BIBLIOTECA ON-LINE da Torre de Vigia
BIBLIOTECA ON-LINE
da Torre de Vigia
Português (Brasil)
  • BÍBLIA
  • PUBLICAÇÕES
  • REUNIÕES
  • g77 22/3 pp. 16-20
  • Quando a barragem do Teton se rompeu

Nenhum vídeo disponível para o trecho selecionado.

Desculpe, ocorreu um erro ao carregar o vídeo.

  • Quando a barragem do Teton se rompeu
  • Despertai! — 1977
  • Subtítulos
  • Matéria relacionada
  • “Ela Tragou Tudo”
  • Fujam Agora!
  • Várias Cidades Lutam
  • Pequeno Início
  • Resposta e Reflexão
  • Domando o Níger
    Despertai! — 1970
  • O desastre aquoso assola a cidade de rapid
    Despertai! — 1973
  • “Será que Jeová nos ama apesar de sermos índios?”
    A Sentinela Anunciando o Reino de Jeová — 2011
  • A mais nova cordilheira das Montanhas Rochosas
    Despertai! — 2001
Veja mais
Despertai! — 1977
g77 22/3 pp. 16-20

Quando a barragem do Teton se rompeu

PODE imaginar-se pescando num riacho tranqüilo num minuto e, no instante seguinte, lutando para subir pelas encostas dum canyon, tentando escapar duma muralha de água de 91 metros de altura? Isso realmente se deu no Rio Teton, em 5 de junho de 1976. Relatos de testemunhas oculares do que aconteceu quando se rompeu a Barragem do Teton compõem uma história ‘verídica, mais estranha que a ficção’. Considere, por exemplo, o que aconteceu com aquele grupo que pescava:

Um lindo céu azul tornava aquele um sábado perfeito para se pescar no Rio Teton, considerado por muitos “a corrente das melhores trutas do estado de Idaho”. Assim, por volta das 11 horas, o grupo de cinco pessoas lançou no rio a sua balsa de borracha, pouco abaixo da Barragem do Teton. Dali, flutuaram corrente abaixo por curto trecho e ancoraram.

Já tinham observado que “a água tinha mudado para uma coloração leitosa” quando, subitamente, um senhor se dirigiu a eles aos berros, lá de cima do profundo canyon. Avisou-os da possibilidade de enchente, visto haver “pequena ruptura na barragem”. O grupo de pescadores flutuou ainda mais rio abaixo e ficou chocado de ver um parente na ponta superior do canyon atirando com sua pistola para o ar e gesticulando freneticamente.

Isto, junto com a água que subia rapidamente, os fez compreender que devia ter acontecido algo drástico. Conforme relata uma senhora do grupo: “Começamos a remar como loucos para a margem, e freneticamente passamos a subir pela encosta do canyon. Olhando para trás, disse para os outros que deixassem o barco ir. Subi até um ponto alto e parei para recuperar o fôlego, quando vi um grande cofre-carga de metal, de cerca de 15 metros de diâmetro, ir despedaçando-se corrente abaixo. As ondas o manobravam como se fosse uma rolha. Foi aí realmente que subi correndo!”

Mal o grupo acabara de chegar ao alto, enorme muralha de água encheu completamente o canyon — um abismo de mais de 90 metros de fundo!

Essa massa aquosa, que seria chamada de Enchente do Teton, continuou a correr rapidamente. Nosso jovem pescador morreu afogado, e outro foi violentamente castigado, mas, de alguma forma, conseguiu ser arrastado pelas águas por cerca de 8 quilômetros, e então agarrar-se a uma árvore. Foi salvo da árvore várias horas depois.

Muitos relógios pararam simultaneamente às 11:57, quando acabou a energia elétrica. E para a maioria dos cem mil residentes desta região de Idaho, o tempo pareceu parar também. Antes de a enchente passar, onze pessoas pereceram e milhares ficaram desabrigadas. Cálculos de danos à propriedade iam de US$ 400 milhões a US$ 1 bilhão! Por que foram tão extensivos? Por causa do “ataque” de cinco frentes da enchente!

Quando a água atingia uma curva fechada do rio, a muralha aquosa não dava a volta, mas parte dela “saltava” a margem do rio e continuava a ir para o oeste. A água também correu pelos pequenos vales ou “buracos” desta área montanhosa, dividindo-se em cinco frentes ou “braços”. Naturalmente, um grande “braço” correu para o sul, acompanhando a base do rio Snake (Cobra, no qual deságua o Rio Teton).

Mas, qual era a situação quando as águas vieram correndo do canyon para os vales mais amplos? Darrell Singleton, ancião congregacional das Testemunhas de Jeová, é dono de uma fazenda a uns 6 quilômetros abaixo da barragem. Ele estava em casa, e, assim, pôde relatar:

“Ela Tragou Tudo”

“Estávamos colocando algumas peças no utilitário quando nossa filha telefonou de Rexberg. Disse que a Barragem do Teton estava rompendo-se e se ordenava que todos evacuassem a área. Eu lhe disse que, provavelmente, alguém estava agitado demais, devido a pequena enchente causada pelo trasbordamento do reservatório cheio. Ela disse que as coisas eram bem mais sérias. Assim, respondi-lhe que desligaria e sairia dali, deixando que ela fizesse o mesmo.

“Eu não estava preocupado demais, mas decidimos ir de carro até à barragem e ver com nossos próprios olhos. Quando ali chegamos, pessoas frenéticas estavam correndo de lá. Uma espiada confirmou o que acontecia. Descendo do canyon, uma massa enorme de água cor de chocolate se espalhava pelo vale. Uma nuvem de pó pairava na ponta da água. A medida que a enchente atingia os objetos em seu caminho, eles pareciam explodir.

“Começamos a voltar para nossa casa, avisando as pessoas por onde passávamos. Em certa casa, relutavam em partir, mas foram persuadidas a fazê-lo quando as linhas de energia elétrica começaram a cair. Estávamos a pouco mais de três quilômetros de casa quando vimos enorme muralha de água, de mais de 9 metros atingir bem alto nossa casa. Ela tragou tudo. Apoderou-se de nós uma sensação de desamparo — por toda a parte havia devastação.

“Mais tarde, por volta das 17 horas, caminhamos de volta para nossa fazenda. A enchente removera nossa casa para uns 137 metros de distância, onde ela então ruiu. Todos os nossos outros prédios e equipamento agrícola foram destruídos. Meu barco e camioneta, ainda enganchados, estavam em cima das árvores.”

A maioria das pessoas nesta área inicialmente inundada de Wilford só tiveram dez minutos de aviso. Algumas trancaram-se em casa, apenas para ver a água vir sobre elas. O horripilante som das árvores que estalavam avisou a outros. Uma senhora viu “uma casa de alvenaria ser lançada no ar como se fosse uma casinha de boneca, de plástico”.

Fujam Agora!

Bem na frente da enchente havia uma cadeia de povoados. A primeira era Sugar City. Felizmente, todos puderam ser evacuados antes que a frente aquosa, agora com 10 quilômetros de largura, destruísse a cidade. Arvores desarraigadas, pedaços de madeira, tonéis, até mesmo carros e implementos agrícolas se chocavam contra os prédios.

É triste dizê-lo, mas muitos animais mortos também flutuavam na água. Milhares de cabeças de gado estavam na trilha da enchente. Em muitos casos, seus donos só tiveram tempo de abrir seus currais e lhes dar “oportunidade de fugir”. Alguns tiveram êxito, porém a maioria falhou.

A polícia municipal e estadual conseguiu espalhar o aviso antes da inundação: ‘Fujam agora!’ Na cidade seguinte, Rexberg, isso se deu bem na hora, pois logo muitos de seus prédios estavam submersos até o teto.

À medida que a torrente varria para o sul, cada comunidade pequena, por sua vez, fez o que pôde para fugir. Muitos ficaram confusos. Visto ser impossível para as autoridades calcular a vazão da enchente, os anúncios das ondas esperadas amiúde eram inexatos. Sem energia elétrica e com diversas pontes caídas, as fugas e comunicações ficaram prejudicadas.

Várias Cidades Lutam

Idaho Falls foi a maior cidade na pista da torrente. Centenas de voluntários acataram as convocações de serviço de emergência. Era estranho ver as pessoas enchendo sacos de areia nas margens do Rio Snake em plena luz do dia. No domingo, quando a atingiu a onda de inundação, esta já media 6 metros. No entanto, todas as pontes agüentaram — a inundação tinha sido controlada. Os voluntários que trabalharam no dia e na noite anterior haviam vencido!

Mas, rio abaixo, as coisas não foram bem as mesmas. Apesar dos valentes esforços voluntários, a enchente persistente inundou várias comunidades. A quase 120 quilômetros da barragem, ainda era uma torrente avassaladora!

Por fim, na noite de segunda-feira, as águas começaram a baixar; a Enchente do Teton tinha atingido seus limites. As comunidades abaladas estavam literalmente recolhendo seus pedaços. Muitos se sentiam gratos de que acontecera em pleno dia, e não à noite, quando mais pessoas teriam sido apanhadas de surpresa. Todavia, as pessoas em toda a parte faziam a mesma pergunta: Como é que tal coisa pôde acontecer?

Pequeno Início

Já ouviu a história do garotinho holandês que, ao descobrir uma ruptura num dique, enfiou o dedo no buraco durante horas até que chegou ajuda? Foi chamado de “herói” e lhe atribuíram a salvação dum povoado próximo! Do mesmo modo, foi um vazamento que deu origem à tragédia da Barragem do Teton. Mas, a ajuda só veio tarde demais.

Diz-se que o custo da construção da barragem foi de 55 milhões de dólares, quando o projeto chegou ao fim. Por volta das 8 horas de 5 de junho de 1976, os operários foram chamados ao local. Durante vários dias, um persistente vazamento ocupara as atenções das equipes operárias. Agora, este vazamento estava deixando escapar água barrenta, e notou-se outro vazamento. Visto que o reservatório estava cheio pela primeira vez, a presença destes vazamentos era perturbadora.

Decidiu-se usar dois tratores e colocar grandes blocos de pedra no grande vazamento na face da barragem. No entanto, por volta desse tempo, ominoso redemoinho (indicando a força do fluxo) já se havia formado no lado de dentro da barragem. Em aditamento, um trator maior afundou na barragem de terra e, assim os dois operadores acorrentaram os veículos juntos e tentaram movimentar a ambos para trás, encosta acima. Logo o supervisor os interrompeu e fez sinal para que ambos os operadores abandonassem seus tratores e corressem para um lugar seguro. O vazamento estava deixando escapar muito mais água e abrindo enorme buraco na barragem.

Grandes tratores então foram para o topo da barragem, para lançar blocos de pedra no redemoinho, do lado do reservatório. Apesar disso, o vazamento aumentou e os dois tratores previamente abandonados, acorrentados juntos, caíram dentro da trovejante corrente. Logo em seguida, todos os homens e equipamentos foram removidos da barragem. Perdera-se a batalha para acabar com o vazamento.

Uma testemunha ocular descreve o que aconteceu em seguida: “Eu sabia que haveria uma enchente, mas não tinha idéia de como ela seria; parecia que o oceano vinha sobre nós. Tudo se enchia tão rapidamente. Toda vez que um pedaço [da grande barragem de terra] caía, era como se explodisse uma bomba. Uma explosão de lama.”

Mas, com todos os progressos mecânicos nas edificações, como poderiam ter surgido vazamentos assim? Cinco semanas depois, notícia Engineering News-Record, de 15 de julho de 1976, um painel de peritos “citou cinco causas possíveis para o fracasso da barragem de 93 metros de altura”. As teorias favoritas envolviam o funcionamento incorreto do que é chamado de “cortina de sedimento”. O que isso quer dizer,

Quando se suspeita que o tipo de rochas por baixo ou nas extremidades duma barragem (como muralhas dum canyon) é poroso, perfuram-se fileiras de grandes buracos na rocha e injeta-se concreto neles. Esta muralha ou “cortina” de concreto deve impedir que a água mine por baixo ou em torno da barragem. Pelo que parece, na Barragem do Teton, a cortina falhou e, numa das pontas em que a barragem se juntava à muralha do canyon, a água começou a minar. Uma vez que tal água provocou a erosão da face da barragem naquela ponta, só levou curto tempo até que o peso do “lago” por trás da barragem causou o rompimento da parte enfraquecida da barragem.

Resposta e Reflexão

Neste desastre, milhares de pessoas vieram ajudar às vítimas da enchente. A resposta das Testemunhas de Jeová por toda a parte oeste dos Estados Unidos foi considerada “maravilhosa”. Uma das vítimas conta a história animadora de como ”à luz do dia de domingo, quando me levantei, havia um caminhão de alimentos, roupas e artigos de cama, em frente da casa, havendo dois irmãos [co-Testemunhas] dormindo sentados na cabina. Haviam guiado a maior parte da noite”.

Com efeito, de Utah foi enviado um caminhão de quase quatorze metros, com suprimentos, e outro grande caminhão carregado veio da Califórnia. Um dos ajudados comenta: “Veio tanta ajuda que não sabíamos o que fazer com tudo aquilo. Sabíamos que os irmãos enviaram as coisas para qualquer pessoa que precisasse de ajuda, e, assim, partilhamos com nossos vizinhos e outras pessoas que estavam nas mesmas circunstâncias que nós.” Logo aqueles que dirigiam a obra de socorro das Testemunhas tiveram que dizer: “Já chega!”

Refletindo sobre a provação de três dias, a pessoa observa surpreendentes contrastes. A maioria das pessoas trabalhavam juntas e mostravam bondade umas para com as outras. Algumas até mesmo arriscaram a vida para salvar outras. Por outro lado, as autoridades policiais logo enfrentaram grave problema de saque. Visto que a polícia estadual controlava o acesso à área do desastre, pelo que parece este roubo calejado era cometido pelos ‘vizinhos’ das vítimas.

Outro contraste era visto nas atitudes para com a perda dos bens. Naturalmente, muitos expressaram temor e ansiedade de quanto ao futuro. Todavia, uma senhora refletiu: “Foi uma experiência terrível, mas estou muito contente de que as pessoas que eu mais amo estão seguras. Do acontecido, acho que as pessoas compreenderam que as pessoas é que são importantes e não os bens materiais.”

Mas, sejam quais forem as lições da Enchente do Teton, ela deixou suas marcas — no solo e nos sobreviventes. — Contribuído.

[Foto na página 18]

Cortesia do Departamento do Interior dos EUA, Setor de Saneamento.

O gigantesco buraco deixado na barragem depois de sua ruptura.

    Publicações em Português (1950-2025)
    Sair
    Login
    • Português (Brasil)
    • Compartilhar
    • Preferências
    • Copyright © 2025 Watch Tower Bible and Tract Society of Pennsylvania
    • Termos de Uso
    • Política de Privacidade
    • Configurações de Privacidade
    • JW.ORG
    • Login
    Compartilhar