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JoãoÍndice das Publicações da Torre de Vigia — 1960-1990
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1:14 w89 1/9 11; ti 15-16; ad 882, 1649; w80 1/11 21; w79 1/3 29; w79 15/4 26; gh 118; w76 457; hs 89; w75 75; w74 698; w73 647; g73 8/8 28; w72 490; w66 327; im 231; w64 575; w63 173, 175; w62 166, 395, 408; wr 10, 15; g60 8/9 25
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João: notas de estudo — capítulo 1Tradução do Novo Mundo da Bíblia Sagrada (Edição de Estudo)
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carne: Ou: “um ser humano”. A palavra grega traduzida como “carne” (sarx) é usada aqui para se referir a um ser físico, um ser vivo feito de carne e osso. O caso de Jesus era diferente do de anjos que tinham simplesmente assumido um corpo humano. (Gên 18:1-3; 19:1; Jos 5:13-15) Quando Jesus nasceu como humano, ele deixou de ser um espírito. Assim, ele podia corretamente dizer que era “o Filho do Homem”. — Jo 1:51; 3:14; veja a nota de estudo em Mt 8:20.
a Palavra se tornou carne: Jesus foi inteiramente humano, desde seu nascimento até sua morte. Ele explicou o motivo de ter se tornado carne quando disse: “O pão que eu darei é a minha carne a favor da vida do mundo.” (Jo 6:51) Além de cumprir esse objetivo, Jesus só pôde se tornar um Sumo Sacerdote capaz de compreender nossas fraquezas porque foi completamente humano e passou pelas mesmas coisas que uma pessoa de carne e osso passa. (He 4:15) Jesus não era divino e humano ao mesmo tempo, como alguns afirmam. Em vez disso, as Escrituras dizem que ele foi “feito um pouco menor que os anjos”. (He 2:9; Sal 8:4, 5; veja a nota de estudo em carne neste versículo.) Algumas pessoas, porém, não concordavam que Jesus tivesse vindo como carne. Um exemplo disso eram os gnósticos, que acreditavam que o conhecimento (em grego, gnósis) podia ser conseguido de modo místico e misturavam ideias da filosofia grega e do misticismo oriental com os ensinamentos do cristianismo apóstata. Eles afirmavam que tudo o que não é espiritual é, em si mesmo, mau. Por isso, diziam que Jesus não tinha vindo na carne e que apenas parecia ter um corpo humano. Ao que tudo indica, alguns pensamentos gnósticos já tinham se espalhado no fim do século 1 d.C. Assim, o apóstolo João pode ter pensado especificamente nessa crença quando afirmou que “a Palavra se tornou carne”. Em suas cartas, João alertou contra o ensino falso de que Jesus não tinha vindo “na carne”. — 1Jo 4:2, 3; 2Jo 7.
residiu: Alguns acham que a declaração “a Palavra . . . residiu [lit.: “habitou em tenda”] entre nós” significa que Jesus não era realmente humano. Eles dizem que Jesus era uma encarnação, ou seja, um espírito que se materializou temporariamente como humano. Mas é interessante que em 2Pe 1:13 o apóstolo Pedro chamou seu próprio corpo de “tenda”, usando uma palavra grega relacionada com a que foi usada aqui. Pedro obviamente não estava dizendo que ele era uma encarnação. Ele falou de seu corpo humano como uma tenda porque sabia que logo morreria e que, quando fosse ressuscitado, receberia um corpo espiritual. — 2Pe 1:13-15; veja também 1Co 15:35-38, 42-44; 1Jo 3:2.
nós vimos a sua glória: João e os outros apóstolos viram Jesus refletir perfeitamente em sua vida e seu ministério as qualidades de Jeová. Por isso, a glória de Jesus era incomparável. Além disso, João, Tiago e Pedro viram a transfiguração de Jesus. (Mt 17:1-9; Mr 9:1-9; Lu 9:28-36) Assim, quando João falou da glória de Jesus, ele talvez estivesse pensando tanto na maneira como Jesus refletia as qualidades de Jeová como na transfiguração que ele tinha presenciado mais de 60 anos antes. A transfiguração também foi marcante para Pedro, que escreveu suas cartas uns 30 anos depois de ter presenciado esse acontecimento. Pedro disse que a transfiguração foi uma confirmação maravilhosa da “palavra profética”. — 2Pe 1:17-19.
um filho unigênito: A palavra grega monogenés foi traduzida como “unigênito; unigênita” em todas as ocorrências nas edições anteriores da Tradução do Novo Mundo. Ela pode ser definida como “único de sua espécie; sem igual; ímpar”. A Bíblia também usa monogenés com o sentido de “filho único”, e essa palavra pode se referir tanto a filhos como a filhas. (Veja as notas de estudo em Lu 7:12; 8:42; 9:38.) Quando o apóstolo João usa a palavra monogenés, ele está sempre se referindo a Jesus. (Jo 3:16, 18; 1Jo 4:9) Mas ele nunca usa essa palavra para se referir a Jesus durante sua vida humana. Em vez disso, ele usa monogenés para falar da vida que Jesus tinha no céu como o Logos, ou a Palavra, aquele que “estava no princípio com Deus”, mesmo “antes de o mundo existir”. (Jo 1:1, 2; 17:5, 24) Jesus pode ser chamado de “filho unigênito” porque ele foi, não apenas o primeiro Filho de Jeová, mas também o único criado diretamente por ele. Apesar de outras criaturas espirituais também serem chamadas de “filhos do verdadeiro Deus” ou “filhos de Deus” (Gên 6:2, 4; Jó 1:6; 2:1; 38:4-7), Jeová criou todas elas por meio de Jesus, seu Filho primogênito. (Col 1:15, 16). Em resumo, a palavra monogenés se refere tanto a Jesus ser “o único de sua espécie; sem igual; ímpar” como a ele ser o único filho que Jeová criou diretamente, sem a colaboração de mais ninguém. — 1Jo 5:18; veja a nota de estudo em He 11:17.
favor divino: Ou: “bondade imerecida”. A palavra grega kháris aparece mais de 150 vezes nas Escrituras Gregas Cristãs e pode ter diversas variações de sentido, dependendo do contexto. Quando kháris está relacionada com a bondade imerecida que Deus mostra para com os humanos, a palavra se refere a um presente que Deus dá generosamente, sem esperar uma compensação. É uma demonstração do grande amor e da bondade de Deus, motivada unicamente por sua imensa generosidade, sem que a pessoa que a recebe tenha feito nada para merecer. (Ro 4:4; 11:6) Mas nem sempre a palavra indica que quem recebe a bondade não a merecia. Assim, ela pode ser usada mesmo quando o alvo da bondade de Deus é Jesus. Nesses casos, kháris não foi traduzida como “bondade imerecida”, mas como “favor divino” (neste versículo) ou “favor” (Lu 2:40, 52). Em outros casos, a palavra grega foi traduzida como “favor”, “simpatia” ou “bondosa dádiva”. — Lu 1:30; At 2:47; 7:46; 1Co 16:3; 2Co 8:19.
cheio de favor divino e de verdade: Jesus Cristo, chamado aqui de “a Palavra”, tinha o favor de Deus e sempre foi verdadeiro. Mas parece que as palavras de João envolvem algo mais, conforme indica o contexto. Jeová, o Pai, escolheu usar seu Filho, Jesus, para explicar e demonstrar de forma perfeita a bondade imerecida e a verdade. (Jo 1:16, 17) E Jesus fez isso tão bem que pôde dizer: “Quem me vê, vê também o Pai.” (Jo 14:9) Assim, Jesus foi o meio que Deus usou para oferecer sua bondade imerecida e o entendimento da verdade a todos os de coração disposto.
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