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  • Um passeio na primavera conduz ao serviço de Betel

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  • Um passeio na primavera conduz ao serviço de Betel
  • A Sentinela Anunciando o Reino de Jeová — 1964
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  • TRAGÉDIA
  • O SERVIÇO DE BETEL
  • OPOSIÇÃO
  • PRIVILÉGIOS AUMENTADOS
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A Sentinela Anunciando o Reino de Jeová — 1964
w64 1/3 pp. 148-151

Um passeio na primavera conduz ao serviço de Betel

Relatado por Jules Feller

JAMAIS poderia sonhar há quarenta e um anos atrás, quando ouvi pela primeira vez a mensagem relativa ao propósito de Jeová para com a terra, que em 1963 viria a estar em Brooklyn, Nova Iorque, na Escola Bíblica de Gileade da Torre de Vigia!

Contudo, aqui estou na 38a. classe, um curso de dez meses, destinado a treinar ministros para responsabilidades adicionais. Poderia eu suportar a rotina diária de estudo? Poderia eu transpor a barreira do idioma e acompanhar o passo com os meus colegas estudantes? Estas e muitas outras perguntas me passaram pela mente ao chegar, e confesso que grande era a minha preocupação. Não obstante, não esqueci as promessas de Deus, feitas na sua Palavra, e cobrei ânimo. Mas como é que cheguei a estar aqui? Quais foram os passos necessários para tornar possível cursar a Escola de Gileade?

UM LINDO DIA DA PRIMAVERA

Era primavera do ano de 1922. Eu e meu irmão acabávamos de voltar para Berna depois de uma longa estadia na Suíça francesa quando um tio nosso nos convidou a um passeio com ele. Aceitamos o convite com prazer e aguardávamos uma tarde prazeirosa.

Era um lindo dia quente. A natureza parecia estar adornada especialmente para a nossa excursão. Aquele esplêndido clima primaveril tornou-se o tema da nossa conversa, e nosso tio chamou à nossa atenção coisas que nos pareciam bastante novas. Num momento apropriado, durante o passeio, ele tirou do bolso um livro em que estavam belamente gravadas em ouro as palavras “A Bíblia Sagrada”. Aquele lindo dia, de atmosfera tranqüila, fez-lhe lembrar um maravilhoso paralelo, observou ele ao passo que virava as páginas. ‘A Bíblia nos diz’, continuou ele, ‘que nos aproximamos de um tempo que será como o paraíso em beleza, tão belo quanto este dia ou até mais belo ainda, porque não será de curta duração. Sim, durará para todo o sempre’.

Com tal introdução o nosso tio descreveu-nos a seguir uma terra em que não haveria mais preocupação nem dor, nem perversidades e nem guerras, e onde não mais existiriam a doença e a morte. Haveria até uma ressurreição dos mortos, disse-nos ele! Ambos estávamos tão contentes de ouvir isto, ao nos lembrarmos de nossos pais, que haviam falecido muito cedo. Tal tempo maravilhoso não estava muito longe, acrescentou ele com ênfase e convicção. Ficamos tão encantados com essa narrativa que até esquecemos onde estávamos e sentíamos já estar vivendo em tal tempo glorioso. O que nos surpreendeu, também, foi que ele podia sempre ler para nós um texto da Bíblia para apoiar as suas declarações, por exemplo, Apocalipse 21:4. A boa semente que foi semeada pelo nosso tio naquele dia caiu no bom solo do nosso coração. (Mat. 13:8) De que modo? talvez pergunte. Para que possa entender melhor, remontarei aos anos da minha infância.

TRAGÉDIA

Éramos uma família feliz de seis membros: papai, mamãe, dois meninos e duas meninas. Entretanto, quando eu tinha sete anos de idade, mamãe faleceu. Terminou a nossa vida familiar feliz. Papai sentiu profundamente a perda e jamais realmente se refez do choque. Alguns anos mais tarde, ele também faleceu, e a nossa família ficou então completamente desfeita.

Chegaram depois os anos angustiantes da Primeira Guerra Mundial. Tive a sorte de ser criança, residindo numa terra neutra, o que a Suíça era. Mas lembro-me muito bem dos trens cheios de crianças que estavam sendo evacuadas da Bélgica e da França, que faziam uma breve parada em Berna antes de partirem para o interior do nosso país onde era mais seguro. Também, chegavam ao nosso país muitos trens cheios de feridos da guerra. Isto deixou uma impressão indelével na minha mente jovem. Perguntava-me vez após vez: Por que se dá isso? Por que é que as pessoas precisam sofrer tal aflição? Por que se matam reciprocamente os franceses e os alemães? Todo esse infortúnio, dor, sofrimento e perda despertaram em mim o anelo por coisas melhores.

Essas experiências suscitaram em mim uma prontidão para ouvir respostas verídicas às perguntas acima. Essas respostas, meu tio mas deu naquele lindo dia de primavera. O que fui privilegiado a ouvir durante aquele passeio da tarde lançou o fundamento da minha decisão posterior de aceitar o serviço de Betel. Comecei a estudar diligentemente a partir de então a Bíblia e a literatura da Sociedade Torre de Vigia. Naturalmente, assistia às reuniões em Berna, onde recebi calorosas boas-vindas.

O SERVIÇO DE BETEL

No ano de 1924 — não tinha ainda vinte e três anos de idade — ouvi dizer que estavam procurando rapazes para trabalharem na tipografia da Torre de Vigia de Berna. Novamente foi meu tio quem me fez entrar em contato com Betel. Fui convidado a visitar a fábrica e o lar de Betel para ter uma idéia da atividade que se faz nessa casa. Quão surpreso fiquei de ouvir que todos ali eram trabalhadores voluntários! Fiquei também surpreso com a amizade e a cordialidade deles. Depois de eu ter visto tudo, fui levado ao responsável do lar de Betel, que me perguntou se eu gostaria de entrar nesse serviço. Respondi afirmativamente, pois tudo que ouvira e vira causara em mim uma profunda impressão. Fiquei muito grato pelo conhecimento da verdade bíblica e desejei servir o Todo-poderoso Deus de todo o coração.

Sabe qual foi o meu primeiro serviço em Betel? As primeiras semanas passei fazendo fardos de papel velho e amarrando-os com arame. Embora fosse uma tarefa muito poeirenta e cansativa, sentia-me feliz de ser um colaborador ali e de saber que estava servindo a Deus. Daí, fui transferido por algumas semanas para a oficina de encadernação, onde aprendi como se fazem os livros. Mais tarde, fui transferido da oficina de encadernação para a sala de impressão.

Uma prensa rotativa pode impor grande respeito num novato como eu era. Lembro-me como me postei diante desse gigantesco monstro. Fiquei observando essa máquina que come papel devorar um grande rolo de papel em questão de cerca de quarenta minutos, digerindo-o com a mesma rapidez e finalmente expelindo-o na forma de revistas. Mas eu não fora posto junto a essa máquina para simplesmente olhar para ela! Tinha de aprender a ajustar os cilindros, alinhar o rolo de papel, verificar a dobradeira, o grampeador e ficar de olho numa dezena de outras coisas.

Depois de nove meses, tive de sair daquela seção. O motivo da mudança foi alegre: recebêramos dois novos linotipos. Era preciso que dois homens fossem treinados a operá-los. Um colega de trabalho, procedente da Polônia, e eu fomos escolhidos para isso. Lembro-me bem como suamos quando recebemos as nossas primeiras lições em composição de tipos, dadas por uma Testemunha cuja profissão era essa. Ele havia chegado da Alsácia (França) para nos ensinar essa arte. Aplicamo-nos com diligência e aprendemos logo.

Quando me sentei no primeiro dia na frente daquela máquina, nunca poderia sonhar que trabalharia com ela por um período ininterrupto de vinte e dois anos! Até hoje sinto grande satisfação e alegria, quando penso no privilégio que tive de compor em tipos em dezenove idiomas naquela máquina! Quando se me apresentava um manuscrito em idioma estrangeiro, procurava formar um quadro mental do país em que se falava o determinado idioma. Era como um curso de recordação em geografia. Diante dos olhos da minha mente esse país tomava forma e relembrava as muitas ocupações do povo que residia ali. De modo que uma página de manuscrito não representava simplesmente um pedaço de papel com palavras e letras dactilografadas que eu não entendia, mas, tomando vulto, tornava-se viva e valiosa. O pensamento de que milhares de pessoas naquele país receberiam na mão um livro, um folheto ou uma revista que explicava a Bíblia, familiarizando-se assim com o conhecimento vitalizador, era um constante estímulo para mim.

O meu próximo passo foi a seção da estereotipia. Mas apenas alguns meses depois fui para outro posto; desta vez para o escritório da tipografia. Até aquele tempo vinha fazendo trabalho manual, mas então tive de aprender serviço geral de escritório e a escrever à máquina. A seguir, foi-me confiada a direção do trabalho na tipografia e fui iniciado na arte de comprar papel e outros materiais para impressão.

OPOSIÇÃO

Meus trinta e oito anos de serviço de Betel não foram todos brilhantes como a luz do sol sem sombra. Tivemos de agüentar diversas tempestades que implicavam muita dor de coração. Tenho em mente de modo especial o ano de 1925, que trouxe uma dura prova de fé para muitos. Houve algumas congregações que diminuíram em assistência até metade ou mesmo menos. Mas os que haviam depositado a sua confiança em Jeová permaneceram firmes e continuaram a sua atividade de pregação.

Outra tempestade se abateu sobre o nosso país em 1940, e também se sentiu o efeito em Betel. Foi na época da Segunda Guerra Mundial, quando os exércitos de Hitler tiveram vitória após vitória em volta das fronteiras suíças e ocuparam muitos países. O nosso país de novo se preservou da guerra de fato, mas o espírito totalitário penetrou nas suas fronteiras. Houve buscas nas casas. Num ataque de surpresa, os soldados suíços assumiram posições estratégicas em volta do Betel e o ocuparam por diversas horas. Colocaram-se sobre nós outras restrições. Por exemplo, tudo o que publicávamos era censurado. A publicação da Sentinela era proibida. Ficamos sem contato com os nossos irmãos da matriz de Brooklyn. Mas, a despeito de todas essas circunstâncias, tínhamos o nosso alimento espiritual, que fornecíamos às Testemunhas em todo o país, e até a fornecíamos aos nossos irmãos cristãos na Alemanha e em outras partes.

Essas condições também chegaram a um fim. Deleitamo-nos quando terminou a guerra e pudemos entrar outra vez em contato com a matriz de Brooklyn. Em 1945, o presidente da Sociedade Torre de Vigia, N. H. Knorr, e seu secretário, M. G. Henschel, visitaram-nos, e ficamos profundamente gratos a Jeová. Tudo refloresceu na nossa tipografia. A revista A Sentinela podia ser impressa de novo em alemão e em francês, e estas então começaram a circular sem limites através das fronteiras para nossos irmãos famintos pelo alimento espiritual.

PRIVILÉGIOS AUMENTADOS

Em 1950, tive a oportunidade, juntamente com cerca de setenta irmãos da Suíça, de assistir ao meu primeiro grande congresso das testemunhas de Jeová, em Nova Iorque. Que experiência! Ver tantos que têm a mesma mentalidade reunidos numa só ocasião nunca antes fora meu privilégio. Fiquei também mui profundamente impressionado com a visita que fiz à matriz, ao lar de Betel e à tipografia em Brooklyn.

Daí, 1953. Tive o privilégio de assistir a uma assembléia ainda maior em Nova Iorque. Dessa vez recebi até maior benefício dos discursos, visto que então podia entender e falar melhor inglês. Daí, para meu deleite, fui convidado a cursar a 22a. classe da Escola de Gileade, que se iniciaria em setembro de 1953. Minha designação de serviço após sair de Gileade foi novamente o serviço de Betel em Berna, que foi motivo de grande felicidade.

No verão de 1957, fui designado a servir qual servo da filial da Suíça e do pequeno país de Listenstaina. Sou muito grato a Jeová por este privilégio. Tem sido um prazer trabalhar com os irmãos e ver um aumento no fim de cada ano.

Em 1958, assisti a uma das maiores de todas as festas espirituais, a saber, a assembléia internacional das testemunhas de Jeová, ria cidade de Nova Iorque, representando o nosso país ali com um bom relatório, para a alegria de todos os presentes.

Então, no ano de 1963, como estudante da ampliada Escola de Gileade, tive o prazer de assistir à Assembléia “Boas Novas Eternas”, realizada de 7 a 14 de julho, no Estádio Ianque, em Nova Iorque, e estar entre a multidão alegre de 107.483 pessoas. Tive parte, também, na visita especial às dependências do congresso, concedida a todos os estudantes da Escola de Gileade, como parte da nossa instrução e pude ver todos os departamentos da assembléia em funcionamento.

Agora, estando quase no fim o curso de dez meses, vejo que pude seguir bem o programa até o presente. Reconheço que Jeová me tem ajudado a continuar o treinamento de Gileade até à conclusão bem sucedida. A preocupação que sentia de início se tornou cada vez menor. Agradeço a Jeová esta maravilhosa oportunidade de instrução.

Quando, depois de tantos anos, a pessoa pára e olha para trás, para o caminho que seguiu, e vê como a obra de Jeová expandiu em toda a terra, é motivo de grande alegria ter tido parte nisso como ministro de tempo integral no serviço de Betel. Jeová tem abençoado tão ricamente o trabalho do seu povo. Ele nos tem conduzido às portas do Novo Mundo, permitindo-nos um vislumbre por dentro dele para ver as coisas maravilhosas que ele ainda reserva para nós. Sejamos, pois, sempre gratos, prontos a cantar o seu louvor, para honrar e dar a conhecer o Seu nome!

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