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Relações Familiares Hoje
Foram publicados numa página duma edição recente do Times de Nova Iorque dois artigos que envolviam relações familiares. Um deles, intitulado “Infanticídio na China”, referia-se às “reportagens dos diários da China” sobre o assassinato de meninas recém-nascidas e aos maus tratos dispensados às suas mães. Afirmava que, devido à execução duma política governamental de controle da população, “grande número de meninas recém-nascidas têm sido assassinadas, afogadas, ou abandonadas para morrer, e várias mulheres têm recebido tratamento brutal”. O outro artigo, intitulado “Sustentar os Pais”, levantou objeções ao plano do governo dos Estados Unidos de reduzir o custo dos programas sociais médicos, por exigir que, em alguns casos, “os membros adultos da família sustentem os parentes adultos”. Um dos argumentos era o de que “os filhos não escolhem os pais, nem pedem para nascer. Não assinam nenhum contrato relativo a prover cuidado quid pro quo [recíproco].” As pessoas têm sua própria aposentadoria e velhice com que se preocupar, dizia o artigo, e não devem ser ‘sobrecarregadas’ pelos pais idosos.
Embora os jornalistas possam ter diversas opiniões quanto a relações humanas, será que há outros motivos por trás dos maus tratos dispensados a meninas recém-nascidas e suas mães, e da negligência para com os pais idosos? Sim, pelo menos até certo ponto, essas coisas estão acontecendo hoje, porque as pessoas se tornaram ‘amantes de si mesmas’ e não têm “afeição natural”, assim como a Bíblia predisse. Tais acontecimentos constituem evidência adicional de que vivemos realmente nos “últimos dias”. — 2 Timóteo 3:1-3.
“Deus Não É Socialista”
O bispo auxiliar da Arquidiocese de Salvador, Bahia, d. Boaventura Kloppenbur, ao lançar um livro de sua autoria, declarou: “Digo que Deus não é socialista, porque ele não fez nada igual. . . . O socialismo só daria certo se no mundo houvesse anjos em vez de sem-vergonhas.” O livro denuncia a chamada Igreja popular da América Latina, que, segundo o bispo, defende a opção pelo marxismo leninismo e “estimula a luta de classes até mesmo dentro da Igreja”. Declarou adicionalmente que “muitos que não são pobres sentem-se hoje constantemente insultados dentro da Igreja pelo modo de falar e rezar de certos padres”.
Com respeito aos defensores da “Igreja popular”, o bispo diz que eles sustentam a crença de que o sistema capitalista é o sistema do pecado e precisa ser derrubado, de preferência por meio duma revolução não sangrenta, mas, se for preciso, pelo uso de armas. Propõem desbloquear a consciência — uma moral nova — para que os oprimidos não se sintam culpados ao estrangularem um opressor. Para eles, a análise marxista da sociedade é científica, e eles a aplicam na Igreja com conseqüências fatais, acrescentou ele.
A declaração do monsenhor Pablo Antonio Vega, bispo de Juigalpa, na Nicarágua, no sentido de que “não é propriamente uma Igreja, mas uma estratégia do marxismo internacional, porque não faz referências a um Ser superior e também não é popular, pois só se identifica com o poder, não com o povo”, indica que, nesses países em que a “Igreja popular” está ganhando terreno, aguardam ao clero dias turbulentos. — O Estado de S. Paulo, 26 e 27 de maio de 1983.