Participando na Corrida Sem Tropeçar
“Todo aquele que é orgulhoso no coração é algo detestável para Jeová. . . o orgulho precede ao colapso, e o espírito altivo ao tropeçar. — Prov 16:5, 18
1. Por que estabelece Jeová certas regras na sua Palavra, e que regra aparece repetidas vezes?
AS REGRAS para a participação na corrida vêm de Jeová por meio de sua Palavra: “No caminho da sabedoria te hei instruído, pelas veredas da retidão te hei guiado. Quando andares, não se estreitarão os teus passos; e se correres, não tropeçarás.” A fim de ajudar aos cristãos a evitarem tropeçar, Jeová fêz que certas regras aparecessem repetidas vêzes na Bíblia. Uma delas é a exortação de deixar de lado o orgulho, o qual faz tropeçar; a deixá-lo como sendo peso opressivo, como algo que tornará difícil ou impossível o progresso na corrida cristã. “Dispamo-nos também de todo o peso”, disse Paulo. — Pro. 4:11, 12; Heb. 12:1, NM.
2, 3. (a) Por que é o atual um tempo oportuno para se saber por que Jeová detesta os orgulhosos de coração? (b) Qual é este orgulho que a Bíblia condena, e como afeta ele a corrida da pessoa?
2 É apropriado, neste “tempo do fim”, que entendamos por que o orgulho e tão detestável para Jeová e é tal pedra de tropeço para a boa corrida “na peleja correta da fé”. Deveras, é este mesmo “tempo do fim” que havia de ver uma abundância de “amantes de si mesmos”, pessoas “arrogantes” e “inclinados com amor-próprio”. — 1 Tim. 6:12; 2 Tim. 3:1-4,NM.
3 Qual é este orgulho que leva a tropeçar? É pensar demais de si mesmo. É correr dum modo contrário ao estipulado pelo apóstolo: “Digo a cada um ali entre vós que não pense mais de si mesmo do que é necessário pensar.” “Não vos torneis discretos aos vossos próprios olhos.” É o pensamento inebriante da própria importância que produz tal espécie de embriaguez. A pessoa orgulhosa está embriagada com a vaidade e a presunção. Para tal pessoa, participar na corrida cristã “segundo as regras” é tão difícil como o é para o bêbedo correr sem tropeçar, porque “antes do colapso, o coração do homem é altivo”. — Rom. 12:3, 16; 2 Tim. 2:5; Pro. 18:12, NM.
4. Como consideram Jeová e Cristo aos orgulhosos? Com que resultado?
4 “O orgulho precede ao colapso”, porque Jeová odeia a pessoa orgulhosa. Detesta a tais pessoas. Opõe-se a elas. “Deus resiste aos orgulhosos.” Entre as sete coisas alistadas como detestáveis para a alma de Jeová acham-se os “olhos altivos”. Cristo Jesus, a sabedoria personificada, disse: “A soberba, e a arrogancia, e o mau caminho, e a boca perversa, eu os odeio.” Quando estava na terra, Cristo declarou a regra inflexível: “Quem se exaltar, será humilhado”. O resultado do orgulho é, então, oposição da parte de Jeová e de Cristo, e, por fim, a humilhação para os orgulhosos que exaltam a si próprios. — Tia. 4:6; Pro. 6:16, 17; 8:13; Mat. 23:12.
POR QUE SÃO DETESTÁVEIS PARA JEOVÁ
5, 6. Por que são os orgulhosos de coração algo detestável para Jeová?
5 É facil de entender por que os que são orgulhosos no coração são “algo detestável para Jeová“. Não buscam a Deus, nem a verdade que vem de Deus. “Por causa do seu orgulho, o ímpio não investiga; todas as suas cogitações são: Não há Deus.” Os pensamentos de tais pessoas fixam-se em como possam exaltar a si próprias. Recusam dar a Jeová glória e louvor. — Sal. 10:4, Al.
6 Orgulho, arrogância, soberba — tôdas estas são características dos íniquos: “A soberba os cerca como um colar.” “O olhar altivo, e o coração soberbo, esta lâmpada dos perversos, é pecado.” Os orgulhosos de coração não somente deixam de buscar a Deus, mas opõem-se a Deus e aos seus servos. Esta oposição gera um espirito de perseguição: “O iníquo na sua arrogância persegue vivamente ao humilde.” O orgulhoso Faraó perseguiu ferozmente os israelitas e sofreu assim as conseqüências de sua ação soberba. O orgulho coloca o alicerce para toda espécie de iniquidade, sim, para a iniquidade repreensível de ensinar a religião falsa: “Se qualquer homem ensinar outra doutrina e não assentir a palavras saudáveis, aquelas de nosso Senhor Jesus Cristo, nem ao ensino que concorda com a devoção piedosa, ele está cheio de orgulho, não entendendo nada, mas está ficando mentalmente doente com questões e debates sôbre palavras. Destas coisas provem a inveja, a contenda, as linguagens abusivas, as suspeitas iniquas, as disputas violentas sobre ninharias.” Não é de admirar-se que os orgulhosos, os cheios de soberba, são detestáveis para Jeová! Tais pessoas são ofensivas até mesmo para os homens; e quanto mais para Deus! — Sal. 73:6, Al; Pro. 21:4; Sal. 10:2; 1 Tim. 6:3-5, NM.
7. Por que devem interessar ao corredor cristão os avisos bíblicos a respeito do orgulho? Quem ilustra bem que o orgulho precede ao colapso?
7 Mas, por que se dão tantos avisos sobre o orgulho, se este é uma característica dos iníquos? Por que devia preocupar o corredor cristão? Porque o orgulho pode também surgir na vida do cristão e resultar em desastre, porque o orgulho faz parte da “velha personalidade” que o corredor cristão deve tirar se há de correr “segundo as regras“. A razão por que não se recomenda um recém-convertido para o cargo de superintendente é, segundo o apóstolo, “para que não se encha de orgulho e caia no juízo pronunciado contra o Diabo”. Sim, a criatura espiritual que agora é o Diabo começou bem, mas o orgulho levou à sua queda; um colapso humilhante o espera no Armagedon: “Elevou-se o teu coração por causa da tua formosura, corrompeste a tua sabedoria por causa do teu resplendor; lancei-te por terra, diante dos reis te puz, para que te contemplem.” — 1 Tim. 3:6, NM; Eze. 28:17.
8. O que pode tornar a pessoa suscetível ao orgulho? Como é isso confirmado pela história?
8 Deste caso de Satanás, o Diabo, e do aviso sobre o recém-convertido servindo de superintendente, torna-se aparente que a posse de autoridade e de responsabilidade podem tornar a pessoa suscetível de orgulho. Houve o orgulhoso e poderoso Hamã, cujo orgulho levou à sua queda. (Est. 3:5; 7:9) Houve o orgulhoso Nabucodonosor, que perdeu a sua sanidade depois de ficar cheio de orgulho, dizendo: “Não é esta a grande Babilônia, que eu edifiquei para a morada real, pela força do meu poder e para a gloria da minha majestade?” (Dan. 4:30) Houve o orgulhoso Rei Baltasar, a quem Daniel disse: “E tu, Baltasar, que és seu filho, não humilhaste o teu coração.“ (Dan. 5:22, So) Êle perdeu o reino e a vida. Depois houve o orgulho de Herodes, que arrogou a si a glória, em vez de dá-la a Deus, e pereceu “comido de vermes”. (Atos 12:21-23) Deveras, a história é uma longa lista de colapsos de poderosos homens e nações, atestando o fato de que “o orgulho precede ao colapso”.
A PRESUNÇÃO PRECEDE À DESONRA
9. Que ato de infidelidade cometeu o Rei Uzias, e o que induziu a tal tolice?
9 Possuir riquezas aumenta a suscetibilidade ao orgulho. “O homem rico é sábio aos seus olhos”, declara a Palavra de Deus. Veja o que aconteceu ao Rei Uzias de Judá. Êle era adorador fiel de Jeová, mas tropeçou quando o orgulho entrou na sua vida. Nos anos posteriores ele tornou-se forte e próspero: “Mas sendo ele já forte, elevou-se o seu coração de modo que se corrompeu, e cometeu transgressões contra Jehovah, seu Deus; porque entrou no templo de Jehovah, para queimar incenso sobre o altar de incenso.” O Rei Uzias, cheio de si, não tinha nada que fazer isso. Os sacerdotes repreenderam-no por isso: “Sai do santuário, pois cometeste uma transgressão; nem será isso para honra tua da parte de Jehovah Deus.” Tirou o Rei Uzias proveito desta repreensão? Não, pois “Uzziah [Uzias] se indignou; e tinha na mão um incensário para queimar incenso. Estando ele indignado contra os sacerdotes, nasceu-lhe a lepra na testa, perante os sacerdotes, na casa de Jehovah”. Atacado de lepra na testa! Leproso até o dia de sua morte, Uzias perdeu seu cargo real e seu filho reinou em lugar dele. Que colapso triste! E aconteceu a um que servira fielmente a Jeová por muitos anos. Mas, a regra é certa: Há presunção? Então virá a desonra.” — Pro. 28:11; 2 Crô. 26:16-21; Pro. 11:2 NM.
10. Como nos podemos beneficiar com a experiência de Uzias?
10 Os servos de Jeová, hoje em dia, mesmo os que não ocupam posições de responsabilidade, podem beneficiar-se com a experiência de Uzias. Não esteja entre os que nunca se convencem duma coisa a menos que a experimentaram. Não há razão para se experimentar o colapso que segue ao orgulho. Como se tira então algum proveito disso? Por guardar-se das ações presunçosas, dizer ou fazer coisas que não se devem fazer, só por se achar importante. Mantenha seu lugar na organização teocrática, nunca permitindo que o orgulho o faça correr no rumo errado que leva ao colapso.
O ORGULHO IMPEDE OS BENEFÍCIOS DA REPREENSÃO
11, 12. De que não tirou proveito o Rei Uzias por causa de orgulho? Que lição devemos tirar disso?
11 Não seja igual a Uzias. Êle não tirou proveito da repreensão e correção. Podia ter aceito a repreensão dos sacerdotes e deixado imediatamente o santuário. Tal proceder teria, sem dúvida, afastado o colapso humilhante que sofreu. Mas ele permitiu que o orgulho lhe impedisse aceitar a repreensão: “Vês a um homem que é sabio aos seus olhos? Maior esperança há para o tolo do que para ele.” O orgulhoso Uzias menosprezou a repreensão, ficou até irado com ela. O orgulho cegou-o aos benefícios da repreensão. — Pro. 26:12.
12 Visto que se dão a todos os servos de Jeová disciplina e correção, precisamos lembrar-nos das palavras de Paulo aos hebreus: “Esquecestes completamente a exortação que se faz a vós como a filhos: ’Filho meu, não menosprezes a disciplina de Jeová, nem desanimes quando por ele és corrigido; porque Jeová disciplina a quem ama, de fato, açoita a todo que recebe por filho.’” Se o cristão menosprezar a disciplina que vem da parte de Jeová por meio de sua organização, recusando aceitar a repreensão em harmonia com a Palavra de Deus, então tal pessoa é semelhante a Uzias; permite que o orgulho lhe negue os benefícios da repreensão. “Deveras”, explica o apóstolo, “nenhuma disciplina parece de momento ser alegre, mas é dolorosa. Contudo, depois, para os que foram treinados por ela, ela produz fruto pacifico, a saber, a justiça.” Portanto, quando a correção vem da organização de Jeová, tire proveito dela. Não permita que o monstro do orgulho se interponha no caminho. A disciplina, embora no princípio seja triste, produz frutos pacíficos, a justiça e a vida. “Apega-te a disciplina; não a largues. Resguarda-a, pois ela e a tua vida.” “As repreensões da disciplina são o caminho da vida”. — Heb. 12:5, 6, 11; Pro. 4:13; 6:23, NM.
13. Como pode o orgulho dar lugar a mal-entendidos e a tropeços?
13 Não é surpreendente que o orgulho produza às vêzes mal-entendidos numa congregação cristã. Se houver orgulho, há também os produtos do orgulho — ira, contenda, sensibilidade, inveja, etc. “Aquele que é arrogante na alma incita contendas.” O orgulho é um impedimento a paz e a união. Os mal entendidos podem prontamente ser remediados se não se permitir que intervenha o orgulho. É fácil deixar o orgulho produzir uma supersensibilidade. A pessoa muito sensível, quando sente que se lhe feriu o orgulho, pode fazer coisas que resultam em tropeçar e em colapso. Por exemplo, tem acontecido que um servo professo de Deus cortou as relações vitais com a organização de Deus por deixar de vir às reuniões. Por que? Muitas vêzes por que alguma ação imprópria da parte de outro feriu o orgulho de tal pessoa. Pode realmente ser apenas um mal imaginado, sendo que o orgulho aumenta tudo a um grande mal-entendido. Porém, mesmo que outro servo de Jeová tenha cessado de participar na corrida “segundo as regras”, mesmo que se trate dum servo na congregação, nunca permita que o orgulho o lance fora da corrida. Vale o prêmio da vida eterna menos do que o orgulho da pessoa? Reflita sobre esta pergunta. Sempre que permitirmos que o orgulho impeça nossa corrida, tropeçaremos. “O orgulho precede ao colapso, e o espírito altivo, ao tropeçar.” — Pro. 28:25; 16:18,NM.
14, 15. Como pode o orgulho resultar na podridão dos ossos? E que devemos fazer em vista do efeito do orgulho?
14 O orgulho pode levar a um perigoso espírito de competição e à inveja de outros que possam ter dons superiores. A inveja, por sua vez, conduz a frieza e a falta de harmonia. Portanto, “não nos tornemos egotistas, suscitando competição entre uns e outros, invejando-nos uns aos outros”. Lembrando-nos de que “a inveja é a podridão dos ossos”, não permitiremos que o orgulho apodreça nossos fortes ossos espirituais, necessários à corrida cristã que temos diante de nós. E quem pode correr bem com ossos podres? — Gal. 5:26, NM; Pro. 14:30.
15 Vendo alguns dos frutos maus do orgulho, quão perigoso é o orgulho para o corredor cristão e quão detestável é o orgulhoso aos olhos de Jeová, guarde-se do orgulho. Mas, como pode alguém guardar-se do orgulho? A Palavra de Deus mostra como.
CURANDO O ORGULHO COM AMOR E HUMILDADE
16. Por que é o amor bastante forte para vencer o orgulho? Que espécie de amor se necessita para se ter humildade?
16 O amor é bastante forte para vencer o orgulho e todos os seus frutos maus. “O amor não é ciumento, não se vangloria, não se ensoberbece, não se comporta indecentemente, não busca os seus próprios interesses, não fica provocado. Não guarda lembrança da injuria.“ O amor vencerá o orgulho se tivermos o amor que Jesus indicou quando respondeu à pergunta: “Qual é o maior mandamento na Lei?” Jesus disse:“ ‘Tens de amar a Jeová, teu Deus, de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de toda a tua mente.” Êste é o maior e primeiro mandamento. O segundo, semelhante a este, é: “‘Tens de amar a teu próximo como a ti mesmo.“ Esta espécie de amor levará à vitória sôbre o orgulho, porque leva à verdadeira humildade. — 1 Cor. 13:4, 5; Mat. 22:36-39, NM.
17. Que vestimenta necessitamos para corrermos a fim de ganhar o prêmio? Por quê?
17 Quão opostos se acham a humildade e o orgulho! “Antes do colapso, o coração do homem é altivo, e antes da glória vem a humildade.” O orgulho resulta num colapso, a humildade, em glória. Para ganharmos o prêmio glorioso da vida necessitamos de humildade; precisamos tê-la para correr bem. A humildade, então, é a vestimenta para os corredores cristãos: “Todos vós, cingi-vos de humildade da mente de uns para com os outros, porque Deus se opõe aos soberbos, mas dá benignidade imerecida aos humildes. Humilha-te, portanto, debaixo da potente mão de Deus, para que ele vos exalte no devido tempo.” — Pro. 18:12; 1 Ped. 5:5, 6, NM.
18. Que conceito formam muitos mundanos a respeito da humildade?
18 Qual é esta humildade que precede a gloria e à exaltação?Neste mundo moderno, pouco se entende a humildade, e raras vêzes vemos exemplos dela. Muitos homens mundanos têm em pouca conta a humildade. Confundem-na com a covardia e a fraqueza: ela é uma virtude para os fracos e covardes, dizem eles. A humildade é também considerada um manto para esconder a falta de energia ou a falta de capacidade.
19. Como consideravam alguns dos antigos pagãos o orgulho? De que modo foram aparentemente alguns cristãos colossenses enganados pela humildade fictícia?
19 A má compreensão e a falta de popularidade da humildade não é nada de novo hoje em dia. Nos dias de Paulo, os mundanos tampouco entendiam ou praticavam a verdadeira humildade. O que se glorificava era o orgulho ou uma humildade fictícia. Entre as virtudes catalogadas por Aristóteles, o orgulho e a altivez do espírito são chamados de “coroa das virtudes”. Outros ensinavam que as coisas materiais são inerentemente más. Parece que alguns dos cristãos colossenses tinham sido enganados por uma forma de humildade fingida, um ascetismo opressivo. Isto constituía um perigo duplo: induzia a pessoa a crer que o prêmio da vida era concedido aos que meramente adotavam a prática negativa de renunciar as coisas materiais. Em segundo lugar, criava uma forma sutil de materialismo, visto que as proibições ascéticas focalizavam os interesses e a atenção nas coisas materiais. Portanto, o ascetismo derrotava o seu próprio objetivo: fazia que a pessoa se concentrasse principalmente naquilo que professava desprezar, coisas que “todas são destinadas à destruição pelo uso”. Para avisar os colossenses que tal forma de humildade podia fazê-los tropeçar fazendo que perdessem o prêmio da vida, Paulo escreveu. “Que ninguém vos prive do prêmio, deleitando-se ele numa humildade fingida . . . um tratamento severo do corpo.” Não, a verdadeira humildade não é ascetismo. — Col. 2:18-23, NM.
20. O que é humildade, e que resulta do ponto de vista errado sobre ela?
20 A palavra “humildade” vem remotamente da palavra latina humus, significando “terra”. A humildade, literalmente, é despretensão mental; nivelar-se com a terra. É a esta qualidade que os cristãos devem usar como vestimenta: “Como os escolhidos de Deus, santos e amados, revesti-vos das ternas afeições da compaixão, bondade, humildade da mente.” A humildade é, assim, o oposto da altivez. No entanto a “humildade da mente ”não tem nada que ver com o servilismo,a abjeção,a covardia ou a falta de energia. A ideia falsa de que a humildade é fraqueza priva a pessoa das ricas bençãos da verdadeira humildade. Vejamos como se cultiva a verdadeira humildade. — Col. 3:12,NM.
A BASE DA HUMILDADE
21. Com que começa a humildade, e qual é a sua base?
21 A humildade começa com o conhecimento, o amor e o temor de Deus. A humildade nasce do reconhecimento de quão pequenos somos e de quão grande é Deus. A humildade cria raízes quando a criatura humana reconhece que é apenas a luz vacilante duma vela, mas que Deus, “o rei sempiterno”,é mais brilhante em glória do que o fulgor do sol ao meio-dia. (Jer. 10:10) Sim, esta é a base da humildade: o reconhecimento da infinita majestade de Deus e de nossa própria pequenez. Tal reconhecimento vem de conhecimento, a espécie de conhecimento que Jeová deu a Jó, conforme registrado no livro de Jó, do capítulo trinta e oito a quarenta e um; este conhecimento ajudou a Jó a humilhar-se “debaixo da potente mão de Deus”. Necessitamos desta espécie de conhecimento. Habilita-nos a nos colocarmos na relação correta perante Deus e a obedecermos as palavras em Tiago 4:10 (NM): “Humilhai-vos aos olhos de Jeová, e ele vos exaltará.”
22. A humildade da mente de uns para com os outros descansa em que base? De que modo ajudará tal humildade ao corredor cristão?
22 Por nos humilharmos aos olhos de Jeová, colocamos também a base para a humildade da mente para com nosso próximo, pois a verdadeira humildade para com o homem descansa finalmente na verdadeira humildade perante Deus. Com a verdadeira humildade ganha-se a capacidade de ver o que a própria pessoa é em realidade; pode-se também ver os outros conforme eles são. Estando a pessoa livre de qualquer necessidade de menosprezar as qualidades e os êxitos dos outros, pode apreciar sinceramente o que são e o que fazem. Em razão da humildade, pois, não se pensa mais de si mesmo do que se deve pensar. Embora ‘o conhecimento inche’, a verdadeira humildade impedirá que até mesmo pessoas de instrução superior se orgulhem e tropecem em razão de seu próprio orgulho. O cristão que tem verdadeira humildade pode participar na corrida segunda as regras, “não fazendo nada por controvérsia ou por egotismo, mas com humildade da mente, considerando que os outros são superiores a vós”. — 1 Cor. 8:1; Fil. 2:3, NM.
O CONCEITO DO MUNDO SOBRE A FALSA HUMILDADE
23, 24. Como expõe Cristo a falsidade do conceito que o mundo forma sobre a humildade? Portanto qual deve ser o nosso conceito sobre ela?
23 Quão deturpado é o conceito que o mundo forma da humildade, o de que ela é fraqueza ou um manto para encobrir a fraqueza! Em realidade, o orgulho é uma fraqueza; a humildade é força. Cristo Jesus foi o homem mais humilde que já andou na terra. Contudo, foi o mais forte dos fortes, o mais corajoso dos corajosos, o mais sábio dos sábios, o único homem que não conhecia em si mesmo nenhuma fraqueza ou pecado. Que grandes obras fez ele, no entanto, não reclamou para si nenhum mérito! (João 5:19) Houve alguma vez um líder tão grande como ele e que, contudo, lavasse os pés dos seus discípulos, dizendo: “Eu estabeleci para vós o padrão, para que, assim como eu fiz para vós, vós façais também? Quanta autoridade ele tinha: “Todas as coisas me foram entregues pelo meu Pai”! No entanto, quão humilde ele era: “Sou de temperamento manso e humilde de coração”! — João 13:15; Mat. 11:27, 29, NM.
24 Longe de ser um manto para encobrir a falta de inteligência ou de energia, a humildade e verdadeira força e saúde. É o passo que leva a gloria. “Todo o que se exalta, será humilhado; mas o que se humilha, será exaltado.” “A soberba do homem o abaterá, mas o humilde de espírito receberá honra.” — Luc. 18:14; Pro. 29:23.
25. Qual foi a atitude mental de Cristo e o resultado dela? Portanto, o que devemos fazer?
25 Tudo o que a Bíblia diz sôbre a humildade é ilustrado e confirmado por aquele único grande exemplo, Cristo Jesus. Temos de amoldar a mente e a vida de acordo com ele. Isto é tão vital que o apóstolo ordena: “Mantende em vós esta atitude mental que houve também em Cristo Jesus.” Que atitude? “[Ele] humilhou-se a si mesmo e tornou-se obediente até a morte, sim, a morte numa estaca de tortura. Por esta mesma razão, também, Deus o exaltou a uma posição superior.” Sim, “por esta mesma razão”, porque Cristo humilhou-se e mostrou isso por ser submisso e obediente a Deus, ele foi elevado ao lugar mais alto que possa ser ocupado por qualquer criatura no universo. Quão veraz é que “a humildade precede a glória”! — Fil. 2:5, 8, 9; Pro. 15:33, NM.
26. Como considera Deus os humildes de espírito, e com que perda para os orgulhosos?
26 Sim, a humildade é força. É a espécie de força que necessitamos para participar na corrida que está diante de nós. Deus dá força apenas aos humildes: “Todavia, é com este homem que terei consideração — o que é humilde e contrito de espírito, e que treme da minha palavra.” “Pois assim diz o Alto, e o Excelso, que habita a eternidade, de quem o nome é Santo: Habito no alto e santo logar, também com aquele que é contrito e humilde de espírito, para vivificar o espírito dos humildes.” Quão tolo é quando o corredor nega a si mesmo a força vivificante de Deus por causa de orgulho! Como podem os orgulhosos receber força de Deus? Mesmo que orem, suas orações ficam impedidas, conforme Jesus mostrou no caso do fariseu cuja oração refletiu o orgulho que se origina no fato de a pessoa se achar justa aos seus próprios olhos. — Isa. 66:2, TA; 57:15; Luc. 18:10-14.
27. A que nos capacitará a humildade, e de que devem lembrar-se os que aspiram o cargo de superintendente?
27 Participar na corrida segundo as regras não é difícil quando se tem verdadeira humildade. Os verdadeiramente humildes são dóceis; tiram proveito da repreensão. Reconhecem que não competem entre si na corrida e que todos têm de correr unidamente para ganharem a recompensa amorosa de Deus; por isso se ajudam mutuamente, encorajando-se uns aos outros. A humildade capacita a pessoa a “pregar a palavra” a todos os homens, sob todas as circunstâncias. Capacita a pessoa a treinar-se para o ministério do Reino, a tirar proveito do conselho dado na escola do ministério teocrático, a aprender como proclamar as boas novas de casa em casa. A humildade capacita os que ocupam posições de responsabilidade a ser iguais a Jesus — humildes e sempre acessíveis. Se algum homem almeja o cargo de superintendente, lembre-se êle que o orgulho é uma barreira para a utilidade e para maiores privilégios de serviço na organização de Deus, porque Deus detesta os orgulhosos e se opõe a eles. Lembre-se de que “a humildade precede à glória.”Lembre-se das palavras de Jesus: “Qualquer que entre vós quiser tornar-se grande, tem de ser vosso ministro, e qualquer que entre vós quiser ser o primeiro, tem de ser vosso escravo.” — Mat. 20:26, 27, NM.
28. Como se veste o corredor cristão para a corrida, e com que resultado?
28 Portanto, destaca-se do orgulho, do pêso que faz tropeçar. Revista-se das vestes próprias para a corrida. “Cingi — vos de humildade da mente de uns para com os outros.” “Revesti-vos”, manda Paulo, da “humildade da mente”. Esta é a vestimenta para se correr sem tropeçar; pois “a recompensa da humildade e do temor a Jehovah é a riqueza, a honra e a vida”. — Pro. 22:4.