Perguntas dos Leitores
● Quando meu irmão carnal, que foi desassociado, e sua família vêm visitar-me de fora da cidade, posso convidá-los a entrar e até mesmo permitir-lhes pernoitar, se for preciso? — E. T., Estados Unidos.
A desassociação de um membro da família não cancela os laços naturais de carne e sangue. Por exemplo, a desassociação em si mesma não rompe o laço marital. Portanto, quando um irmão carnal, que foi desassociado, faz uma visita com sua família na base da relação familiar, não de unidade cristã, então se tem o direito de acolhê-lo com cortesia, à base das relações naturais, terrenas, não se tendo, naturalmente, nenhuma associação espiritual com ele nem tratando-o como membro da congregação, mas apenas para falar sobre assuntos de família e outros assuntos mundanos.
É preciso ser razoável neste assunto, e assim quando o parente é duma outra cidade e não pode voltar para casa naquele dia, mas precisa de acomodações para a noite, não há nada de errado mostrar-lhe a cortesia de deixá-lo pernoitar, porque este parente e os com ele estão ligados por laços de carne e sangue, embora não por laços espirituais.
Naturalmente não é bom estimular associações freqüentes só por causa da relação familiar. Isto interferiria com a execução das obrigações que a pessoa tem perante o Senhor Deus e poderia pôr em perigo a sua saúde e integridade espiritual. Deve-se ter em mente o principio básico mencionado em Mateus 12:47-50. Quando alguém disse a Jesus: “Tua mãe e teus irmãos. estão lá fora e querem falar-te”, ele respondeu: “Quem é minha mãe e quem são meus irmãos? . . . qualquer que fizer a vontade de meu Pai celeste, esse é meu irmão, irmã e mãe.” — ALA.
● Em que forma ou maneira veio Satanás para tentar Jesus? Apareceu-lhe na forma de homem, ou ouviu Jesus apenas uma voz? Também, por que permitiria Jesus que Satanás o levasse fora do deserto e, de fato, através da cidade e até o pináculo do templo? Foi Jesus levado corporalmente ao pináculo do templo? — D. A., Serra Leoa.
Em Judas 6 (NM) lemos a respeito dos anjos que “abandonaram o seu próprio lugar correto de habitação”, que Deus os “tem reservado, com cadeias eternas, sob densa escuridão, para o juízo do grande dia”. O folheto Que Dizem as Escrituras Acerca da “Sobrevivência Após a Morte”?, nas páginas 72 e 73, depois, de mostrar que esta escuridão é espiritual e não literal, passa a dizer: “Estarem ‘reservados em cadeias eternas’ significa evidentemente, também, que não se lhes permite mais materializar-se em carne, como antes do Dilúvio. Este poder de materialização foi exercido pelos fiéis anjos de Deus, inclusive por Jesus Cristo, por milhares de anos depois do Dilúvio, até os dias dos fiéis apóstolos de Cristo, segundo a vontade de Deus e para servir seus santos propósitos. Mas, aos anjos pecadores não mais se permitiu usar este poder, porque fariam mau uso dele.” Em vista disso temos de concluir que Satanás, o Diabo, também estava proibido de materializar-se para tentar Jesus.
Quanto a Jesus permitir que Satanás o levasse ao pináculo do templo, não parece razoável interpretar literalmente tudo o que é mencionado no relato da tentação de Jesus no deserto. Certamente não há monte do qual pudesse mostrar-lhe “todos os reinos do mundo e a glória deles”. Assim, também, precisamos concluir razoavelmente que Satanás não levou Jesus literalmente, corporalmente, fisicamente, “à cidade santa” colocando-o “sobre o pináculo do templo”. Isto não era absolutamente necessário para a tentação ter toda a sua força. — Mat. 4:3-10, ALA.
● Por que é Jesus chamado de “Filho do homem” nas Escrituras Gregas, quando é realmente o “Filho de Deus”? — W. H., Estados Unidos.
As Escrituras Gregas falam de Jesus como “Filho do homem” porque as Escrituras Hebraicas usam esta frase com respeito ao Messias, em Daniel 7:13, 14 (ALA):“Eu estava olhando nas minhas visões da noite, e eis que vinha com as nuvens do céu um como o Filho do homem, e dirigiu-se ao Ancião de dias, e o fizeram chegar até ele. Foi-lhe dado domínio e glória, e o reino, para que os povos, nações e homens de todas as línguas o servissem; o seu domínio é domínio eterno, que não passará, e o seu reino jamais será destruído.”
Quando estava perante o Sinédrio, o Supremo Tribunal Judaico, sendo julgado pela sua vida, Jesus foi perguntado pelo sumo sacerdote: “Pelo Deus vivo, eu te ponho sob juramento de dizer-nos se tu és o Cristo, o Filho de Deus!” Jesus respondeu: “Cabia a ti dizer isso. Contudo digo a vós, homens, doravante vereis o Filho do homem sentado à destra de poder e vindo nas nuvens do céu.” Ao ouvir isso, o sumo sacerdote rasgou as suas vestes e exclamou: “Ele blasfemou! Que outra necessidade temos de testemunhas?” (Mat. 26:63-65, NM) O próprio Jesus aplicou ali a profecia de Daniel, e era o equivalente a dizer que ele era o Messias, o Filho do homem, que no tempo devido receberia de Jeová o reino e viria com o pode dele, Era este sinal messiânico que os judeus queriam ver, mas Jesus disse-lhes que a sua geração iníqua e adúltera só receberia o sinal de Jonas, o profeta, que, assim como este esteve três dias e três noites no ventre do peixe, assim também o Filho do homem estaria três dias no túmulo. Não era o tempo para o sinal messiânico dado por Daniel. Esta vinda no poder do Reino só se daria na sua segunda presença, conforme o próprio Jesus disse aos seus seguidores. — Mat. 12:38-40; 24:30.
É apropriado que a profecia fale de Jesus como Filho do homem, e que seja assim chamado nas Escrituras Gregas, pois era criatura humana enquanto estava na terra. Ele nasceu duma mulher virgem, e através dela teve uma descendência humana e parentesco com a humanidade. O titulo Filho do homem é apropriado, porque faz lembrar que ele é o grande Parente do homem e é o Vingador do sangue no Armagedon. — Núm. 35:1-29.