, reuniram-se.+ 54 Mas Pedro, duma boa distância, seguia-o+ até o pátio do sumo sacerdote; e ele estava sentado junto com os criados e se aquecia diante dum fogo. 55 No ínterim, os principais sacerdotes e todo o Sinédrio estavam procurando testemunho contra Jesus, para o entregarem à morte,+ mas não encontravam nenhum.+ 56 Muitos, de fato, davam testemunho falso contra ele,+ mas os seus testemunhos não estavam em acordo.+ 57 Levantaram-se também certos e deram testemunho falso contra ele, dizendo: 58 “Nós o ouvimos dizer: ‘Derrubarei este templo* feito por mãos e em três dias construirei outro, não feito por mãos.’”+ 59 Mas, nem mesmo nesta base estava em acordo o seu testemunho.
60 Por fim se levantou o sumo sacerdote no meio deles e interrogou Jesus, dizendo: “Não dizes nada em resposta? O que é que estes testificam contra ti?”+ 61 Mas ele ficou calado e não deu nenhuma resposta.+ O sumo sacerdote começou novamente a interrogá-lo e disse-lhe: “És tu o Cristo, o Filho do Bendito?”+ 62 Jesus disse então: “Sou; e vós vereis o Filho do homem+ sentado à destra+ de poder e vindo* com as nuvens do céu.”+ 63 Em vista disso, o sumo sacerdote rasgou a sua roupa interior+ e disse: “Que necessidade temos ainda de testemunhas?+ 64 Ouvistes a blasfêmia.+ O que vos é evidente?” Todos o condenaram a estar sujeito à morte. 65 E alguns principiaram a cuspir+ nele, e a encobrir-lhe o rosto todo, e a esmurrá-lo, e a dizer-lhe: “Profetiza!” E os oficiais de justiça levaram-no, esbofeteando-lhe o rosto.+
66 Ora, enquanto Pedro estava sentado embaixo, no pátio, veio uma das servas do sumo sacerdote,+ 67 e, vendo Pedro aquecer-se, olhou diretamente para ele e disse: “Tu também estavas com o Nazareno, este Jesus.”+ 68 Mas ele o negou, dizendo: “Nem o conheço nem entendo* o que dizes”, e saiu para o vestíbulo.+ 69 Avistando-o ali a serva, principiou novamente a dizer aos que estavam parados ali: “Este é um deles.”+ 70 Negou-o novamente. E mais uma vez, pouco depois, os que estavam parados ali começaram a dizer a Pedro: “Certamente tu és um deles, pois, de fato, és galileu.”+ 71 Mas ele principiou a praguejar e a jurar:+ “Não conheço este homem de quem falais.”+ 72 E imediatamente cantou um galo, pela segunda vez;+ e Pedro lembrou-se da declaração que Jesus lhe fizera: “Antes de o galo cantar duas vezes, repudiar-me-ás três vezes.”+ E ele ficou abatido e se entregou ao choro.+
15 E logo ao amanhecer, os principais sacerdotes, com os anciãos e os escribas, sim, o Sinédrio inteiro, realizaram uma consulta,+ e amarraram Jesus e o levaram e entregaram a Pilatos.+ 2 De modo que Pilatos o interrogou: “És tu o rei+ dos judeus?” Respondendo-lhe, disse: “Tu mesmo [o] dizes.”+ 3 Mas os principais sacerdotes passaram a acusá-lo de muitas coisas.+ 4 Pilatos começou então a interrogá-lo novamente, dizendo: “Não respondes nada?+ Vê quantas acusações lançam contra ti.”+ 5 Mas Jesus não respondeu mais, de modo que Pilatos começou a maravilhar-se.+
6 Ora, de festividade em festividade, ele costumava soltar-lhes um preso, aquele que requeressem.+ 7 Naquele tempo havia o chamado Barrabás preso com os sediciosos, que na sua sedição haviam cometido assassínio.+ 8 A multidão chegou-se assim e principiou a requerer segundo o que ele costumava fazer para eles. 9 Pilatos respondeu-lhes, dizendo: “Quereis que eu vos livre o rei dos judeus?”+ 10 Pois ele se apercebia de que os principais sacerdotes o tinham entregado+ por inveja.+ 11 Mas os principais sacerdotes atiçaram a multidão para que lhes livrasse antes a Barrabás.+ 12 Novamente, em resposta, Pilatos dizia-lhes: “O que hei de fazer então com aquele a quem chamais de rei+ dos judeus?”+ 13 Mais uma vez clamaram: “Para a estaca com ele!”*+ 14 Mas Pilatos prosseguiu a dizer-lhes: “Ora, o que fez ele de mal?” Todavia, clamaram tanto mais: “Para a estaca com ele!”+ 15 Em vista disso, Pilatos, desejando satisfazer a multidão,+ livrou-lhes Barrabás, e, depois de mandar Jesus ser chicoteado, entregou-o para ser pregado numa estaca.+
16 Os soldados levaram-no então ao pátio, isto é, ao palácio do governador; e convocaram todo o corpo de tropa,+ 17 e cobriram-no de púrpura e trançaram uma coroa de espinhos e a puseram nele.+ 18 E principiaram a cumprimentá-lo: “Bom dia,+ ó Rei dos judeus!” 19 Batiam-lhe também com uma cana na cabeça e cuspiam nele, e, dobrando os joelhos, prestavam-lhe homenagem.+ 20 Por fim, depois de se terem divertido às custas dele, tiraram-lhe a púrpura e puseram-lhe sua roupagem exterior. E levaram-no fora para o pregarem numa estaca.*+ 21 Obrigaram também um transeunte que vinha do campo, certo Simão de Cirene, pai de Alexandre e de Rufo, a prestar serviço por levar a sua estaca de tortura.*+
22 Trouxeram-no assim ao lugar de Gólgota, que significa, traduzido, Lugar da Caveira.*+ 23 Ali tentaram dar-lhe vinho misturado com mirra,+ mas ele não quis tomá-lo.+ 24 E pregaram-no numa estaca e distribuíram sua roupagem exterior+ por lançarem sortes sobre ela, quanto a quem havia de ficar com quê.+ 25 Era então a terceira hora,*+ e pregaram-no numa estaca. 26 E a inscrição de acusação+ estava escrita mais acima: “O Rei dos Judeus.”+ 27 Além disso, junto com ele, pregaram também em estacas dois salteadores, um à sua direita e outro à sua esquerda.+ 28* —— 29 E os que passavam por ali falavam dele de modo ultrajante,+ sacudindo a cabeça e dizendo: “Ora! Tu, pretenso derrubador do templo* e construtor dele no tempo de três dias,+ 30 salva-te por descer da estaca de tortura.”+ 31 De maneira similar, também os principais sacerdotes divertiam-se entre si, com os escribas, e diziam: “A outros ele salvou; a si mesmo não pode salvar!+ 32 Desça agora da estaca de tortura o Cristo, o Rei de Israel, para que vejamos e creiamos.”+ Vituperaram-no até mesmo os que com ele foram pregados em estacas.+
33 Quando veio a sexta hora,* caiu escuridão sobre todo o país, até à nona hora.*+ 34 E à nona hora, Jesus clamou com voz alta: “Eli, Eli, lama sabactâni?”* que significa, traduzido: “Deus meu, Deus meu, por que me abandonaste?”+ 35 E alguns dos parados por perto, ouvindo isso, começaram a dizer: “Eis que está chamando Elias.”*+ 36 Mas um [deles] correu, ensopou uma esponja em vinho acre, colocou-a numa cana e começou a dar-lhe de beber,+ dizendo: “Deixai[-o]! Vejamos se Elias vem tirá-lo dali.”+ 37 Mas Jesus deu um alto grito e expirou.+ 38 E a cortina+ do santuário* rasgou-se em dois, de alto a baixo.+ 39 Ora, quando o oficial do exército,* que estava presente, tendo-o sob as vistas, viu que tinha expirado nestas circunstâncias, disse: “Certamente este homem era o Filho de Deus.”*+
40 Havia ali também mulheres observando de certa distância,+ entre as quais Maria Madalena, bem como Maria, a mãe de Tiago, o Menor, e de Josés,* e Salomé,+ 41 que costumavam acompanhá-lo+ e ministrar-lhe quando ele estava na Galiléia, e muitas outras mulheres, que vieram com ele a Jerusalém.+
42 A tarde já estava então avançada, e, visto ser a Preparação, isto é, o dia antes do sábado, 43 veio José de Arimatéia, membro bem conceituado do Conselho, que também aguardava o reino de Deus.+ Ele tomou ânimo para comparecer perante Pilatos e pediu o corpo+ de Jesus. 44 Mas, Pilatos perguntava-se se já estaria morto, e, convocando o oficial do exército, perguntou-lhe se já tinha morrido. 45 Assim, depois de certificar-se por intermédio do oficial do exército, concedeu a José o cadáver.+ 46 Concordemente, ele comprou linho fino e tirou-o dali, enrolou-o no linho fino e deitou-o+ num túmulo+ aberto na rocha; e rolou uma pedra à porta do túmulo memorial.+ 47 Maria Madalena e Maria, a mãe de Josés,* porém, continuavam a olhar para onde tinha sido deitado.+
16 Passado então o sábado,+ Maria Madalena+ e Maria, a mãe de Tiago, e Salomé, compraram aromas, a fim de virem e o untarem.+ 2 E bem cedo, no primeiro dia+ da semana, chegaram ao túmulo memorial depois de se levantar o sol.+ 3 E diziam uma à outra: “Quem nos rolará a pedra [da frente] da porta do túmulo memorial?” 4 Mas, ao olharem para cima, observaram que a pedra, embora muito grande, tinha sido rolada+ [da frente]. 5 Quando entraram no túmulo memorial, viram um jovem sentado à direita, trajado duma comprida veste branca, e elas ficaram atônitas. 6 Ele lhes disse: “Parai de ficar atônitas.+ Vós estais procurando Jesus, o nazareno, que foi pregado numa estaca.*+ Ele foi levantado,+ não está aqui. Eis o lugar onde o deitaram.+ 7 Mas ide, dizei aos discípulos dele e a Pedro: ‘Ele vai adiante de vós para a Galiléia;+ ali o vereis, assim como ele vos disse.’”+ 8 Saindo então, fugiram do túmulo memorial, pois estavam presas de tremor e de forte emoção. E não disseram nada a ninguém, pois estavam tomadas de temor.*+
CONCLUSÃO CURTA
Alguns manuscritos e versões posteriores contêm uma conclusão curta depois de Marcos 16:8, como segue:
Mas, todas as coisas que se lhes mandaram, relataram brevemente aos em volta de Pedro. Outrossim, depois destas coisas, o próprio Jesus enviou por meio deles, do leste ao oeste, a santa e incorruptível proclamação da salvação eterna.
CONCLUSÃO LONGA
Certos manuscritos antigos (ACD) e versões antigas (VgSyc,p) acrescentam a seguinte conclusão longa, omitida por אBSysArm:
9 Após o levantamento dele cedo no primeiro dia da semana, apareceu primeiro a Maria Madalena, da qual tinha expulsado sete demônios. 10 Ela foi e [o] relatou aos que tinham estado com ele, pois pranteavam e choravam. 11 Mas estes, ao ouvirem que passara a viver e que tinha sido observado por ela, não [lhe] acreditaram. 12 Ainda mais, após estas coisas apareceu em outra forma a dois deles ao andarem, pois estavam indo para o campo; 13 e estes voltaram e [o] relataram aos demais. Tampouco a estes acreditaram. 14 Mais tarde, porém, apareceu aos próprios onze, ao estarem recostados à mesa, e exprobrou a sua falta de fé e a dureza de seus corações, porque não tinham acreditado nos que o tinham observado já levantado dentre os mortos. 15 E ele lhes disse: “Ide a todo o mundo e pregai as boas novas a toda a criação. 16 Quem crer e for batizado será salvo, mas o que não crer será condenado. 17 Outrossim, os seguintes sinais acompanharão os que crerem: Pelo uso do meu nome expulsarão demônios, falarão em línguas, 18 e com as suas mãos apanharão serpentes, e, se beberem algo mortífero, absolutamente não lhes fará mal. Porão as suas mãos sobre doentes, e estes ficarão bons.”
19 Daí, o Senhor Jesus, depois de lhes ter falado, foi elevado para o céu e se assentou à direita de Deus. 20 Eles, concordemente, saíram e pregaram em toda a parte, sendo que o Senhor cooperava com eles e apoiava a mensagem por meio de sinais acompanhantes.
“Marcos.” Gr.: Már·kon, do lat.: Már·cum.
“Boas novas.” Ou “evangelho”. Gr.: eu·ag·ge·lí·ou; lat.: e·van·gé·li·i.
Ou “de”.
Ou “anjo”.
Veja Ap. 1D.
Ou “imersor; submersor (mergulhador)”. Gr.: ba·ptí·zon.
Ou “dentro”; isto é, para entrar nele.
Ou “a força ativa”. Gr.: to pneú·ma; J17,18,22(hebr.): ha·rú·ahh. Veja Gên 1:2 n.: “ativa”.
Esta é uma expressão idiomática; é uma repulsa em forma de pergunta. Veja Ap. 7B.
Lit.: “ele”.
Lit.: “ele”.
Lit.: “os filhos da câmara nupcial”.
“No relato sobre Abiatar, o principal sacerdote.” Lit.: “sobre (em) Abiatar, principal sacerdote”. DWItmss.Sys, Mt 12:4 e Lu 6:4 omitem isso. Veja uma construção similar em Mr 12:26; Mr 12:26; Lu 20:37.
Ou “pães da proposição”.
Ou “uma vida”. Gr.: psy·khén; lat.: á·ni·mam; J17,18,22(hebr.): né·fesh. Veja Ap. 4A.
Ou “com os herodianos”.
“Boanerges.” Sir.: Benai Reghshi; J17(hebr.): Beneh-reghóhsh; J18(hebr.): Beneh-rá·ghesh.
“Belzebu”, VgSypJ18; אACDW(gr.): Be·el·ze·boúl; B(gr.): Be·e·ze·boúl; J22(hebr.): Ba·‛al-zevúl.
Ou “parábolas”.
Ou “ordem de coisas”. Gr.: ai·ó·nos; lat.: saé·cu·li; J17,18,22(hebr.): ha·‛oh·lám, “[de] a ordem de coisas”.
“Gerasenos”, א°BDVg; ACSyh,p: “gadarenos”.
Esta é uma expressão idiomática; é uma repulsa em forma de pergunta. Veja Ap. 7B.
Veja Ap. 1D.
Lit.: “a estar proclamando”. Gr.: ke·rýs·sein. Veja 13:10 n.
Ou “Dez Cidades”. Gr.: De·ka·pó·lei.
Ou “serei salva”.
Ou “te salvou”.
“Em paz.” Gr.: eis ei·ré·nen; lat.: in pá·ce; J17,18,22(hebr.): lesha·lóhm.
“José”, אVg; ABCDSyh,p, “Josés”.
“Testemunho.” Gr.: mar·tý·ri·on; lat.: te·sti·mó·ni·um.
Lit.: “pois o nome dele”.
“As pessoas diziam”, BW; אACSyh,p,s: “ele dizia”.
Ou “imersor, submersor (mergulhador)”. Gr.: ba·ptí·zon.
Lit.: “os quiliarcas”. Gr.: khi·li·ár·khois, “comandantes de 1.000 soldados”; lat.: tri·bú·nis.
O denário era uma moeda romana de prata que pesava 3,85 g.
Ou “eram salvos”.
Ou “lavar as mãos com o punho”.
Ou “morra sem falta”.
Ou “uma dádiva votiva”.
אB omitem isso; ADVgSyh,p,sArm: “Quem tiver ouvidos para escutar, escute.” (Veja 4:9, 23.)
Ou “cloaca; latrina; privada”.
Segundo אAB; alguns mss.: “para o esgoto, mostrando assim serem limpos todos os alimentos?”
“Fornicações.” Gr.: por·neí·ai; lat.: for·ni·ca·ti·ó·nes; J18,22(hebr.): zenu·ním. Veja Ap. 5A.
“Conduta desenfreada.” Gr.: a·sél·gei·a; Vgc(lat.): im·pu·di·cí·ti·ae; J22(hebr.): zim·máh. Veja Gál 5:19 n.: “desenfreada”.
Ou “olho iníquo”.
Ou “Dez Cidades”. Gr.: De·ka·pó·le·os.
Ou “laço”.
Ou “recuperou a vista; voltou a enxergar”.
Ou “Imersor; Submersor (Mergulhador)”. Gr.: Ba·pti·stén.
“Pedro”, אAB; Syp: “Simão”; Sys: “Kefa”. Veja Mt 16:18 n.: “rocha”.
Ou “não tens a mente de Deus, mas a de homens”.
Veja Ap. 5C.
Ou “vida”. Gr.: psy·khén; J17,18,22(hebr.): naf·shóh (de né·fesh). Veja Ap. 4A.
Ou “guardaram a palavra para si mesmos”.
Lit.: “lançou-o”.
Lit.: “Ajuda a minha falta de fé!”
Ou “traído”.
Veja Ap. 4C.
אBCW omitem isso; AD: “onde o seu gusano não morre e o fogo não se extingue”. (Veja v. 48.)
אBCW omitem isso; AD: “onde o seu gusano não morre e o fogo não se extingue”. (Veja v. 48.)
Ou então, “ficar sem salinidade”.
“Ele”, אBC; ADVgSyh,p,sArm: “Deus”.
Lit.: “se soltar de”. Veja Mal 2:16 n.
“Vida eterna.” Gr.: zo·én ai·ó·ni·on; lat.: ví·tam ae·tér·nam; J17,18,22(hebr.): hhai·yéh ‛oh·lám.
Ou “ordem de coisas”. Gr.: ai·ó·ni; J17,22(hebr.): u·va·‛oh·lám, “e na ordem de coisas”.
Ou “imersão; submersão”. Gr.: bá·pti·sma.
Ou “vida”. Veja Mt 20:28 n.: “alma”.
“Rabôni.” Veja Jo 20:16.
Ou “te salvou”.
Lit.: “Hosana.” Gr.: Ho·san·ná; J7-14,16-18,22(hebr.): Hoh·sha‛·ná’, “Salva, rogamos”.
Veja Ap. 1D.
“O reino vindouro de nosso pai Davi”, אBCD; ASyh: “o reino de nosso pai Davi que vem no nome do Senhor”; J7,8,10-14,16,17: “o reino de nosso pai Davi que vem no nome de Jeová”.
Ou “nos lugares mais altos”.
אBWSys omitem isso; ACDVgSyp: “Mas, se não perdoardes, tampouco vosso Pai, que está nos céus, perdoará as vossas falhas.” (Veja Mt 6:15.)
Veja Ap. 1D.
Ou “dos herodianos”.
Ou “ao imperador”. Gr.: Kaí·sa·ri.
Veja 6:37 n.
Lit.: “Dai de volta.”
Veja Ap. 1D.
Veja Ap. 1D.
Veja Ap. 1D.
Ou “tua vida”. Gr.: tes psy·khés sou; J17,18,22(hebr.): naf·shekhá.
Veja Ap. 1D.
Ou “nos lugares de reunião”.
Lit.: “[dinheiro de] cobre”.
Ou “na tesouraria sagrada”.
Lit.: “dois leptas”. O lépton era a menor moeda judaica de cobre ou bronze. Veja Ap. 8A.
Lit.: “que é um quadrante”. Esta era uma moeda romana de cobre ou bronze, avaliada em uma sexagésima quarta parte do denário. Veja Ap. 8A.
Ou “fim conjunto”. Veja Mt 13:39 n.: “terminação”.
Ou “remate; fim completo; término”. Gr.: τέλος (té·los).
Ou “se agitará; se excitará”.
“Terremotos.” Gr.: sei·smoí.
Ou “aos sinédrios inferiores”.
“Testemunho.” Gr.: mar·tý·ri·on; lat.: te·sti·mó·ni·um.
Ou “ser proclamadas”. Gr.: ke·ry·khthé·nai; lat.: prae·di·cá·ri. Veja Da 5:29 n.: “proclamaram”.
Veja v. 7 n.
Lit.: “até o tempo atual”.
Veja Ap. 1D.
“Vir.” Em gr.: er·khó·me·non.
“Geração.” Gr.: ge·ne·á; diferente de gé·nos, “raça”, como em 1Pe 2:9.
“Tarde no dia.” Esta era a primeira vigília segundo a divisão gr. e romana da noite, desde o pôr-do-sol até por volta das 21 horas.
“À meia-noite.” Esta era a segunda vigília segundo a divisão gr. e romana da noite, desde por volta das 21 horas até a meia-noite.
“Ao canto do galo.” Esta era a terceira vigília segundo a divisão gr. e romana da noite, desde meia-noite até por volta das 3 horas da madrugada.
“Cedo de manhã.” Esta era a quarta vigília segundo a divisão gr. e romana da noite, desde por volta das 3 horas da madrugada até o nascer do sol.
Veja 6:37 n.
Veja Mt 26:17 n.
Ou “é”, no sentido de significar, importar em, representar. Veja Mt 26:26 n.
“Novo”, isto é, o produto novo da videira.
Ou “hinos; salmos”. Sem dúvida, os Salmos de Halel. Veja Sal. 114:1 n.
Esta é uma palavra aram. que significa “o pai”, ou: “Ó Pai!” Gr.: Ab·bá; J17,22(hebr.): ’Ab·bá’.
Ou “sem falta”.
Ou “pouco vestido”. Veja Mt 25:36 n.
Ou “habitação (morada) divina”. Gr.: na·ón; lat.: tém·plum; J17,18,22(hebr.): ha·heh·khál, “o palácio (templo)”.
“Vindo.” Em gr.: er·khó·me·non.
Ou: “Nem conheço, nem entendo.”
Ou: “Fixa-o numa estaca (poste).” Veja Ap. 5C.
Veja v. 13 n.
Veja Ap. 5C.
“Lugar da Caveira.” Gr.: Kra·ní·ou Tó·pos; lat.: Cal·vá·ri·ae ló·cus.
“Terceira hora”, isto é, por volta das 9 horas da manhã.
אABCD omitem isso; VgSyh,p: “E cumpriu-se a escritura que diz: ‘E ele foi contado com os contra a lei.’” (Veja Lu 22:37.)
Veja 14:58 n.
“Sexta hora”, isto é, por volta do meio-dia.
“Nona hora”, isto é, por volta das 15 horas.
“Eli, Eli, lama sabactâni?” Veja Sal 22:1 n.: “abandonaste”.
Significando “Meu Deus É Jeová”. J17,18(hebr.): ’E·li·yá·hu.
Veja 14:58 n.
Ou “centurião”. Gr.: ken·ty·rí·on; comandante de 100 soldados.
Ou “um filho de Deus”; ou: “um filho de um deus”.
“Josés”, אABCDSyh,p; ItVgSys: “José”.
“Josés”, אcBCSyh,p; AVg: “José”.
Ou “fixado numa estaca (poste)”. Veja Ap. 5C.
O Manuscrito L 019 (Codex Regius, do oitavo séc.) contém tanto a conclusão longa como a curta, após o v. 8 , apresentando primeiro a conclusão curta e prefaciando cada conclusão com uma nota, dizendo que essas passagens estavam em voga em alguns setores, embora, evidentemente, não reconhecesse nenhuma das conclusões como de autoridade.