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  • O porto de Nova Iorque é o meu púlpito
  • A Sentinela Anunciando o Reino de Jeová — 1962
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A Sentinela Anunciando o Reino de Jeová — 1962
w62 1/4 pp. 220-223

O porto de Nova Iorque é o meu púlpito

Relatado por Ans Insberg

É UM domingo calmo no cais de Nova Iorque. Ainda ontem o porto era uma confusão de rebocadores e navios cargueiros, petroleiros, barcaças, transatlânticas e barulhentos helicópteros. Hoje tudo está quieto, a não ser alguns barcos que passam uns pelos outros entre a baixa Manhattan e a Ilha Staten. O sol da manhã é refletido nas fileiras de janelas dos arranha-céus da altura do céu na Wall Street. O tráfego da manhã corre velozmente ao longo da faixa da auto-estrada costeando o cais. Sob as bandeiras de 170 companhias de navegação se acham fila após fila de transatlânticos recém-pintados, como se estivessem tomando banho de sol. Este é o porto de Nova Iorque, o mais rico do mundo. É também o meu púlpito e o tem sido durante os últimos vinte anos.

À entrada da Administração do Porto, um guarda do cais, fardado, verifica o meu passe e faz-me entrar. Dirijo-me à mais próxima prancha de desembarque e sigo para baixo do convés, com a Bíblia numa das mãos e a pasta de testemunho na outra. Cá e acolá há grupos de marinheiros conversando sobre coisas de interesse, tais como a possibilidade de uma guerra em Berlim. Muitas vezes prego primeiro aos cozinheiros e aos marinheiros, e, daí, passo de convés a convés a pregar aos funcionários, aos maquinistas, aos imediatos, aos operadores de rádio e finalmente ao comandante. Deste modo procuro não passar por alto a ninguém, e ainda assim testemunhar em três a cinco navios num dia.

Em comparação com os que moram em terra, acho que os marinheiros são de mentalidade mais tolerante e estão mais familiarizados com a Bíblia. Talvez isso se dê em virtude de terem mais tempo para leitura e meditação. Também, viajaram mais e passam mais tempo junto à mão de obra de Deus — o mar e os céus estrelados.

A bordo de um navio francês, apresento-me ao engenheiro-chefe. “Venha ao meu camarote”, diz. ele. “Vou-lhe mostrar dois livros que me causaram muita satisfação e prazer. Estou lendo-os nas minhas horas de folga.” Regozijei-me quando ele mostrou duas bem-conhecidas publicações da Torre de Vigia, em idioma francês, “Seja Deus Verdadeiro” e “A Verdade Vos Tornará Livres”. O engenheiro aceitou de bom grado o nosso novo compêndio bíblico Do Paraíso Perdido ao Paraíso Recuperado. A seguir, o comandante adquiriu o mesmo livro. Agora ambos têm algo novo de interesse e importância para ler.

Num outro navio encontro um grupo de amistosos marinheiros espanhóis. “Venham cá, rapazes, vou-lhes mostrar uma coisa!” Abrindo o livro Paraíso numa bela ilustração, digo num espanhol matado: “Estão vendo? No mas guerra, no mas muerte.” (“Não haverá mais guerra, nem morte.”) “Gostariam de viver num mundo assim?” “¡Si!” Ofereço-lhes o livro por uma pequena contribuição, mas a resposta é: “No tengo dinero.” (“Não tenho dinheiro.”) Assegurando-lhes que o dinheiro não é a coisa importante em comparação a se lhes pôr na mente as boas coisas, concordo em deixar-lhes o livro por alguns cruzeiros, mas com uma condição: “Devem passá-lo de mão em mão, igual a uma biblioteca circulante.” Concordado. E todos recebem alguns tratados em espanhol antes de terminar a agradável visita.

DE TODAS AS NAÇÕES

Os idiomas e as religiões variam de navio em navio. A maioria dos marinheiros que encontro são espanhóis, portugueses e escandinavos. Há também tripulantes da Itália, do Japão, dá Alemanha, da Índia e de outros países. Com efeito, o porto de Nova Iorque recebe tráfico de todos os países litorâneos do mundo. Não é incomum eu falar sobre o reino de Deus com os muçulmanos, os católicos romanos, os protestantes, os hindus ou budistas. A maioria deles fala inglês. Eu falo inglês, russo, letão e algumas frases em espanhol e em alemão. Entretanto, levo comigo o folheto da Torre de Vigia “Prega a Palavra”, que explica nos trinta principais idiomas a razão de eu estar a bordo.

Certa vez, num cargueiro japonês, fui ao camarote do comandante e me apresentei como ministro do evangelho. O comandante se levantou e ofereceu-me gentilmente o seu assento: Sentados em volta de sua mesa havia seus convidados, o principal imediato e o engenheiro-chefe, todos os quais falavam inglês. “Em breve, sob o reino de Deus, tudo na terra será belo”, disse eu. O comandante trouxe uma grande Bíblia em japonês. Localizamos Mateus 24:14, a profecia de Jesus que predizia um testemunho, mundial a ser dado acerca do Reino antes de vir o fim. “Este texto está sendo cumprido hoje a bordo de seu navio”, expliquei, “e também em todo o mundo, em 181 países, pelas testemunhas de Jeová”. O comandante tocou a campainha para chamar o garçom. Logo depois deliciamos um café quente e lanche. Foi um prazer colocar o interessante livro Que Tem Feito a Religião Pela Humanidade? com o comandante.

“OVELHAS E CABRITOS”

Há pouco tempo atrás a Sociedade Torre de Vigia entregou-me uma carta que havia recebido de uma senhora na Flórida, pedindo que uma Testemunha visitasse seu pai que era sub-engenheiro a bordo de um navio que estava no cais. Ao encontrar o senhor, expliquei o objetivo da minha visita e foi um prazer ouvi-lo dizer: “Entre. Estava aguardando a sua visita.” “Nesse caso”, repliquei, “deixe-me demonstrar-lhe como a sua filha e os seus dois netos estão pregando as boas novas do reino de Deus com as testemunhas de Jeová”. Ele escutou atenciosamente o breve sermão bíblico sobre o propósito de Deus quanto a trazer paz, saúde e vida à humanidade obediente. Ele fez imediatamente assinatura da Sentinela. Os navegadores recebem em geral a sua correspondência no escritório da companhia de navegação em Manhattan ao voltarem para o porto. Após ter preenchido a fórmula de assinatura, o engenheiro convidou-me a almoçar com ele. Enquanto deliciava o almoço com frango, pude explicar a minha missão a outros, inclusive a um garçom espanhol, que adquiriu um exemplar do livro Paraíso na sua língua nativa. Antes de sair do navio, tive a satisfação de responder a algumas perguntas bíblicas do comandante e preencher uma fórmula de assinatura para A Sentinela para outro funcionário. Assim terminou um dia feliz ao longo do cais.

Em geral, os marinheiros são muito receptivos e hospitaleiros. Naturalmente, há exceções à regra. Há poucos dias atrás, a bordo de um navio sueco, fui muito maltratado, ameaçado e finalmente mandado embora do navio. Numa outra ocasião anterior, alguns marinheiros italianos haviam objetado fortemente: “Nós aqui somos católicos e comunistas!” Não obstante, essa hostilidade não é típica. Meus ouvintes que mais mostram apreciação são os católicos espanhóis e portugueses.

Os raros maus acolhimentos ficam logo esquecidos pelas experiências alegres, como a que tive recentemente a bordo de um navio britânico tripulado por nigerianos. Os nigerianos se ajuntaram para ouvir o meu sermão que suscitou logo muitas perguntas bíblicas. Três homens dentre a tripulação adquiriram exemplares do livro Paraíso. “Gostariam de visitar a sede da Sociedade Torre da Vigia?” perguntei-lhes. Concordaram em vir no dia seguinte. Chegou a segunda-feira e vieram os seis nigerianos com um oficial britânico. Todos se agradaram da visita interessante através da enorme gráfica da Sociedade. “Por que não constroem um belo edifício como este no nosso país?” perguntou um dos marinheiros. Talvez agora ele já tenha visto o belo edifício filial da Sociedade na Nigéria. Grandemente impressionados com a paz e unidade da organização central de Jeová, meus visitantes se despediram.

A despedida é a parte mais difícil do meu serviço, porque geralmente a despedida é despedida mesmo. Não vejo mais a maior parte dos meus ouvintes, porque a tripulação dos navios muda aproximadamente de três em três meses. Há algumas cartas que se escrevem, mas só o prazer ocasional de um breve encontro. Por esse motivo, antes de terminar minha palestra com os marinheiros interessados, indico sempre a lista dos escritórios filiais da Sociedade Torre da Vigia no fim da publicação. “Têm uma maravilhosa oportunidade de chegar a conhecer as testemunhas de Jeová onde quer que forem”, digo-lhes. “Dificilmente entrarão num país em que não haja algum de nossos escritórios filiais. Não deixem de as conhecer melhor no próximo porto.” Daí, demonstro-lhes a maneira de usar com proveito o compêndio bíblico, fazendo as perguntas ao pé das páginas, e ganhar assim um melhor entendimento do propósito de Jeová, que conduz à vida eterna.

COMO FOI O INÍCIO DISSO

Como é que cheguei a afirmar que esse enorme porto é o meu púlpito? Foi uma decisão feliz que fiz há duas décadas, após ter visitado um velho amigo a bordo de um navio nos estaleiros de Belém. Durante a conversação falamos das boas novas do reino de Deus. Foi uma satisfação tanto para ele como para mim. Perguntei-me: “Por que não fazer isso em outros navios?”

Naturalmente, os navios não me eram estranhos. Por quinze anos eu navegara sob bandeiras norte-americana, britânica, sueca e alemã. Foi a bordo de um navio, no Hemisfério Meridional, que numa noite clara e estrelada abri o coração a Deus e roguei-lhe que me conduzisse àqueles que realmente o adoravam em espírito e em verdade. Vira muita hipocrisia entre os freqüentadores da igreja na minha terra natal, na Letônia, e mais tarde na Rússia, e não queria nada disso: Minha oração foi atendida quando assisti à exibição da película da Sociedade, “O Foto-Drama da Criação”, em Cleveland Ohio, EUA, em 1914. Finalmente encontrara a verdade — como se harmonizava perfeitamente com a Bíblia, com a ciência e com a história! Dois anos após isso, fui batizado e empreendi a obra de pregação, voltando a navegar quando diminuíam as minhas finanças. No verão de 1922, recebi um convite do Juiz Rutherford então presidente da Sociedade Torre de Vigia, para trabalhar junto com os servidores da sede da Sociedade, onde venho servindo desde então. É deste lar de Brooklyn Heights que viajo até o cais cada domingo de manhã.

Quando prego a esses marinheiros, que estão longe de seu lar, recordo às vezes a minha infância na Letônia, onde meu pai costumava ler toda manhã na hora do café dois ou três capítulos da Bíblia. O amor a Deus que isto inculcou em mim foi intensificado quando nos mudamos para os escabrosos Montes Urais da Rússia. Na minha mente os arranha-céus de Manhattan desvanecem nas montanhas, nas profundas ravinas e nas cascatas, que me são familiares. Ainda ressoa nos meus ouvidos o canto do cuco após as magnificentes trovoadas e os brilhantes arco-íris. Não posso esquecer o canto bem cedo de manhã dos rouxinóis, nem as nevascas cegantes, tampouco as pequenas campainhas-azuis, que perfuram a neve para anunciar a chegada da primavera. Quantas vezes cuidei das ovelhas de meu pai nos pastos verdes das colinas!

Ainda cuido das “ovelhas” aqui mesmo no porto, para o meu Pai celestial, Jeová. O próprio Jesus encontrou muitos ouvintes semelhantes a ovelhas à beira-mar da Galiléia. Dezenove séculos produziram navios maiores do que os pequenos barcos de pesca da Galiléia — e maiores preocupações. Os humildes navegantes ainda gostam das boas novas de que Deus tem um governo do Reino que irá restaurar o paraíso na terra. Com essa mensagem alegre e tantos ouvintes atenciosos, pode imaginar por que estou ansioso de que chegue o próximo domingo de manhã, em que, com a Bíblia e a pasta de testemunho, me dirigirei ao meu fascinante púlpito.

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