O caminho para o homem alcançar perfeita integridade
1. A quem envolve o alcançar do paraíso restaurado na terra?
No ARTIGO anterior vimos como o homem perdeu o paraíso por quebrantar sua integridade para com Deus e assim errar o alvo. Agora estudaremos como será ganho o paraíso restaurado pela redenção dos descendentes do pecador Adão. Alcançarem o paraíso restaurado na terra não significa o retorno universal de cada um dos membros da família do primeiro Adão. Antes, veremos que envolve só os que entrarem num novo arranjo de família, debaixo de outro Adão, um Pai que dá vida, que guia o novo rebanho como o faz um sábio pastor. — Isa. 9:6; João 10:11-16.
2, 3. Por que não estabeleceu Deus nenhuma lei para Adão depois da expulsão deste do Éden? Quando e a quem se deu um completo código de leis que governava tôdas as relações da vida?
2 Para começar, perguntamos: Repetiu Jeová jamais a Adão seu alvo de perfeita obediência, após este ter sido expulso do paraíso do Éden? Não há evidência de que Jeová falasse de novo ao rebelde Adão, depois do julgamento no jardim do Éden. Visto que Deus deu a sua lei a Adão quando este era perfeito e ainda assim Adão quebrantou egoìstamente a lei divina, Deus não repetiria ao Adão, já imperfeito e rebelde, a sua lei ou qualquer nova coleção de leis, na esperança de que ele alcançasse o alvo de perfeita integridade para com Deus, o supremo Legislador. Posteriormente Jeová falou a descendentes de Adão, tais como Abel, Enoc, Noé e Abraão, dando a estes homens imperfeitos, mas santos, algumas revelações dos Seus propósitos, e há o registro de que Deus impôs obrigações a Abraão e lhe deu mandamentos, estatutos e leis (Gen. 26:5; 2 Ped. 1:1, 21; 3:2), contudo não há registro de que jamais desse um código de leis completo e pormenorizado para governar tôdas as relações da vida, a qualquer um deles. De fato, Paulo mostra que até o dia de Moisés não existia tal código compreensivo de leis dado por Deus. Entretanto, o pecado e sua companheira, a pena de morte, continuaram a reinar como rei, porém, nenhum homem, nem mesmo Abel, Enoc, Noé ou Abraão, podia determinar em quanto êles erravam o alvo de Deus no tocante à perfeição humana. Não podiam saber quão longe estavam da “glória de Deus”. Por que não? “Porque até a lei [dada por intermédio de Moisés] estava o pecado no mundo, mas onde não há lei não é imputado o pecado. No entanto a morte reinou desde Adão até Moisés, mesmo sôbre aqueles que não pecaram à semelhança da transgressão de Adão, o qual é figura daquele que havia de vir.” Paulo alude aqui à vinda de alguém semelhante a Adão, um segundo Adão. — Rom. 5:13, 14, NTR; 1 Cor. 15:45.
3 Mas, não deu Jeová outras leis para marcar os violadores, antes do tempo de Moisés? Sim. Além daquelas dadas a Abraão, havia tais leis como as que proibiam o comer de sangue e as que proibiam o homicídio, dadas a Noé. (Gen. 9:4-6) José, bisneto de Abraão, falou do pecado contra Deus se cometesse fornicação com a espôsa do seu senhor. (Gen. 39:7-9) Jeová impediu que o Rei Abimelec pecasse contra êle por ignorantemente cometer adultério com a espôsa de Abraão. (Gen. 20:6, 7) Estas leis específicas governavam certas relações humanas, mas não constituíam um completo código de leis que governasse uma nação tal como Israel e estabelecesse um curso especial de devoção santa a um Deus-Rei. Tal corpo de leis, governando a conduta especial para com um Deus-Regente em todos os assuntos da vida, não veio á existência até que Deus deu a Lei a Israel, pelo mediador Moisés, em 1513 A. C.
4, 5. Para quem era legalmente obrigatório o pacto da lei, que relação estabeleceu e como envolveu isso a santidade?
4 Embora o pacto da lei apenas fôsse obrigatório à nação judaica, contudo, a instrução que recebiam debaixo dêle e as coisas que indicava no futuro eram, por fim, para o benefício dos povos de todas as nações. O pacto da lei era um conjunto de legislação, constituido dos Dez Mandamentos e de cerca de seiscentas leis adicionais. O inteiro código de leis serviu de constituição que organizava os israelitas como nação santa, em relação governamental com o Deus-Rei, Jeová. Quanto a isto, Jeová disse a Israel: “Agora, pois, se atentamente ouvirdes a minha voz e guardardes a minha aliança, sereis a minha possessão peculiar dentre todos os povos (pois minha é toda a terra), e vós me sereis reino de sacerdotes e nação santa.” — Êxo. 19:5, 6.
5 Este código de lei, dado por meio de Moisés, era perfeito. Era reto. Era bom. E era santo. (Sal. 19:7; Rom. 7:12; 1 Tim. 1:8) Revelou um alto padrão de santidade. As palavras “santo” e “santidade” são usadas mais de 130 vezes em conexão com êste pacto da lei. O código continha leis que estabeleciam santos sábados, vestimentas santas para os sacerdotes ministrantes, um lugar de reunião santo para o Deus-Rei e seus santos servos, óleo santo de unção, uma coroa para o sumo sacerdote que levava a inscrição “Santidade a Jehovah”, coisas santas, convenções santas e contribuições santas. Além disso, a Lei prescreveu que o povo se mantivesse cerimonialmente puro perante o santo Deus-Rei por comer alimento puro, por várias abluções do corpo, por oferecer sacrifícios pelos pecados e por se manter afastado de coisas mortas. — Êxo. 16:23; 28:2; 29:29; 30:25; 39:30; Lev. 5:15; 23.13; Núm. 18:19.
TRAIÇÃO
6, 7. Por que mereceu uma punição tão severa a violação do Primeiro e do Segundo Mandamento?
6 Alguns modernos presunçosamente criticam o Deus Vivo, porque ele decretou a sentença de morte para os que violassem o Primeiro e Segundo Mandamentos, que, segundo a pretensão dêstes modernistas, são apenas leis morais. (Deu. 13:6-10; Lev. 20:2) Tais pessoas são ignorantes quanto ao fato de que estes dois mandamentos não só introduziam um código moral, mas também eram parte das normas jurídicas escritas dessa nação, em realidade, o prefácio da sua constituição, e, mais do que isso, governavam a lealdade pessoal de cada israelita a seu Soberano Rei, Jeová. Note a lealdade exclusiva requerida pelo Segundo Mandamento. “Não deves inclinar-te diante delas, nem ser induzido a servi-las [as imagens] porque eu, Jeová teu Deus, sou um Deus que exijo devoção exclusiva.” (Êxo. 20:5; 34:14, NM) Portanto, se um israelita se desviasse da adoração pura para servir a um deus diferente de Jeová, ou se adotasse a idolatria de servir imagens, por tal violação do Primeiro e Segundo Mandamentos ele estava cometendo o maior dos crimes no país e merecia a máxima punição.
7 Ouça o que a autoridade bíblica, George Bush, tem a dizer sobre êste ponto em seu livro Notes, Critical and Practical on Exodus, Volume II, página 4: “A idolatria tornou-se não só a transgressão dum preceito moral do caráter mais grave, mas também um ato de traição contra o estado. Foi virtualmente uma rejeição da autoridade do seu Regente reconhecido. Foi uma violação do pacto original, rebelião aberta contra Deus, uma rejeição positiva dum compromisso juramentado e, portanto, à base dos princípios estabelecidos de todos os governos, merecia corretamente a punição capital.”
8.(a) Como descrevem hoje em dia as leis das nações o ato cometido contra a dignidade do soberano? (b) Que cuidado sério tomam hoje as testemunhas de Jeová, e por quê?
8 Realmente, segundo as leis das nações de hoje em dia, o ato acima contra a dignidade do poder soberano seria considerado alta traição. Tal crime seria o de lesa-majestade. Lesa-majestade é definida legalmente como qualquer ato cometido contra o poder soberano ou, muitas vêzes, específicamente, qualquer uma de várias ofensas que violam a dignidade dum regente soberano. Bouvier’s Law Dictionary (1934), página 689, define-a como “alta traição”. De modo que a ofensa cometida por Adão no Éden contra a majestade soberana de Jeová e a violação da lealdade para com seu Soberano Deus-Rei por parte de muitos dos israelitas importavam em graves crimes repreensíveis, mesmo segundo as normas legais de hoje em dia. Assim vemos que Israel, sob a lei que definia o pecado e advogava a santidade, trouxe sôbre si grandes possibilidades de bênçãos ou amargas conseqüências por errar o alvo ao fracassarem quanto à lei e a quebrantarem. (Deu. 28:1-63) Tomem nota os difamadores mesquinhos que as testemunhas de Jeová da atualidade ainda dão séria atenção aos princípios em que se baseiam o Primeiro e Segundo Mandamentos por recusar saudar a bandeira de qualquer nação ou cometer idolatria, a fim de que a sua devoção exclusiva a Jeová Deus permaneça tão pura quanto possível.
9. Podiam os judeus justificar-se com êxito por meio da Lei? Por que responde assim?
9 Era possível que os israelitas imperfeitos guardassem perfeitamente esta lei e assim se erguessem à altura da elevada norma revelada de Deus quanto à exclusiva santidade e justiça? A resposta é um decidido não, conforme se encontra no registro bíblico da nação judaica durante os aproximadamente mil e quinhentos anos do funcionamento do pacto da lei. Muitos judeus que se consideravam justos pensavam que pelas obras da lei poderiam tornar-se tão santos que alcançariam o alto padrão de santidade de Deus e que Deus teria de declará-los justos ou justifica-los por intermédio da lei. Paulo, porém, demonstra enfàticamente: “Por isso nenhuma carne será justificada diante dele pelas obras da lei.” — Rom. 3:9, 20, Al.
POR QUE HAVIA O PACTO DA LEI
10. Em que sentido devia a Lei ter servido aos judeus, e que lhes devia ter mostrado?
10 Por que, então, se deu aos judeus uma lei perfeita de santidade? Havia várias razões, conforme indicado nas Escrituras. Primeiro, o padrão legal de santidade devia ter servido de espelho para os judeus. Cada vez que se olhassem neste espelho, por examinar seu proceder na vida em comparação com os requisitos da Lei, devia ter-lhes demonstrado o que era o pecado e quão longe estavam da perfeita glória de Deus. Paulo argumentou corretamente: “Eu não teria conhecido o pecado, senão pela Lei.” “Pois pela lei vem o pleno conhecimento do pecado.” (Rom. 7:7; 3:20) Também, cada vez que viam sua falta de devoção exclusiva e suas falhas debaixo da lei, que requeria sacrifícios de animais para apaziguar o desfavor do seu Deus-Rei, devia ter criado nêles um forte reconhecimento da necessidade de um genuíno resgatador. Devia tê-los levado a um desejo pelo Cristo, em que pudessem ter fé. “Antes que viesse esta fé, estávamos guardados debaixo da lei, entregues juntos à custódia, esperando a fé que estava destinada a ser revelada. Conseqüentemente, a Lei se tornou nosso tutor para nos levar a Cristo, para que fôssemos declarados justos devido à fé.” — Gál. 3:23, 24, NM.
11. Por que razão adicional foi dado o pacto da lei, e que mostram os fatos?
11 Em que outro sentido devia o pacto da lei ter levado os judeus a aceitar Cristo quando viesse? Devia tê-los capacitado a reconhecer o segundo Adão quando aparecesse para começar uma nova relação com Jeová Deus. Estava escrito na lei: “E tendes de guardar os meus estatutos e minhas decisões judiciais, fazendo os quais, o homem terá de viver por meio dêles. Eu sou Jeová.” (Lev. 18:5, NM; Rom. 10.15) Em outras palavras, qualquer homem que plenamente guardasse a lei inteira que servia então como norma de Deus quanto à exclusiva santidade, seria um homem sem pecado, um homem que possuiria por parte de Jeová a declaração de justiça, conferindo-lhe o direito à vida humana perfeita. Êste homem, pois, corresponderia ao primeiro Adão perfeito, antes de êste pecar. Desta maneira, o pacto da lei capacitaria os judeus fiéis a estar à espreita para identificar tal homem perfeito, qualificado para ser o resgatador perfeito. Havia ali outro requisito que o prometido Messias ou Cristo teria de satisfazer. Satisfêz Jesus, o Cristo, êste requisito vital de perfeita santidade, sem pecado, estando exclusivamente devotado ao Deus-Rei Jeová e tendo o direito à vida humana perfeita? A resposta é um ressonante Sim. Jesus manteve a sua integridade. O próprio Jesus desafiou os fariseus que se consideravam justos, do seu dia: “Qual de vós me convence de pecado?” (João 8:46) Paulo acrescenta a este ponto seu testemunho quanto às qualificações de Jesus. “Pois nos convinha tal sumo sacerdote santo, inocente, imaculado, separado dos pecadores e feito mais alto que os céus.” — Heb. 7:26.
12. Por que era necessário um resgate correspondente, e quem o forneceu?
12 “Pois há um só Deus, e um só mediador entre Deus e os homens, um homem, Cristo Jesus, que se deu a si mesmo em resgate correspondente por todos.” Êste texto confirma que Jesus Cristo era o homem que correspondia ao primeiro Adão perfeito e, assim, deu a sua alma, como redentor do homem, em lugar da alma de Adão, perdida por causa da infidelidade. A lei de Deus retratou êste requisito de igual por igual, alma por alma. “Mas, se ocorrer um acidente fatal, então darás alma por alma.” Jesus testificou pessoalmente de que deu a sua alma em resgate de muitos da humanidade fiel: “Assim como o Filho do homem veio, não para que se lhe ministrasse, mas para ministrar e dar a sua alma como resgate em troca de muitos.” — 1 Tim. 2:5, 6; Êxo. 21:23; Mat. 20:28, NM.
O CAMINHO NOVO
13. Que novo caminho a favor do homem era necessário, e por quê? Por meio de quem veio êste novo caminho?
13 Conforme já consideramos, o arranjo do pacto da lei não elevou os judeus imperfeitos, decaídos, à altura da alta norma de Deus para a perfeita santidade. De modo que a elevação do homem à perfeição humana aos olhos de Deus tinha de vir por um arranjo diferente. “Pois. . .[o pacto da] Lei nada fêz perfeito, mas a introdução, além disso, de uma melhor esperança o fez, por meio da qual estamos chegando a Deus.” Qual, então, é o arranjo melhor que consegue trazer os homens perto de Deus e finalmente à justiça aos olhos de Deus? O sistema do pacto da lei foi levado ao término quando Jeová legalmente o terminou “por cravá-lo na estaca de tortura” de Jesus, em 33 E. C. Cedeu ao novo arranjo que produz a elevação à justiça perante Deus, o caminho da benignidade imerecida de Deus, introduzido por Jesus Cristo, o resgatador. “Pois o pecado não deverá ter domínio sôbre vós, porquanto não estais debaixo de lei, mas debaixo de benignidade imerecida.” “A lei foi dada por intermédio de Moisés, a benignidade imerecida e a verdade vieram por intermédio de Jesus Cristo.” — Heb. 7:19; Col. 2:14; Rom. 6:14; João 1:17, NM.
14, 15. (a) Como foi inaugurado espetacularmente o novo caminho, e com que anúncio por parte de um precursor? (b) Quem é o “último Adão” e por que foi êle capaz de dar ilustrações práticas quanto ao novo programa para a elevação do homem?
14 Durante os três anos e meio do seu ministério terrestre, Jesus preparou plenamente este novo caminho de elevar à perfeição e deu demonstrações quanto a como isso operaria para o bem permanente da humanidade fiel. Por ocasião do batismo de Jesus, nas águas do Jordão, no outono de 29 E. C., João Batista, precursor e proclamador do Cristo, fêz esta proclamação cativante: “Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo! . . . para que ele fosse manifestado Israel, é que eu vim batizar com água. . . . Vi o espírito descer do céu como pomba, e permaneceu sobre ele. . . . Eu tenho visto e testificado que ele é o Filho de Deus.” Aqui de maneira espetacular, no dia da dedicação de Jesus, a santa fôrça ativa de Jeová Deus, manifestada em forma de pomba, desceu sôbre Jesus em testemunho de que o Pai celestial aceitava a oferta da vida humana perfeita de Jesus como sacrifício resgatador para tirar o pecado. Assim se inaugurou o novo programa de genuíno perdão dos pecados, de curas milagrosas dos efeitos do pecado e a esperança de uma vida perfeita, sem pecado e eterna num novo mundo de justiça. — João 1:29-34.
15 Dêste dia de dedicação em diante, Jesus foi contado aos olhos de Deus como nova criatura espiritual, com esperanças de uma vida espiritual no céu, “O primeiro homem Adão tornou-se alma vivente.’ O último Adão [Jesus Cristo] tornou-se espírito vivificante.” (1 Cor. 15:45, NM) Embora ainda andasse em carne como homem perfeito por mais três anos e meio, até se completar seu sacrifício humano perfeito com a sua morte na estaca de tortura, contudo Deus permitiu a Jesus dar ilustrações práticas, aqui na terra, de como este novo programa de elevação humana funcionaria no tempo devido de Jeová.
NOVA RECOMPENSA FAMILIAR
16, 17. (a) Segundo o divino processo legal, como faz Jeová possível o programa de recuperação humana? (b) Que contraste fazem as Escrituras entre a condenação da família humana e a justificação de alguns?
16 Que o “último Adão tornou-se espírito vivificante” deve indicar que Jesus Cristo, o segundo Adão, transmite a vida sob um novo arranjo de família. O primeiro Adão, como patriarca ou chefe de família, tornou-se vil pecador antes de transmitir qualquer vida a seus descendentes. De modo que, quando ele começou a ter filhos, transmitiu-lhes a grande incapacidade do pecado, doença e morte, dos quais seus descendentes nunca foram capazes de se livrar. Por isso a dolorosa condenação familiar se apega a antiga raça humana por causa do primeiro Adão, e a punição no sentido de doença e morte continua no seu curso. Se, pois, Jeová Deus, na sua misericórdia amorosa e em bondade, que os membros da antiga família adâmica de nenhum modo merecem, provê um novo Adão que nunca erra o alvo de integridade e que possui o valor dos direitos da vida humana, que torna isto possível segundo o processo legal divino? Ora, torna possível o mais maravilhoso programa de salvação e formação duma nova família humana ao redor de um novo chefe de família. Tal novo chefe de família, justo, teria o poder legal e real de transmitir os bens da vida, constituídos de bondade, cura e finalmente perfeição, do seu registro meritório e justo a todos os convidados a tornar-se membros do seu novo arranjo de família. Note-se como Paulo contrasta a condenação familiar da antiga família adâmica com a recompensa que vem aos crentes por meio do ato resgatador justo do “último Adão”, Jesus Cristo.
17 “Assim, pois, como por uma só transgressão [do primeiro Adão] o resultado para homens de toda espécie [a inteira antiga família adâmica] foi a condenação, assim, também, por um só ato de justificação [do segundo Adão, Jesus Cristo] o resultado para homens de toda espécie [os que crêem e obedecem] é serem declarados justos para a vida. Pois assim como pela desobediência de um só homem [o primeiro Adão] muitos foram constituídos pecadores, assim também pela obediência de uma só pessoa [o segundo Adão] muitos serão constituídos justos.” — Rom. 5:18, 19, NM.
PADRÃO DE RECUPERAÇÃO
18. Quem foi convidado a tornar-se discípulo de Jesus, aceitar seu jugo e ganhar verdadeira felicidade?
18 Retrocedemos às cenas do ministério terrestre de Jesus para ver como êle demonstrou os efeitos, o alcance e o tempo do funcionamento do programa de recuperação, quando os que na terra amarem a Jeová serão elevados até o alvo de perfeição. Primeiro, observamos que Jesus ofereceu a verdadeira felicidade aos que estavam cônscios da sua necessidade espiritual, os pecadores que se arrependiam, os mansos que amavam a Deus, os de coração honesto, os famintos e sedentos de justiça, os misericordiosos e os perseguidos. Êle não convidou os hipócritas, os que eram justos aos seus próprios olhos, nem muitos dos assim-chamados sábios e intelectuais para tornar-se seus discípulos sob o novo modo de conceder o perdão pelos pecados. “Felizes os que estão cônscios da sua necessidade espiritual. . . . Felizes os que têm fome e sêde de justiça. . . . ocultaste estas coisas aos sábios e intelectuais e as revelaste aos pequeninos. Vinde a mim, todos os que vos fatigueis e estais sobrecarregados e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo e vos tornai meus discípulos, porque sou manso e humilde de coração, e achareis refrigério para as vossas almas. Pois o meu jugo é benigno e o meu fardo é leve.” (Mat. 5:3-10; 11:25, 28-30, NM) Muitos foram os honestos de coração, pessoas de boa vontade, que ouviram o convite de Jesus, “vinde a mim”, e tornaram-se seguidores cristãos das suas pisadas. Muitos hoje em dia ouvem e adotam um proceder semelhante.
19. Que padrão estabeleceu Jesus quanto aos feitos que se realizariam na reconstrução da humanidade?
19 Entre êste povo judeu de boa vontade Jesus efetuou mais de quarenta surpreendentes milagres. Todos êstes foram realizados à base do seu futuro sacrifício de resgate, ilustrando os poderes que lhe estarão disponíveis para usar quando vier o dia da reconstrução da humanidade. Êle curou um louco, expulsou espíritos maus, curou casos de febre, purificou da lepra, curou um paralítico, curou um homem que havia estado doente por trinta e oito anos, restaurou a mão ressequida, curou certa mulher sujeita por doze anos a um fluxo de sangue, restaurou a vista, fêz que os mudos pudessem falar, endireitou uma mulher encurvada, curou a hidropisia, restaurou uma orelha cortada e, por último e maior de tudo, fêz três ressurreições. Que grande variedade de curas restauradoras! Certamente não há nenhum impedimento produzido pelo pecado, nem evidência de degeneração humana, que esteja além do alcance do poder de Jesus Cristo para curar permanentemente na sociedade da nova terra.
20. (a) Como demonstrou Jesus que espécies de pessoas êle curará no sabado antitípico? (b) Como indicou Jesus o tempo em que isso ocorreria?
20 Outro fato confortador a notar-se no ministério de Jesus é que êle não restringiu suas curas milagrosas aos judeus. Houve dois casos em que curou não judeus e não-samaritanos, mostrando assim que, no tempo da reconstrução, pessoas boas de todas as nações, convidadas a se tornarem seus súditos, serão os recipientes dêste grande serviço de cura. (Mar. 7:24-28; Mat. 8:5-10) Também é interessante notar que Jesus efetuou tantos dos seus milagres no dia do sábado. Em realidade, os fariseus acusavam Jesus de violar o sábado com a realização dêstes atos poderosos. Jesus argumentou que era lícito fazer o bem no sábado e declarou finalmente que êle era o Senhor do Sábado. Aqui, pois, é a chave quanto ao tempo do seu programa permanente de recuperação. Será durante a regência do Reino de mil anos, que é um sábado de mil anos sôbre o qual Cristo Jesus reina como Senhor, que o homem fiel será ajudado para atingir o alvo de integridade. — Mat. 12:1-8; 19:28.
PERDOADOS OS PECADOS
21. Que outra autoridade demonstrou Jesus no seu ministério terrestre? De que confôrto tem sido isso para os cristãos?
21 Jesus, também, teve a autoridade de perdoar pecados. De fato, certos escribas acusaram Jesus de blasfêmia por pretender tal poder. Em resposta, Jesus mostrou que para êle era tão fácil fazer um milagre como dizer: “Perdoados são os teus pecados.” Uma coisa era tão fácil como a outra e ambas estavam relacionadas com o programa de recuperação. “Para que saibais que o Filho do homem tem sobre a terra autoridade para perdoar pecados — disse então ao paralítico: Levanta-te, toma o teu leito e vai para tua casa.” (Mat. 9:8) Que grande alívio esta provisão tem sido para a consciência do verdadeiro cristão, saber que, ao orar a Jeová, seu Pai, em nome de Jesus, pelo perdão de pecados, junto com o arrependimento, tal perdão é concedido! — Mar. 11:25.
22. Que felicidade possui o povo de Jeová hoje?
22 “Felizes são os cujos atos ilegais têm sido perdoados e cujos pecados têm sido cobertos; feliz é o homem cujo pecado Jeová, de maneira alguma, tomará em conta.” (Rom. 4:7, 8, NM) Hoje em dia, os do restante ungido, em razão de terem sido justificados pela fé, tiveram eliminado seu registro passado de pecados herdados. As outras ovelhas, também, tiveram um sinal de perdão. Ligado ao fato de que ambos os grupos passaram por uma cura espiritual por meio da Palavra da verdade de Deus, isto significa que tôdas as testemunhas de Jeová gozam agora um grandioso estado de felicidade. Transformam as mentes e já estão sendo elevadas espiritualmente para o alto alvo de santidade. Sim, estão determinadas a render devoção exclusiva a Jeová, seu Deus-Rei, e a manter absoluta integridade para com ele. Entretanto, sabemos que os homens ainda têm muito longe para ir até atingir o padrão perfeito. Mas, diligentemente, passo por passo, desejamos viajar pelo caminho que Jeová proveu na sua benignidade imerecida para a elevação gradual do homem até à perfeição da imagem de Deus.
23. Qual será a consecução final do erguimento da humanidade por parte de Deus por meio do reino milenário de Jesus Cristo?
23 Emocionados esperamos um estado de ainda maior felicidade, depois do Armagedon, quando começarão as curas físicas para os sobreviventes, seus descendentes e os ressuscitados. Embora a humanidade, durante os últimos seis mil anos, tenha retrocedido em pecado a um ponto bem abaixo do alvo original estabelecido por Deus, contudo, por meio dum programa acelerado, Jesus Cristo realizará a elevação da nova família humana num período de mil anos. Êle os recuperará totalmente à plena perfeição de carne e mente, para que facilmente possam satisfazer os termos de perfeição e integridade redeclarados por Jeová. Desaparecidos, além de lembrança, serão então as dores, sofrimentos, falhas, erros, fraquezas, dificuldades, tristezas, deformidades, impedimentos, doenças e a negligência dos dias passados debaixo do severo regime do pecado e do rei morte. Depois, também, durante a primeira parte daqueles mil anos de reconstrução, como projeto acompanhante, a terra inteira se tornará um paraíso edênico. Ao fim dos mil anos, depois que as multidões reerguidas da humanidade passaram pela prova final, para determinar seu merecimento da dádiva de uma vida sem fim, a humanidade, radiantemente viva então santa, perfeita e realmente leal, estará no paraíso, no limiar dos séculos vindouros. Ao empregarem seus poderes de livre arbítrio, para manter a glória do seu Santo Deus, os súditos resplandecentes na terra passarão de uma experiência hilariante a outra e de um estado de completa felicidade a outro, para toda a eternidade. (Efé. 1:21) Para a vindicação de Jeová Deus, manterão a sua integridade a êle para sempre.