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  • g75 22/5 pp. 13-16
  • A vida na cidade — um passo curto da concórdia para a confusão

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  • A vida na cidade — um passo curto da concórdia para a confusão
  • Despertai! — 1975
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Despertai! — 1975
g75 22/5 pp. 13-16

A vida na cidade — um passo curto da concórdia para a confusão

Do correspondente de “Despertai” na Irlanda

AS PESSOAS desacostumadas à vida na cidade amiúde questionam a sanidade mental daqueles que preferem morar ali. Ficam assombradas diante destes vastos complexos de concreto, aço e vidro. Espantam-se diante do burburinho total de atividade das grandes massas humanas que se ajuntam nestes lugares.

Já parou um instante e considerou como e por que tais cidades cresceram? Se parar no centro de qualquer grande cidade, em especial no clímax da hora do “pico” não pode deixar de se admirar sobre onde é que tudo isso surgiu. Pedestres cansados lutam com os veículos que despejam poluentes nas ruas congestionadas. O nível de ruído se torna quase intolerável.

Além de ficar pensando sobre de onde surgiram as cidades, não se pode deixar de considerar: Exatamente quão real é o perigo de que a vida na cidade possa entrar em colapso? Com tais massas de pessoas vivendo e trabalhando juntas em tais espaços congestionados, há, sem dúvida, tremenda necessidade de grande cooperação em manter as coisas em suave funcionamento. Mas, exatamente quão curto é o passo da cooperação para a confusão?

Primeiro, examinemos brevemente alguns dos fatores que contribuem para o desenvolvimento das cidades em diferentes locais. Um relance do passado pode ajudar-nos a apreciar exatamente quão diferente é hoje a vida.

A Que Atribuir as Cidades?

Algumas cidades simplesmente “cresceram de forma natural”, como resultado de fatores geográficos e estratégicos. Outras surgiram de modo “forçado”, para satisfazer, digamos, interesses industriais ou políticos.

Por exemplo, aqui na Irlanda, Dublin simplesmente cresceu. Sua história remonta às invasões dos nórdicos e além disso, ao passo que Belfast é recém-chegada, comparativamente, à condição de cidade.

O crescimento de Dublin provém de sua posição estratégica junto ao rio Liffey. Os conquistadores sucessivos da Irlanda reconheceram as possibilidades do local e, assim, a cidade expandiu-se sob a influência dos nórdicos, dos normandos e dos ingleses. Cada grupo deixou sua marca sobre a cidade.

Em contraste, Belfast é bem o resultado do hodierno desenvolvimento industrial. Não foi senão no fim do século dezoito que começou a crescer à sua atual estatura. Até esse ponto, ela era, segundo certo historiador, “ainda uma pequena, suja e apinhada cidadezinha na margem ocidental do rio Lagan”. Seu crescimento, de um pequeno grupo de habitações para o centro industrial densamente povoado que é hoje resultou quase que inteiramente do crescimento das indústrias de linho e de construção naval nesta área.

Em torno destas indústrias desenvolveram-se as casas comerciais, as imponentes mansões, as lojas e escritórios, as acomodações para a ampla população obreira que gravitava aqui, e todos os demais apêndices que contribuem para se ter uma cidade moderna.

Assim, estas concentrações maciças de prédios e de pessoas a que chamamos de cidade se expandiram, amiúde dum modo que produziu muitos matizes de sujeira entranhada, ao invés de os lindos resultados da obra do Criador, vista no restante do país. Sua absoluta complexidade hoje em dia nos deixa perplexos.

A Complexidade das Cidades Hoje em Dia

Pare um instante e considere o que os acontecimentos históricos produziram. Camadas sobre camadas de vias interligadas de atividades humanas. Grandes redes de estradas ligam as empresas diversificadas. Multidões de canos, fios, tubos e conduitos escondidos servem para trazer a energia essencial para manter tudo em funcionamento, e para levar embora a incrível quantidade de resíduos produzidos.

Pense em todos os vários serviços que precisam operar juntos para manter a vida na cidade com qualquer grau de harmonia — o fornecimento de energia, os serviços públicos, os serviços de transporte, as comunicações, o fornecimento d’água, os esgotos, os serviços de saúde, as estradas, as habitações; e assim por diante.

Inclinamo-nos a aceitar tais coisas como corriqueiras, como se sempre estivessem ali. Mas, não faz muito tempo, a maioria de tais coisas simplesmente não existiam.

É preciso muito trabalho para produzir as cidades hodiernas, para não se mencionar o planejamento e a preparação dos incontáveis arquitetos e autoridades previdentes. Mas, a própria natureza destas cidades as torna suscetíveis à sabotagem e ao colapso caótico.

Isto foi demonstrado recentemente quando certas seções da comunidade de Belfast deixaram de trabalhar como protesto ativo contra certos acontecimentos políticos. Uma olhada no que aconteceu ilustra rapidamente quão fácil uma cidade moderna pode ser completamente paralisada.

Colapso da Vida na Cidade

Quarta-feira, 15 de maio de 1974, viu o início disso. Depois de longo período de inquietação devido a eventos políticos, uma greve-geral foi decretada. Mui rápido, morreu a vida industrial na cidade.

Uma das primeiras ações dos grevistas foi um corte no fornecimento de energia. Declararam que só seria gerada energia suficiente para suprir os serviços essenciais, tais como os hospitais. Uma cidade sem energia é como um corpo sem vida. Assim, muitas das utilidades domésticas modernas dependem de modo absoluto desta fonte de energia. Agora, ao invés do fornecimento regular de energia, os consumidores só tinham energia durante três ou quatro horas, e daí havia cortes por longos períodos, sem aviso ou anúncio de antemão.

Os que moravam em projetos ultramodernos, recentemente construídos, amiúde se encontravam sem absolutamente nenhuma forma de aquecimento, luz ou meios de cozinhar. Os inválidos e doentes ficaram sob graves riscos, para não se mencionar aqueles que tinham de subir o que pareciam ser escadas infindáveis para chegar às suas casas em prédios de muitos andares!

Os hospitais ficaram colocados em circunstâncias difíceis, ao agravar-se a situação energética. Amiúde tinham de confiar em geradores de emergência. Esta não era a situação mais fácil a enfrentar, no meio duma operação delicada e que possivelmente salvaria uma vida. Até mesmo coisas tais como manter adequado suprimento de roupa branca de cama pode representar problemas bem reais quando os meios de lavar roupa sofrem cortes.

O fluxo do tráfego, sempre uma dor de cabeça para os planejadores e administradores municipais, tornou-se caótico. Os sinais de trânsito falharam esporadicamente em várias partes da cidade.

A vida comercial da cidade foi terrivelmente afetada. Aqueles que viajavam todo dia para o trabalho no centro da cidade verificaram ser cada vez mais difícil chegar ao emprego. Protestadores ergueram barreiras nas estradas, impedindo assim a liberdade de locomoção através da cidade. Os serviços municipais de ônibus foram suspensos após alguns dos seus veículos terem sido seqüestrados e usados para formar barricadas. Paravam-se veículos particulares para serem revistados, à medida que os protestadores tentavam dissuadir qualquer pessoa que gostaria de ir trabalhar.

Aqueles que, por fim, conseguiram chegar até seu emprego, verificaram que as condições eram quase que impossíveis. Os escritórios não tinham energia para todo o seu equipamento. As lojas só dispunham de luz de emergência na forma de velas ou lampiões de gás. Estas condições eram o deleite dos ladrões de lojas.

Os suprimentos alimentares, naturalmente, eram considerados “essenciais” pelos protestadores, mas, estes também se viram atingidos à medida que a distribuição foi interrompida pelas condições em geral caóticas. Os suprimentos de leite, por exemplo, eram irregulares por algum tempo depois que vários veículos de entrega foram seqüestrados e roubados. Os suprimentos de muitos alimentos frescos ficaram limitados, à medida que os carregamentos se empilharam nas docas.

Os varejistas com refrigeradores se encontraram em grandes dificuldades, à medida que o fornecimento de energia se tornou cada vez mais indigno de confiança. Os supermercados se viram obrigados a vender grande parte de seus itens perecíveis à metade do preço. As crianças em algumas áreas ficaram deleitadas em notar que seus empórios locais de doces davam de graça picolés que se derretiam.

Naturalmente, sem energia para os refrigeradores domésticos, era impossível estocar comida ali, a menos que a pessoa possuísse um refrigerador de gás, caso em que a pessoa se via bem naqueles momentos. Isto levou às compras em pânico de itens enlatados e não-perecíveis, e isto somente aumentou a confusão.

As reservas de gás engarrafado se esgotaram mui rapidamente à medida que os moradores tentaram conseguir alguns tipos de equipamento de emergência para cozinhar e de iluminação. Velas se tornaram tão escassas como a chuva numa terra assolada pela seca.

Quando, por fim, os suprimentos de gás também foram cortados, aumentaram as dificuldades. A pressão decrescente do gás que chegava às casas também resultou no perigo de explosão devido à possibilidade de o ar e o gás se misturarem nos canos, produzindo uma mistura altamente explosiva.

Os postos de gasolina tiveram de racionar os suprimentos e os motoristas se viram obrigados a esperar na fila por horas, para encher seus tanques. Com devastador efeito, os grevistas fecharam o grosso dos revendedores de gasolina, e começaram a expedir passes para a gasolina àqueles que consideravam viajantes “essenciais”. Lenta, mas seguramente, ao se esgotarem as reservas existentes, todo o tráfego na cidade parou, para todos os fins e propósitos.

Além da ameaça sempre crescente à saúde, causada pelo lixo não coletado de milhares de casas, surgiu outro perigo. Os trabalhadores ameaçaram cessar as operações de bombeamento nas usinas de tratamento de esgoto. Sendo que grande parte de Belfast foi construída nas áreas baixas, isto apresentava o problema de os esgotos não tratados subirem de novo pelos canos e buracos de esgotos até às ruas.

O efeito geral desta greve resultou ser muito drástico para as autoridades o enfrentarem. Depois de quatorze dias de crescente caos, cederam às exigências dos protestadores.

Belfast foi arrancada da própria beirada do desastre absoluto. Num dia era uma cidade industrial, movimentada; daí, deu aquele passo curto no sentido de se tornar algo assolado, que lutava pela sobrevivência.

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