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  • w82 1/3 pp. 12-16
  • Um dia na vida dum missionário

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  • Um dia na vida dum missionário
  • A Sentinela Anunciando o Reino de Jeová — 1982
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  • NOSSA FINALIDADE COMO MISSIONÁRIOS
  • NOSSA ROTINA DIÁRIA
  • AMPLA PROVISÃO
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  • VERDADEIRO AMBIENTE FAMILIAR
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A Sentinela Anunciando o Reino de Jeová — 1982
w82 1/3 pp. 12-16

Um dia na vida dum missionário

“FOI esse o sinal das seis e meia?”

“Pode ter sido o sinal das cinco para as sete, e temos só cinco minutos para chegar até a mesa do café da manhã. Não, fique tranqüilo, são apenas seis e meia. Ainda há bastante tempo.”

Este é um típico diálogo matutino entre meu companheiro de quarto e eu. Ainda achamos seis e meia muito cedo para levantar, embora já o façamos há anos. Como Testemunhas de Jeová que moram no lar missionário situado aqui em Taipé, Formosa, reunimo-nos com os demais missionários às sete horas para uma palestra espiritual antes do café da manhã.

Diferentes membros de nossa “família” se revezam em cozinhar, fazer compras, limpar a casa e cumprir com outros deveres. Isso inclui tocar esses sinais que nos ajudam a estar prontos para as refeições e outras atividades.

NOSSA FINALIDADE COMO MISSIONÁRIOS

Quando ouve a palavra “missionário”, você talvez visualize um enfermeiro vestido de branco ou um professor instruindo uma classe de crianças em alguma aldeia remota. Mas não foi esta a comissão que Jesus deu aos seus seguidores. Ele os instruiu a fazer discípulos. (Mat. 28:19, 20) Portanto, assim como se dá com as Testemunhas de Jeová em toda a parte, nossa obra principal é a de ensinar verdades bíblicas às pessoas desta nossa designação missionária.

Como missionários, gastamos pelo menos 140 horas por mês na atividade de pregação e de ensino. Para encontrarmos aqueles que desejam aprender mais da Palavra de Deus, gastamos cerca da metade desse tempo fazendo visitas de casa em casa, mantendo palestras bíblicas com as pessoas às portas. Gastamos o restante do tempo revisitando os que mostraram algum interesse na mensagem do Reino, e dirigindo estudos bíblicos domiciliares, gratuitos, com pessoas e famílias desejosas de aprender mais. Por seguirmos o método sistemático de estudo, usado pelas Testemunhas de Jeová em todo o mundo, conseguimos ajudar budistas e outros, que antes talvez não conhecessem nada da Bíblia, a aprenderem seus ensinamentos básicos. Isto pode levar de seis meses a um ano, mas, ao adquirirem tal compreensão, as pessoas já estão em melhores condições de decidir se querem tornar-se testemunhas cristãs de Jeová ou não.

NOSSA ROTINA DIÁRIA

Nossa vida gira em torno de assuntos espirituais. Isto explica a nossa consideração matutina da Bíblia em mandarim, a língua oficial de Formosa. Tais considerações dão ao dia um início edificante e fortalecedor da fé. Às vezes, também, dão um toque de humor, como quando uma missionária novata ficou encabulada com o riso dos outros, quando comentava certo texto bíblico. Ela não via nada de engraçado na declaração dela, de que Jesus é nosso Sumo Sacerdote. Pelo menos era isso o que ela imaginava ter dito. Por infelicidade, um ligeiro erro transformara seu comentário numa observação de que Jesus é nossa grande galinha!

Após o café da manhã, gastam-se 15 minutos praticando o uso de novas palavras e expressões chinesas. Procuramos aprender 20 delas a cada semana. Estas são escritas num quadro-negro, e, cada manhã, uma irmã chinesa que mora em nossa casa procura valentemente corrigir a nossa fala. Apreciamos a ajuda dela em melhorar nossa sintaxe e nossa pronúncia (que inclui a entonação em chinês), bem como os esforços dela em ajudar-nos a ser mais eficientes no ensino da Palavra de Deus.

Após a oração, somos dispensados e nos preparamos para as atividades do dia. A maioria de nós gasta de duas a três horas no período da manhã fazendo visitas de casa em casa às pessoas de nosso território designado. Sim, cada par de missionários possui um distrito da cidade onde concentrar seus esforços. Procuramos localizar pessoas interessadas, e, aos poucos, edificar um grupo de louvadores de Jeová, que possa, por fim, tornar-se o núcleo duma nova congregação das Testemunhas de Jeová.

A obra de testemunho é realizada em grande parte do mesmo modo como em qualquer outra parte do mundo. Porém, há certas diferenças. Uma delas, é o modo como chegamos ao território. Lembro-me bem de que uma de minhas primeiras impressões do Oriente foi a de que este pulula de gente. Meu companheiro e eu vamos ao território de ônibus. Há muitos deles, mas estão invariavelmente lotados. Durante as horas de maior movimento, é preciso ver isso para crer! Já temos bastante prática em entrar ou sair rapidamente do ônibus. Entretanto, até nos acostumarmos a isso, não era incomum descobrirmos que nossas pastas ainda estavam no ônibus, atrás de portas fechadas, e nós, na rua, firmemente agarrados às barras de apoio da porta! Alguns missionários preferem usar pequenas motonetas ou lambretas, por serem meios de transporte mais convenientes e econômicos.

Assim como na maior parte do mundo atualmente, as pessoas daqui estão ficando mais desconfiadas dos outros. Mas a tradicional cordialidade chinesa é demonstrada com freqüência quando batemos nas portas. Ainda é comum sermos convidados a entrar e sentar, bem como a tomar chá ou água tão quente que precisamos prolongar a palestra até que esfrie o suficiente para podermos beber! Em Formosa, não é incomum pessoas que têm mesmo pouquíssimo interesse na Bíblia ficarem com nossas publicações. Por isso, conseguimos deixar muitas publicações nos lares, e estas podem ser lidas por outras pessoas ainda mais interessadas do que as que originalmente nos ouviram.

Quando revisitamos as pessoas, descobrimos que muitas, inclusive as de fé budista e algumas que seguem a filosofia de Confúcio, estão dispostas a palestrar mais e até mesmo concordam em ter estudos bíblicos semanais, regulares. Assim, posso normalmente dirigir 10 ou mais estudos bíblicos cada semana, estando apenas limitado pela quantidade de tempo que tenho disponível para esta atividade. Muitas dessas pessoas passam a assistir às nossas reuniões já desde o começo, de modo que há presentes de 20 a 50 por cento mais pessoas do que há Testemunhas na região.

AMPLA PROVISÃO

Como missionários, somos muito bem tratados. A Sociedade Torre de Vigia compreende que missionários que moram num país estrangeiro não são capazes de cuidar de suas próprias necessidades com tanta facilidade como se estivessem em sua terra natal. De fato, em muitos países o governo estipula que os missionários não podem empreender serviço secular. Portanto, fazem-se provisões para as nossas necessidades materiais. Não recebemos salários, mas a Sociedade aluga ou então compra um lar adequado para o grupo de missionários que estará trabalhando numa cidade. Na maioria dos casos, em Formosa, isto significa que de quatro a oito pessoas ocuparão um lar missionário. Entretanto, como meu companheiro e eu moramos no lar missionário que também aloja o escritório da Sociedade, temos 18 pessoas morando aqui.

É provido um fundo para habilitar os missionários a comprar alimentos e pagar o aluguel, serviços públicos, e assim por diante. Além disso, recebemos uma pequena mesada pessoal para podermos comprar coisas necessárias à vida diária. Em Formosa, isto importa em um pouco menos que o equivalente a Cr$ 1.300,00 por mês. Recebemos também uma ajuda para cobrir os gastos de condução, e a Sociedade fornece uma modesta conta de despesas pessoais para nos ajudar a comprar a roupa necessária, custear viagens a assembléias e coisas assim. Portanto, ficamos muito gratos de que não temos de nos preocupar com coisas materiais, mas podemos devotar nosso tempo e plena atenção a cumprir nosso objetivo como missionários.

Cônscios de que todas estas provisões são tornadas possíveis por meio dos amorosos donativos da parte de concrentes que não podem participar diretamente no serviço missionário no estrangeiro, procuramos mostrar nosso apreço de dois modos básicos. Primeiro, procuramos tornar nosso serviço missionário o mais eficiente possível. Segundo, encaramos o dinheiro como pertencente ao Senhor, e assim procuramos usá-lo sabiamente. O dia de cozinha fornece a oportunidade de fazer exatamente isso.

DIA DE COZINHA

Recebemos designações individuais para preparar refeições num certo dia — dia de cozinha, como o chamamos.

Depois de terminado o café da manhã e a louça ter sido lavada, vamos à feira. Durante a manhã, as duas feiras perto de casa possuem um incrível sortimento de verduras, carne, peixe e frutas frescas. Os vendedores chineses gostam de discutir preços, e isto pode ser agradável, ao passo que também podemos economizar dinheiro. Ficamos peritos em saber o que devíamos pagar pelas mercadorias e em comprá-las na época própria para podermos usar sabiamente a quantia dos fundos do lar confiada aos nossos cuidados durante o nosso dia de cozinha.

Descobrimos muitas verduras e frutas que nunca havíamos visto antes. Compreensivelmente, éramos um pouco cautelosos quanto a comprá-las, por não sabermos como prepará-las. Mas não se preocupe. Quando perguntamos, o vendedor tem prazer em contar-nos como se prepara o item. Assim, passamos a apreciar novas verduras, tais como folhas de batata-doce e um pequeno caule verde, triangular, com um pequeno broto no topo e um cheiro ligeiramente parecido ao do alho. Por aprendermos a usar os alimentos locais, comemos bem ao passo que não desperdiçamos nenhuma das provisões do Senhor.

Com galinhas vivas, peixes vivos, carnes de porco e de boi frescas, e todas as verduras frescas, dispostos sobre balcões abertos, a atmosfera e o aroma na feira diferem do que estávamos habituados a ver em outros países. Por exemplo, exigiu muito autodomínio de minha parte para conter o grito que me subiu à garganta da primeira vez que vi um vendedor pegar uma faca e cortar o pescoço duma galinha selecionada com muito cuidado por um freguês!

Além da feira em geral, não é incomum ver as ruas e os becos quase interditados por exposições de roupas, tecidos e quinquilharias à venda. Se não nos deixarmos levar pela curiosidade, podemos fazer as compras rapidamente e voltar para casa, para começar a preparar o almoço, que em nosso lar é a principal refeição do dia. No jantar, cada um se serve quando quer, pois isso permite mais flexibilidade ao programa de todos os que dirigem estudos bíblicos às tardes e noitinhas. Isto também nos proporciona tempo no nosso dia de cozinha para fazer o trabalho doméstico, lavar a roupa pessoal, e, de outro modo, prepararmo-nos para as atividades dos próximos sete dias.

VERDADEIRO AMBIENTE FAMILIAR

Apesar de nossa família ser maior do que a maioria das famílias missionárias em Formosa, gozamos dum verdadeiro ambiente familiar. Por exemplo, temos nosso próprio estudo familiar nas noites de segunda-feira. Gastamos primeiro uma hora em estudar a Bíblia com a ajuda da Sentinela. Depois, estudamos parte de um dos mais recentes livros da Sociedade, em inglês, de modo que apesar de não termos algumas dessas publicações em chinês, ainda assim podemos estar em dia com toda informação recente. Lemos à mesa do café da manhã as experiências e os relatos do Anuário das Testemunhas de Jeová e a matéria de Nosso Serviço do Reino (chinês) a ser considerada na reunião congregacional daquela semana. Organizamos, às vezes, reuniões informais ou piqueniques em grupo. Tudo isso nos assemelha mais a uma família.

VALE A PENA?

Alguns dos leitores talvez achem que o esforço de aprender uma nova língua torna a vida missionária um fardo maior do que vale a pena. Mas eu não penso assim, apesar de que aprender o chinês não me foi fácil. Por exemplo, saber que há uma grande necessidade de se proclamarem as “boas novas” em nosso território é sempre um estímulo para mim. Bem, embora o número de Testemunhas em Taipé tenha triplicado desde que estou aqui, não conseguimos cobrir o território nem mesmo uma vez por ano! Vez após vez, os famintos da justiça reconhecem o tom da verdade, até mesmo quando falada por um missionário com capacidade limitada de falar o idioma. Considere a seguinte experiência ocorrida com uma das missionárias aqui, há alguns anos.

Chegara a Formosa apenas três meses antes e ainda estava aprendendo o chinês, quando conheceu uma jovem estudante universitária, procedente duma família budista. A vida desta jovem estava repleta de experiências tristes, inclusive a morte de dois membros da família. Foi a algumas igrejas da cristandade num esforço de obter consolo, mas sem êxito, e duvidava que esta nova missionária pudesse ajudá-la.

Desde o início, a jovem ficou impressionada com a maneira em que a missionária, apesar de sua limitada capacidade de falar o idioma, conseguia usar a Bíblia para responder as suas perguntas. Logo começou a assistir às reuniões e fez rápido progresso. Após nove meses de estudo da Bíblia, sentiu-se feliz em tornar-se testemunha dedicada e batizada de Jeová. Durante vários anos, esta mulher serviu cada mês como pioneira auxiliar, devotando 60 horas por mês à obra de pregação do Reino, apesar de trabalhar por tempo integral como professora. Ela já largou esse emprego e tornou-se membro da família de Betel em Taipé. Muitas experiências similares podem ser relatadas para mostrar que realmente vale a pena ser missionário num campo estrangeiro.

Toda pessoa sincera aprecia compartilhar coisas boas com outros, e é isso o que impele as Testemunhas de Jeová a serem tão zelosas na obra de pregação e de ensino, não importa onde estão. Mas, estimo profundamente o privilégio de servir num país onde milhões de pessoas ainda nem viram a Bíblia. Quanta alegria dá ajudar alguns a conhecerem a maravilhosa esperança oferecida na Palavra de Deus! Embora nós missionários não recebamos um salário, temos recompensas superiores. Estas incluem uma relação íntima com muitos orientais que, devido ao trabalho diligente de missionários de outros países, se desviaram da vã adoração de ídolos para adorar ao Deus vivente Jeová. Pessoalmente, presenciamos as grandes bênçãos resultantes de se confiar plenamente em Jeová e em sua organização visível, quando nos oferecemos ao serviço missionário no estrangeiro.

Por isso, muito embora meu companheiro e eu não tenhamos predileção por nos levantar cedo, somos gratos de que alguém toca aquele sino às seis e meia toda manhã. Isto nos proporciona um início logo cedo para um dia que, sabemos, estará repleto de atividades missionárias interessantes e compensadoras.

[Foto na página 13]

O estudo matutino do idioma é aplicado mais tarde no serviço do Reino.

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