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  • Uma nova tradução da Bíblia — não é coisa fácil
  • Despertai! — 1971
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Despertai! — 1971
g71 8/9 pp. 23-26

Uma nova tradução da Bíblia — não é coisa fácil

Do correspondente de “Despertai!” na Suécia

“O QUÊ? Uma nova Bíblia? Quem precisa dela?” Essa é a reação de alguns quando ouvem falar de planos para uma tradução atualizada da Bíblia. E talvez se achem justificados, em vista de que a Bíblia se encontra agora disponível em mais de 1.400 línguas. Deveras, em algumas das línguas principais, já há numerosas versões.

Estranho como pareça a alguns, porém, sempre há necessidade de novas traduções. Como assim? O erudito bíblico provavelmente apresentaria pelo menos três boas razões: (1) Em anos recentes, descobriram-se e se tornaram disponíveis aos eruditos bíblicos muitos manuscritos mais antigos e mais fidedignos. (2) Novos achados de manuscritos antigos sobre uma variedade de assuntos aumentaram nosso conhecimento das línguas bíblicas e das condições históricas prevalecentes nesses tempos antigos. (3) A linguagem de qualquer tradução talvez se torne difícil de entender no decorrer dos anos, algumas palavras chegando até a assumir um significado completamente diferente.

Quão muito melhor é poder ler as Escrituras Sagradas na linguagem de nossos próprios dias! Quem é que tem tempo para continuamente consultar um dicionário para saber o significado de palavras obsoletas — palavras que não são mais comuns em nosso uso cotidiano’

Não É Coisa Fácil

Uma nova tradução da Bíblia não é um projeto que os eruditos empreendem com freqüência ou sem mais nem menos Não é coisa fácil. Que uma nova tradução talvez se torne, pelo contrário, uma coisa realmente complicada pode ser visto pelo que ocorre na Suécia, onde está em preparação uma nova versão autorizada pelo governo.

Há no presente, na Suécia, apenas duas “Bíblias autorizadas pela Igreja”, uma publicada em 1541 e a outra em 1917. Uma durou quase quatro séculos, ao passo que a última tem apenas meio século de idade. Por que, então, essa pressa de produzir uma nova! A resposta parece ser que a língua se modifica num passo mais rápido atualmente. Os lingüistas afirmam que passamos por uma crise lingüística, e ninguém sabe em que isso vai dar. Tão grande tem sido a mudança na língua sueca em apenas cinqüenta anos que se tornou necessária uma nova tradução a fim de tornar as Escrituras atraentes e compreensíveis ao sueco mediano.

Leva tempo por em andamento uma nova tradução da Bíblia. Na Suécia, como sabe, com sua Igreja Estatal, o assunto se tornou uma questão governamental. Foi há dezenove anos que a Reunião Eclesiástica da Igreja Estatal Luterana solicitou das autoridades uma nova tradução do “Novo Testamento” e dos Salmos, para começar. Não foi senão dez anos depois que se apresentou uma moção a favor da solicitação ao Riksdag ou parlamento. Nesse mesmo ano, por recomendação da Comissão Permanente de Assuntos Miscelâneos, o Riksdag submeteu o assunto ao Rei, isto é, ao Governo. Dois anos depois, o governo nomeou uma Comissão Bíblica para investigar a questão inteira.

Depois de cinco anos de pesquisa, a Comissão terminou seu relatório e o enviou ao Ministro da Educação em fevereiro de 1969. Consistia em 646 páginas impressas em tipo miúdo, e revelava os muitos problemas que precisam ser resolvidos muito antes de se empreender a impressão. Consideremos três destes, a saber: (1) O que deve ser traduzido? (2) Para quem deve ser traduzido? e (3) Como deve ser traduzido?

O Que Deve Ser Traduzido?

A que recorreremos como base de nossa tradução? é uma questão que os tradutores modernos precisam determinar. Nenhum dos escritos originais dos profetas e apóstolos inspirados sobreviveu. No entanto, sobejam cópias manuscritas antigas tanto das Escrituras Hebraicas como das Gregas Cristãs. Serão a fonte para os tradutores modernos? Sim, mas não diretamente, pois eruditos dos séculos dezenove e vinte, homens que se especializaram no estudo quer do hebraico quer do grego, examinaram e compararam as multidões de manuscritos antigos e produziram o que podemos chamar de textos básicos.

O tradutor bíblico pode escolher um dentre vários destes textos básicos aprimorados, e talvez decida trabalhar com diversos deles. No que se refere às Escrituras Gregas Cristãs, poderia escolher o de Wescott e Hort, o de Nestle, o de Merk, ou aquele mais recentemente editado por Aland, Black, Metzger e Wikgren. A Comissão Bíblica Sueca decidiu trabalhar com diversos.

Traduzido Para Quem?

Talvez pareça estranho que se tenha de fazer uma decisão quanto a se a tradução das Escrituras deva ser para esta ou aquela seção da população. Por que não produzir simplesmente uma tradução clara que seja compreensível a todos que sabem ler? A Comissão Bíblia Sueca procura realizar muito mais do que isso.

Um de seu membros, o Dr. Karl Ragnar Gierow, famoso autor, disse que a Bíblia irá para as mãos do “professor em sua mesa e dos alunos em suas carteiras; deve convir aos historiadores religiosos, aos exegetas, aos filólogos e aos pesquisadores literários. Deve ser apropriada para uma pausa para meditação no fim do dia de trabalho, deve servir à pessoa com interesses literários e que tenha um olho atento para a beleza da grande poesia, e para o leitor que a abre em sua perplexidade mais angustiosa, em seu momento mais sombrio, em sua necessidade direta e em seu desespero”.

Realmente, uma tradução bíblica deve preencher as necessidades de uma variedade de pessoas cuja experiência lingüística varia consideravelmente. E é concebível que uma tradução para a linguagem do homem comum encontraria pouca estima entre alguns homens ilustrados. Pelo menos, é esse o conceito adotado pela Comissão Bíblica Sueca. Sugeriu ao Governo a produção de duas versões do “Novo Testamento” ou Escrituras Gregas Cristãs. Uma seria uma “Bíblia Eclesiástica”, ‘filológicamente exata, com um estilo de linguagem concentrado e fértil”. A outra seria “para a leitura particular, para o uso em casa e na escola, em seu estilo de linguagem mais atraente ao leitor hodierno”.

Há os que iriam mais longe, afirmando que pelo menos três versões são desejáveis: uma versão traduzida cientificamente, uma versão moderna que reproduzisse tão fielmente quanto possível o conteúdo e as qualidades estilísticas do texto básico, e uma terceira, vertida nos termos hodiernos comuns, para que o conteúdo do texto original pudesse alcançar o leitor mediano.

Como Deve Ser Traduzida?

Uma terceira e mui vital questão na produção de uma nova tradução da Bíblia tem que ver com o método a ser seguido na tradução dos textos das línguas originais. O tradutor precisa determinar quão de perto irá seguir as traduções anteriores, se deverá fazer uma revisão de uma tradução anterior ou uma tradução completamente nova e independente. Se decidir a primeira coisa, seguirá a tradução anterior tão de perto quanto possível, só corrigindo as inexatidões e fazendo alguns ajustes quanto à linguagem. Uma nova tradução, por outro lado, é feita diretamente do texto básico, e o tradutor precisa valer-se de todos os recursos lingüísticos disponíveis — dicionários, gramáticas, comentários, traduções, investigações especiais, e assim por diante.

Se perguntasse a um tradutor experiente qual das duas preferiria, é bem provável que favorecerá a tradução completamente nova. Mesmo que a nova tradução envolva mais tempo e trabalho, verifica-se em geral que é mais prático do que fazer uma revisão extensiva de uma tradução anterior.

Os tradutores também precisam escolher entre uma chamada tradução literal e uma tradução idiomática. A tradução literal visa transmitir tanto quanto possível a forma de linguagem original, ao passo que o método idiomático procura transmitir a mensagem do original, usando todos os recursos lingüísticos disponíveis. Em outras palavras, a tradução literal se volta para o texto original, enquanto que a idiomática se volta para o leitor.

Caso um tradutor decida fazer uma tradução literal, precisa determinar quão literal deve ser sem se perder o sentido do texto. Também deve ter presente que a tradução literal exige coerência, o que significa que, em grande parte, toda vez que determinada palavra aparecer no texto original, deve ser vertida pela mesma palavra na tradução.

A tradução idiomática, por outro lado, dá ao tradutor maior liberdade. Não obstante, ao procurar verter o sentido do texto básico, precisa também tentar transmitir o estilo do mesmo. E o que torna mais difícil essa fase de seu trabalho é que cada um dos escritores bíblicos tem seu próprio estilo pessoal de escrita. Por exemplo, Mateus, Marcos e Lucas, embora abrangessem essencialmente a mesma matéria, diferem consideravelmente na escolha de palavras e na composição. Marcos escreve num grego atual e natural de alta qualidade. A simplicidade e a vivacidade caracterizam seu relato. Em comparação, o estilo de Lucas é mais profissional; sua terminologia é muito precisa. Seu uso de termos médicos e sua familiaridade ao tratar de termos náuticos, como em Atos, capítulos vinte e sete e vinte e oito, são notáveis. Usa um vocabulário muito maior do que Mateus e Marcos. Mateus, por sua vez, escolhe um meio-termo em seu estilo, em comparação com Marcos e Lucas.

O que complica ainda mais o assunto para o tradutor é que um único escritor bíblico pode mudar seu estilo. O apóstolo Paulo se notabiliza em especial nisso. Um membro da Comissão Bíblica Sueca, que também é professor de línguas clássicas, comenta sobre Paulo: “Tem um enorme registro: elevado poema em prosa como em 1 Coríntios 13, comovedora eloqüência, como em Romanos 8:31-39, mas também explicações frias. . . . Seu vocabulário é grande (900 palavras que são específicas somente a ele). Era brilhante mestre da linguagem.”

O bom tradutor bíblico deseja transmitir essas características dos diferentes escritores bem como as variações no estilo de cada escritor de per si. Deve poder imaginar como o escritor teria expresso seus pensamentos, caso estivesse escrevendo em nossos dias e em nossa linguagem. É provavelmente por isso que a Comissão Bíblica declarou que era necessário um verdadeiro gênio estilístico para tal trabalho. Mas, podem-se encontrar tais tradutores? O membro teológico da Comissão responde: “Em nossa busca de tradutores habilitados, estou apto a dizer que este país se torna um país ‘subdesenvolvido’ no que tange a tradutores capacitados.”

Outra questão que os tradutores têm de resolver é: Até que ponto deve-se prover notas esclarecedoras ao pé da página ou explicações de passagens difíceis de entender? A Comissão cita como um caso em pauta a famosa passagem em Mateus 5:13 em que Jesus fala de o sal perder a sua força. Visto que o sal comum não perde a sua força, a Comissão sugere a seguinte nota ao pé da página para este versículo: “A ilustração de o sal perder a sua força e ser lançado fora para ser pisado pelos homens pode ser explicada pelo modo em que os beduínos ainda usam placas de sal em seus fogões primitivos, em que o sal de início estimula a combustão do esterco de camelo, mas depois, mediante uma mudança química, tem o efeito oposto. As placas de sal então inúteis seriam usadas como aterro de estrada.”

Muitas notas ao pé da página desta natureza exigiriam extensiva pesquisa além dos trabalhos de tradução. E contudo não terminam aí os problemas de produzir uma tradução nova. Ainda resta determinar questões tais como: Como deve o texto ser composto em suas páginas? Como devem ser arranjados os capítulos e versículos? Que tipo de impressão deve ser usado?

Necessárias Novas Traduções da Bíblia

Não há dúvida de que são necessárias em muitas línguas traduções novas e atualizadas da Bíblia, porém, conforme vimos, satisfazer tal necessidade não é coisa fácil. Em vista do precedente, pode-se começar a compreender a vasta quantidade de trabalho envolvida na tradução de uma Bíblia completa para qualquer língua, tal como a produzida em inglês, nos anos recentes, pela Comissão de Tradução da Bíblia Novo Mundo. As traduções da Bíblia produzidas por essa Comissão são conhecidas por muitos leitores da Despertai!

A maioria das pessoas de coração honesto avaliam a importância de tornar a Bíblia disponível aos povos de todas as raças e nações. É igualmente importante tornar a sua mensagem compreensível a estas pessoas. As traduções modernas podem avançar bastante na direção de tal alvo.

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