Busquemos os merecedores antes que seja tarde demais

¹ A Sentinela de 1.º de abril de 1991, página 9, parágrafo 3, declarou: “Ainda existem milhões de pessoas que nunca conheceram uma Testemunha de Jeová, nem ouviram as ‘Boas Novas do Reino’. E não sabemos em quanto aumentará o número dos que compõem a ‘grande multidão’ antes da ‘grande tribulação’. Mas, certamente há o potencial de mais buscarem e acharem a Jeová Deus no futuro imediato, antes de ser tarde demais. A questão é: O que podemos nós fazer para ajudar outras miríades a achar a Deus?” — Mat. 24:14; Rev. 7:9, 14.

² No Brasil, temos atualmente 580 cidades não-designadas e 2.260 pouco trabalhadas, com uma população aproximada de 28 milhões de habitantes — pessoas que precisam ser ajudadas a encontrar a Jeová antes que seja tarde demais. A Sociedade tem procurado de todas as maneiras possíveis levar a mensagem do Reino a essas pessoas. Em julho de 1990 foram designados 200 pioneiros especiais, por um período de 2 anos, para cidades não-designadas e pouco trabalhadas, abrangendo uma população de 3.400.000 habitantes. Também, em fevereiro deste ano foram designados 100 pioneiros especiais temporários por 6 meses para 50 cidades. Muitos estão sendo contatados pela primeira vez.

³ Os relatórios recebidos indicam o quanto as pessoas nesses territórios anseiam ouvir a mensagem do Reino. Os pioneiros especiais temporários da cidade de Maués, AM, disseram: “Encontramos no serviço de campo uma senhora de 88 anos que nos abraçou e disse: ‘Esperei 21 anos que passassem aqui para dar o meu estudo; finalmente vocês chegaram.’ Esta senhora está estudando conosco e freqüenta as reuniões congregacionais.” Os pioneiros de Arari, MA, relataram: “O nosso local de reuniões tornou-se pequeno. Estamos nos esforçando em adquirir um terreno para a construção do Salão do Reino, visto que o local não comporta os estudantes.”

⁴ O Superintendente de circuito que visitou os pioneiros especiais temporários da cidade de Balsas, MA, relatou: “É deveras surpreendente como as pessoas são atenciosas, fazem perguntas, aceitam e comparecem às reuniões quando convidadas, inclusive a média da reunião pública aumentou consideravelmente. Por ser um território novo apresenta uma boa perspectiva de progresso. Creio que dentro de um ano a assistência dobrará.”

⁵ Assim, ao passo que em algumas cidades os territórios são trabalhados regularmente e, em alguns casos mais de uma vez por semana, há outros territórios em que as pessoas estão clamando: “Passa. . . e ajuda-nos.” (Atos 16:9) Portanto, o que poderá fazer individualmente e como família para ajudar essas pessoas antes que seja tarde demais? Ou, o que poderão fazer como congregação?

MUDAR-SE PARA ONDE A NECESSIDADE É MAIOR EXIGE ABNEGAÇÃO

⁶ Mudar-se para onde a necessidade é maior certamente exige esforço, planejamento e abnegação. Não é fácil deixar o convívio de irmãos da congregação e parentes próximos para servir numa outra cidade. Todavia, Jesus disse em Lucas 9:23, 25: “Se alguém quer vir após mim, repudie-se a si mesmo e apanhe a sua estaca de tortura, dia após dia, e siga-me continuamente. . . Realmente, de que proveito é para um homem ganhar o mundo inteiro, mas perder a si próprio ou sofrer prejuízo?” Sim, ele tomou a dianteira em demonstrar o espírito de abnegação para fazer a vontade de Jeová. Ele recomendou o mesmo proceder a seus seguidores; estes deveriam subjugar os seus próprios desejos pessoais e tomar por coisa principal na vida fazer a vontade de Deus.

⁷ Mudar-se para onde a necessidade é maior envolve custo, que inclui tempo, esforço e sacrifício. Envolve renunciar algo valioso ou desejável a favor de algo considerado como tendo primazia. Mas, é um proceder possível, porque é um convite de Jeová e de Jesus Cristo àqueles que estão em condições. Quando consideramos as grandiosas recompensas que nos aguardam, pode-se dizer com confiança que fazer sacrifícios para servir a Jeová é o único proceder na vida que vale a pena hoje. — 1 João 2:16, 17; 2 Tim. 2:4.

⁸ Nesse sentido temos o excelente exemplo de Noé. Jeová lhe ordenou que construísse a arca. Até então não havia ocorrido inundações; Noé não era construtor de navios, e, ainda por cima, tinha responsabilidades familiares. Ele poderia ter usado o tempo gasto em construir a arca para aumentar sua riqueza material de modo a ter uma vida mais confortável. Também, teve de sacrificar parte de sua reputação diante dos vizinhos, visto que a sua obra na arca o expôs ao ridículo. Apesar de tudo, Noé continuou pacientemente no seu proceder abnegado. Fez a vontade de Jeová exatamente como Ele queria. (Gên. 6:22) Sua abnegação resultou na salvação de sua família, ao passo que os que adotaram uma atitude egoísta sofreram a destruição. — 2 Ped. 2:5.

⁹ Uma outra ocasião em que se exigiu abnegação foi quando os judeus foram libertados do cativeiro em Babilônia depois de 70 anos, conforme relatado no livro de Esdras, capítulos 7 e 8. Foram libertos para poderem restaurar a adoração pura no templo em Jerusalém. Depararam-se então com um grande desafio. Será que trocariam suas casas enfeitadas de marfim por casebres de barro feitos de pau-a-pique? Seu retorno a Jerusalém significava a privação de um modo de vida mais ou menos confortável e o início de uma nova vida numa terra distante sob circunstâncias provadoras e difíceis. Era preciso zelo pela adoração verdadeira, fé e coragem para fazerem tal mudança. Devíamos estar resolvidos a imitar o exemplo de Esdras, que, conforme declarou, ‘tinha preparado seu coração para consultar a lei de Jeová e para praticá-la, e para ensiná-la’. — Esd. 7:10.

¹⁰ Conforme disse Jesus, “a colheita é grande, mas os trabalhadores são poucos. Por isso, rogai ao Senhor da colheita que mande trabalhadores para a sua colheita”. (Mat. 9:37, 38) Todas as evidências indicam que Jeová tem ouvido os rogos no sentido de enviar mais trabalhadores. Todavia, persiste ainda a necessidade em determinadas áreas. Já analisou a possibilidade de mudar-se para onde a necessidade é maior? Muitos irmãos e famílias têm feito isso. Alguns têm dirigido seus assuntos dum modo que lhes possibilitem mudar-se para onde há necessidade ao se aposentarem do serviço secular, ou ao ficarem livres de certas responsabilidades familiares. Está próximo de sua aposentadoria? Ou já é aposentado? Talvez a congregação na qual serve não mais necessita de sua ajuda. Nesse caso, poderia mudar-se para uma outra congregação ou cidade? Faça disso um assunto de oração, e daí aja em harmonia com suas possibilidades.

CALCULE O CUSTO ANTES DE MUDAR-SE PARA ONDE A NECESSIDADE É MAIOR

¹¹ Uma decisão assim não deve ser baseada em emocionalismo, mas requer cuidadoso planejamento antecipado. Jesus disse: “Quem de vós, querendo construir uma torre, não se assenta primeiro e calcula a despesa, para ver se tem bastante para completá-la?” (Luc. 14:28) Em qualquer empreendimento que a pessoa faça há um custo envolvido. Em alguns casos talvez seja possível que a família coopere para que pelo menos um membro possa servir onde há maior necessidade. (Pro. 16:3) Mesmo isto envolveria algum custo, mas certamente com grandes bênçãos para a família.

¹² Antes de mudar-se para onde a necessidade é maior seria recomendável recorrer a irmãos experientes, tais como os anciãos e superintendentes viajantes. Esses irmãos certamente poderão fornecer-lhe sugestões práticas. (Pro. 24:6) Poderá também, se possível conversar com irmãos que já se tenham mudado para onde a necessidade é maior. Com certeza eles poderão ajudá-lo, pois passaram, provavelmente pelos mesmos problemas que você está passando. Talvez tiveram que tomar decisões similares. Ao calcular o custo é bom lembrar-se de que, na maioria dos casos, são as pequenas cidades que necessitam de ajuda, e nessas, amiúde o serviço secular é escasso.

¹³ A bênção de Jeová sobre os que se dispõem a servir onde a necessidade é maior pode ser ilustrada pelo que aconteceu com duas irmãs da cidade de São Paulo que se mudaram para servir em Leópolis, PR. Elas relataram: “ Ao chegarmos na cidade começamos a procurar casa. As pessoas diziam: ‘É impossível conseguir uma casa nesta cidade.’ Até mesmo num supermercado as pessoas riram de nós dizendo que jamais conseguiríamos. Por volta das 12:00 horas paramos numa lanchonete. Embora tivéssemos andado a manhã inteira sem resultados favoráveis, sabíamos que Jeová não nos desampararia. Suplicamos a Ele que nos indicasse uma casa, se esta fosse a Sua vontade. Ao sairmos da lanchonete, nos lembramos que uma das primeiras pessoas a quem perguntamos sobre uma casa nos havia dito que seu irmão que mora no sítio a 8 km da cidade tinha uma casa desocupada. Mas, como chegaríamos até lá? Tomamos um táxi. Querendo poupar nosso tempo e dinheiro, o motorista disse que não conseguiríamos convencer o dono da casa a alugá-la pois já havia rejeitado proposta até de parentes. Ao chegarmos, falamos com a esposa do proprietário da casa e explicamos o objetivo de nosso trabalho. Na mesma hora concordou em alugar a casa. O esposo dela voltou conosco até a cidade para fecharmos o contrato. Que vitória para Jeová! Depois de fecharmos o contrato, no caminho até o ponto de ônibus, as pessoas que nos perguntavam se tínhamos conseguido a casa ficavam pasmadas ao saber que havíamos conseguido, e de quem conseguimos.”

¹⁴ O relato continua: “Depois de nos estabelecermos aqui começamos a distribuir as sementes da verdade. Ficamos encantadas ao ver a reação das pessoas à mensagem do Reino. Muitos até mesmo vertem lágrimas quando mostramos em sua própria Bíblia as maravilhosas promessas de Jeová. Uma família que está estudando freqüentava uma das igrejas da cristandade. Começaram estudando a brochura Governo, onde aprenderam que Jesus é o rei do Reino de Deus e que o paraíso será na terra. O chefe da família perguntou então ao pastor se ele sabia quem é o governante do Reino de Deus, e onde será o paraíso. O pastor pediu 30 dias para responder, e até hoje, passados mais de 30 dias, ele ainda não respondeu. O estudante comentou: ‘Eu sei mais do que o pastor.’”

¹⁵ Por fim essas irmãs disseram: “Embora tenhamos que viver com pouco, por colocarmos Jeová em primeiro lugar em nossa vida, Ele tem derramado bênçãos além de nossas necessidades. Estamos trocando publicações por mantimentos. Assim, temos abundância de frutas, sabonetes, latas de óleo, etc. . . . Podemos sentir, por experiência própria, o cumprimento das palavras de Malaquias 3:10 e Salmo 34:8. Para a Comemoração da morte de Jesus fizemos arranjos de levar os estudantes a uma cidade vizinha. Pedimos ao prefeito que nos fornecesse um ônibus para isso. Que alegria sentimos ao vermos 18 estudantes nos acompanharem!”

SE NÃO PUDER MUDAR-SE PARA ONDE A NECESSIDADE É MAIOR

¹⁶ Muitos, embora queiram mudar-se para onde a necessidade é maior, não têm condições de fazê-lo. Nesse caso, como poderá prestar ajuda a pessoas que moram nos territórios não-designados e pouco trabalhados, antes que seja tarde demais? Poderá solicitar um território para trabalhar por um determinado período. Estamos enviando a todas as congregações uma relação das cidades não designadas e pouco trabalhadas. Observará que este ano a relação foi elaborada por circuito. Isso permitirá que os irmãos saibam das necessidades de ajuda dentro de seu próprio circuito.

¹⁷ Caso deseje trabalhar numa dessas cidades, o que deverá fazer? Poderá falar com o superintendente de circuito. Ele certamente terá prazer em ajudá-lo em seus planos. Daí, deverá preencher uma Petição Para Trabalho Por Conta Própria em Território Não-Designado ou Pouco Trabalhado, que depois de aprovada pela comissão de serviço será enviada à Sociedade com pelo menos um mês de antecedência. A Sociedade fará então a designação de acordo com a solicitação. Só deverá ir para o território escolhido depois de receber autorização da Sociedade, pois pode ser que a(s) cidade(s) escolhida(s) já tenha(m) sido designada(s) para outros irmãos ou congregações.

¹⁸ Solicitamos que, por gentileza, obedeça estritamente ao seu período designado para um determinado território, não indo além sem fazer uma nova petição ou escrever uma carta indicando quanto tempo adicional pretende cuidar do território. Se não recebermos nenhuma comunicação após o período designado, entenderemos que o território está novamente disponível. Assim, se desejar prorrogar, é importante que comunique isso à Sociedade, evitando-se que haja uma duplicidade de designação. — 1 Cor. 14:33, 40.

¹⁹ Algumas congregações têm feito arranjos definidos para trabalhar em cidades não-designadas e pouco trabalhadas, com excelentes resultados. Como exemplo, 52 irmãos de várias congregações do Rio de Janeiro elaboraram um arranjo de trabalho na cidade de Lauro Müller, SC. Um ancião, capitão do grupo, relatou os benefícios derivados do trabalho: “Foram 15 dias de pura alegria e felicidade para todos os 52 irmãos que participaram neste trabalho especial. Todos reconheceram os benefícios para sua espiritualidade. Seis irmãs decidiram fixar residência em Lauro Müller, SC, para cuidar dos interesses do Reino naquela localidade e ajudar espiritualmente as pessoas sedentas da verdade.”

²⁰ Esse irmão finalizou assim o relatório: “Rogamos a Jeová que incite, que impila o coração de mais irmãos para se colocarem à disposição para privilégios adicionais de serviço; privilégios como este, de trabalhar onde a necessidade é maior, para a conclusão rápida e sem procrastinação da grande obra de colheita.” É a isso, que encorajamos todos que puderem: Busquem os merecedores, enquanto há tempo.

²¹ As férias escolares ou do serviço secular oferecem boa oportunidade para se trabalhar em territórios pouco trabalhados ou não-designados. Muitos irmãos experimentaram-no e derivaram satisfação. Um jovem de 17 anos escreveu: “Sempre tive o sonho de trabalhar em território em que houvesse necessidade. Conversei com meus pais e combinamos que, em vez de viajarmos como todo ano fazíamos para visitar minhas avós, este ano iríamos trabalhar num território pouco trabalhado e assim fizemos. Felizmente deu tudo certo.” Poderia você fazer arranjos nesse sentido? Pense na alegria que terá em gastar, alguns dias de suas férias trabalhando onde a necessidade é maior!

O TEMPO QUE RESTA É REDUZIDO”

²² O apóstolo Paulo escreveu: “O tempo que resta é reduzido.” (1 Cor. 7:29) Essas palavras de Paulo não só animam as servos de Jeová, mas indicam também que a vida dos cristãos deve concentrar-se na obra urgente que Deus lhes designou. Seguindo a mesma linha de raciocínio, o apóstolo Pedro disse: “Tem-se aproximado o fim de todas as coisas.” (1 Ped. 4:7) Este sistema está fadado a um fim desastroso. Isto é algo que os verdadeiros cristãos nunca devem esquecer. O fim virá durante os nossos dias, e toda a evidência indica que deveras está muito próximo. Portanto, dia após dia o nosso modo de vida deve refletir essa convicção. Ademais, o fato de que temos adentrado tanto nos dias finais deve imbuir-nos da determinação de fazer o máximo na boa e muito urgente obra de declarar as boas novas antes que seja tarde demais.

²³ Jeová faz um convite a todos nós: “Experimentai-me, por favor, neste respeito, . . . se eu não vos abrir as comportas dos céus e realmente despejar sobre vós uma bênção até que não haja mais necessidade.” (Mal. 3:10) Se estiver em condições, faça esforço de trabalhar nesses territórios não-designados ou pouco trabalhados. Com certeza receberá muitas bênçãos. Melhorará sua habilidade no ministério; desenvolverá maior perícia como instrutor. Que privilégio é cooperarmos com Jeová no ajuntamento das pessoas semelhantes a ovelhas, libertando-as dos ensinos falsos de Babilônia, a Grande! — 1 Cor. 3:9; Rev. 18:4.

[Destaque na página 4]

Existem 580 cidades não-designadas e 2.260 pouco trabalhadas, com uma população aproximada de 28 milhões de habitantes. Poderá servir onde a necessidade é maior?

[Destaque na página 5]

Está em condições de atender ao convite: “Passa . . . e ajuda-nos? — Atos 16:9.